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Estiagem e risco de queimadas alertam autoridades em MS; conscientização da população é fundamental

A estiagem está chegando e Mato Grosso do Sul já começa a sofrer os impactos das queimadas. Recentemente um grande incêndio tomou conta do Pantanal e foi necessário mobilizar apoio de várias equipes do país para situação ser controlada.

A região de Três Lagoas, assim como em diversas cidades do Estado já sofre os impactos da estiagem, sempre predominante entre maio e outubro. Nessa época os cuidados devem ser redobrados devido os milhares de hectares de florestas existentes na região.

Há alguns anos, a incidência de incêndios era maior, mas com a chegada das fábricas de celulose, as empresas tomaram medidas rígidas para combater as queimadas.

Incêndio florestal – Imagem: arquivo Perfil News.

A estiagem trata-se de um período de chuvas abaixo da média, que muitas vezes vem acompanhado por ondas de calor. Com pouca água, terra seca e sem perspectiva de chuvas.

Três Lagoas é reconhecida como um ‘polo florestal’ quando o assunto é plantação de eucalipto no país. Cidades como Água Clara, Selvíria e Ribas do Rio Pardo também estão entre os municípios com as maiores áreas de árvores plantadas a nível Brasil.

Grande parte da renda desses municípios depende das fábricas de celulose instaladas nas cidades da região. E as empresas têm um olhar preventivo quando o assunto é queimadas. Elas realizam várias campanhas educativas, já que a obra-prima das fábricas, a qual são os eucaliptos, também acaba ficando ‘na mira’ dos incêndios que costumam acontecer com frequência nesta época do ano.

Além dos serviços realizados pelos militares e também as brigadas das empresas de celulose, que fazem um ótimo trabalho preventivo de combate a incêndios.

A Polícia Militar Ambiental presta uma atenção maior a área rural da cidade. Nos locais, os militares realizam uma operação que é identificar os lugares que tiveram focos de incêndios nos últimos anos.

Prevenção

Como prevenir sempre é a melhor opção, abaixo algumas medidas que podem evitar o início de focos de incêndios e a dispersão do fogo pela vegetação:

  • Sempre capinar em volta e tirar o mato do local onde for fazer uma fogueira ou colocar velas;
  • Ao abandonar uma fogueira, apagar com água ou terra;
  • Manter fósforos e isqueiros fora do alcance das crianças;
  • Fazer aceiros ao redor de casas, currais, celeiros, armazéns, galpões etc.;
  • Manter os aceiros sempre bem roçados;
  • Optar, sempre que possível, por estratégias alternativas ao uso do fogo, como roçada manual ou por máquinas e plantio direto;
  • Não jogue garrafas de vidros, bitucas de cigarros nos acostamentos das rodovias;
  • Se for fazer uma queimada controlada, fazer no fim da tarde ou de manhã cedo e com a autorização dos órgãos competentes.

Informações: Perfil News.

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Calendário define áreas em emergência ambiental por incêndio florestal

Situação acontece quando um desastre natural ou uma falha humana cria uma ameaça ao meio ambiente ou à saúde pública

A cada ano, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima publica um calendário que declara – por períodos – emergência ambiental em estados e regiões mais suscetíveis aos incêndios florestais. A estratégia possibilita o planejamento anual do Programa de Brigadas Federais do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo).

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a situação de emergência ambiental acontece quando um desastre natural ou uma falha humana cria uma ameaça ao meio ambiente ou à saúde pública. Nesses casos, é necessária a adoção de medidas para reverter essa condição.

Embora as ações sejam de responsabilidade compartilhada entre os entes federados, conforme prevê a Constituição, o Ibama mantém iniciativas preventivas – por meio do Prevfogo – alinhadas aos dados de monitoramento de incêndio e áreas de queimadas no país.

Brigadistas

O risco iminente já justifica a contratação de brigadistas para “atender a necessidade temporária de excepcional interesse público”, conforme prevê a Lei 8.745/1993. Para cada período e região, o Ibama, contrata brigadas especializadas em biomas, com agentes indígenas, quilombolas e de comunidades que conheçam o território e possam contribuir de forma efetiva com as ações preventivas.

Confira na portaria publicada nesta segunda-feira (29), no Diário Oficial da União, os períodos e regiões que tiveram situação de emergência ambiental declarada no período de fevereiro de 2024 a abril de 2025.

Informações: R7/Brasília.

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FNBF fortalece representação, promoção do setor e do manejo florestal sustentável

O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) tem sido uma voz ativa em todos os avanços registrados em nível nacional do setor. Ao atuar fortemente nas negociações de leis, normas e decretos em colaboração com os órgãos municipais, estaduais e federais, a entidade acompanha de perto todas as atividades relacionadas aos âmbitos trabalhista, ambiental e social, com o objetivo de garantir que o setor possa exercer suas atividades com segurança, dignidade e respeito, em conformidade com a legislação.

Além de seu papel fundamental na defesa do setor de base florestal, o FNBF oferece suporte às empresas associadas em suas demandas junto aos órgãos competentes, garantindo um canal eficaz de representação. “Nosso trabalho sério resultou na construção de uma interlocução firme com os mais diversos órgãos, o que faz com que nossas demandas sejam analisadas e debatidas, criando condições para soluções efetivas”, destaca o presidente do Fórum, Frank Rogieri.

Paralelamente ao trabalho voltado à legislação, o FNBF atua no sentido de desmistificar o manejo florestal sustentável. Por meio do “Dia da Floresta”, a entidade mostra na prática como funciona o processo, com a remoção de árvores específicas, o que assegura a renovação da floresta. Convidados de todo o Brasil e do exterior acompanham todas as etapas deste processo, desde a escolha da madeira, medição, corte, colheita e transporte até a chegada do produto à indústria.

Em uma frente complementar, o Fórum trabalha ativamente na promoção do mercado nacional e internacional de madeira, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e outras entidades de renome. O objetivo é impulsionar o consumo de madeira sustentável, por meio de eventos nacionais e participação em eventos internacionais.

“Promovemos eventos nacionais e participamos de grandes eventos internacionais para promover o uso da madeira oriunda do manejo florestal sustentável, mostrando inclusive que esta é a melhor forma de preservação das nossas florestas. Estes eventos são muito importantes e resultam na apresentação do nosso produto e na realização de negócios com importantes mercados consumidores”, ressalta o presidente do Fórum.

Um exemplo recente dessa iniciativa é o evento “Madeira Sustentável – o futuro do mercado”, que neste ano teve sua segunda edição. Realizado no Rio de Janeiro, o evento reuniu centenas de profissionais da construção civil e do comércio de madeira, funcionando como uma plataforma crucial para promover o da madeira oriunda do manejo sustentável, refletindo o compromisso contínuo da entidade em fomentar o setor.

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Última atualização do Monitor de Secas indica intensificação da seca no Centro-Oeste

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul registraram maior severidade da seca entre fevereiro e março. Por outro lado, fenômeno se abrandou em Goiás e se manteve estável no Distrito Federal. Região teve a maior área com o fenômeno e a maior intensidade de seca no Brasil em março

Na comparação entre fevereiro e março, em termos de severidade da seca, houve uma intensificação do fenômeno em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, conforme a última atualização do Monitor de Secas. No sentido oposto, Goiás teve um abrandamento do fenômeno nesse período, enquanto o Distrito Federal seguiu somente com seca fraca – a mais branda na escala do Monitor. Considerando a região como um todo, o Centro-Oeste registrou a intensificação do fenômeno com o aumento da área com seca extrema de 5% para 7%, sendo a condição mais severa do País em março.

No Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso; a área total com seca se manteve entre fevereiro e março respectivamente com 13%, 89% e 99% de seus territórios. Já em Mato Grosso do Sul, a área com a presença do fenômeno subiu de 68% para 82% do estado. Com isso, o Centro-Oeste teve um aumento da área com seca de 90% para 93% da região no último mês, sendo a região com maior percentual de área com o fenômeno em março entre as cinco regiões monitoradas.

Cenário nacional

Entre fevereiro e março, em termos de severidade da seca, houve um abrandamento do fenômeno em 11 unidades da Federação, conforme a última atualização do Monitor de Secas: Acre, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rondônia. Já em outros seis estados a seca se intensificou nesse período: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Roraima, São Paulo e Tocantins. Em termos de severidade, a seca ficou estável em sete unidades da Federação: Alagoas, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Sergipe. Já no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina não houve registro do fenômeno, que deixou de ser verificado no Rio de Janeiro.

Na comparação entre fevereiro e março, quatro estados registraram o aumento da área com seca: Amapá, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Em 13 unidades da Federação houve uma diminuição da extensão da seca: Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Em outras sete unidades da Federação, a área com o fenômeno se manteve estável: Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins. Já o Rio Grande do Sul e Santa Catarina seguiram livres de seca em março, mês em que o Rio de Janeiro deixou de registrar o fenômeno.

Cinco unidades da Federação registraram seca em 100% do território em fevereiro deste ano: Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins. Para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca. Nas demais unidades da Federação que registraram área com seca, os percentuais variaram de 1% a 89%.

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, o Amazonas lidera a área total com seca de março, seguido por Pará, Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais. No total, entre fevereiro e março, a área com o fenômeno caiu de 6,84 milhões para 6,41 milhões de km², o equivalente a 75% do território brasileiro.

O Monitor de Secas

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar o planejamento e a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

Coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), o Monitor de Secas é desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. As instituições que atuam no Monitor de Secas em suas respectivas unidades da Federação no Centro-Oeste são as seguintes:

  • DISTRITO FEDERAL: Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (ADASA);
  • GOIÁS: Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD);
  • MATO GROSSO: Superintendência de Proteção e Defesa Civil de Mato Grosso (SUPDEC) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA);
  • MATO GROSSO DO SUL: Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (SEMAGRO) e o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL).

O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração. Por meio da ferramenta, é possível comparar a evolução das secas nos 26 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido, sendo que o processo de expansão dessa iniciativa foi concluído com a entrada do Amapá no Mapa do Monitor de dezembro de 2023.

A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.

Informações: Assecom. Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
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‘Boletim Projeto Cerrado’ destaca status e curiosidades da nova fábrica da Suzano em MS

A edição n. 32 de 30 de abril do períodico da Suzano, mostra curiosidades sobre o megaempreendimento da empresa, em Ribas do Rio Pardo MS), que já se encaminha para sua reta final. O Projeto Cerrado – nome dado para a construção da nova fábrica de celulose da empresa -, se trata de um maiores investimentos privados do Brasil na atualidade, e está transformando a realidade socioeconômica da região, por meio da geração de emprego, renda e desenvolvimento sustentável. A empresa também tem realizado investimentos sociais baseados em 7 eixos de atuação no município. Confira mais detalhes.

Cavaco no pátio

Recentemente, a nova fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo iniciou a formação da pilha de cavacos, primeira etapa industrial para a obtenção da celulose que sairá da unidade a partir de junho deste ano. A produção de cavacos é a fase na qual as toras de eucalipto são convertidas em pequenos fragmentos denominados cavacos, que serão posteriormente enviados para o cozimento e branqueamento, seguindo então algumas etapas até a formação da tão esperada folha de celulose.

Quando a fábrica estiver em plena operação, a capacidade total da área de preparo de cavacos será de 42 mil m³s por dia, volume que seria suficiente para encher 175 contêineres de transporte padrão de 40 pés, daqueles bem grandes. Para se ter uma ideia, isso daria para encher o HMM Algeciras – maior navio porta-contêineres do mundo, com capacidade para 12 mil deles – a cada 68 dias.

Abraço verde

Quem trafega pela BR-262, entre Ribas do Rio Pardo e Água Clara, já deve ter percebido que praticamente toda a fábrica da Suzano está cercada por um cinturão verde formado por eucaliptos de diferentes idades e alturas. Essas árvores ajudam a cobrir a área, protegendo o solo contra erosão, inundações, assoreamento e vento, tornando o microclima local mais agradável tanto no complexo industrial quanto ao redor.

Para criar essa barreira verde e proporcionar um verdadeiro “abraço à fábrica”, foram plantadas 86 mil mudas de eucalipto ao longo de uma área de 66 hectares, que também servirão como área de circulação de diversas espécies de animais. As árvores do cinturão representam um compromisso ambiental da empresa e não serão colhidas para nenhum fim, reforçando os benefícios.

Você sabia?

Falando em árvores, até 2030 a Suzano tem como meta conectar 500 mil hectares de fragmentos de Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia por meio de corredores ecológicos. Essa iniciativa visa criar conexões com outras áreas nativas próximas, o que possibilita a proteção de mananciais, a manutenção da biodiversidade, a dispersão de sementes e a livre circulação dos animais.

Além disso, em linha com o compromisso de conservar e restaurar os biomas brasileiros, a empresa plantou recentemente 45 mil mudas de árvores nativas do Cerrado, auxiliando na restauração da Área de Preservação Permanente (APP) do córrego Retirinho, como medida complementar aos corredores ecológicos.

No momento, a Suzano possui 143 mil hectares destinados exclusivamente à conservação ambiental, uma área 5,6 vezes maior que a região urbana de Campo Grande, que tem cerca de 252 km².

Saiba mais – https://site.suzano.com.br/projetocerrado/

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A revolução das Soluções Baseadas na Natureza

*Artigo de Danilo Roberti Alves de Almeida.

“Hell de Janeiro”. A sensação térmica recorde de 62,3ºC registrada em uma estação do Rio de Janeiro durante a terceira onda de calor de 2024 gerou uma série de memes e muito desconforto, para dizer o mínimo. De acordo com um estudo liderado pela UFRJ, 48 mil pessoas morreram por ondas de calor entre 2000 e 2018 no Brasil. No ano passado, nove ondas de calor assolaram o país, num total de 65 dias com temperaturas muito acima da média histórica – até os anos 1990, eram sete dias em média de calor atípico, segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE). Definitivamente, as mudanças climáticas são a principal ameaça que a humanidade enfrenta. No último ano, a temperatura global esteve muito próxima do 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, marco limite do acordo de Paris, e para que não seja ultrapassado esse limiar as emissões de gases de efeito estufa devem ser reduzidas em 43% até 2030 (em relação a 2019), conforme a ONU. Para atingir essa meta ousada são necessárias diversas estratégias e atores, e contar com o engajamento das empresas para a redução e compensação das suas emissões.

As soluções baseadas na natureza (NBS, na sigla em inglês) podem proporcionar mais de um terço das reduções de emissões necessárias até 2030, de acordo com um estudo da The Nature Conservancy (TNC). É o caso de projetos de conservação e restauração florestal, e de manejo de terras agrícolas. Essas soluções não apenas ajudam a enfrentar as mudanças climáticas, mas também podem melhorar a saúde do solo, conservar e aumentar a biodiversidade e equilibrar o ciclo hidrológico, além de promover o desenvolvimento social de comunidades tradicionais.

Segundo o estudo da TNC, os projetos do tipo REDD+ (Reduções de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação) podem evitar a emissão de aproximadamente 3 GtCO2e (bilhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono) com a conservação de florestas nativas. Enquanto os projetos do tipo ARR (Afforestation, Reforestation and Revegetation) podem remover cerca de 1,6 GtCO2e da atmosfera com a restauração florestal. Já os projetos de ALM (Agricultural Land Management) podem garantir que mais de 5 GtCO2e sejam compensados com a adoção de boas práticas e tecnologias na agricultura e na pecuária. Os recursos financeiros para esses projetos vêm do mercado de carbono, onde empresas e governos do mundo inteiro estão estabelecendo metas de carbono zero (net zero) e regulamentações.

Mas, para que esse mercado atinja todo o seu potencial, é preciso garantir a qualidade e integridade dos créditos de carbono, gerados de acordo com padrões robustos e reconhecidos. Os projetos NBS precisam ter adicionalidade e monitoramento para assegurar o cumprimento de seus objetivos e proporcionar benefícios para o clima, para as comunidades e para a biodiversidade por um período mínimo de 40 anos. Os órgãos certificadores do mercado voluntário de carbono, como a Verra, têm buscado constantemente o aperfeiçoamento de suas metodologias para garantir a consistência dos projetos e a confiança do mercado.

A integridade e qualidade dos projetos estão ligadas à transparência, rastreabilidade e segurança. Tecnologias avançadas, como drones com sensores LiDAR e inteligência artificial, são importantes para aumentar a transparência e acurácia na mensuração do carbono e no monitoramento da biodiversidade e da degradação florestal. Tecnologias sociais, incluindo aplicativos de monitoramento ambiental comunitário e mecanismos de resolução de conflitos e geração de renda, fomentam a gestão colaborativa e a participação ativa em projetos NBS – as ações sociais são essenciais para assegurar a segurança e eficácia dos projetos no longo prazo, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.

A necessidade das empresas compensarem suas emissões, combinada à garantia de integridade e qualidade dos projetos NBS, deve resultar em um mercado promissor e no provável aumento dos valores dos créditos de carbono, que já proporcionam um retorno atrativo quando comparado a outras atividades econômicas, especialmente a pecuária extensiva em pastagens degradadas. De acordo com um estudo da McKinsey, a demanda pelos créditos aumentará 15 vezes ou mais até 2030 e até 100 vezes até 2050, fazendo esse mercado saltar de US$1 bilhão em 2021 para US$50 a 100 bilhões até o final desta década.

Neste cenário, o Brasil possui uma posição promissora: 15% do potencial global de compensação de carbono por meio de soluções baseadas na natureza concentra-se em seu território, o equivalente a quase 2 GtCO2e – e apenas 1% dessa capacidade é aproveitada atualmente. Para que o país possa se beneficiar desse potencial de crescimento, faz-se necessário também a formação de pessoal capacitado para atender o aumento da demanda. Hoje o mercado já está carente de profissionais tanto na área de desenvolvimento de projetos NBS, quanto na área de auditoria por parte dos órgãos de verificação e validação dos projetos, bem como na área de sustentabilidade dentro das empresas. 

Cobrir essas lacunas é essencial para termos condições de descarbonizar a economia, com agricultura e pecuária regenerativas e baseadas na floresta em pé, consolidando o Brasil como uma potência mundial em sustentabilidade. Esta é a revolução das Soluções Baseadas na Natureza.


*Danilo Roberti Alves de Almeida, é diretor de Pesquisa & Desenvolvimento da brCarbon, engenheiro florestal, doutor em Recursos Florestais e mestre em Ciências de Florestas Tropicais. 

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Ponsse e Suzano celebram resultados do Projeto Cobra

Ganho em produtividade e melhor eficiência energética são resultados positivos para máquinas de pneus, em comparação com esteiras adaptadas, para colheita florestal em áreas planas

O Projeto Cobra, realizado em parceria entre a Ponsse Brasil, subsidiária brasileira da fabricante finlandesa de máquinas florestais, e a Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, encerra seu ano de avaliação com ganho de produtividade e redução de custos operacionais. Lançado em novembro de 2022, o projeto consistiu na criação de um módulo de colheita florestal inteiramente composto por máquinas de pneus para atuar em áreas planas. O principal objetivo foi comparar dados de produtividade e consumo de combustível entre equipamentos purpose built (máquinas fabricadas com o propósito específico de desempenhar uma determinada atividade) da PONSSE com escavadeiras adaptadas, ambas trabalhando sob condições operacionais similares.

Segundo o Gerente Executivo Comercial e de Marketing da Ponsse, Rodrigo Marangoni, o módulo de colheita equipado com dez harvesters PONSSE Cobra apresentou um ganho médio de 8% em produtividade, na comparação com máquinas escavadeiras de esteira adaptadas com cabeçotes de colheita, nas mesmas condições de terreno. “Mantendo as mesmas condições operacionais nos módulos comparados, houve momentos, durante todo o ano de análise de dados, em que máquinas e alguns operadores do Projeto Cobra atingiram produtividades superiores a 30%, frente às máquinas adaptadas”, destacou.

Para o Gerente de Operações Florestais da Suzano, Gilmar Baldo Junior, os resultados obtidos no projeto são extremamente relevantes. “Um ponto positivo que destacamos foi a eficiência energética. Neste caso, o consumo de combustível foi aproximadamente 12% menor”, afirmou. Além disso, Gilmar ressalta o ganho de ergonomia para os operadores, já que a máquina de pneus (8×8) se adapta melhor às condições do terreno.

Para colocar o projeto em ação, as duas empresas firmaram um acordo de cooperação técnica, e muitos dos desafios foram superados com o alinhamento entre as partes envolvidas. A capacitação da mão de obra e o atendimento de manutenção para maior disponibilidade mecânica das máquinas foram foco das equipes para poder explorar o melhor de cada equipamento e de cada profissional naquele módulo. 

Inovação

O principal ponto de destaque do projeto é a inovação ao adotar maquinários de pneus para áreas planas, no lugar de esteiras adaptadas, cenário muito comum nas operações florestais brasileiras. “A relevância [do Projeto Cobra] é alta, dado que se trata de um teste até então disruptivo dentro do mercado florestal brasileiro. A iniciativa, inclusive, vai ao encontro do conceito de Inovabilidade que temos aqui na Suzano, onde a busca por soluções inovadoras e sustentáveis direciona nossas ações há cem anos. O Projeto Cobra representa um passo significativo nessa direção, demonstrando o compromisso da Suzano em explorar novas abordagens e tecnologias para otimizar nossas operações e promover o desenvolvimento sustentável da indústria”, disse Caio Razzano Rossmann, Gerente de Excelência Operacional da Suzano.

Marangoni explica que devido às situações do passado – custo de aquisição, manutenção e suporte, regulamentações locais, flexibilidade de uso -, ainda prevalece no Brasil a colheita em áreas planas com o uso de escavadeiras adaptadas com cabeçote florestal. Porém, o mercado é dinâmico e essas mesmas razões precisam ser reavaliadas. “A Ponsse acredita fortemente que podemos mudar esse cenário ganhando em produtividade, ergonomia e eficiência energética ao adotar máquinas de pneus fabricadas para a atividade de colheita florestal”, complementou o executivo.

Outros fatores também devem ser avaliados, antes de uma conversão total de uma frota de colheita florestal, mas os resultados do Projeto Cobra trazem mais uma opção de solução a ser avaliada. “Diante dos testes e cenários aplicados, nós, da Suzano, entendemos que este modelo de equipamento (Harvester de pneu) será considerado em futuras aquisições para colheita florestal em áreas planas”, finalizou Rossmann.

Sobre a Ponsse

A Ponsse é um dos principais fabricantes de máquinas florestais do mundo e suas operações orientadas ao cliente ainda são guiadas pelos desejos e necessidades dos produtores florestais. A linha de produtos Ponsse abrange todas as soluções de colheita florestal sustentável, incluindo harvesters, forwarders e cabeçotes de harvester, além de serviços digitais e tecnologia de treinamento.

Todos os produtos Ponsse e seus principais componentes são projetados e fabricados nas unidades da própria marca. Isso mantém a empresa na vanguarda do desenvolvimento e garante que os produtos atendam aos requisitos específicos dos profissionais florestais.

Sediada na cidade de Vieremä, na Finlândia, possui operações no Brasil e América Latina há mais de 15 anos. As máquinas florestais da Ponsse são usadas em todas as áreas importantes de colheita profissional no mundo, somando mais de 40 países.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose, papéis para imprimir e escrever, papéis para embalagens, copos e canudos, papéis sanitários e produtos absorventes, além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender a demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página www.suzano.com.br

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O mercado de trabalho no setor florestal catarinense

Santa Catarina tem importante participação no número nacional de empresas florestais. De acordo com o último levantamento divulgado pela Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), no ano de 2021 o estado foi responsável por 13% do total, envolvendo 9,4 mil empresas. O destaque fica por conta das indústrias de móveis de madeira (39% do total) e do ramo madeireiro (38% do total). Este último grupo inclui serrarias, fabricantes de painéis de madeira e produtos de valor agregado (portas, artefatos, outros).

As empresas do grupo florestal representam 16% do total e são aquelas que se dedicam a atividades de apoio na silvicultura, colheita florestal, bem como a comercialização de madeira em bruto (lenha/tora/biomassa). O segmento de celulose & papel, apesar da menor participação no número de empresas, também é significante (7% do total envolvendo aproximadamente 600 estabelecimentos).
Consequentemente, a geração de empregos nos segmentos destacados é um ponto relevante, econômica e socialmente.

Imagem: arquivo Mais Floresta.

Ainda de acordo com o levantamento, o total de empregos do setor de base florestal plantada no Brasil, em 2021, foi mais de 664 mil vínculos. A contribuição do estado de Santa Catarina foi de 16% (103 mil empregos), onde a maior participação foi do segmento madeireiro, com 44% do total estadual (45 mil empregos), seguido pelo grupo de móveis de madeira (28%), celulose & papel (21%) e florestal (7%). Os empregos gerados por estes segmentos cresceram a uma taxa de 2,3% a.a. no período entre 2015 e 2021.

Apesar de números relevantes, a mão de obra qualificada disponível para o setor representa um desafio às empresas que atuam com plantio e colheita florestal e processos com madeira de florestas plantadas. Segundo o presidente da ACR, Jose Mario Ferreira, trata-se de um setor que demanda uma quantidade expressiva de profissionais. “São mais de um milhão de hectares com área plantada e mais de 9 mil empresas relacionadas que representam mais de 100.000 empregos gerados no nosso estado.” Para ele, um dos principais problemas é a falta de interesse pela profissão de engenharia florestal, que já é percebida pela baixa busca nos cursos de graduação.

Presidente da ACR, Jose Mario Ferreira.

“Tenho conversado com diversos professores de faculdades de engenharia e a maioria diz que há algum tempo somente metade das vagas dos cursos estão sendo preenchidas. Depois, metade desiste até o final do curso. Isso tem causado uma redução dramática, tanto na quantidade quanto na qualidade dos profissionais formados”, explica ele.

Outro entrave, segundo o presidente da ACR é a falta de interesse do pessoal formado em trabalhar e viver em cidades pequenas e regiões remotas, com estradas de terra e menos infraestrutura. “São lugares e condições comuns do nosso trabalho. Além disso, existe a concorrência pela mão de obra não qualificada. Nosso estado é relativamente pequeno e com taxa de desemprego muito baixa. Algo em torno de 3,2% em 2023, segundo o IBGE. Isso é considerado pleno emprego pela OCDE. Quem vai querer trabalhar no campo se existe emprego de sobra na cidade? Uma das soluções de curto prazo seria facilitar a importação de mão de obra, tanto de outros estados, como de outros países, desburocratizando os processos. A indústria já está fazendo isso. Em médio e longo prazo temos que descobrir uma maneira de atrair novamente o interesse dos jovens para o nosso setor”, conclui Jose Mario.

Informações: ACR – Assossiação Catarinense de Empresas Florestais.

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Suzano abre inscrições para curso gratuito de Ajudante Geral de Silvicultura em Três Lagoas (MS)

A Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, está com inscrições abertas para o Curso de Ajudante Geral de Silvicultura (Viveiro) na regional de Três Lagoas (MS). Com 25 vagas disponíveis, a formação é gratuita e faz parte do Programa Cultivar da companhia, realizado em parceria com a instituição de ensino WordFire, com o objetivo de colaborar com a qualificação profissional das comunidades nas regiões onde mantém operações. As inscrições estão abertas para todas as pessoas interessadas, sem distinção de gênero, idade, deficiência, cor, origem ou orientação sexual, sendo 50% das vagas destinadas a mulheres e 50% para pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Para participar do processo seletivo, as pessoas interessadas devem atender aos seguintes pré-requisitos: ter mais de 18 anos, residir nos distritos de Arapuá e Garcias, ensino fundamental incompleto e ter disponibilidade para participar do curso durante 45 dias de forma integral (segunda a sexta, das 8:00 horas às 17:00 horas). As inscrições seguem abertas até o dia 12 de maio e devem ser feitas pela páginahttps://suzano.gupy.io/jobs/7011316?jobBoardSource=gupy_public_page.

“O Programa Cultivar da Suzano está diretamente ligado ao compromisso de longo prazo da Suzano de reduzir desigualdades sociais e retirar mais de 200 mil famílias da linha da pobreza nas áreas de atuação até 2030. A companhia acredita que o acesso à qualificação profissional é um dos caminhos necessários a ser percorridos para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, destaca Mônica Catânia, gerente de Gente e Gestão da Suzano em Três Lagoas. 

Benefícios

Candidatos e candidatas aprovadas no processo seletivo firmarão um contrato de aprendizagem com a WordFire, responsável pela formação, e serão certificados após a formação. Durante o curso, os alunos e alunas receberão da instituição de ensino benefícios como: bolsa-auxílio de R$ 750,00 enquanto durar a formação; equipamentos de proteção individual (EPIs), uniforme, transporte para as atividades práticas e almoço.

O curso será realizado em Três Lagoas, com a fase teórica realizada na sede da WordFire e a formação prática nos módulos operacionais da Suzano.

Mais informações sobre o processo seletivo podem ser obtidas com a consultoria EvoluiRH, responsável pelo processo seletivo, pelo telefone (67) 3521-7734.

Serviços

Segue link e QRCode para as inscrições:

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Sobre a Suzano

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Trabalho dos brigadistas na Amazônia é retratado em documentário

Intensificados pela crise climática, os incêndios florestais, sejam criminosos ou não, causam perdas irreparáveis à biodiversidade da Floresta Amazônica. O consenso é compartilhado por cientistas da Rede Amazônia Sustentável (RAS), colegiado do qual integra a Embrapa Amazônia Oriental e que lançou, em Santarém, um documentário pioneiro ao mostrar o trabalho dos brigadistas, homens e mulheres, atuando na linha de frente do combate às chamas.

O documentário de curta-metragem ‘Heróis do Fogo: A Luta dos Brigadistas na Amazônia’, já disponível online, oferece uma visão da realidade dos brigadistas, a partir dos registros feitos por eles mesmos em campo, e evidencia as ações de combate direto ao fogo e as consequências do fogo na Amazônia.

O lançamento ocorreu na última sexta-feira, 26, durante a roda de conversa “Emergência Ambiental – Efeitos do El Niño na Resex Tapajós-Arapiuns e Flona do Tapajós”, na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), campus Tapajós. A programação integrou o IV Seminário de Pesquisa da Floresta Nacional do Tapajós e o II Seminário de Pesquisa da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, denominado “Puxirum de Saberes”, realizado de 22 a 26 de abril.

Segundo Erika Berenguer, pesquisadora das Universidades de Oxford e Lancaster, e membro da RAS, a ideia de produzir o documentário surgiu, inicialmente, de uma demanda dos próprios brigadistas. A cientista relatou que passou o segundo semestre de 2023 acompanhando o trabalho das brigadas e realizando medições de incêndios florestais. Em 2023, Santarém e região registraram seca e incêndios de proporções históricas, com impactos de destruição menores apenas que o grande incêndio de 2015, no qual cerca de 10.000 quilômetros quadrados de floresta foram consumidos pelo fogo durante uma seca agravada pelo El Niño. Já em 2023, novamente com a incidência do El Niño, foram afetados 5.000 quilômetros quadrados, uma redução atribuída em parte ao trabalho dos brigadistas, conforme destacado pelos cientistas das RAS.

Na ocasião, relata, os combatentes compartilharam com ela e com o pesquisador britânico Jos Barlow, que trabalha com fogo em Reserva Extrativista (Resex) desde 1998, não haver um material voltado sobre fogo na Amazônia, bioma diferente dos até então, apresentados em manuais sobre o tema. “Então, nasceu a ideia de construir um material técnico para auxiliar o trabalho de brigada do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); do PrevFogo Ibama; ou de brigadas voluntárias, mas durante o processo de produção do filme, percebemos que o tema era muito amplo e que o documentário poderia servir para alertar e levar a um maior entendimento dos incêndios florestais na Amazônia e seus impactos”, explicou Berenguer.

Devastação

A devastação causada por incêndios florestais, sejam criminosos ou não, resulta em perdas irreparáveis para a biodiversidade da Floresta Amazônica. Estudos consolidados pela RAS indicam que aproximadamente 78% das espécies de plantas e animais sofrem redução após uma área ser atingida pelo fogo, o que significa que ela nunca mais se recupera completamente. Além disso, a perda de estoque de carbono da floresta pode ser de até 40%, o que pode agravar o efeito estufa. Diante desse cenário alarmante, os pesquisadores buscam alertar o poder público e a sociedade sobre a necessidade urgente de investir em políticas eficazes de prevenção de incêndios florestais.

A bióloga Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental (Belém,PA) e membro da RAS afirma que os incêndios florestais na Amazônia são de ordem ambiental, mas também social e que, com as mudanças climáticas, as previsões com secas extremas se tornarão mais comuns. “Esse é o resultado da ação humana. As florestas perturbadas, ou seja, as que foram desmatadas ou impactadas pela extração ilegal de madeira e pelas queimadas, contribuem diretamente para a emissão de gases do efeito estufa,” enfatiza a cientista.

A pesquisadora pontua ainda, que a mudança de estrutura da floresta e a perda dessas espécies, sejam animais ou plantas, assim como os impactos para as pessoas que dependem da floresta para garantir sua subsistência precisam ser analisados com atenção. “Os incêndios florestais afetam a todos nós, direta ou indiretamente, pois o planeta é um só e os impactos são globais”, reitera.

Uma parte desse cenário de destruição é retratado no filme: castanheiras centenárias e outras árvores e vegetação consumidas pelas chamas; animais queimados, vítimas dos incêndios, e o relato de pessoas e moradores das comunidades tradicionais relatando problemas de saúde como falta de ar e ausência de visibilidade devido à fumaça excessiva.

O Documentário

O documentário de curta-metragem “Heróis do Fogo: A Luta dos Brigadistas na Amazônia” foi concebido por Jos Barlow, Erika Berenguer e Joice Ferreira, realizado pela RAS, financiado pela Lancaster University e UKRI, com apoio da Embrapa, University of Oxford, PELD, CNPq, ICMBio e BNP PARIBAS. A produção é da Banksia Films, com roteiro e direção de Carolina Fernandes e fotografia de Lúcio Silva e Marcos Antônio Rodrigues.Onde assistir

O documentário “Heróis do fogo: a luta dos brigadistas na Amazônia” ficará disponível, online, na página e Canal de Youtube da Rede Amazônia Sustentável.

Página RAS: https://ras-network.org/

YoutubeHeróis do fogo: a luta dos brigadistas na Amazônia

Informações: Embrapa.

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