Setor madeireiro estima que ampliar área de concessão aumentaria arrecadação de impostos, criaria novos empregos e aumentaria o faturamento bruto de produção
A ampliação das áreas de concessão de florestas para o manejo sustentável, dos atuais 1,4 milhão de hectares para 20 milhões de hectares, poderia incrementar R$ 3,3 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, de acordo com estimativa do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF).
Com mais de 450 milhões de hectares de florestas nativas no país, a entidade vê espaço para ampliar a atuação de forma controlada e legal. O aumento exponencial das concessões geraria a arrecadação de R$ 250 milhões em impostos, a criação de 170 mil empregos e um faturamento bruto de produção madeireira perto de R$ 6,3 bilhões até o final desta década, segundo estudo do FNBF.
Mas há barreiras a serem superadas para expandir a produção, aponta Frank Rogieri, presidente do FNBF. A entidade ainda articula a criação de linha de crédito específica para a atividade com o governo federal e tenta reverter a imagem distorcida que muitos têm do setor.
“A confusão do desmatamento ilegal com manejo florestal sustentável leva muitos profissionais da área de arquitetura, urbanismo, engenharia a não indicarem o uso da madeira nos projetos para não contribuir com o desmatamento da Floresta Amazônica, e isso não tem nada a ver.”
— Frank Rogieri
Em março, o FNBF e o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem) vão promover o evento “Madeira Sustentável: O Futuro do Mercado”, no Rio de Janeiro, para fomentar as discussões sobre a atividade. O objetivo também é aproveitar a realização das reuniões do G20 no país para divulgar o setor.
A maior parte da atividade madeireira no país ainda ocorre em áreas privadas, exploradas principalmente em Mato Grosso, com quase 5 milhões de hectares manejados. No país, o total é de 8,5 milhões de hectares, contando também os 1,4 milhão de hectares de áreas públicas de florestas concedidas por Estados ou pela União.
No entanto, a produção em florestas com concessão representa apenas 6% do suprimento industrial de madeira. O restante vem de florestas plantadas.
No Pará, que têm áreas de concessão, o manejo florestal gera 90 mil empregos e produz seis milhões de metros cúbicos de madeira por ano, com faturamento de US$ 200 milhões em exportações para Estados Unidos e Europa.
Informações: Globo Rural.