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Avanços e desafios na colheita mecanizada

A colheita mecanizada de árvores reflorestadas surgiu como uma técnica inovadora e promissora para o setor, trazendo benefícios econômicos, sociais e ambientais. É um avanço significativo na indústria florestal, que, ao longo das últimas décadas, vem substituindo métodos tradicionais de colheita, garantindo maior eficiência em todos os processos da cadeia de extração.

Equilibrar essa eficiência com práticas sustentáveis de manejo florestal é uma necessidade do mercado. É importante que as empresas atuem em conformidade com regulamentações ambientais, uma vez que a indústria de reflorestamento desempenha papel vital na conservação da vida selvagem e na mitigação das mudanças climáticas.

A busca por técnicas menos invasivas ao meio ambiente atreladas à produtividade leva os produtores à escolha da colheita mecanizada em suas plantações. Porém, a junção desses benefícios requer pesquisa, desenvolvimento e investimentos significativos. Para isso, a terceirização do processo é uma opção, já que empresas especializadas em colheita atuam com equipamentos altamente sofisticados e adequados para cada cliente, garantindo a escolha mais racional para soluções confiáveis e seguras em colheita florestal e logística de madeira.

Como solução para essa demanda de mercado, é importante que empresas do setor ofereçam as melhores tecnologias e os mais modernos equipamentos para a automatização de todo o processo, que vai desde a colheita à entrega final das árvores reflorestadas para a produção de celulose e carvão vegetal renovável, por exemplo. A adaptabilidade é um dos maiores diferenciais, o que permite atuar nos mais diversos terrenos, com equipamentos adequados, de acordo com o tamanho do cliente, suas características e necessidades. 

Um exemplo é o plantio de eucalipto em áreas inclinadas que se tornou uma solução diante da escassez de terrenos planos. A empresa terceirizada tem que oferecer condições para viabilizar o melhor modal de colheita que proporcione o maior volume de madeira, com segurança e com o menor custo possível para o cliente neste tipo de terreno. Esses benefícios somente são possíveis devido à alta tecnologia dos produtos e serviços, que também contam com sistemas de controle avançados, como sensores, GPS e câmeras instalados nos equipamentos.

Os avanços da colheita mecanizada de árvores reflorestadas também tangem a segurança dos profissionais, quando comparadas à técnica manual. A precisão das novas tecnologias garante ambiente controlado e seguro, reduzindo riscos de acidentes e lesões aos operadores. Para isso, faz-se necessário investimento contínuo na capacitação técnica e comportamental dos colaboradores.

Embora existam desafios a serem superados, o potencial de crescimento do setor, impulsionado pela automatização dos processos, é altamente promissor para o mercado florestal. A colheita mecanizada permite maior eficiência e sustentabilidade nas operações florestais, resultando em benefícios tanto para produtores quanto para o meio ambiente.

Artigo de: Igor Dutra de SouzaDiretor Florestal da Reflorestar

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Fruta recordista em Vitamina C é usada em projeto inovador para a restauração da floresta amazônica

Apesar de ser pouco conhecido no Brasil, o camu-camu é considerado o “Rei da Vitamina C”, sendo 20 vezes mais rico do que a acerola


Uma fruta da região amazônica riquíssima em Vitamina C vem sendo usada em um projeto de restauração de florestas no Sudoeste do Pará. Trata-se do camu-camu (Myrciaria dubia), um alimento de casca roxinha, opaca e grossa. Para fins de comparação, de acordo com a Embrapa, o camu-camu possui 20 vezes mais vitamina C do que a acerola. Com teor de vitamina C de 2,7g em 100g de polpa, em média, equivale a quase 40 vezes ao da polpa de laranja ou 60 vezes ao suco de limão. O projeto tem como objetivo possibilitar alternativas para o enriquecimento nutricional da fauna e também o cultivo comercial voltado à população local.

Apesar do alto valor nutritivo, o camu-camu ainda é pouco conhecido pelos brasileiros. Esse cenário pode mudar, no entanto, já que mudas do camucamuzeiro vêm contribuindo para ajudar a restaurar áreas da região amazônica do Médio Xingu. Através de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), pesquisadores estudaram técnicas para melhorar a forma de coletar sementes, produzir mudas e realizar os plantios de diversas espécies, incluindo o camu-camu.

Cerca de 45 mil mudas, de aproximadamente 35 espécies nativas da região amazônica foram manejadas durante a execução do estudo e replantadas, restaurando até o momento 80 hectares – o equivalente a 112 campos de futebol.  Uma parte das mudas foi doada para a UFPA, para as comunidades locais envolvidas no projeto e para Secretaria de Meio Ambiente de Vitória do Xingu (PA) para ações de plantio na região, fomentando assim a produção sustentável. Já foram investidos mais de R$ 7 milhões no projeto, que vai até o final deste ano.

“Essa pesquisa foi uma troca de conhecimento muito importante, principalmente para mim, que venho de outra região, e para mostrar aos moradores que podem explorar melhor, de forma sustentável, tudo que temos aqui de biodiversidade”, disse o pesquisador Arthur Pace Stehling. Além de Arthur, outros 15 pesquisadores fazem parte da iniciativa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Companhia.

O trabalho alia o conhecimento dos ribeirinhos em sua execução e acontece em 12 regiões ao longo da Volta Grande do Xingu.

“Com o envolvimento de pessoas das comunidades, foi possível mapear árvores adultas utilizadas como matrizes, desenvolver uma rede de coletores de sementes, e produzir mudas que foram utilizadas para estudar diferentes métodos de restauração. Além disso, a interação dos pesquisadores com as comunidades garantiu cenário de diálogos sobe a importância de áreas de floresta para a alimentação dos animais, bem como a possibilidade de atividade econômica sustentável”, avaliou Roberto Silva, Gerente de Meios Físico e Biótico da Norte Energia.

Iniciado em abril de 2021, o projeto já proporcionou a coleta de aproximadamente uma tonelada de sementes, de diversas espécies, pelos moradores da região.

“Em qualquer parte do mundo a pesquisa é um norteador de conhecimento, mas também de tecnologia. Quando unimos projetos de ciência e tecnologia e podemos contribuir para a capacitação de moradores da comunidade local, além resultados técnicos, também conseguimos gerar o que a comunidade precisa a curto prazo. O projeto permitiu formar capital humano e atender as necessidades das comunidades”, concluiu o professor Emil José Hernandez, doutor e coordenador do curso de Biologia da UFPA.

Morador da comunidade Kaituká, Marloson Lima da Silva atuou como auxiliar técnico ao longo do estudo, recebendo apoio financeiro e capacitação para trabalhar na coleta das sementes e no replantio.

“Meu entendimento era o de um ribeirinho. Hoje, eu consigo enxergar de forma diferente com o aprendizado que recebi. Estamos entrando em um ciclo de preservação, porque o mundo está pedindo e a gente tem que se habituar a isso para deixarmos um legado para nossos filhos e netos”, resumiu.

Sobre o camu-camu

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) aponta que o camu-camu possui 20 vezes mais vitamina C do que a acerola. Com teor de vitamina C de 2,7g em 100g de polpa, em média, o que equivale a quase 40 vezes ao da polpa de laranja ou 60 vezes ao suco de limão, podendo chegar a 3,0g por 100g de polpa integral, apesar de seus inúmeros benefícios à saúde e de ser um fruto com grande potencial econômico, ainda não é amplamente consumido no Brasil.

O camu-camu tem despertado o interesse de diversos setores industriais como fármaco, cosmético, conservante natural e alimentício. Da casca extrai-se corante natural. Além disso, o tipo de vitamina C encontrado no camu-camu não é destruído pelo calor.  A produção de polpa se destina à exportação para países como a França e Japão, onde é utilizada na elaboração de bebidas alimentícias, preparo de sorvetes, geleia, doces, licores, novo sabor para refrigerantes, bem como na confecção de cápsulas e pastilhas de vitamina C.

O que é o P&D?

Desenvolvido pela Norte Energia, empresa concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento PD-07427-0221/2021 foi intitulado de “Metodologias inovadoras de Restauração Ecológica com ênfase no enriquecimento nutricional para a fauna do Trecho de Vazão Reduzida da UHE Belo Monte: integrando modelos bioeconômicos à conservação dos ecossistemas amazônicos”.

Executado pela BIOCEV Serviços de Meio Ambiente e Fundação do Instituto de Biociências (FUNDIBIO), em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), o projeto obteve excelentes resultados.

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Mercado de Carbono passa pelo Senado com objetivo de neutralidade em emissões até 2050

Empresas que desejam participar do lucrativo mercado precisam verificar seu relatório de emissões de gases de efeito estufa (GEE)

O Projeto de Lei nº 412/2022 que cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) foi aprovado pelo Senado Federal. Sua regulamentação pode render até US$ 100 bilhões ao Brasil, segundo a Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil), e as expectativas governamentais são que até 2050, as emissões brasileiras sejam neutralizadas.

Empresas que conseguem reduzir suas emissões abaixo das permissões alocadas podem vender os créditos de carbono excedentes. A cada tonelada de gás não emitido, é gerado um crédito de carbono, que pode ser vendido para empresas ou governos de países que necessitam atingir metas de redução de GEE, mas que não conseguem por problemas econômicos ou dependência de combustíveis poluentes, por exemplo.

Para participar do mercado de carbono é necessário calcular, primeiramente, a pegada de carbono da organização. A partir dela é possível traçar estratégias para reduzir as emissões, resultando em créditos de carbono para comercialização. O relatório e projeto de redução de emissões de GEE devem ser verificados por organismos certificadores independentes, garantindo a veracidade da mensuração dos gases.

“Com um mercado regulamentado, o país ou empresa que desejam adquirir crédito de carbono sentem maior confiança no fechamento do negócio. Participar desse bilionário mercado, sem dúvida, é um grande incentivo para que as empresas reduzam suas emissões e, consequentemente, avancem na pauta de proteção ao meio ambiente”, pontuou Paulo Bertolini, diretor-geral da APCER Brasil, certificadora de origem portuguesa com atuação global.

O mercado voluntário seguirá existindo, com projetos de redução de emissões em setores de energia renovável, reflorestamento, eficiência energética, entre outros, gerando créditos que podem ser comercializados por pessoas físicas ou empresas que não necessariamente se encaixam nos padrões do SBCE.

“A necessidade de um organismo certificador verificar o relatório de emissões e reduções de GEE é uma questão ética, para que números fraudulentos não sejam comercializados e o mercado mantenha-se legítimo e ajudando efetivamente o planeta”, conclui Bertolini.

Sobre a APCER

APCER é uma empresa de origem portuguesa, reconhecida mundialmente como um dos principais prestadores de serviços de certificação, auditoria a fornecedores, auditoria interna e treinamento. A organização oferece soluções de valor a instituições de qualquer setor de atividade, permitindo que se diferenciem em um mercado cada vez mais complexo e em constante mudança. Conheça mais sobre os serviços oferecidos em: https://apcergroup.com/pt-br/.  

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Manejo sustentável de florestas foi tema de Conferência IUFRO 2023 América Latina

Discursos de abertura abordaram a importância da utilização e conscientização sobre o uso da madeira como matéria-prima renovável e sustentável

A discussão de temas relacionados a iniciativas que buscam moldar paisagens resilientes para o benefício das comunidades e da biodiversidade, marcou o início da Conferência IUFRO 2023 América Latina, realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por meio de sua Unidade Embrapa Florestas, e a União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal (IUFRO).

Com mediação de Martin Sanchez Acosta (INTA, Argentina), a abertura do evento contou com a participação do Comitê Organizador e Científico da conferência, que destacou a importância da programação diversificada para reflexão do manejo sustentável em florestas naturais e plantadas, além da relevância de encontros como a IUFRO 2023 como oportunidade de networking e discussões sobre o desenvolvimento de práticas coerentes à sustentabilidade.

Os diferentes usos das florestas para a produção de madeira foram os tópicos emergentes da solenidade de abertura, sendo sublinhados por Breno Campos, que representou o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, na solenidade. A importância da engenharia florestal para o valor agregado da matéria prima em construções, mobiliários, entre outros produtos em que a madeira é utilizada, foi destaque no contexto do manejo sustentável.

A gestão territorial em paisagens amplas ou em propriedades rurais esteve na fala do Presidente do Instituto de Engenharia do Paraná, José Carlos Dias Lopes, que explicou o impacto positivo do gerenciamento da terra para a conservação da biodiversidade, e, consequentemente, para a melhor qualidade de vida da população. Dias aproveitou a oportunidade para divulgar a necessidade do agrupamento entre a área rural e a urbana para a conservação ambiental em solos heterogêneos e interativos.

O Brasil ocupa um papel importante na descontaminação do ambiente pelo manejo sustentável, imprescindível para a biossegurança, sobretudo em relação à pesquisa de organismos geneticamente modificados, apontada por Erich Schaitza, Chefe Geral da Embrapa Florestas, como alternativa tecnológica assertiva para o aumento da produtividade As florestas naturais e as plantadas, gerenciadas sustentavelmente, tornam-se fontes para a geração de energia,  construção de produtos madeireiros e crescimento econômico, decorrentes da cooperação nacional e internacional. O melhoramento genético, o plantio de árvores para a neutralização da emissão de carbono, os novos usos de florestas plantadas com matéria prima renovável e sustentável, e a necessidade da criação de uma comunicação organizada com a sociedade, estiveram entre os tópicos considerados urgentes pelos presentes.

Aliado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), as florestas são fundamentais nos quesitos de combate à fome, melhoramento da agricultura e produção responsável, conforme a afirmação do diretor administrativo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná CREA – PR, Joao Groque. O diretor ressaltou a qualificação de engenheiros florestais para a resolução de problemas técnicos na paisagem e minimização dos impactos da atividade industrial no meio-ambiente, além da obtenção de recursos econômicos angariados dentro das regras de licenciamento.

A Conferência IUFRO 2023 destaca-se como incentivadora ao progresso ambiental, ao propor a troca de ideias, participação em grupos de trabalho e reflexões sobre soluções que promovam o bem-estar da humanidade, como citou Yeda Malheiros de Oliveira, pesquisadora da Embrapa Florestas e presidente do evento. Oliveira ainda destacou a ampla pesquisa realizada pela Embrapa em relação a benefícios e impactos das e nas florestas, e a necessidade do trabalho em conjunto com a pesquisa científica, pensamento também validado pela vice-reitora da UFPR, Graciela Bolzon de Muniz. Ambas ressaltaram a necessidade da construção de estratégias conjuntas entre as universidades, instituições públicas, setores produtivos públicos e privados, que proporcionem o crescimento do país por meio de uma parceria sólida. 

A abertura da Conferência ainda propôs a promoção de inter-relações com outros países, ressaltada pela presença de palestrantes internacionais e participação da Coordenadora do Programa de Desenvolvimento de Capacidades da IUFRO, Janice Burns, que reafirmou a importância da conexão entre profissionais florestais, cientistas e formuladores de políticas de desenvolvimento.

Outros assuntos, como o desenvolvimento tecnológico para impulsionar a gestão ambiental, a estreita relação entre plantação, produção, consumo e economia, e a importância do incentivo financeiro de empresas privadas e órgãos públicos para o progresso no setor também foram abordados, tendo sido destacada a necessidade de incentivos fiscais coerentes a cada modo de produção, como já é realidade em outros países.

O Diretor Geral do Serviço Florestal Brasileiro, Garo Batmanian, levantou um ponto crucial: a falta de informação da população sobre o uso da madeira, uma vez que boa parte da sociedade relaciona o corte de qualquer árvore ao problema do desmatamento, mas a produção florestal em si é feita com base técnica e práticas sustentáveis.  A conscientização sobre essas diferenças é importante para a mudança de hábitos de consumo e para que a população também atue na reividicação de maior agilidade na implementação das leis.

A cerimônia marcou, ainda, a entrega de uma menção honrosa da Embrapa Florestas à Rede Mulher Florestal, por seu trabalho em prol da igualdade e equidade de gênero, proporcionando um alinhamento cada vez maior do setor florestal brasileiro aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente o ODS 5 (igualdade de gênero).

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