Economistas e pesquisadores citam danos no setor de habitações, na infraestrutura e no índice Atividade Econômica Mensal
Com a expansão dos incêndios florestais no Chile, que já deixaram mais de 130 mortos, especialistas do país calculam que o prejuízo causado pelo fenômeno ultrapassou US$ 1 bilhão.
Economistas e pesquisadores consultados pelo jornal chileno La Tercera mencionam 3 tipos de danos:
- impactos no setor de habitações, na infraestrutura das cidades e no funcionamento das empresas;
- aumento do custo fiscal no país;
- impacto sobre o índice Imacec (Atividade Econômica Mensal, em português), responsável por traduzir a atividade de diferentes setores da economia em um mês.
“A perda de estoque de capital dos incêndios de 2023 foi estimada pela Direção de Orçamentos em US$ 883 milhões. Dada a magnitude do desastre, é possível que as perdas cheguem a US$ 1,2 bilhão”, afirma Tomás Flores, economista do think tank LyD (Libertad y Desarrollo).
Flores calcula ainda que o financiamento da reconstrução de casas afetadas pelas chamas no país implicará um custo fiscal de US$ 481 milhões.
Já para Juan Ortiz, o economista sênior do Observatório do Contexto Econômico da UDP (Universidade Diego Portales), o valor do prejuízo ficará entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão. “Tudo isto a partir de estimativas que foram feitas em emergências passadas”, afirma.
Luis Gonzales, pesquisador de mudanças climáticas, energia e meio ambiente da Pontifícia Universidade Católica do Chile, colabora com a análise de Ortiz e afirma que os estragos em 2024 são maiores do que os registrados em incêndios de 2023 e de 2017.
“Até agora, o impacto está radicado nos setores habitacionais, fala-se de mais de 40.000 pessoas afetadas e 15.000 casas danificadas, o que faz presumir que esse nível de dano é 10 vezes maior do que observamos no verão de 2023 e 2017”, afirmou.
Quanto ao impacto no Imacec, os especialistas afirmam que os principais setores a sofrerem as consequências financeiras da catástrofe climática serão a agropecuária e o turismo.
“Os principais danos serão de produtividade. Há um dano de partes industriais, mas mais importante é o dano ao turismo como produto da perda do parque botânico de Viña del Mar”, afirmou o pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Chile.
O governo do Chile decretou na 2ª feira (5.fev.2024) toque de recolher nas províncias de Valparaíso –que reúne alguns dos principais destinos turísticos do país– e Marga Marga depois de os incêndios florestais persistirem no país desde a 5ª feira (1º.fev).
Informações: Poder360.