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Conheça a nova etapa da trilha do eucalipto e também do caminho que a celulose do Projeto Cerrado da Suzano

Produzidas nos viveiros da Suzano por meio da técnica chamada estaquia (plantio de pequenas estacas de caule, raízes ou folhas), milhões de mudas de eucalipto são transportadas até as fazendas onde a empresa cultiva as árvores que vão suprir a demanda de sua nova fábrica em Ribas do Rio Pardo.

Envoltas em tubetes feitos de um tipo de papel biodegradável, que se decompõem ao serem plantados, elas são acondicionadas em caixas e transportadas em caminhões para serem plantadas e se transformarem em árvores.

Para chegar ao estágio de plantio, a muda de eucalipto leva de 90 a 120 dias, nas condições ideias de desenvolvimento. A qualidade do material genético utilizado e cuidados com as condições ambientais – como temperatura e horas de sol corretas –, além de manejo de irrigação e adubação, garantem o desenvolvimento correto da planta.

Pátio de madeiras

Depois de colhidas no campo, as toras de eucalipto chegarão à nova fábrica da Suzano por meio de tri-trens e hexatrens, para serem convertidas em celulose. No pátio de madeiras, os caminhões serão descarregados com o auxílio de 10 enormes gruas, que serão operadas por cinco equipes de oito operadores cada uma.

As toras de eucaliptos também poderão ser descarregadas diretamente nas linhas de preparo de cavacos, de onde serão transportadas por meio de gigantescas esteiras até os picadores. As quatro mesas de picagem seca, mais a linha híbrida, serão capazes de produzir até 10 milhões de metros cúbicos de cavacos por ano.

Você sabia?

As esteiras da nova fábrica da Suzano têm capacidade para transportar até 1,3 mil toneladas por hora de cavacos. As cinco linhas de transporte são usadas para interligar as áreas de Cozimento, Gaseificação e a Caldeira de Biomassa. Somadas, elas chegam a 4 mil metros de distância, o que representa quatro vezes o comprimento da maior montanha russa do mudo, a Kingda Ka nos Estados Unidos.

Ao contrário do passeio radical, que pode chegar à velocidade máxima de 206 km/h, as correias transportadoras de cavacos têm velocidade média de 9 km/h. Toda a fábrica possui 43 transportadoras por correia, sendo que a maior possui 276 metros de comprimento, transportando os cavacos de uma ponta a outra em menos de dois minutos.

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Bracell inova com monitoramento por imagem da regeneração da vegetação nativa

Liderado pela estagiária Elisiane Dantas da Conceição, o projeto foi desenvolvido pelas áreas de Meio Ambiente e Geoprocessamento da Bracell Bahia

Os programas ambientais da Bracell acabam de ganhar um reforço importante: é o Monitoramento da Regeneração de Áreas Degradadas por Imagens (M-RADI). A ferramenta permite monitorar o avanço da regeneração por meio de imagens geoespaciais, que, após parametrização, fornecem dados quantitativos da restauração florestal ao longo dos anos de forma prática e com menor custo. Liderado pela estagiária Elisiane Dantas da Conceição, o projeto foi desenvolvido pelas áreas de Meio Ambiente e Geoprocessamento da Bracell Bahia e conta com imagens de satélites e com um software de informações geográficas gratuito.

Após a análise quantitativa é feita uma amostragem de validação das informações e coleta de dados quantitativos, levando em consideração fatores como nível de degradação, qualidade do solo, qualidade da flora e a influência dos plantios de eucalipto na região.

Joedson Silva, coordenador de Meio Ambiente e Certificações, diz que “a ferramenta potencializa a conservação e a preservação das áreas de mata nativa, melhorando a gestão do Programa de Regularização Ambiental (PRA)”. Ele explica que o projeto permite “reduzir custos, otimizar o tempo e a segurança das informações, além de acelerar a regeneração natural e da biodiversidade”. A Bracell Bahia investe cerca de R$ 600 mil anuais em projetos de recuperação, já tendo regenerado mais de 8 mil hectares.

O projeto consiste no cruzamento sistemático dos dados obtidos por satélite, nos shapes das áreas degradadas pré-identificadas e na metodologia de avaliação das informações, gerando resultados específicos sobre o estágio de regeneração das áreas. Com isso, é possível avaliar as características ambientais dos fatores que influenciam a regeneração natural e a melhoria da biodiversidade.

Até a implantação do M-RADI, em dezembro de 2022, a atualização das planilhas era feita manualmente, com visitas periódicas para avaliação de diversas áreas em mais de 30 municípios. Com o monitoramento por imagem, é possível planejar melhor o PRA e tomar medidas assertivas para a restauração natural. Dentre os benefícios da restauração está o aumento do sequestro de carbono pelas matas nativas, o aumento da biodiversidade de fauna e flora, a conservação dos recursos hídricos, a restauração de solos degradados e/ou erodidos e o combate à desertificação.

Além disso, o projeto poderá ajudar na prevenção e controle de incêndios florestais e desmatamento ilegal. Isso porque o M-RADI tem sido testado também para monitorar eventuais intervenções recentes em áreas de vegetação nativa de difícil acesso, podendo gerar um alerta para a área de Segurança Patrimonial e Meio Ambiente da Bracell a fim de verificar a ocorrência e direcionar as medidas imediatas de combate.

A Bracell planeja recuperar todas as áreas degradadas em suas propriedades até 2031. Para isso, mantém duas iniciativas principais: o Plano de Erradicação de Exóticas (PEE) e o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad). Este conta com um complexo diagnóstico do solo, vegetação local, clima, relevo, fauna silvestre e outros. Os dados obtidos ajudam a definir se a metodologia de recuperação a ser adotada será a regeneração assistida (com uso do M-RADI) ou regeneração ativa (nucleação, plantio por linhas, adensamento ou chuva de sementes).

Em setembro, o projeto M-Radi conquistou o terceiro lugar na categoria “Estágio” do Prêmio IEL de Talentos, concedido pelo Instituto Euvaldo Lodi, que tem como objetivo estimular o empreendedorismo, a qualificação de talentos e o desenvolvimento das empresas, contribuindo para a consolidação de uma indústria mais forte e competitiva.

Estagiária lidera o projeto

Um dos destaques do projeto, além do avanço para a regeneração de áreas degradadas, é o fato de ele ser liderado por uma profissional em fase de formação. Trata-se de Elisiane Dantas da Conceição, que cursa Engenharia Sanitária e Ambiental na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), e é estagiária no setor de Meio Ambiente e Certificações Florestais na Bracell. O acesso dela ao estágio se deu por meio do IEL, parceiro da Bracell na preparação, seleção e acompanhamento dos estagiários.

Segundo ela, “o estágio na Bracell proporciona várias formas de capacitação, com treinamentos, palestras, minicursos e grupos de trabalho (GTs) que promovem a motivação, o conhecimento e a confiabilidade para a execução das atividades”.

Um fato que agrega bastante, na opinião dela, é o fato de a empresa integrar a Sociedade de Investigações Florestais (SIF) e a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), que conta com um GT com estudiosos, pesquisadores e empresas do Brasil e do exterior que desenvolvem pesquisas focadas na restauração florestal. “Isso faz com que haja um intercâmbio de métodos e tecnologias que aceleram o processo de restauração das áreas degradadas”, observa a estudante.

E um dos resultados dessa união de esforços, como ela ressalta, é o desenvolvimento do próprio M-Radi, que foi detalhado progressivamente à medida que foram obtidas mais informações. “Até a entrega do projeto, houve diversas etapas de elaboração organizadas para garantir o desenvolvimento sustentável, o baixo custo e a funcionalidade da ferramenta”, explica.

Elisiane Dantas da Conceição é a líder do projeto/ Foto: Acervo Bracell

Sobre a Bracell

A Bracell é uma das maiores produtoras de celulose solúvel e celulose especial do mundo, com duas principais operações no Brasil, sendo uma em Camaçari, na Bahia, e outra em Lençóis Paulista, em São Paulo. Além de suas operações no Brasil, a Bracell possui um escritório administrativo em Cingapura e escritórios de vendas na Ásia, Europa e Estados Unidos. www.bracell.com

Sobre a RGE

A RGE Pte Ltd gerencia um grupo de empresas com operações globais de manufatura baseadas em recursos naturais. As atividades vão desde o desenvolvimento e a colheita de recursos sustentáveis, até a criação de diversos produtos com valor agregado para o mercado global. O compromisso do grupo RGE com o desenvolvimento sustentável é a base de suas operações. Todos os esforços estão voltados para o que é bom para a comunidade, bom para o país, bom para o clima, bom para o cliente e bom para a empresa. A RGE foi fundada em 1973 e seus ativos atualmente ultrapassam US$ 30 bilhões. Com mais de 60.000 funcionários, o grupo tem operações na Indonésia, China, Brasil, Espanha e Canadá, e continua expandido para envolver novos mercados e comunidades. www.rgei.com

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A difícil batalha de um investidor para transformar a restauração florestal em uma indústria multibilionária na Escócia

Jeremy Leggett aposta que o sector da restauração da biodiversidade valerá em breve uma fortuna. Nem todo mundo está convencido.

Numa península remota da Escócia, está em curso uma experiência para atribuir um valor monetário à restauração da natureza – o primeiro passo para transformar paisagens deslumbrantes em todo o mundo em activos que alguns investidores esperam que em breve valham fortunas.

Highlands Rewilding no início deste ano comprou uma propriedade de 1.370 hectares chamada Tayvallich em um pedaço de terra na costa oeste do país por £ 10,5 milhões (US$ 13 milhões). A empresa planeja restaurar pântanos nativos, charnecas de zimbro e fragmentos de floresta tropical temperada do Atlântico que foram perdidos devido a décadas de pastoreio excessivo de ovelhas e veados. Os fundos para o projeto foram reunidos de fontes variadas – há a MFS Investment Management, com sede em Boston, e indivíduos ricos, mas também pequenos investidores de uma campanha de crowdfunding e um empréstimo de £ 12 milhões do UK Infrastructure Bank.

Assim que a recuperação estiver em andamento, uma equipe de ecologistas usará ferramentas como amostragem de DNA ambiental e armadilhas fotográficas para medir a melhoria no estado da terra e de seus habitantes. Esse delta será agrupado num título chamado crédito de biodiversidade, que pode ser comprado por empresas que queiram mostrar que estão a dar um contributo positivo ao planeta ou compensar quaisquer danos causados ​​noutros locais pelas suas operações.

Todos os envolvidos apostam que a Escócia aprovará em breve uma lei que obriga as empresas a compensar o seu impacto ambiental financiando a protecção noutros locais. Uma regulamentação semelhante deverá entrar em vigor na Inglaterra no início do próximo ano. Estão também de olho num mercado global e não regulamentado para os créditos, que foi impulsionado pelo compromisso de quase 200 países de travar e reverter a perda de biodiversidade até 2030, e por novas orientações para as empresas enfrentarem os riscos relacionados com a natureza.

Tayvallich Estate, Escócia, Reino Unido. em 5 de setembro. Highlands Rewilding planeja restaurar plantas e árvores nativas que foram perdidas devido a décadas de pastoreio excessivo. Fotógrafa: Lorna MacKay/Bloomberg
Jeremy Leggett junta-se a um grupo crescente de empresários preocupados com o meio ambiente. Fotógrafa: Lorna MacKay/Bloomberg

Ainda assim, ainda é cedo e o verdadeiro potencial do mercado permanece incerto. A empresa Fintech CreditNature prevê que poderá valer até 35 mil milhões de dólares até 2050, enquanto o Inevitable Policy Response, um think tank, espera que esteja perto dos 18 mil milhões de dólares por ano.

“Estamos na fronteira, operando com enormes incertezas”, disse Jeremy Leggett, executivo-chefe da Highlands Rewilding, que possui duas outras propriedades na Escócia que estão embarcando em projetos semelhantes. Ele já assinou um acordo com uma empresa europeia, que não quis identificar. “A boa notícia é que hoje em dia é difícil encontrar alguém que não pense que este admirável mundo novo está chegando.”

O gerente da propriedade, Ewan Paterson, inspeciona um cacho de Devil’s-bit Scabious, a principal planta alimentar da ameaçada borboleta Marsh Fritillary, na propriedade Tayvallich. Fotógrafa: Lorna MacKay/Bloomberg

Leggett fundou a Highlands Rewilding em 2020 com os lucros da venda da Solarcentury, uma empresa que fundou na década de 1990 e que se tornou um dos maiores fornecedores de painéis solares do Reino Unido. Ele compara as oportunidades no que chama de “indústria de recuperação da natureza” ao nascente setor de energias renováveis ​​há 30 anos. “Parece o dia da marmota”, disse ele.

‘Latifundiários Verdes’

O empresário junta-se a um grupo crescente de empresários preocupados com o ambiente, muitas vezes apelidados de “latifundiários verdes” pelos habitantes locais, que compram propriedades na Escócia para lucrar com o chamado capital natural gerado a partir de projectos de reflorestamento. O país é considerado um local privilegiado para tais empreendimentos porque décadas de criação de ovelhas, caça de veados e caça a perdizes deixaram a terra que outrora abrigava a antiga Floresta da Caledônia , sobrepastoreada e estéril.

A maioria dos outros projetos que surgiram nos últimos anos, incluindo terrenos comprados pela Aviva Plc, pela Standard Life e pela cervejaria Brewdog, bem como pelo bilionário dinamarquês Anders Holch Povlsen, têm sido dedicados ao cultivo de árvores ou à restauração de turfeiras para gerar créditos de carbono, utilizados pelas empresas para compensar as suas emissões de gases com efeito de estufa. Leggett está entre os primeiros a se aventurar em créditos de biodiversidade.

Uma antiga escola na propriedade. A Escócia poderá em breve aprovar uma lei que obrigue as empresas a compensar o seu impacto ambiental financiando a protecção noutros locais. Fotógrafa: Lorna MacKay/Bloomberg
A Reserva Natural Nacional Taynish perto da propriedade Tayvallich. Fotógrafa: Lorna MacKay/Bloomberg

Na vizinha Inglaterra, os créditos de biodiversidade são criados utilizando uma métrica concebida pelo governo que inclui factores como o tipo de habitat, a sua condição e a probabilidade de o rejuvenescimento ser alcançado. Leggett diz que está em contacto com os decisores políticos do governo escocês e pensa que a abordagem a norte da fronteira será bastante semelhante. Em resposta a um relatório divulgado quarta-feira que mostra que as nações do Reino Unido estão entre as mais depauperadas da natureza na Terra, o governo escocês disse que planeia legislar sobre metas juridicamente vinculativas para a restauração da natureza até 2025.

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Outros estão céticos de que o mercado de créditos à biodiversidade possa ganhar força e que não enfrente os mesmos problemas que as compensações de carbono, que são muito mais generalizadas. Três décadas após a criação do mercado de carbono, ainda há questões sobre se os créditos cumprem os benefícios climáticos prometidos. Surgiram vários casos de empresas que manipularam linhas de base ou reivindicaram créditos por florestas que nunca foram ameaçadas.

Porto de Tayvallich. A Escócia tem o padrão de propriedade fundiária mais concentrado do mundo desenvolvido, com cerca de 400 pessoas ou empresas na posse de metade das terras privadas do país, de acordo com os últimos dados disponíveis. Fotógrafa: Lorna MacKay/Bloomberg
Barcos no estreito de Sound of Jura em Argyll & Bute. Fotógrafa: Lorna MacKay/Bloomberg

A biodiversidade também é mais complicada de medir. Ao contrário de uma molécula de dióxido de carbono que é a mesma onde quer que seja encontrada, a própria diversidade que torna estes activos naturais valiosos também os torna menos fungíveis. “Convencer um fabricante no norte de Inglaterra de que deve comprar um crédito de biodiversidade gerado no México não funcionará”, disse Bill Gilbert, diretor-gerente da NatWest Markets Plc, acrescentando que não tem visto muita procura por créditos de biodiversidade em geral.

Projetos de reflorestamento

Também não se sabe se e por quanto tempo tais projetos poderão reter o apoio das comunidades próximas. A Highlands Rewilding faz parte de um grupo de empresas que tem enfrentado resistência por parte dos habitantes locais, ativistas e legisladores que argumentam que os empresários que compram terrenos para projetos de rewilding estão a aumentar os custos e a precificar os residentes. É um tema particularmente controverso na Escócia, onde ricos proprietários de terras removeram à força pessoas das suas terras no século XVIII para abrir espaço para a lucrativa criação de ovinos, um período conhecido como Clearances.

Até hoje, o país tem o padrão de propriedade fundiária mais concentrado do mundo desenvolvido, com cerca de 400 pessoas ou empresas – menos de 0,01% da população – na posse de metade das terras privadas do país, de acordo com o último relatório. dado disponível. Mesmo que as suas intenções sejam boas, os empreendedores ambientais que pretendem reconstruir a Escócia são muitas vezes vistos como uma continuação da tendência de o dinheiro externo comprar terras para obter lucros que não serão partilhados com a população local.

Uma operação florestal comercial perto da propriedade Tayvallich. Leggett planeja derrubar plantações de monoculturas em suas propriedades e substituí-las por árvores indígenas. Fotógrafa: Lorna MacKay/Bloomberg
O fazendeiro Erik Riddell, 28 anos, nasceu na vila e foi recentemente contratado pela Highlands Rewilding para administrar seu rebanho de gado Shorthorn-Highland. Fotógrafa: Lorna MacKay/Bloomberg

“Seja em torno da mudança para ovelhas e depois da mudança para veados e da mudança para árvores e da mudança para energias renováveis, as terras da Escócia sempre foram vistas como um livro aberto”, disse Ailsa Raeburn, presidente da Community Land Scotland, uma organização para comunidades proprietários de terras.

O governo escocês tentou inverter a tendência aprovando legislação que dá aos grupos locais a primeira recusa sobre lotes de terreno que são colocados à venda e acesso a subsídios de até 1 milhão de libras se quiserem fazer uma compra. Mas o recente frenesim causado pela natureza pela aquisição de terras está a empurrar os preços para um nível que as comunidades não podem pagar. O preço médio de um imóvel na Escócia aumentou 193% desde 2019, de acordo com o braço imobiliário do BNP Paribas SA, Strutt & Parker. Cerca de um em cada três negócios ocorre fora do mercado, dificultando a organização a tempo dos moradores locais.

Os residentes da aldeia de Tayvallich, que abriga uma população em declínio de cerca de 100 pessoas, tinham um plano para comprar alguns dos 13 lotes à venda para construir casas com rendas acessíveis, mas em vez disso todos os terrenos foram para Highlands Rewilding. Inquilinos e funcionários da propriedade temiam perder suas casas e empregos.

A loja e café da vila em Tayvallich. Em 2008, um grupo local ganhou financiamento da Loteria Nacional para comprar a loja de proprietários privados e desenvolvê-la como uma empresa comunitária. Fotógrafa: Lorna MacKay/Bloomberg
Angus Shackleton Fotógrafo: Lorna MacKay/Bloomberg

Leggett tentou tranquilizar os moradores locais assinando um acordo com um grupo comunitário que inclui uma política de não despejo para inquilinos e disposições para empregos locais. Ele se comprometeu a garantir que todas as casas construídas ou vendidas no terreno sejam residências primárias, em vez de segundas residências ou alojamentos turísticos, e a envolver a comunidade local em novas políticas e planos de negócios, embora não tenham direito de veto. O grupo comunitário também garantiu o compromisso da Highlands Rewilding de vender algumas casas e terrenos a preço de custo e recentemente arrecadou £ 565.000 do Scottish Land Fund para financiar o projeto.

“O sentimento é bom por enquanto, mas ainda é cedo”, disse Angus Shackleton, um funcionário de 30 anos do café local que nasceu e cresceu na aldeia. Ele viu seus amigos irem para a universidade e nunca mais voltarem, afastados pelo declínio dos empregos na silvicultura, pesca e agricultura, e pelos preços das casas inflacionados pela falta de oferta e pelo influxo de proprietários de casas de férias. A única escola primária de Tayvallich tem 20 alunos, um número inferior ao dobro do de há uma década. A pré-escola é ainda menor, com apenas duas crianças.

“Até agora tudo bem, mas o veredicto ainda não foi dado”, disse Nicholas Mes, um sul-africano que se mudou para Tayvallich há quase uma década e agora gere a loja da aldeia. “O tempo dirá”, disse Mandy Crompton, uma assistente administrativa independente que se mudou para a aldeia há cerca de 35 anos e representa uma iniciativa comunitária no conselho de administração local de Highlands Rewilding.

Dinheiro para a Biodiversidade

O sentimento de cautela é partilhado por Andrew Thin, presidente da Scottish Land Commission, que está preocupado com o facto de a natureza especulativa do projecto Highlands Rewilding poder expor os habitantes locais a riscos financeiros. O modelo de negócios da empresa “envolve uma alavancagem significativa de capital e previsões de receitas invulgarmente especulativas”, escreveu Thin numa carta a Leggett que vazou nas redes sociais . Isto implica “um elevado grau de risco não apenas para Highlands Rewilding, mas também para as comunidades e funcionários que dependem de você”.

Leggett não se intimida. Ele contratou cientistas para começar a coletar dados nas três propriedades da empresa para registrar as linhas de base contra as quais qualquer melhoria será medida. Isso inclui observações de campo, monitoramento acústico, amostragem de DNA ambiental e instalação de armadilhas fotográficas. A Highlands Rewilding espera poder vender qualquer propriedade intelectual e tecnologia que a equipe desenvolva no processo, contribuindo para sua receita total projetada de £ 100 milhões na próxima década. Os créditos de biodiversidade, gerados a partir das propriedades da própria empresa, bem como daquelas que ela espera eventualmente gerir para outras pessoas, deverão gerar cerca de 70 milhões de libras.

Porto de Crinan perto da propriedade Tayvallich. Leggett tentou tranquilizar os moradores locais assinando um acordo com um grupo comunitário que inclui uma política de não despejo para inquilinos e disposições para empregos locais. Fotógrafa: Lorna MacKay/Bloomberg

Leggett reconhece que o seu modelo de negócio é “uma aposta” para que os governos vejam através das mudanças no uso da terra necessárias para atingir as suas metas líquidas zero e de proteção da natureza, mas é uma aposta que ele acha que vale a pena perseguir. “Você apenas tem que fazer a melhor estimativa possível até que o regime político desça”, disse ele. “Estou muito otimista.”

Mídia visual produzida em parceria com Outrider Foundation
Photo Editing por Jody Megson

Fonte: Bloomberg

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