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Exclusivo – Resultado econômico da indústria de produtos de madeira processada

*Artigo de Marcio Funchal, CEO da Marcio Funchal Consultoria

A presente análise visa resumir (muito rapidamente) como está a saúde das finanças das indústrias brasileiras que processam madeira (das mais diversas espécies e formas), em alguma parte do seu processo industrial.

Para tanto, condensei as análises agrupando os dados em três grandes Setores Industriais:

  • Desdobro de Madeira (serrarias, fábricas de compensado, chapas de madeira, esquadrias, madeira engenheirada, forro, pisos e etc.)
  • Móveis de Madeira (móveis e componentes/ peças para móveis)
  • Celulose e Papel (pasta de celulose, papel, papelão, papel-cartão, embalagens e demais produtos diversos de papel e papelão)

As análises consideraram um horizonte histórico de 10 anos, de forma a averiguar eventuais impactos sazonais (tais como a crise econômica brasileira em 2015 e o lockdown imposto pelo Estado no período da crise sanitária mundial, em 2020 e 2021).

A Figura 1 mostra o resultado econômico da Indústria de Desdobro de Madeira. Os dados apontam para uma tendência de crescimento da lucratividade média do setor, ao longo do tempo. No acumulado dos 10 anos, o setor faturou R$ 122 Bilhões, com lucro médio de aproximadamente R$ 19,4 Bilhões (16% sobre o as vendas, em termos reais).

Na Figura 2 está o retrato da saúde financeira do Setor Moveleiro do Brasil. Na média histórica, vê-se uma tendência de redução da lucratividade industrial no horizonte escolhido. No acumulado do período, esta indústria faturou R$ 430 Bilhões, com lucro da ordem de 4,2% sobre o faturamento, ou seja, R$ 18 Bilhões (tudo em termos nominais).

A última análise (ver Figura 3) se refere ao setor de Celulose e Papel. Aqui tem-se também uma tendência de retração da lucratividade ao longo da janela temporal, sendo que em alguns anos o “setor” apresentou inclusive prejuízo. No montante dos 10 anos, o faturamento foi de R$ 1,5 Trilhões, com lucro médio de cerca de R$ 51,7 Bilhões (3,4% das vendas), tudo em termos nominais.

Sabendo dos fatos recentes a respeito da economia mundial e brasileira, é urgente que os setores industriais destacados estejam atentos aos sinais macro e microeconômicos dos seus mercados. É cada vez mais crucial que as companhias liguem o sinal de alerta nos seus planejamentos estratégicos e operacionais, de forma a minimizar os riscos potenciais para os negócios nos próximos meses.


*Marcio Funchal é administrador de empresas, Mestre em administração estratégica e Especialista em Planejamento e Gerenciamento Estratégico. Coordena equipes multidisciplinares há mais de 27 anos nos mais diversos negócios. Nos últimos 21 anos tem se concentrado à atividade agroflorestal, industrial e de gestão de negócios. Possui grande vivência em praticamente todas as regiões do país, atuando como consultor de estratégia, gestão e mercado. Implementou e auditou as operações de silvicultura e colheita de 3 das maiores TIMOs em operação no Brasil. Participou de diversos projetos empresariais para apoio de tomada de decisões e investimentos em negócios no Brasil e alguns países da América Latina, América Central e África. Já atuou como Consultor do BID, IFC e do Banco Mundial.

Contato: marcio@marciofunchal.com.br

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Estudo aponta razões de queimadas no Pantanal

Segundo estudo, alterações climáticas aumentaram as condições de seca, calor e vento no Pantanal, resultando em queimadas catastróficas

As mudanças climáticas intensificaram em 40% as condições propícias a secas, calor extremo e ventos fortes no Pantanal, fatores que contribuem para os incêndios devastadores que atingem a região neste ano. Um estudo divulgado na última quinta-feira, 8, pela rede internacional de cientistas World Weather Attribution (WWA) destaca que as ações humanas aumentaram de quatro a cinco vezes a probabilidade de queimadas catastróficas, especialmente no mês de junho, usado como base para a análise.

A cidade de Corumbá (MS) foi palco de um cenário perturbador em junho, enquanto se preparava para as festividades juninas. Um vídeo da celebração do Arraial do Banho de São João, com chamas consumindo a vegetação ao fundo, viralizou, ilustrando a gravidade da situação, registrou reportagem da Folha de S. Paulo.

Segundo Filippe Lemos Maia Santos, cientista brasileiro participante do estudo que falou ao jornal paulista, incêndios de grandes proporções estão se tornando comuns no bioma. A área alagada do Pantanal está diminuindo, e com o aumento das temperaturas, a vegetação se torna mais seca e inflamável, criando um ambiente propício para incêndios.

Condições favoráveis para queimadas

Esses fatores combinados criaram condições perfeitas para incêndios florestais de grandes proporções, pois a vegetação seca se torna altamente inflamável e as condições meteorológicas são favoráveis à propagação rápida das chamas“, afirmou Santos. A temporada de seca ainda não atingiu seu pico, o que sugere que a situação crítica pode persistir nos próximos meses. Tradicionalmente, o auge das queimadas ocorre em setembro, mas em 2024, a temporada de fogo começou mais cedo.

Para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, os cientistas enfatizam a necessidade urgente de substituir combustíveis fósseis por energias renováveis, além de reduzir o desmatamento e reforçar as proibições de queimadas controladas. Essas medidas são essenciais para enfrentar o impacto dos incêndios florestais, que afetam comunidades indígenas e agricultores.

A atribuição climática busca determinar a influência do aquecimento global em eventos climáticos extremos. O grupo WWA é pioneiro nessa área, realizando estudos rápidos com a participação de cientistas globais. Inicialmente, verificam se o evento foi extremo em comparação a registros históricos. Depois, utilizam um método revisado por pares para comparar cenários “com e sem” a influência humana no aquecimento global.

Eventos extremos fazem parte da variabilidade climática natural, mas é possível modelar cenários com a variável das emissões de gases de efeito estufa, que aumentaram significativamente desde a Revolução Industrial.

Antes das mudanças climáticas, as condições observadas em junho eram extremamente raras, esperadas apenas uma vez a cada 161 anos. Agora, são quase cinco vezes mais prováveis, ocorrendo cerca de uma vez a cada 35 anos. Se o aquecimento global alcançar 2°C, essas condições se tornarão 17% mais intensas e ocorrerão em média uma vez a cada 18 anos.

Pantanal em transformação

À medida que as emissões de combustíveis fósseis aquecem o clima, o Pantanal está esquentando, secando e se transformando em um barril de pólvora. Isso significa que pequenos incêndios podem rapidamente se transformar em devastadores“, explica Clair Barnes, pesquisadora do Instituto Grantham do Imperial College de Londres.

Os incêndios no Pantanal começaram no final de maio, mais cedo que o normal, após uma temporada de chuvas extremamente fraca. De janeiro até esta terça-feira, 6, o bioma registrou 6.655 focos de calor, um aumento de 1.973% em comparação com o mesmo período do ano passado, que teve 321 focos, segundo o programa BDQueimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O acumulado atual supera também o de 2020, considerado o ano mais crítico, quando 30% do bioma foi consumido pelo fogo.

O Ministério do Meio Ambiente informou que a área queimada no Pantanal, este ano, varia entre 1.027.075 e 1.245.175 hectares, cerca de 6,8% a 8,3% do território total do bioma, conforme análise do Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Informações: O Antagonista.

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Em homenagem a brigadistas, prédio de Fortaleza recebe mural com tinta feita de cinzas de queimadas florestais

As tintas foram produzidas ao longo de 2021 pelo artista Mundano. Ele fez uma expedição por todo o Brasil para coletar o material e vivenciar o dia a dia dos brigadistas

Um prédio do conjunto residencial Alto da Paz, localizado no bairro Cais do Porto, em Fortaleza, ganhou um mural de graffiti na terça-feira, 6, em homenagem aos brigadistas florestais que combatem as queimadas no Brasil. As tintas utilizadas na obra foram feitas a partir das cinzas de florestas queimadas no País.

A ação faz parte do Festival Paredes Vivas – Edição Cinzas da Floresta, que está desenvolvendo ações de educação artística e socioambiental em cinco capitais do Brasil: Campo Grande, Fortaleza, Goiânia, Belém do Pará e São Paulo.

“O trabalho dos brigadistas, muitas vezes, é um trabalho invisível. A gente escuta falar do fogo, mas não escuta falar quem controla ele. Então, com o projeto, a gente quer trazer luz aos brigadistas florestais e incentivar as pessoas a valorizarem o trabalho deles”, destaca Bea Mansano, produtora executiva do festival.

As tintas foram produzidas ao longo de 2021 pelo artista Mundano. Ele fez uma expedição por todo o Brasil para coletar o material e vivenciar o dia a dia dos brigadistas. Parte do processo de fabricação das tintas foi registrado no documentário “Cinzas da Floresta”, que será exibido para alunos de escola pública.

“A gente entende que a arte é uma ferramenta de comunicação e transformação. Através de pinturas, murais, que também estão sendo realizados em escolas, e oficinas, a gente [consegue] usar as cinzas como uma ferramenta de comunicação”, pontua Bea.

“A transformação começa por aí, com a comunicação. Não só com a temática, mas também com o material. Quando a gente fala das cinzas, a gente fala de árvores queimadas, dos animais, de um monte de vida que foi perdida ali”, continua.

De acordo com Dinha Ribeiro, artista responsável pela obra, o mural levou dois dias e meio para ser concluído. “Todos [os desenhos] foram baseados em brigadistas reais que estão realmente fazendo a linha de frente, se dedicando e abdicando de suas vidas para uma coisa que é tão importante para a gente: a natureza.

“Foi a partir desse trabalho que eu entendi o quão importante é a gente também ter outros conhecimentos. [As queimadas] Também nos influenciam. Percebi o quanto é importante levar essa questão ambiental para lugares que não [sofram] diretamente com as situações. É importante a gente estar por dentro de tudo”, adiciona.

Além dos murais, o festival também realiza oficinas de arte e educação socioambiental para alunos de escolas públicas. As aulas ocorrem em dois dias: na sexta-feira, 9, e no sábado, 10. Parte das atividades são na EEMTI Matias Beck, localizado no bairro Vicente Pinzón.

“No primeiro dia, a gente exibe e [debate] o filme ‘Cinzas da Floresta’. Um momento para a gente se conhecer, conhecer o projeto e já pensar em algumas artes para produzir no sábado“, explica Gabriel Pig, artista visual que será responsável pelas atividades. Berim, outro artista, também vai participar da ação.

No primeiro semestre de 2024, o Brasil bateu recorde de queimadas. Foi o maior número de incêndios registrados desde 1988, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) iniciou o monitoramento.

De acordo com dados da última Coleção MapBiomas Fogo, lançada em 18 de junho, um em cada quatro hectares do Brasil pegou fogo nas últimas quatro décadas. Em 2023, a área queimada no País foi equivalente à metade do território da Bélgica. Na caatinga, bioma predominante no Ceará, 3.242 focos de queimadas foram registrados. O número é 147% maior do que nos anos anteriores.

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