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Quem mais desmata Amazônia: Agronegócio ou MST?

Madeira extraída pelos assentados provocaram prejuízos de R$ 1 bilhão

“Os procedimentos adotados pelo INCRA na criação e instalação dos assentamentos vêm promovendo a destruição da fauna, flora, recursos hídricos e patrimônio, provocando danos irreversíveis ao bioma da Amazônia”. A afirmação foi feita pelo Procurador do Estado do Rio Grande Sul, Rodnei Candeias, nesta quarta-feira (16 de Agosto) na CPI do MST.

De acordo com ele, o Ministério Público estimou que a madeira extraída da Amazônia pelos ativistas do Movimento dos Sem Terra provocaram prejuízos no valor de R$ 1 bilhão. O Procurador afirmou ainda que as áreas de assentamentos do INCRA são maiores do que as áreas da agricultura tradicional do Brasil.

VEJA TAMBÉM: Assentamentos viraram “grande esquema de corrupção” 

“Um dado do IBGE (2016), bastante interessante, mostra que a área de produção agropecuária do Brasil tem 78 milhões de hectares, com 5 milhões de estabelecimentos. E a área de assentamentos do INCRA tem 88 milhões de hectares, com um público de 1,6 milhão de pessoas,” explica Rodnei Candeias.

Nesse sentido, aponta ele, há “mais áreas demarcadas como de assentamentos do que áreas destinadas à agropecuária,” sendo que “a renda média, por exemplo, dos estabelecimentos rurais brasileiros é de R$ 232 mil reais (ano), por estabelecimento. Já a renda nos assentamentos é em torno de 20 mil reais/ano.”

A Reforma Agrária no Brasil, segundo dados da Embrapa Territorial (2016), já desapropriou 88 milhões de hectares com 750 mil lotes distribuídos. Desse total, 240 mil foram titulados. “Cerca de 70% são propriedades estatais – 61,6 milhões de hectares – e isso significa que a área de assentamentos ocupa 10% do território brasileiro,” disse o Procurador.

Segundo pesquisa do INCRA com o IBGE, atendendo demanda do Tribunal de Contas da União (TCU), havia 557.695 estabelecimentos agropecuários da reforma agrária em 2016. Essas áreas somavam 16 milhões de hectares, com um público de 1,6 milhão de pessoas, gerando uma renda bruta de produção de R$ 11 bilhões.

“Se for comparado com a área de produção agropecuária no todo que é de R$ 1,2 tri, a de assentamentos no Brasil significa 0,91% da área de produção agropecuária do Brasil. Ou seja, a produção em áreas de assentamentos é menos de 1% da produção agropecuária brasileira,” conclui  Rodnei Candeias.

fonte: Agrolink

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Bracell Celulose abre novo processo seletivo com 23 vagas de emprego efetivas e temporárias

A Bracell Celulose lançou um novo processo seletivo com dezenas de vagas de emprego distribuídas em diversas regiões do país.

A Bracell Celulose, renomada empresa do setor, está lançando um novo processo seletivo com um total de 23 vagas de emprego, contemplando oportunidades efetivas e temporárias. As vagas na Bracell estão distribuídas em cidades como Camaçari, Campo Grande, São Paulo, Lençóis Paulista e Água Clara, abrangendo uma variedade de cargos e níveis de experiência.

Vagas de emprego na Bracell Celulose

A empresa está em busca de profissionais qualificados para integrar sua equipe em diferentes áreas e cidades, as vagas de emprego abertas incluem:

Analista Meio Ambiente Certificados II — Campo Grande

Requisitos: Superior completo em engenharia florestal, ambiental ou áreas afins, mínimo de 2 anos de experiência em gestão ambiental e certificação florestal (FSC, PEFC ou CERFLOR), conhecimento em norma ISO 14001, CNH Categoria B.

Operador(a) de Máquinas Equipamentos I — Lençóis Paulista

Requisitos: Certificado escolar básico, experiência na função similar, disponibilidade para mudança.

Especialista de Processo Bracell — Lençóis Paulista

Requisitos: Superior completo em engenharia química, conhecimento de balança de fábrica, experiência em áreas operacionais de fábrica de celulose, conhecimento em ferramentas estatísticas e controle avançado de processo.

Auxiliar Administrativo — Campo Grande

Requisitos: Certificado escolar básico, experiência relevante, disponibilidade para mudança.

Mecânico I (Temporário) — Camaçari

Requisitos: Nível técnico em mecânica ou mecatrônica, conhecimento ou experiência relevante na área.

Assistente de Produção (Exclusiva PCD) — Camaçari

Requisitos: Técnico em química, mecânica, elétrica, instrumentação ou curso técnico correlato.

Coordenador de Marketing B2B — São Paulo

Requisitos: Formação na área, experiência em atividades semelhantes, disponibilidade para mudança.

Mecânico Automotivo II — Campo Grande

Requisitos: Certificado escolar básico, exposição ou experiência relevante, disposição para mudança.

Auxiliar Serviços Gerais Viveiro — Água Clara

Requisitos: Certificado escolar básico, exposição ou experiência relevante, disposição para mudança.

Técnico de Pesquisa I — Camaçari

Requisitos: Nível técnico ou superior em química, desejável experiência na área.

Especialista em Confiabilidade II — Camaçari

Requisitos: Superior em engenharia elétrica ou eletrônica, especialização desejável em fabricação de papel/celulose, vivência em atividades semelhantes, disponibilidade para mudança.

Analista Segurança Eletrônica — Lençóis Paulista

Requisitos: Diploma na área relacionada, 1 a 2 anos de experiência ou similar, disposição para mudança.

Saiba como participar do processo seletivo da Bracell

Para se candidatar às vagas de emprego disponíveis na Bracell Celulose, os interessados devem acessar a página de empregos da empresa e cadastrar o currículo. Detalhes sobre requisitos e atribuições estão disponíveis no site. Informações de salários e horários serão fornecidos durante o processo seletivo.

As vagas na Bracell contam com diversos benefícios como participação nos resultados, bônus por produtividade, planos médico e odontológico, auxílio-creche, previdência privada, entre outros. Além disso, a empresa promove um ambiente de crescimento profissional e inclusão.

Para mais informações sobre todas as vagas acima clique neste link: https://www.bracell.com/carreiras/

Vagas de emprego no Programa de Trainee Bracell

Além das vagas de emprego, a Bracell Celulose também está oferecendo um Programa de Trainee 2024 com 40 vagas e remuneração de até R$ 7.300,00. O programa, com duração de um ano e meio, é aberto a todos os cursos de bacharelado e licenciatura nas áreas de exatas e humanas. Para participar os candidatos devem atender aos seguintes requisitos:

  • Ter concluído a graduação entre dezembro de 2021 até dezembro de 2023.
  • Interesse em atuar em operações industriais, florestais, logísticas e administrativas.
  • Habilidade em comunicação em inglês.
  • Disponibilidade para trabalho 100% presencial e viagens.

Os interessados nas vagas na Bracell para o programa de Trainee podem se inscrever até 15 de setembro pelo site do programa (CLIQUE AQUI).

Conheça a Bracell

A Bracell, uma das principais líderes globais na produção especializada de celulose solúvel, tem como base de operações o cultivo sustentável de eucaliptos e instalações de última geração. A empresa gera aproximadamente 10 mil empregos nos estados em que atua, abrangendo tanto trabalhadores diretos quanto terceirizados de forma permanente nas áreas industriais, florestais e logísticas.

Com um compromisso contínuo com a inovação e a pesquisa, a companhia investe constantemente em tecnologia para oferecer aos seus clientes produtos de alta qualidade, assegurando entregas pontuais a preços competitivos. Essa dedicação se estende à manutenção de padrões ambientais e ao cultivo de relacionamentos comunitários em todas as fases de suas operações.

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Na Expoforest, Embrapa promove reunião entre diplomatas estrangeiros e setores de base florestal

O estande da Embrapa na Expoforest recebeu, no dia 09/08, a visita de representantes de embaixadas que vieram ao evento a convite da instituição. O objetivo do encontro foi criar conexões entre o setor florestal e os representantes de embaixadas, bem como mostrar a atuação sustentável do setor de florestas plantadas e nativas do Brasil, que também compõem o agronegócio brasileiro.

De acordo com Erich Schaitza, chefe geral da Embrapa Florestas, “temos muito espaço para mostrar para o mundo que nós somos altamente sustentáveis, tanto com florestas plantadas quanto com o manejo de florestas naturais. A ideia foi conectar países com potencial de cooperação com a Embrapa e com as principais lideranças da cadeia produtiva florestal”, resumiu Schaitza.

Um acordo de cooperação bilateral financiado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), ligada ao Ministério das Relações Exteriores, por exemplo, já vem desenvolvendo trabalhos de pesquisa e de fortalecimento da capacidade técnica e operacional de pesquisadores etíopes. De acordo com Antônio Prado, da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, a tendência é que a Embrapa retome e fortaleça a atuação do programa Embrapa-Labex fortalecendo a cooperação científica do Brasil com a presença física de seus pesquisadores além das fronteiras brasileiras.

“Há também a tendência de que acordos de cooperação prossigam de maneira trilateral, tendo a ABC como intermediária da transferência de tecnologia da Embrapa para países em desenvolvimento, sob o respaldo financeiro de países desenvolvidos”, disse Prado. 

Segundo Henok Merid, representante da embaixada da Etiópia, o encontro realizado foi uma oportunidade de expansão da relação Sul-Sul em projetos de plantios florestais. “É uma oportunidade, principalmente para o meu país, Etiópia, onde o governo tem um planejamento de plantar cinco bilhões de árvores. Precisamos da expertise da Embrapa Florestas, da tecnologia para o manejo e para as outras etapas também”, afirmou Merid.

Para Paulo Orlandi, representante da embaixada do Canadá, a reunião mostrou possibilidades de parceria com relação à tecnologia e inovação, bem como para financiamento de projetos. “O setor brasileiro de produção de madeira engenheirada, por exemplo, é uma possibilidade, pois no Brasil ainda é incipiente e o Canadá tem muita tecnologia e conhecimento. Vim com uma missão canadense de 12 empresas que estão impressionadíssimas com a feira em si e com a capacidade do Brasil nesse setor. Acho que o Canadá tem muito a contribuir e é um parceiro ideal para o Brasil”, afirmou Orlandi.

Nicole Podesta, da USDA, representou a embaixada dos Estados Unidos, e considerou a reunião também proveitosa. Podesta já está no Brasil há dois anos com a função de cuidar do comércio, análise e pesquisa da área agropecuária. O cenário de florestas plantadas e o sistema ILPF a impressionou. “Sempre via eucaliptos nos campos e me perguntava por quê. Na Expoforest, soube um pouco mais sobre essa indústria, e como criar um agro de baixo carbono. A conexão com a Embrapa Florestas foi bastante proveitosa e pretendo continuar o diálogo no futuro, para ter uma ideia mais ampla de como funciona essa indústria e sua importância no país”, enfatizou.

Atuação sustentável

Utilizar madeira proveniente de florestas nativas é uma atividade totalmente legalizada e ajuda a manter a floresta viva, pujante e em pé, conforme mostrou Claudinei Freitas, do Cipem. A entidade reúne oito sindicatos empresariais de base florestal que atuam com o manejo sustentável da floresta, em uma área de 4,7 milhões de hectares de floresta nativa, em Mato Grosso. 

Freitas explicou algumas etapas do funcionamento das concessões para exploração legal de madeira, prática conhecida como manejo florestal sustentável, e citou exigências como cadeia de custódia e rastreabilidade de produtos e como este trabalho tem permitido a manutenção da floresta em pé.

Ailson Loper, da Apre, também se pronunciou sobre o compromisso do setor de florestas plantadas em não desmatar para plantar. Mostrou o alto rendimento da área florestal plantada, graças às muitas técnicas de plantio, além da integração à conservação de solos e biodiversidade, por meio dos consórcios de áreas produtivas com mosaicos de florestas naturais, práticas adotadas por grande parte das associadas da Apre.

Isabel Ferreira, da Rede ILPF, falou sobre como esta parceria público-privada formada pela Embrapa, cooperativa Cocamar e as empresas Bradesco, John Deere, Minerva Foods, Soesp, Suzano, Syngenta e Timac Agro tem agido para acelerar a adoção das tecnologias de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) por produtores rurais visando à intensificação sustentável da agricultura brasileira.

O encontro possibilitou mostrar a convergência da pecuária com a agricultura e a floresta e o balanço positivo de carbono gerado pela árvore no sistema ILPF. Segundo o chefe da Embrapa Florestas, “estas e outras instituições presentes, como a Ibá, conseguiram êxito ao mostrar o potencial da silvicultura brasileira, bem como a possibilidade de cooperação com outros países”.

Participaram da reunião Joseph Weiss, da Embaixada da Alemanha; Henok Merid, da Embaixada da Etiópia; Nicole Podesta, da Embaixada dos Estados Unidos e Paulo Orlandi, da Embaixada do Canadá. Erich Schaitza, chefe geral da Embrapa Florestas, conduziu a conversa, que contou com a presença de Rita Milagres, da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa; Antônio Prado, da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa; Alexandre Berndt, Chefe Geral da Embrapa Pecuária Sudeste; Jorge Malinovski, organizador da Expoforest; Isabel Ferreira, da Rede ILPF; Patrícia Machado, da Ibá; Claudinei Freitas e outros diretores do Cipem; Mário Sérgio de Lima, da Abimci; Ailson Loper, da Apre; Renato Robert, da UFPR e Itamar Junior, da Soesp.

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Forest Conecta Startup premia cases vencedores na 5ª Semana Florestal Brasileira

As cinco tecnologias vencedoras do 1º Prêmio Expoforest de Startups no Setor de Florestas Plantadas receberam seus troféus na tarde do dia 8/8, durante o 5º Encontro Brasileiro de Silvicultura e 19º Seminário de Colheita e Transporte de Madeira, eventos da Semana Florestal Brasileira. O prêmio foi realizado pelo Forest Startup Conecta, uma iniciativa da Embrapa Florestas, Ministério da Agricultura e Pecuária e Malinovski com o objetivo de promover ideias inovadoras para a área florestal. 

Na Categoria Geral, as startups vencedoras foram a Quanticum, com a tecnologia “Terrus Floresta”; a Quiron Digital, com a tecnologia “Soluções data-driven Quiron Digital Mapper e Flareless” e a Radaz, com o “Radar de sensoriamento remoto com três bandas (C, L e P) embarcado com drone. Já na categoria Estudantes, as startups vencedoras foram a Peephole, com a tecnologia “Peephone (DANI)” e a Smart Timber, com o “Smart Timber System”. Entre os vencedores, foi entregue ainda uma premiação especial para a startup com uma liderança feminina, sendo selecionada a Radaz, que recebeu da Rede Mulher Florestal o prêmio “Destaque Startup Mulher Florestal”. 

Saiba mais sobre as vencedoras

Entre as cinco tecnologias vencedoras, na categoria Geral, está a startup Quanticum, com a tecnologia “Terrus Floresta”, um sistema de diagnóstico e mapeamento da aptidão natural do solo criado com o apoio da Fapesp e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O sistema converte sinais magnéticos das nanopartículas do solo em um índice capaz de expressar diferentes capacidades agronômicas e ambientais. Isso permite o mapeamento prévio de áreas e possibilita diferentes tomadas de decisão na gestão das florestas.

“Para nós, da Quanticum, conquistar um prêmio pioneiro como esse, mesmo com poucos meses de atuação no setor florestal, mostra que há muito valor e reconhecimento em acreditar na ciência que desenvolvemos para ajudar pessoas e os biomas”, afirma Diego Siqueira, CEO na Quanticum, uma SpinOff da UNESP.

Também entre as vencedoras, está a Quiron Digital, com o case “Soluções data-driven Quiron Digital Mapper e Flareless”. A Quiron desenvolve soluções de geointeligência espacial para o mercado florestal, como é o caso da tecnologia premiada, ao utilizar inteligência artificial com os dados de satélite para criar algoritmos para monitoramento de cortes, mapeamento de uso e cobertura de terra e predição de incêndios.

“Nos sentimos muito honrados pelo prêmio, esse reconhecimento nos motiva a seguir a nossa busca por inovação e excelência, gerando insights valiosos para os tomadores de decisão ao redor do mundo”, afirma Diogo Machado, da Quiron Digital.

Outra startup, duplamente premiada, é a Radaz, com o case “Radar de sensoriamento remoto com três bandas (C, L e P) embarcado em drone”. Este produto inova por conseguir penetrar na vegetação e no solo, gerando, assim, medições de inventário, detecção de formigueiros, umidade do solo, modelo digital do terreno, subsidência (descida lenta sobre uma região extensa), entre outras diversas aplicações.

“Ficamos muito felizes com a notícia do prêmio na categoria geral e também como destaque startup mulher florestal. É um enorme prazer receber estes dois prêmios tão relevantes para o setor e a inovação do país”, diz Shaila Moreira, da Radaz. 

Na categoria Estudantes, duas startups foram vencedoras, uma delas a Smart Timber, com o case “Smart Timber System”, um sistema de rastreabilidade da madeira baseado em inteligência artificial (IA). Combinando tecnologia e conhecimento especializado, a plataforma oferece uma maneira eficiente de rastrear a origem e a identidade das espécies de madeira, seja ela nativa ou plantada.

“Nossa equipe está feliz pelo reconhecimento, receber a premiação da Forest Startup Conecta durante a Expoforest representa um marco para nossa startup e isso nos deixa confiantes para continuar esse trabalho inovador”, diz Paulo Duarte, da Smart Timber. 

Também nesta categoria, está a startup Peephole com o case “Peephone (DANI)”, uma plataforma avançada de monitoramento ambiental em tempo real. Utilizando sensores inteligentes (IoT) e análise de dados, a solução detecta precocemente incêndios florestais, monitora a qualidade do ar e clima, coleta dados sobre a biodiversidade e oferece informações valiosas para a tomada de decisões e relatórios de sustentabilidade das regiões monitoradas.

“Estamos imensamente felizes e gratos por essa premiação! É um importante respaldo para avançarmos como uma startup líder no monitoramento ambiental de precisão”, vibra Hellen Vienna, Cofundadora e CEO da Peephole.

O Prêmio

Segundo Edilson Batista de Oliveira, pesquisador da Embrapa Florestas e um dos responsáveis pela organização do prêmio, esta é uma forma de auxiliar a dar visibilidade às startups participantes. “Tivemos 27 finalistas de altíssimo nível em diferentes áreas técnicas do universo de plantações florestais. Nossa intenção é ajudar a aproximar ainda mais as startups do setor produtivo, e também viabilizar novos negócios que vão beneficiar o setor florestal”, enfatiza.

Também na organização do prêmio, Carolina Saraiva, do Ministério da Agricultura e Pecuária e Jorge Malinovski, idealizador da Expoforest, frisam as possibilidades de parceria e investimentos e destacam o alto nível dos cases selecionados, comentando que “todas as startups selecionadas merecem ser parabenizadas, pela alta qualidade das tecnologias apresentadas”. 

Para premiar o protagonismo no meio florestal e tecnológico, foi criada também a categoria “Destaque Startup Mulher Florestal”, que ranqueia entre as vencedoras uma que possua uma mulher na liderança. Para Bárbara Bomfim, presidente do Conselho Diretor da Rede Mulher Florestal, o prêmio carrega algo muito importante e simbólico.

“Para uma Startup, propriamente, ficar de pé já é super difícil. Com uma mulher como líder responsável é super desafiador. É uma porcentagem minúscula de mulheres que recebe financiamento liderando uma startup e esse prêmio ajuda a dar mais visibilidade, mostrando que as mulheres estão quebrando barreiras, com empreendedorismo e aos poucos ascendendo a cargos de tomada de decisão”, afirma.

Os apoiadores do Prêmio Expoforest de Startups Conecta são a Abaf (Associação Baiana das Empresas de Base Florestal), Abimci (Associação Brasileira de Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), ACR (Associação Catarinense de Empresas Florestais), Ageflor (Associação Gaúcha de Empresas Florestais), Amifi (Associação Mineira da Indústria Florestal), Apre (Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal), Arefloresta (Associação de Reflorestadores de Mato Grosso), Cedagro (Centro de Desenvolvimento do Agronegócio-ES), Cubo Itaú, Florestar SP (Associação Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas), Homo Ludens, Radar Agtech, Rede Mulher Florestal, Reflore (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas), SP Ventures e VBio. 

A seleção

O Comitê Técnico que selecionou as startups vencedoras foi formado por profissionais que atuam no setor de plantações florestais, em instituições públicas e privadas. A seleção dos melhores cases se baseou nos quesitos viabilidade técnica, diferencial da tecnologia, potencial de impacto técnico e econômico, fase de desenvolvimento, expectativa de prazos e visão de futuro.

O regulamento previa 26 áreas técnicas voltadas para o setor de plantações florestais (monocultivo e ILPF), nas quais as tecnologias poderiam se enquadrar. “Com base na indicação de seus autores, estas tecnologias destacaram-se com forte amplitude de áreas de atuação, apresentando sinergia com 22 das 26 Áreas Técnicas estabelecidas na tabela”, conta Edilson de Oliveira.

A Forest Startup Conecta constitui um portfólio de tecnologias desenvolvidas por startups para o todo o setor florestal brasileiro. Nos eventos técnicos da Expoforest, apenas o segmento de plantações florestais foi objeto de premiação. Entretanto, na sua continuidade, a Forest Startup Conecta vai envolver startups que desenvolvam tecnologias para os componentes de todas as formações florestais, em todos os biomas, suas restaurações e proteção, seus produtos e serviços ambientais. 

Saiba a diferença entre uma startup e uma empresa

A maioria das pessoas acredita que as startups são pequenas empresas, mas não é isso que as difere de uma empresa comum. Segundo o Sebrae, a principal diferença entre uma empresa tradicional e uma startup é a escalabilidade, ou seja, é quando um negócio consegue atender a uma demanda crescente, sem aumentar os custos e mantendo a qualidade.

Outro diferencial é que sua estrutura conta com uma equipe com foco nas oportunidades e na inovação. As startups estão constantemente em busca de investimentos e passam por várias rodadas de aportes financeiros, para crescerem de maneira sustentável.

O Marco Legal das Startups, sancionado no ano passado pela Lei Complementar n° 182/2021, trouxe importantes mudanças e novas regras para este tipo de empresa, e tem como objetivo aprimorar o empreendedorismo inovador no Brasil e alavancar a modernização do ambiente de negócios, trazendo soluções para problemas reais de outras empresas e organizações.

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Paracel anuncia primeira assinatura do contrato do Programa de Desenvolvimento Florestal

O Programa de Desenvolvimento Florestal nasceu da necessidade de aumentar a disponibilidade de madeira para matéria-prima em nível nacional e com o compromisso social de oferecer uma alternativa de negócio para os produtores das áreas de influência da Paracel.

Esse programa tem como foco a geração de renda e a diversificação das atividades dos produtores, viabilizando sua economia por meio do plantio de eucalipto e garantindo a existência de matéria-prima para a indústria.

Nesse sentido, na manhã de sexta-feira, foi assinado o primeiro contrato com a empresa Ganadera R5 S.R.L para a arborização de 2.800 ha correspondentes a 560.000 m3 de madeira. Esta propriedade está localizada nos distritos de San Alfredo e Paso Barreto, departamento de Concepción.

Agustín Zapag e Per Olofsson participaram como signatários deste evento, representando Paracel e Raúl Doria Cortés pela empresa Ganadera R5 S.R.L. Além disso, acompanharam Rodolfo Vouga, da sociedade de advogados Vouga Abogados e o CEO da Paracel, Flavio Deganutti.

No âmbito do Programa de Desenvolvimento Florestal, a Paracel pretende atingir 100.000 ha ao longo dos anos, e em 2023 atingir 4000 ha plantados, numa área de influência de 200 km do local da planta industrial, localizada no distrito de Paso Horqueta.

Alguns dos benefícios vinculados a este programa são:

  • Fortalecimento da economia florestal local, regional e nacional.
  • Fortalecimento do trabalho no campo.
  • Aumento das oportunidades de trabalho e renda no território.
  • Promoção do empreendedorismo regional.
  • Atendimento à legislação.
  • As superfícies dos plantios florestais realizarão uma importante captura de carbono presente no ar, de modo que o Paracel contribuirá para a mitigação do aumento da concentração de CO2, o principal Gás de Efeito Estufa (GEE) causador do aquecimento global.
  • Diversificação de renda.

Convidamos todas as pessoas e/ou empresas que queiram aderir ao programa, a contactarem a equipa da Fomento Forestal através do seguinte email: fomento.forestal@paracel.com.py

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Último dia do 5º Encontro Brasileiro de Silvicultura é marcado por palestras, premiações e homenagens

O segundo e último dia do 5º Encontro Brasileiro de Silvicultura (EBS), ocorrido em 8 de agosto, contou com uma rica programação composta por três palestras, mesas redondas, entrega de prêmios a startups e homenagens a pesquisadores eméritos. Organizado pela Malinovski e Embrapa Florestas, o Encontro ocorre a cada quatro anos, e vem promovendo a discussão técnico-científica entre profissionais e instituições que atuam na área florestal. Foram ao todo 30 palestrantes que abordaram os mais distintos temas da área de plantação florestal.

Segundo Edilson de Oliveira, pesquisador da Embrapa Florestas e um dos organizadores do evento, os resultados superaram as expectativas. “As startups vencedoras não pouparam elogios ao evento. Tivemos inclusive a presença de outras startups finalistas muito satisfeitas com a repercussão e com a visibilidade que estão tendo, graças às divulgações por parte dos organizadores Embrapa, Malinovski e Mapa. Destaque especial à última sessão do evento, quando foram homenageados os cientistas Paulo Ernani Ramalho Carvalho e Harri Lorenzi, que receberam troféus pelo histórico de contribuições ao setor florestal, por meio de um caloroso aplauso de pé por parte do público presente”, declara.

O primeiro painel do dia, denominado “Desafios para a produção florestal”, teve a moderação de Adriana Maugeri, presidente/CEO da AMIF – Associação Mineira da Indústria Florestal. Eduardo Ciriello, diretor florestal da Futuro Florestal, abriu as discussões com o tema “Overview das Espécies Alternativas Potenciais para Produção Florestal no Brasil”. As espécies alternativas buscam atender ao mercado de madeira serrada tropical, proveniente quase que exclusivamente da exploração de florestas naturais.

“Há atualmente uma maior gama de espécies entrando no mercado, seja para a produção de madeiras de longo prazo, sejam como espécies de ciclo curto para diferentes usos industriais”, diz. Entre as espécies exóticas, com mais investimentos, destacam-se a teca, os mognos-africanos e o cedro-australiano. Já entre as nativas, há o Paricá e Guanandi e outras espécies que têm ganhado espaço, como o Jequitibá-rosa, Louro-pardo e Ipê-felpudo.

“Estas vêm trazendo inovações ao sistema de cultivo, com a implementação de plantios mistos como alternativa aos plantios homogêneos, e a inserção do conceito Close-to-Nature que tem sido muito experimentado em diversos países”, diz. Ciriello também ressaltou a influência da agenda de mitigação das Mudanças Climáticas, e a alta demanda por Créditos de Carbono que tem direcionado grandes investimentos a esta área.

Em seguida, foi a vez de Vanderley Porfírio-Da-Silva, pesquisador da Embrapa Florestas, que abordou o assunto “ILPF na década de 2020”, começando com um histórico da atividade desde as décadas de 1970-1980, quando o enfoque era no produto da silvicultura, até meados dos anos 2000, quando os produtos das árvores começavam a ser percebidos. 

Segundo Porfírio, a evolução das percepções e o acúmulo das experiências proporcionou significativos avanços, na década de 2010, com a implementação do Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, em que figurou pela primeira vez a tecnologia agrossilvipastoril como uma das estratégias para a “Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura”.

“A partir de então, a estratégia ILPF começa a considerada uma inovação, sendo criada a Rede ILPF, uma associação cofinanciada por empresas que objetiva acelerar a adoção das tecnologias agrossilvipastoris para a intensificação sustentável da agricultura brasileira”, explica. Porfírio também destacou outros avanços, como a instituição da Política Nacional de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), o estabelecimento do primeiro protocolo para descarbonização da bovinocultura de corte, gerando, em 2015, a marca-conceito “Carne Carbono Neutro” (CCN) e a prorrogação até 2030 do Plano ABC, com versão ABC+.

Recuperação de áreas degradadas com foco econômico” foi o tema que encerrou os painéis de palestras, abordado por Alan Batista, diretor financeiro e operacional da Symbiosis, e Bruno Mariani, diretor da Symbiosis. Eles contaram como e porque desenvolveram um plano de negócio que permitiu o surgimento de uma indústria florestal focada na produção de madeira serrada por meio da silvicultura com árvores nativas.

“O desafio posto foi produzir madeira de alta qualidade com árvores nativas e, ao mesmo tempo, restaurar as reservas legais e áreas de proteção permanente, tão importantes para a produção de serviços ambientais”, conta Alan Batista. Segundo ele, o sucesso da indústria de papel e celulose indicava o caminho que era investir em melhoramento florestal, entender a silvicultura, domesticar as espécies nativas, e encontrar a melhor forma de combiná-las em consórcios, não se esquecendo das especificidades de cada espécie para se desenvolverem plenamente.

Outro foco é a produção com a biodiversidade. “Nos últimos 12 anos, temos feito inventários regulares de vertebrados e invertebrados que comprovam a grande diversidade da fauna em nossas áreas e confirmam a nossa missão, que é atender à necessidade da sociedade por produtos madeireiros sem alterar os mecanismos pelos quais os ecossistemas se sustentam”, conta Batista. O modelo foi implantado em escala piloto um grande laboratório a céu aberto de 1.500 hectares.

Após o primeiro painel foi realizada uma mesa redonda com o tema “Planejamento do orçamento versus riscos para a produtividade”, com a moderação de José Maria de Arruda Mendes Filho, sócio-diretor da Lacan Florestal e participação de Fabiano Antonio Rodrigues, diretor Florestal & Suprimentos da Sylvamo e de Julio César Tôrres Ribeiro, diretor industrial e Florestal da Cenibra.

Para começar a parte final do Encontro, uma mesa redonda unificou o público do Encontro de Silvicultura ao da 19ª Seminário de Colheita e Transporte de Madeira. A moderação foi de Erich Schaitza, chefe geral da Embrapa Florestas, com participação de Moacir Reis, presidente da Comissão Nacional de Agrossilvicultura da CNA; Paulo Roberto Pupo, superintendente da Abimci – Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente; Pedro Alves Corrêa Neto, diretor do Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas, do MAPA, e José Carlos da Fonseca Júnior, diretor executivo da IBA (Indústria Brasileira de Árvores).

No bloco final do evento, foram entregues premiações às cinco startups vencedoras do 1º prêmio Startup Expoforest, e também realizada a entrega de homenagens aos pesquisadores Paulo Ernani Ramalho Carvalho, da Embrapa Florestas, e Harri Lorenzi, diretor do Instituto Plantarum, que se destacam pelas inúmeras contribuições à área florestal.

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Florestas cultivadas no Brasil são destaque na 5ª Semana Florestal Brasileira

O primeiro dia de evento do 5º Encontro Brasileiro de Silvicultura (EBS), ocorrido no dia 07 de agosto, reuniu cerca de 600 empresários e profissionais da área florestal. A programação foi composta por seis palestras, divididas em dois painéis, seguidos por perguntas e debates. Após cada painel houve uma mesa redonda, abordando temas distintos, com outros palestrantes especialistas da área florestal. Organizado pela Malinovski e Embrapa Florestas, o Encontro buscou promover o principal palco de discussões sobre silvicultura de florestas cultivadas do Brasil.

Segundo Edilson de Oliveira, pesquisador da Embrapa Florestas e um dos organizadores do evento, o alto nível dos palestrantes tem proporcionado boas reflexões. “Selecionamos os melhores profissionais das áreas demandadas e o resultado sempre é muito positivo, pois fomenta discussões, além de trazer muita informação para quem atua no setor de plantação florestal”.

O primeiro painel, denominado “Desafios para a Produção Florestal”, contou com três palestrantes, sob a moderação de Junior Ramires, sócio diretor das Empresas Ramires, Reflortec S/A e Presidente da REFLORE/MS-Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas.

O primeiro a palestrar foi José Luiz Stape, professor de Pós-Graduação da UNESP Botucatu, abordando o tema “Avanços nos estudos de clima e produtividade florestal”. O professor fez um breve histórico sobre as mudanças na produtividade experimentadas pelo setor florestal brasileiro, e mostrou estudos sobre a relação entre clima e genética dos clones e a variabilidade de produtividade.

Stape frisou a importância dos estudos e programas cooperativos visando à busca real dos controles de crescimento da floresta, seus recursos disponíveis, fatores bióticos e abióticos. Assim como também, enfatizou a importância de uma “Rede Experimental” para compreender como os fenômenos ambientais afetam os clones, agora mapeados até nível genômico, e também do implemento do manejo orbital, que é o rastreamento contínuo sob diferentes canais óticos do dossel das florestas brasileiras. “Temos que ter delineamentos robustos e coletas de dados robustos. Se queremos produção de madeira em um ambiente com mudança climática temos que nos preocupar com tudo o que ela pode trazer”, frisa.

Em seguida, Cristiane Aparecida Fioravante Reis, pesquisadora da Embrapa Florestas, abordou o tema “Plantações florestais nas novas fronteiras do território brasileiro” e os desafios para a produção florestal com o avanço para novas áreas. A pesquisadora usou como base os mapas de distribuição espacial do IBGE (desde a década de 1980) das produções de carvão vegetal, lenha, madeira em tora para celulose e outras finalidades e látex coagulado, por municípios brasileiros.

“O intuito da palestra foi apresentar o tanto que o eucalipto tem sido importante para suprir as demandas por madeira. Ao longo dos anos, observa-se que a distribuição espacial das plantações florestais, especialmente de eucalipto, seringueira, teca e mogno-africano tem se expandido rumo às ditas ‘novas fronteiras’ do território brasileiro”, aponta. Estas têm-se referido às diversas localidades nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte e extremo Sul do Brasil, especialmente, a partir do início do século 21. 

Reis citou as contribuições da Embrapa para estas novas fronteiras, bem como os programas de melhoramento genético de espécies de Eucalyptus e, também, de Corymbia, de empresas privadas, que são referências na geração de clones/cultivares de elevada produtividade de madeira e tolerância a fatores bióticos e abióticos. Ressaltou ainda as projeções do agronegócio para a próxima década que projetam um crescimento de 24,1% na produção nacional de grãos nos próximos 10 anos, com destaque maior para o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia) , em que o crescimento deve alcançar 37,1%. Bem como o aumento na produção nacional da carne bovina (12,4%), suína (23,2%) e frango (28,1%), e leite (18,5%) “indicando forte tendência de ampliação da demanda e, consequentemente, no consumo de lenha também nos próximos 10 anos”. 

A pesquisadora também enfatizou a importância da lenha para a pujança do agronegócio, que tem sido usada nos fornos de indústrias; na secagem e beneficiamento de grãos; nas caldeiras de frigoríficos, laticínios, dentre outras indústrias alimentícias. E, ao final, a pesquisadora fez menção aos livros da Embrapa sobre o eucalipto, o mogno-africano e a teca, todos com bastante número de downloads

A terceira palestra do dia foi sobre “Estratégias para utilização de compostos clonais”, abordada por Gabriel Dehon Rezende, head corporativo de P&D Florestal da Bracell. Rezende falou sobre a importância de haver variabilidade genética disponível no gênero eucalipto, que possibilita sua exploração por meio de programas de melhoramento bem estruturados e eficientes, viabilizando a realização de novos ganhos genéticos.

Após buscar algumas soluções alternativas associadas aos plantios monoclonais, Rezende destacou a solução chamada de Compostos Clonais, que visa eliminar riscos de perdas de investimentos ao nível do talhão e sem que haja perda de produtividade. Inspirada em um jogo de basquete, com jogadores de genótipos distintos e fenótipos semelhantes.

“Não se tratava mais de misturar clones, e sim de misturar os clones de melhor performance em auto e alo-competição, viabilizando plantios igualmente uniformes aos monoclonais, porém com maior diversidade genética”, conta. Os resultados preliminares, segundo Rezende, já apontam para desempenho superior dos Compostos Clonais em relação aos melhores clones individualmente, havendo não só a segurança, mas o aumento da produtividade.

Após o primeiro painel foi realizada uma mesa redonda com o tema “Silvicultura Digital”, que teve como moderador Luiz Carlos Estraviz Rodriguez, professor titular e chefe do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ-USP e os componentes Marcos Paulo Rossi Sacco, gerente sênior de Operações Florestais da Bracell Bahia; André Dezanet, general manager da Vallourec Florestal e Jozébio Esteves Gomes, coordenador de Competitividade e Projetos Florestais da Eldorado Brasil e Eduardo Moré de Mattos, cofundador e diretor de Sustentabilidade da Geplant.

No painel vespertino, o tema foi “Operações silviculturais: cases de inovação e tecnologias”. Abrindo a sessão de palestras, Diego Cezana,coordenador de Planejamento Florestal da Veracel, falou sobre “Recomendação clonal integrada e otimizada”. Cezana contou como a Veracel Celulose desenvolveu com sucesso uma ferramenta e um processo integrado de alocação clonal e planejamento de viveiro para lidar com desafios como escolha de clone, preparo de viveiro, levando em consideração variáveis climáticas, interação entre clone-sítio e suscetibilidade a doenças.

A empresa criou uma ferramenta de análise preditiva, denominada Verótima, que uniu vários elementos em um processo integrado. Para tanto, desenvolveu um otimizador de recomendação clonal e de planejamento de viveiros. O passo seguinte foi fornecer o potencial produtivo para cada interação clone e sítio da empresa.

“Ao estabelecer um processo integrado, várias vantagens foram alcançadas, como a maior interação entre as partes envolvidas, considerando diferentes perspectivas na tomada de decisão. Além disso, incluíram-se informações de sanidade, histórico de doenças e susceptibilidade de cada clone. Definimos indicadores-chave, simplificando o processo decisório”, conta Cezana.

Na sequência, Luis Augusto dos Santos Saldanha, gerente de Silvicultura da Klabin-PR abordou o tema “Microplanejamento para potencializar plantio em áreas declivosas”. E frisou a necessidade de se montar previamente um plano de reconhecimento de uma área com suas necessidades, seguido de uma estratégia das operações necessárias à execução das atividades com segurança no local, com qualidade e com o menor custo possível.

“O manejo de florestas na Klabin é referência internacional em plantio em mosaico, que consiste no cultivo de Pinus e eucalipto entremeados por florestas nativas preservadas. Na Klabin, 41% das florestas nativas são preservadas”, afirma. De acordo com Saldanha, o microplanejamento, além da redução de risco aos colaboradores por meio da mecanização, visa proporcionar a preparação antecipada da área no período correto para executar o plantio.

Um exemplo citado é que na Klabin, 90% do preparo do solo é mecanizado. Saldanha frisou a importância do constante acompanhamento das tarefas, detalhamento fotográfico de todos os talhões presentes, treinamento de pessoal com definição de critério e o, planejamento das operações silviculturais com o intuito de sinalizar toda e qualquer situação ou divergência que possa oferecer risco às atividades.

A última palestra do primeiro dia do Encontro Brasileiro de Silvicultura, de Bruno Morales, gerente de Operações Florestais da CMPC, tratou o tema “Revolução do uso de drones em tratos culturais”. Para ele, o futuro da silvicultura 100% mecanizada e automatizada está acontecendo à medida em que a tecnologia avança e as regulamentações se ajustam.

“A incorporação de novas tecnologias, como o uso dos drones, apresenta-se como uma ferramenta estratégica e de fundamental importância, ao substituir algumas atividades manuais e mecanizadas, principalmente as aplicações de herbicidas, que reduzem a exposição de pessoas a produtos químicos, minimizando riscos de segurança e melhor consumo de água, operação acima de obstáculos”, diz.

No caso do drone, há oportunidades de coevolução em diversos aspectos que podem e devem potencializar o emprego da ferramenta no curto prazo, “como o desenvolvimento de produtos que permitem sua aplicação e efetividade com restrições de consumo de água; produtos com seletividade ao eucalipto; maior espectro de controle das diversas ervas daninhas existentes; com aprimoramento das pontas de pulverização, permitindo aumento de faixas e cobertura; baterias com maior capacidade e velocidade de recarga, drones que retornam à base para autoabastecimento e autorrecarga de forma a reduzir o número de pessoas envolvidas na operação”, bem como outras inovações citadas.

Para encerrar o primeiro dia do encontro foi relada a última mesa redonda com o tema “Rumos da mecanização X escassez de mão-de-obra”, moderada por Edimar de Melo Cardoso, diretor de Operações da Aperam BioEnergia e presidente do Conselho da AMIF – Associaçao Mineira da Industria Florestal, com a participação de Anderson Lins, diretor Florestal da Dexco; Fabian Fernandes Bruzon, diretor de Operações Florestais da Suzano e Fernando dos Santos Gomes, diretor Florestal da Arauco-MS

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Expoforest celebra a importância do setor florestal brasileiro

“Bom dia, mundo florestal!” Com esta saudação, Ricardo Malinovski, CEO do Grupo Malinovski, deu a largada para os três dias da maior feira dinâmica florestal do mundo, a Expoforest, em sua 5ª edição. A Feira, realizada em uma área de 200 hectares de plantio de eucalipto da empresa Sylvamo, contou com uma trilha de quase 5 km, com 235 estandes e áreas dinâmicas. E o “mundo florestal” esteve presente mesmo: participaram da feira cerca de 36 mil visitantes, de todos os estados da Federação e de 42 países. 

“Celebramos a pujança e a tecnologia do setor florestal brasileiro. Somos líderes em produtividade, são 10 milhões de hectares de florestas plantadas e estamos aqui para comemorar”, disse Ricardo Malinovski. Para Tatiana Kalman, vice-presidente sênior e gerente geral para a América Latina da Sylvamo, sediar um evento deste porte permite a conexão de empresas. “É uma grande honra para nós estarmos juntos a este evento de silvicultura no Brasil, um segmento extremamente importante, uma referência para o mundo. Nós temos tecnologia, temos inovação e aqui conseguimos conectar as empresas e fazer a diferença”, afirmou Kalman.

Para Erich Schaitza, Chefe Geral da Embrapa Florestas, o evento é um espaço para estabelecer e fortalecer relações entre a pesquisa e o setor florestal. “A Embrapa é uma rede brasileira com 43 centros de pesquisa em agricultura, pecuária e florestas. Nos integramos ao setor florestal de diferentes maneiras. Ao longo do tempo, temos percebido que a Expoforest e a Semana Florestal Brasileira são um dos principais canais de transferência de inovação e de ligação com o mundo”, disse Schaitza.

A participação da Embrapa na Expoforest contou com estande e uma área demonstrativa de um hectare de integração lavoura-pecuária-floresta – ILPF. Neste local, buscou-se mostrar o sistema silvipastoril com gado, pastagem e eucalipto, com manejo florestal para produção de biomassa. A área apresentou informações de tecnologias da Embrapa Florestas, Embrapa Gado de Corte, Embrapa Pecuária Sudeste e foi montada com apoio da Rede ILPF; e parceria da Soesp, Ouro Fino Genética Animal, Datamars Speedrite e Tryber. 

O estande da Embrapa também foi uma vitrine: parte construído em madeira engenheirada, com tecnologia de alto desempenho termoacústico, em parceria com a startup Lagom e Rede ILPF; e parte construído em madeira de nativas, fruto de manejo florestal sustentável, em parceria com o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso/Cipem, Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal/FNBF e Casacerta. Dentro do estande foram mostradas diversas tecnologias e pesquisas voltadas ao setor de base florestal: sistemas de produção de eucalipto e pinus, controle de pragas, mudança climática, ILPF, biotecnologia, manejo florestal sustentável, entre outros. 

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Parcerias contribuem para levar soluções inovadoras durante Expoforest

Pesquisas e tecnologias relacionadas aos sistemas integrados de produção foram apresentadas aos visitantes da Expoforest 2023, em Guatapará (SP), de 09 a 11 de agosto. Estudos desenvolvidos pela Embrapa mostram que a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta promove uma agropecuária mais eficiente, economicamente viável, com bem-estar animal, mitigação de Gases de Efeito Estufa (GEE) e conservação do meio ambiente.

Para apresentar um pouco sobre as possibilidades desses modelos de produção, três Unidades da Embrapa (Embrapa Florestas, Embrapa Gado de Corte e Embrapa Pecuária Sudeste), a convite da Malinovski, organizadora do evento, montaram uma área demonstrativa com um hectare de ILPF. O trabalho contou com diversos parceiros públicos e privados, além da Associação Rede ILPF.

Para a diretora executiva da Rede, Isabel Ferreira, a ideia é não só ampliar os hectares de sistemas integrados, mas aumentar os modelos no país com o componente florestal. Segundo ela, dos mais de 17 milhões de hectares de integração, menos de 10% integram árvores. “A Expoforest foi uma oportunidade para tentar reduzir as barreiras e os mitos existentes em relação ao componente florestal para ampliar a inclusão do ‘F’ nesses sistemas”, destacou Isabel.

A Sementes SOESP, integrante da Rede desde 2018, contribuiu com o plantio de diferentes capins em quatro áreas da feira. O diretor executivo da empresa, Itamar de Oliveira Junior, ressaltou a importância de cuidar do solo, que é o bem maior dos produtores.  Oliveira ainda falou do potencial de aumento da produtividade com a ILPF. “A produtividade é multiplicada por três, além de ser sustentável. Coloca Carbono no solo, conserva o meio ambiente e, ainda, gera renda maior para os produtores”, afirmou.

Ítalo Gentil, gerente de áreas da Datamars, conta que a empresa preocupa-se em ajudar os produtores por meio de soluções simples, integradas e conectadas. A cerca elétrica móvel é uma dessas tecnologias, e foi apresentada durante a feira para melhorar a infraestrutura dos sistemas integrados. De acordo com Gentil, “a cerca possibilita praticidade na instalação, mobilidade e custo baixo ao pecuarista que pensa em introduzir a integração na fazenda”.

Cochos de alimentação e bebedouros portáteis para dar mais praticidade no manejo das áreas com animais de propriedades que adotam sistemas integrados. Essa foi a estratégia da Tryber Tecnologia, parceira da Embrapa na Expoforest. De acordo com Fernando Custódio, a empresa desenvolve equipamentos que melhoram o manejo dos animais. Os produtos tornam a alimentação mais eficiente, diminuindo o custo com mão de obra e pensado para facilitar o deslocamento entre piquetes.

Para Gustavo Ribeiro, diretor de pecuária da Ouro Fino Genética Animal, que colaborou com a presença de bovinos da raça Nelore na área, “um dos elementos importantes para o sucesso da pecuária é a genética animal. Isso, aliado a sistemas sustentáveis de produção, garantem uma pecuária com cada vez mais qualidade e que atende a um mercado consumidor cada vez mais exigente”.

Segundo Carlos Henrique de Paula e Silva, diretor técnico da CATI Regional Ribeirão Preto, “no trabalho de extensão, levamos aos produtores as melhores práticas para suas propriedades, e a ILPF hoje é uma das tecnologias sustentáveis que temos incentivado”. Para o engenheiro agrônomo, Julio Takaki, da prefeitura de Guatapará e que atua junto a CATI, “estimular a adoção da ILPF entre os produtores da região é essencial para melhorar a qualidade do solo, aumentar a produtividade e a renda, além de elevar a biodiversidade local”.

Durante toda a feira, pesquisadores e especialistas da Embrapa participaram com palestras e dinâmicas sobre sistemas de integração, focados, principalmente, na redução de emissão de GEE e sequestro de Carbono pelas árvores e pelo solo, tanto na pecuária leiteira, como na pecuária de corte.

A Embrapa tem soluções que possibilitam uma agropecuária com mais tecnologias, eficiência, sustentabilidade e responsabilidade com os consumidores.

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Pesquisadores da Embrapa recebem homenagens pelos 50 anos de contribuição à área florestal

Durante a 5ª Semana Florestal Brasileira, que aconteceu de 07 a 11 de agosto, na região de Ribeirão Preto/SP, além de seminários técnicos e da realização da maior feira florestal dinâmica, foram entregues homenagens a dois dos maiores pesquisadores brasileiros que se destacam pelas inúmeras contribuições à área florestal: o pesquisador emérito da Embrapa Florestas, Paulo Ernani Carvalho, e o pesquisador e diretor do Instituto Plantarum, Harri Lorenzi.

Ambos foram homenageados pelo trabalho de mais de meio século dedicado ao estudo e divulgação de conhecimentos sobre espécies florestais de ocorrência no Brasil. Os dois pesquisadores são responsáveis por séries de livros resultantes de extensa pesquisa bibliográfica, estudos e observações de campo nas ocorrências naturais das espécies.

Paulo Ernani Ramalho Carvalho se dedicou ao estudo e divulgação de conhecimentos sobre espécies florestais de ocorrência no Brasil e em outros países. Autor da série “Espécies Arbóreas Brasileiras”, com cinco volumes que reúnem informações de 340 espécies, também é conhecido pelo público infanto-juvenil com o livro “A Viagem das Sementes”, lançada em 1994. Em sua trajetória, destacam-se diversas outras obras. Os conhecimentos silviculturais disponibilizados em suas obras proporcionam orientação sobre preservação, conservação e uso dessas espécies, como integrantes de soluções ambientais e de promoção do agronegócio florestal. Paulo Ernani é o cientista mais citado na silvicultura brasileira e suas contribuições, além de atenderem a pesquisadores, docentes e estudantes, têm servido de base para programas de Educação Ambiental para diferentes públicos (crianças, adolescentes, professores, e grupos de terceira idade), disseminando a importância das florestas na contribuição para a continuidade do ciclo de vida da natureza. As publicações são didáticas e atendem, com orientações técnicas, produtores rurais e todos aqueles que querem plantar árvores nativas, buscando os mais diferentes serviços ambientais. “Como Engenheiro Florestal há 52 anos, sinto-me honrado em receber essa homenagem, que reconhece e coroa o trabalho que desenvolvi na pesquisa, como Dr. Paulo, e na educação, como Tio Paulo. O meu agradecimento a todos vocês”, disse em mensagem de vídeo.

Harri Lorenzi, engenheiro agrônomo e botânico brasileiro, é autor de dezenas de artigos e livros sobre plantas e fundador do Instituto Plantarum de Estudos da Flora que, além de uma editora, conta com uma vasta biblioteca; laboratório; jardim botânico com mais de cinco mil espécies vegetais, sobretudo espécies nativas do Brasil; herbário com 20 mil exsicatas; e carpoteca. Lorenzi trabalhou como pesquisador no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), no Centro de Tecnologia Copersucar e, em 1998, foi pesquisador convidado da Universidade Harvard. O pesquisador realizou várias expedições de identificação e coleta de sementes, além de material para herbários e fotos das várias regiões do Brasil, incluindo todos os ecossistemas. Nestas viagens, encontrou várias espécies desconhecidas para a ciência e outras tantas ameaçadas, inclusive algumas que já eram consideradas extintas. As viagens incluem idas à Amazônia, ao Brasil Central, à Zona da Mata Mineira, ao sertão da Bahia e à Serra do Espinhaço. “Sinto-me agradecido e lisonjeado pela deferência. Tenho recebido várias homenagens internacionais de Instituições do primeiro mundo, mas jamais havia recebido ou visto coisa similar de uma Instituição Brasileira. Isto demonstra um alto grau de maturidade no País no reconhecimento de méritos de pessoas ligadas às ciências”, declarou Lorenzi.

Entre seus livros estão “Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil”, com 3 volumes, também editados em inglês; “Plantas Ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras”; “Plantas Daninhas no Brasil: Terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas”; “Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e exóticas”; “Árvores Exóticas no Brasil: Madeiras, ornamentais e aromáticas”; “Botânica Sistemática: Guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II”; “Manual de Identificação e Controle de Plantas Daninhas: plantio direto e convencional”; “Morfologia Vegetal: Organografia e Dicionário Ilustrado de Morfologia das Plantas Vasculares”; “Palmeiras Brasileiras e Exóticas Cultivadas”; “As Plantas Tropicais de R. Burle-Marx”; “Flora Brasileira: Arecaceae (Palmeiras)”, entre outras obras.

A Semana Florestal Brasileira é uma realização da Malinovski e conta com a parceria da Embrapa Florestas na organização do Encontro Brasileiro de Silvicultura.

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