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São Paulo se prepara para combater a vespa-da-madeira, uma das principais pragas de pinus

A vespa-da-madeira, uma das principais pragas dos cultivos de pinus no Brasil, começa a causar preocupação em produtores do estado de São Paulo. Até então com presença já controlada no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, novos relatos de presença da praga em São Paulo acenderam o alerta e reuniões já foram realizadas com Embrapa Florestas, Funcema, IPEF e associações de produtores.

A vespa-da-madeira é uma espécie que pertence a uma família de insetos denominada “Siricidae”, originária a Europa, Ásia e Norte da África. Nesta família existem várias espécies que atacam o pinus, tanto plantas que já estão mortas quanto plantas vivas. A espécie que foi detectada no Brasil em 1988 e que está presente na maioria dos plantios de pinus no país, principalmente em Pinus taeda e Pinus eliottii, é a Sirex noctilio, conhecida como vespa-da-madeira. Ela ataca árvores vivas, causando sua morte. Um amplo Programa de Manejo Integrado de Pragas foi estabelecido pela Embrapa Florestas e parceiros e está sendo executado há 35 anos, contando com a participação do setor produtivo, por meio do FUNCEMA (Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais), que congrega mais de cem empresas florestais. A execução das atividades orientadas pelo Programa tem permitido manter esta importante praga sob controle no Brasil, evitando perdas de alto impacto para toda a cadeia produtiva do pinus.

Porém, a recente detecção de uma espécie de “Siricidae” em plantios de pinus tropicais utilizados para resinagem, no Estado de São Paulo, tem preocupado o setor. Segundo  Susete Chiarello Penteado, pesquisadora da Embrapa Florestas e coordenadora do Programa de Controle da Vespa-da-madeira, “as amostras coletadas em campo indicam ser uma outra espécie de ‘Siricidae’, e já estamos trabalhando na sua identificação. Esta é uma etapa muito importante, pois com a identidade do inseto determinada poderemos fazer um planejamento assertivo de ações para seu controle”, explica.

No dia 4 de dezembro, foi realizada uma reunião com a participação da Embrapa Florestas e de entidades e produtores do Estado de São Paulo. Nesta reunião, a pesquisadora Susete Chiarello Penteado fez uma apresentação sobre o reconhecimento da praga, sintomas, danos e as medidas de monitoramento e controle e também esclareceu várias dúvidas dos produtores. 

O próximo passo será a realização de uma reunião em fevereiro de 2024, em São Paulo, que contará com a participação de diferentes instituições, como associações de produtores, instituições de pesquisa, instituições estaduais, Embrapa Florestas, Funcema entre outras, com o objetivo de definir um plano de ação para o monitoramento e controle da praga no Estado.

Controle da vespa-da-madeira
“Velha conhecida” dos produtores de pinus dos estados do Sul, a vespa-da-madeira poderia ter inviabilizado os plantios na região. Com o trabalho de pesquisa realizado, foi possível desenvolver um programa de manejo integrado de praga, aliado ao controle biológico com o nematoide Deladenus siricidicola (conhecido como Nematec). Produzido na Embrapa Florestas, o nematoide esteriliza as fêmeas da praga e apresenta uma eficiência média de 70%, mantendo a praga sob controle. Com a identificação correta do inseto que está atacando os plantios em SP, será possível indicar a melhor forma de controle.  

Informações: Embrapa Florestas.

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Reunião do CECA debate projeto de fábrica de celulose da Arauco e Lei do Pantanal

O projeto da fábrica de celulose da Arauco em Inocência de R$ 28,3 bilhões e a Lei do Pantanal que deve ser sancionada na segunda-feira foram as principais pautas da última reunião do ano do Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA) realizada na sexta-feira (15) na Semadesc.

A reunião foi conduzida pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) Jaime Verruck que é presidente do Conselho e contou com a presença do secretário-adjunto Walter Carneiro Júnior e o secretário-executivo de Meio Ambiente Arthur Falcette.

Reunião do Conselho Estado de Controle Ambiental (CECA) debateu o projeto da fábrica da Arauco em Inocência e a Lei do Pantanal.

No encontro gerentes da Arauco apresentaram detalhes do projeto que prevê a instalação de uma planta de celulose branqueada que vai produzir 2,57 milhões de toneladas por ano. A estimativa é que sejam geradas até 12 mil vagas durante a obra que deve ter início no primeiro trimestre de 2025.

O objetivo foi mostrar o andamento das ações principalmente ambientais do projeto para conseguir a licença prévia do empreendimento.

Além disso o secretário de Meio Ambiente Arthur Falcette detalhou a Lei do Pantanal que será sancionada nesta segunda-feira pelo governador Eduardo Riedel. Durante a apresentação ele mostrou os principais pontos da Lei, que prevê entre outras medidas, a criação de um fundo para promover o desenvolvimento sustentável; proíbe plantio de soja, eucalipto e cana-de-açúcar; e também veta a instalação de hidrelétricas e carvoarias. A lei deve entrar em vigor em 60 dias, a partir da data de publicação em Diário Oficial.

“Foi um trabalho intenso, conduzido por um Grupo de Trabalho nomeado pelo Ministério do Meio Ambiente que fez quatro reuniões presenciais e inúmeros encontros e contatos virtuais para acertar detalhes. Foram ouvidos representantes de organizações não governamentais, produtores rurais, órgãos ambientais estadual e federal, instituições de pesquisa como a Embrapa e entidades representativas das comunidades que habitam o Pantanal”, destacou.

Informações: Semadesc.

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Exportações do agronegócio capixaba de janeiro a novembro de 2023 ultrapassam o valor comercializado em todo ano passado

Os três principais produtos da pauta das exportações do agronegócio capixaba — complexo cafeeiro, celulose e pimenta-do-reino — representaram mais de 92,5% do valor total comercializado de janeiro a novembro deste ano

De janeiro a novembro de 2023, as divisas somaram mais de US$ 1,9 bilhão, ou R$ 9,4 bi, valor 12% superior ao total exportado em todo o ano passado (US$ 1,7 bi). No acumulado deste ano, o crescimento foi de 21,4% no valor comercializado e de 6,7% em volume, na comparação com o mesmo período de 2022. Mais de 2,3 milhões de toneladas de produtos do agronegócio capixaba foram embarcadas para o exterior.

As maiores variações positivas no valor comercializado foram para gengibre (+94%), café cru em grãos (+54,8%), carne bovina (+37,6%), café solúvel (+12,4%) e celulose (+6,8%), que compensaram a queda em divisas da carne de frango (-45,5%), peixes (-40,2%), mamão (-15,4%) e pimenta-do-reino (-9,1%). Os três principais produtos da pauta das exportações do agronegócio capixaba — complexo cafeeiro, celulose e pimenta-do-reino —representaram mais de 92,5% do valor total comercializado de janeiro a novembro deste ano.

Em relação ao volume comercializado, houve variações positivas para café cru em grãos (+99,4%), carne bovina (+41,8%) e pimenta-do-reino (+8,2%). Houve queda na quantidade exportada de carne de frango (-49,7%), peixes (-37,2%), mamão (-27,5%), gengibre (-9,8%), álcool etílico (-8%), café solúvel (-3,9%) e chocolates e preparados com cacau (-2%).

“Com resultados apresentados até aqui, é possível ultrapassar neste ano os US$ 2,1 bilhões em divisas com as exportações do agronegócio capixaba para mais de 100 países e alcançar o melhor resultado desde 2011, fruto de muito trabalho e resiliência dos produtores e das agroindústrias do Espírito Santo, que conseguem atingir mercados em todos os continentes com produtos de qualidade e sustentáveis”, afirma o secretário de Estado de Agricultura, Enio Bergoli.

No acumulado de janeiro a novembro, dez produtos se destacaram no valor comercializado. O complexo cafeeiro permanece em primeiro lugar na geração de divisas com US$ 923 milhões (48%), seguido por celulose com US$ 704,2 milhões (36,6%), pimenta-do-reino com US$ 151,6 milhões (7,9%), gengibre com US$ 34,2 milhões (1,8%), mamão com US$ 18,9 milhões (0,98%), carne bovina com US$ 17,6 milhões (0,91%), chocolates e preparados com cacau com US$ 14,8 milhões (0,77%), álcool etílico com US$ 12,4 milhões (0,65%), carne de frango com US$ 8,6 milhões (0,45%) e peixes com US$ 5,3 milhões. O conjunto de outros diversos produtos do agronegócio somou US$ 31,2 milhões (1,62%).

Na pauta de exportação do ano passado, a celulose foi o principal produto do agronegócio capixaba, correspondendo a 40,53% do valor das exportações. Contudo, em 2023, o complexo cafeeiro passou a ocupar o primeiro lugar, impulsionado pelo café conilon que quase triplicou o volume de sacas exportadas neste ano. De acordo com o Centro de Comércio do Café de Vitória (CCCV), de janeiro a novembro deste ano, foram exportadas 3.512.621 sacas de café conilon cru em grãos, enquanto no total de 2022 foram exportadas 1.182.864 sacas.

Além das exportações de café conilon cru em grãos, ainda há volumes consideráveis de café solúvel, cuja exportação foi de 435.457 sacas de janeiro a novembro de 2023. O café conilon está cada vez mais eficiente em logística e aumentou a oferta de cafés com certificações de qualidade e sustentabilidade, permitindo ao Brasil acessar mercados consumidores dessa espécie que antes eram compradores de outras origens produtoras. 

“O complexo cafeeiro foi o grande destaque das exportações do agronegócio, consolidando o principal arranjo produtivo agrícola como o primeiro em geração de divisas, superando e muito as exportações de celulose. E o café conilon, presente em cerca de 50 mil propriedades rurais capixabas, foi o grande responsável por impulsionar esse resultado, visto que essa espécie representa mais de 76% do volume exportado do complexo cafeeiro”, complementa Bergoli.

O Espírito Santo foi o maior exportador de pimenta-do-reino, mamão e gengibre entre os estados brasileiros, além de terceiro colocado na comercialização do complexo cafeeiro, envolvendo café cru em grãos, solúvel e torrado/moído.

A Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), por meio da Gerência de Dados e Análises (GDN), realiza mensalmente um levantamento detalhado das exportações do agronegócio capixaba, a partir dos dados originais do Agrostat/Mapa e do Comexstat/MDIC.

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Guararapes inaugura showroom sustentável, na maior fábrica de MDF das Américas

Guararapes inaugura o terceiro showroom da marca, com foco em sustentabilidade, na experiência do cliente e conexão com a natureza. Com  600 m² , está localizada na maior fábrica de MDF das Américas, em Caçador.

A ideia da Casa Guararapes surgiu com a ampliação da fábrica. Temos a maior planta de MDF das Américas e agora ainda mais completa, com este novo espaço para apresentar os nossos produtos e receber os visitantes. Desde o início, pensamos em um projeto com o menor impacto possível na natureza, por isso, contamos com a experiência do UGreen, escritório referência mundial em construções sustentáveis. Todo o processo, desde a pesquisa até a construção da Casa, levou dois anos, e como resultado, temos um espaço que integra conforto térmico, economia de energia, incidência de luz natural, equilíbrio acústico e conexão com a natureza“, detalha Humberto Oliveira, Diretor Comercial e de Marketing da Guararapes. 

Responsável pela concepção arquitetônica, design de interiores e consultoria de sustentabilidade simultânea, a UGreen realizou mais de 2 mil simulações para o projeto, buscando a melhor orientação da edificação. A arquitetura foi criada por Filipe Boni e o projeto de interiores por Flávia Kloss. O paisagismo foi assinado por Luciane Galvão.

A Casa Guarapes Caçador demonstra o posicionamento da marca não apenas com a entrega de produtos de qualidade, mas também com uma nova arquitetura, que coloca performance, o usuário e o planeta no centro da equação. Esses benefícios atingem a classe de arquitetos passando por fornecedores e chegando até o usuário final, sendo um agente de mudança“, detalha.

Casa Guararapes Caçador possui ventilação natural, atinge uma taxa de 80% de conforto térmico ao longo do ano e os espaços luminosos garantem conforto visual. A obra seguiu o conceito de construção a seco, que não utiliza água durante a execução, o  showroom foi construído com os materiais da marca, compensado e revestimentos internos de MDF. 

Quem visitar o local, encontrará os produtos e a história da empresa, MDF em grandes formatos, demonstração do passo a passo do processo produtivo de compensados e do MDF, sala de reuniões, adega, área gourmet e espaço para palestras.

Desenvolvemos um ambiente perfeito para receber clientes e fornecedores, que será um ponto de encontro dos profissionais de marcenaria, arquitetura e design de todo o Brasil. Além disso, estamos de portas abertas e queremos receber a comunidade local, escolas e faculdades“, comenta.

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Bosque de Curitiba reduz a temperatura em até 4ºC

Uma das mais bem preservadas florestas urbanas da capital paranaense, o Bosque Reinhard Maack, foi cenário de um estudo realizado, ao longo de três anos, pela Embrapa Florestas (PR) para avaliar a temperatura e o fluxo de gases de efeito estufa (GEE). Com o tema Contribuição de uma floresta urbana na atenuação da temperatura do ar para enfrentamento da mudança do clima: caso do Bosque Reinhard Maack, o trabalho apresenta resultados importantes, com destaque para a significativa redução da temperatura média do ano no interior da floresta, de até 4°C, quando comparada com áreas externas próximas ao bosque. Os dados mostram e reiteram a importância dos remanescentes florestais urbanos, no âmbito dos microclimas, para o enfrentamento de mudanças climáticas, diante das altas emissões de gases de efeito estufa nas cidades.

Esses resultados provêm de um amplo estudo componente da Rede Saltus, no projeto “Dinâmica de gases de efeito estufa e dos estoques de carbono em florestas naturais e plantadas: práticas silviculturais para mitigação e adaptação à mudança climática”. De forma complementar, outro estudo associado a esse que avaliou a temperatura e identificou a possível contribuição do bosque para o microclima local foi o trabalho de conclusão de curso (TCC) da aluna de agronomia Laura Malage, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na Embrapa Florestas.

Nesse estudo foi feita a fitossociologia da área para indicar as espécies florestais de maior ocorrência, além da avaliação dos gases de efeito estufa e a determinação do estoque de carbono no solo e na vegetação, considerando a sua relação com a estrutura e a composição do remanescente florestal. Os dados finais permitiram avaliar o potencial do bosque na mitigação de GEE. Segundo os pesquisadores da Embrapa responsáveis pelo estudo, Marcos Rachwal (foto) e Josiléia Zanatta, o diferencial desse trabalho se dá pelo amplo escopo de aspectos avaliados e pelo tempo de monitoramento da área urbana.

O bosque urbano Reinhard Maack, onde o estudo foi desenvolvido, é um remanescente de Floresta Ombrófila Mista (FOM), também conhecido como floresta com araucária ou pinheiral, localizado ao sul da capital paranaense. Em 1989, ano de sua implantação, o principal objetivo era a promoção da educação ambiental. “O alto grau de conservação desse bosque, aliado ao fato de estar localizado em uma região onde os remanescentes florestais nativos e arborização urbana são escassos, foi um dos motivos da escolha”, explica Rachwal.

Resultados sugerem políticas públicas de conservação desses espaços em centros urbanos

As temperaturas no bosque foram monitoradas entre abril de 2019 e junho de 2022, em quatro locais preestabelecidos: na rua externa ao bosque, no estacionamento externo, na borda próxima à entrada da trilha, e no interior da mata. No período observado, a amplitude térmica nas áreas avaliadas foi de 8,7 °C a 33,6 °C, com variações em função das diferentes posições e estações do ano. No interior, a temperatura média anual foi de 17,1 °C. Na entrada do remanescente, o valor médio foi de 19,1 °C. No estacionamento, posicionado um pouco mais longe do bosque, mas com algum sombreamento de árvores, a temperatura foi de 19,7 °C. No local mais afastado, em frente a um sobrado residencial, na esquina do bosque, o valor médio de temperatura foi de 20,9 °C.

“No caso desse estudo, a presença de árvores no estacionamento e mesmo na borda da mata nativa já amenizou a temperatura do ar observada na rua, em mais de 1 ºC, em praticamente todas as estações”, observa Rachwal. “É importante que tenhamos mais áreas verdes para multiplicar o efeito de arrefecimento da temperatura, mesmo em uma escala local”, complementa Zanatta.

Além desse trabalho, poucos estudos abordaram o potencial de contribuição dos bosques urbanos. Entre eles, está o que avaliou o parque Chapultepec, no México, ao apresentar no interior da floresta urbana uma redução de 2 ºC a 3 ºC de temperatura, comparada aos arredores construídos. Outra avaliação feita em praças de Maringá (PR) apontou diferenças de 2 ºC a 3,8 ºC entre áreas sombreadas pelas árvores e áreas com radiação direta. Também em Curitiba, mais um trabalho mostrou temperaturas de 2,3 ºC maiores em áreas da cidade do que no interior de florestas urbanas. Esses estudos e outros que vêm sendo realizados reforçam a diferença microclimática proporcionada pela vegetação nos centros urbanos.

De acordo com os pesquisadores, é perceptível um padrão de redução da temperatura à medida que a mata nativa se torna mais próxima. Isso se deve à interceptação da radiação pela copa das árvores, que converte a energia em calor, proporciona sombreamento e assim reduz as temperaturas das superfícies dos objetos sombreados. Também ocorre a liberação de água pela respiração das folhas, resfriando o ambiente. “Esses mecanismos são exemplos de como os ecossistemas florestais urbanos atuam em diferentes esferas no enfrentamento às mudanças climáticas, seja para atenuação da temperatura e conforto térmico, ou para infiltração e armazenamento de água no solo. Esses aspectos justificam a necessidade de políticas públicas que estimulem a conservação e ampliação desses espaços, visando atenuar os impactos da mudança do clima”, destaca Rachwal.

Figura 1 – Ao longo dos anos a urbanização na região próxima ao Bosque Reinhard Maack transformou a paisagem, com a conversão de áreas naturais em estruturas urbanas (Figura 1). Imagem superior corresponde ao ano de 1952, e inferior ao ano de 1990. Fonte: Adaptado de IPPUC (2021).
Figura 2 – Imagem 3D do Bosque Reinhard Maack e indicação dos pontos de investigação da temperatura do ar. (1) Rua externa ao bosque, esquina das ruas Waldemar Kost e Conde de São João das Duas Barras; (2) estacionamento externo do bosque; (3) borda do bosque próxima à entrada da trilha; e (4) interior da mata. Fonte: Adaptado de IPPUC (2019).

Araucária tem papel fundamental no estoque de carbono

Um importante resultado do estudo foi a realização do inventário florestal no Bosque Reinhard Maack. O trabalho fez também estimativas do estoque de carbono nos compartimentos vegetais e no solo, bem como o monitoramento da temperatura e dos fluxos de N2O (óxido nitroso), CH4 (metano) e CO2 (dióxido de carbono) durante três anos.

No inventário florestal e no estudo fitossociológico que integraram a pesquisa, foram amostrados 501 indivíduos, que estão distribuídos em 27 famílias botânicas e 39 espécies lenhosas conhecidas. “O estudo apontou que o carbono da biomassa de Araucaria angustifolia, em conjunto com Allophylus edulis e Jacaranda micrantha representou 54% do total armazenado”, afirma a graduanda. A Araucaria angustifolia desempenhou papel fundamental no estoque de carbono, com valor de 40 toneladas por hectare (t/ha). Laura Malage afirma que a árvore-símbolo do estado do Paraná representou 39% do estoque de carbono contido na biomassa do bosque, ressaltando a importância dessa espécie longeva para o carbono.

O remanescente apresentou estoques de carbono correspondentes a 260 t/ha, compostos por 6 t/ha na serrapilheira, 102 t/ha na biomassa vegetal e 152 t/ha no solo na profundidade de até 1 metro. Com área de 7,8 ha, o carbono armazenado no bosque foi de mais de 2 mil toneladas. A emissão acumulada anual de óxido nitroso foi de 1 kg/ha de nitrogênio na forma de N2O por hectare por ano; a absorção de metano foi de 7 kg de carbono na forma de CH4 por hectare por ano, e a emissão de gás carbônico igual a 11 kg de carbono/ha/ano. Houve uma compensação de 51% da emissão de N2O pela absorção de CH4.

Mitigação x adaptação

Entre as ações possíveis para atenuar os efeitos das mudanças climáticas está a mitigação. Esta se relaciona com a redução de emissões de GEE. Por outro lado, a adaptação indica mecanismos que auxiliam as comunidades na resiliência diante dos impactos causados. Nesse sentido, os ecossistemas florestais em meio urbano podem atuar como serviços ecossistêmicos no sequestro e estoque de carbono, regulação climática, regulação dos fluxos de água, purificação do ar, além de proporcionar bem-estar à comunidade.

Informações: Embrapa Florestas.

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