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Áreas Protegidas em Rondônia sob ameaça: impactos e soluções para exploração madeireira ilegal no estado

A situação em Rondônia é ainda mais grave quando se considera o contexto ambiental atual. O estado enfrenta uma seca extrema, e os efeitos desse fenômeno estão sendo sentidos com força, não apenas pelos ribeirinhos que lutam para encontrar água, mas também pela intensificação das queimadas

*Artigo por Júlia Niero

Mais um alerta vermelho se acendeu para quem se dedica e se preocupa com a conservação da Amazônia. Em seu mais recente levantamento, o Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex) revelou um aumento significativo na exploração madeireira sem autorização no estado de Rondônia, de 19% foi para 37% em um ano, um total de 8.399 hectares de exploração ilegal no período avaliado. Ainda mais preocupante é observar que uma parte significativa ocorreu em Terras Indígenas e Unidades de Conservação, áreas que deveriam ser protegidas pela legislação brasileira. 

Em 2023, do total de 22.706 hectares de exploração madeireira detectada no estado,  23% (1.909 hectares) da exploração ilegal total aconteceu em Terras Indígenas e 16% (1.314 hectares) em Unidades de Conservação, este último teve a exploração 100% concentrada no Parque Nacional do Mapinguari. A área, que já era um ponto crítico em 2022, consolidou-se como a área protegida mais vulnerável do estado quando o assunto é exploração madeireira ilegal. 

Este dado é mais do que uma estatística preocupante. Ele reflete uma realidade injusta para os povos indígenas e comunidades tradicionais que habitam esses territórios. Esses grupos dependem diretamente da integridade da floresta para sua sobrevivência física e cultural. A invasão de suas terras para exploração ilegal de madeira não só compromete a biodiversidade, mas também ameaça sua subsistência, sua identidade e seus direitos. 

Seca extrema e queimadas agravam a situação em Rondônia 

A situação em Rondônia é ainda mais grave quando se considera o contexto ambiental atual. O estado enfrenta uma seca extrema, e os efeitos desse fenômeno estão sendo sentidos com força, não apenas pelos ribeirinhos que lutam para encontrar água, mas também pela intensificação das queimadas. Entre janeiro e agosto de 2024, Rondônia registrou mais de 5,5 mil focos de incêndio, um número que só foi superado em 2019. A capital, Porto Velho, liderou por semanas os piores índices de qualidade do ar do país, tomada por uma densa fumaça proveniente dessas queimadas. 

Esse cenário de seca e fogo, além de agravar a devastação ambiental, cria um ambiente propício para a exploração madeireira ilegal. A combinação de florestas secas, falta de fiscalização adequada devido à emergência e as atividades criminosas na extração de madeira coloca ainda mais pressão sobre as áreas protegidas. O decreto de emergência no estado, que permite uma ação mais coordenada dos órgãos estaduais e municipais, precisa ser acompanhado por medidas específicas para combater a exploração ilegal, que se aproveita da vulnerabilidade dessas regiões. 

Legalidade florestal 

A Rede Simex, formada pelo Imaflora, Imazon, ICV e Idesam, desempenha um papel fundamental no monitoramento das atividades madeireiras ilegais na Amazônia. Por meio do uso de geotecnologias avançadas e imagens de satélite, desde 2021 é possível identificar e mapear as áreas onde a exploração não autorizada está ocorrendo, permitindo que as autoridades tomem as medidas necessárias para conter esses crimes ambientais. 

No entanto, a tecnologia sozinha não é suficiente. É preciso que haja uma combinação de esforços: políticas públicas robustas, fiscalização contínua e, principalmente, a aplicação rigorosa da lei. A iniciativa de legalidade florestal, promovida pelo Imaflora, busca justamente fortalecer esses aspectos, oferecendo ferramentas e informações que possam ser utilizadas por governos, empresas e sociedade civil para garantir que a exploração dos recursos naturais ocorra de maneira sustentável e dentro da  legislação. 

Para enfrentar esse problema, precisamos de uma abordagem multifacetada. Primeiro, é preciso intensificar as ações de fiscalização nas áreas protegidas e municípios mais afetados, utilizando os dados gerados pelo Simex para direcionar essas operações de forma mais eficaz. Além disso, é fundamental fortalecer as comunidades locais, garantindo que tenham os meios para proteger suas terras e seus direitos. 

Um chamado à ação 

Os dados do Simex 2023 são um chamado à ação. A legalidade precisa ser a base de toda atividade madeireira, e aqueles que violam essa premissa devem ser responsabilizados de forma exemplar, mas para que isso aconteça, são necessários o apoio e o engajamento de toda a sociedade. A Amazônia é um patrimônio de todos nós, e sua conservação é fundamental para o futuro não só do Brasil, mas do planeta. 

Neste momento crítico, onde a seca, as queimadas e a exploração ilegal de madeira convergem para criar uma tempestade perfeita de devastação, é imperativo que todos – governos, organizações, comunidades e indivíduos – unam esforços para proteger o a floresta amazônica. A atuação coordenada, o fortalecimento da legalidade e a proteção das áreas mais vulneráveis são os passos essenciais para garantir que Rondônia e toda a Amazônia possam continuar a sustentar a vida em sua rica biodiversidade e em suas comunidades tradicionais. 

Para saber mais sobre os resultados do Simex, acesse: https://www.imaflora.org/noticia/exploracao-madeireira-nao-autorizada-em-rondonia-aumenta-em-2023-cresce-pressao-sob-areas-protegidas  


*Júlia Niero é analista de Certificação e Geotecnologias do Imaflora.

Foto em destaque: exploração de madeira em Rondônia – Vicente Sampaio/Imaflora.

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Bracell recebe evento sobre restauração florestal

O encontro, nos dias 17 e 18 de setembro, reunirá especialistas do setor na unidade florestal da empresa em Inhambupe (BA)

A Fazenda Salgado, pertencente à Bracell no município de Inhambupe (BA), será a sede da 5ª Reunião Técnica do Grupo Temático (GT) Restauração da Sociedade de Investigações Florestais (SIF), instituição ligada à Universidade Federal de Viçosa (UFV). Os participantes irão discutir a recuperação de áreas degradadas em diferentes vertentes para a restauração florestal. O encontro, que reunirá especialistas e profissionais de empresas do setor florestal e de mineração de vários estados, ocorrerá nos dias 17 e 18 de setembro.

Durante o evento, temas como “Recuperação de Solos para Restauração Florestal” e “Restauração Produtiva” serão debatidos. A abertura será feita pelo professor Guilherme Chaer, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Na manhã do primeiro dia, o biólogo Igor Macedo, especialista em Meio Ambiente da Bracell e coordenador-geral do GT Restauração, e o engenheiro florestal D’Lano Sathler, especialista socioambiental da Assessoria de Sustentabilidade na Cenibra – Celulose Nipo Brasileira S. A., irão apresentar cases sobre o tema “Recuperação de Solos para Restauração Florestal”.

À tarde, Eduardo Ciriello, da Futura Florestal, fará uma contextualização sobre “Restauração Produtiva”. Rafael Brasileiro, cofundador e diretor de Growth na Toca – consultoria responsável pelos projetos do Sistema Agroflorestal Coletivo (SAF) da Bracell –, e Paulo Rodrigues, coordenador de Meio Ambiente da Suzano, também falarão sobre a temática, com apresentações de cases do assunto e discussão com os profissionais presentes.

Já no dia 18, os especialistas visitarão a principal reserva ambiental da Bracell: a RPPN Lontra, localizada nos municípios de Entre Rios e Itanagra, e mais duas iniciativas em Alagoinhas: uma no Projeto São Sebastião, onde a empresa utiliza resíduos industriais para restauração do solo, e outra na comunidade Tombador, para conhecer uma área de sistema agroflorestal.

Criado em 2019, o GT Restauração Florestal é uma iniciativa da SIF em parceria com empresas que praticam restauração. O objetivo do grupo é buscar o desenvolvimento nacional das atividades de restauração florestal por meio da integração e discussões técnicas sobre temas que contribuam para o progresso do setor no Brasil e tornar as atividades de restauração florestal brasileira referência mundial em técnicas, sustentabilidade e redução de custos. Além disso, o GT busca promover trocas de conhecimento entre empresas de base florestal, mineradoras e de geração de energia e a Universidade Federal de Viçosa para atender as novas demandas de inovações técnicas e operacionais das atividades de restauração florestal.

“O GT Restauração é um espaço aberto para as associadas se posicionarem e para construírem, juntas, resultados importantes na ciência da restauração não só para as companhias, mas também produtos técnicos e científicos robustos para um alcance global”, destaca Igor Macedo.

Participam da iniciativa representantes das empresas associadas AngloAmerican, Bracell, Cenibra, CMPC, Suzano, TTG Brasil, Vallourec e Veracel em parceria com a SIF, sob a coordenação operacional de Patrícia Laviola, e a UFV, sob coordenação técnica do professor doutor Sebastião Venâncio Martins, de Minas Gerais.

Sobre a Bracell

A Bracell é uma das maiores produtoras de celulose solúvel e celulose especial do mundo, com duas principais operações no Brasil, sendo uma em Camaçari, na Bahia, e outra em Lençóis Paulista, em São Paulo. Além de suas operações no Brasil, a Bracell possui um escritório administrativo em Cingapura e escritórios de vendas na Ásia, Europa e Estados Unidos. www.bracell.com

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Suzano está com 64 vagas abertas para ajudante de viveiro de mudas em Ribas do Rio Pardo (MS)

As pessoas interessadas poderão se inscrever no processo seletivo durante o evento “Você na Suzano”, que ocorrerá das 8h às 14 horas deste sábado (14/09) no Centro Social de Ribas do Rio Pardo

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, está com processo seletivo aberto para preencher 64 vagas de ajudante de viveiro em Ribas do Rio Pardo (MS). As inscrições estão abertas a todas as pessoas interessadas, sem distinção de gênero, idade, origem, deficiência e/ou orientação sexual, e poderão ser feitas durante o evento “Você na Suzano”, que ocorrerá neste sábado (14/09), das 8h às 14 horas, no Centro Social Brasil Criança Cidadã de Ribas do Rio Pardo, localizado na rua Geraldo Bunazar Alves, número 42, vila Nossa Sra. da Conceição.

Na ação, a equipe da Suzano estará à disposição para realizar entrevistas com candidatos(as) de forma imediata e fornecer informações sobre o processo seletivo e a empresa. Para participar, é preciso ter mais de 18 anos, possuir o Ensino Fundamental incompleto e comparecer ao evento na data e horários marcados portando documento de identificação com foto (RG e/ou CNH) e um currículo atualizado. Os(as) selecionados(as) receberão, além do salário conforme o mercado, benefícios como planos de saúde e odontológico, cartão alimentação, auxílio creche para colaboradoras com filhos, auxílio para famílias com filhos PcDs, auxílio farmácia, participação nos lucros e muitos outros.

De acordo com Rodrigo Zagonel, diretor de Operações Florestais da Suzano em Ribas do Rio Pardo, o evento visa aproximar a empresa da comunidade e tornar ainda mais acessível o ingresso na empresa a moradores locais, uma vez que leva as oportunidades disponíveis até a comunidade, apostando principalmente na diversidade e inclusão. Parte das vagas, inclusive, é destinada a pessoas com deficiência.

“Ações como o ‘Você na Suzano’ fazem parte do compromisso da companhia em contribuir com o desenvolvimento socioeconômico das regiões onde mantém operações e promover a valorização da mão de obra local. Sempre guiados por um dos nossos direcionadores que diz que ‘só é bom para nós se for bom para o mundo’, nosso objetivo com este evento vai além de atrair novos talentos para a empresa: buscamos também nos aproximar cada vez mais da comunidade, proporcionando o contato direto com o nosso time e garantindo que mais pessoas tenham acesso às nossas oportunidades, tornando-as mais diversas e igualitárias”, destaca Zagonel.

Viveiro de mudas

Resultado de um investimento de cerca de R$ 80 milhões e com capacidade para produzir 35 milhões de mudas de eucalipto, o novo viveiro de mudas da Suzano em Ribas do Rio Pardo foi inaugurado nesta semana. A estrutura é uma das mais modernas e sustentáveis da empresa e do mundo e irá abastecer o programa de formação florestal da fábrica em Ribas, que entrou em operação no dia 21 de julho deste ano. Em operação parcial desde os primeiros meses de 2024, o viveiro vai empregar cerca de 240 pessoas no total.

Plataforma de Oportunidades

As oportunidades da empresa em Mato Grosso do Sul, assim como para todas as unidades da empresa no país, podem ser acessas na Plataforma de Oportunidades da Suzano (https://suzano.gupy.io/). Na página, as pessoas interessadas também poderão conferir os benefícios ofertados pela empresa, além de poder se cadastrar no Banco de Talentos da Suzano. A Suzano reforça que todos os processos seletivos são gratuitos, sem a cobrança de qualquer valor para garantir a participação.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender a demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página: www.suzano.com.br

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Exclusivo – Comportamento do Mercado Mundial de Madeira em Tora

*Artigo de Marcio Funchal

Avaliando o comportamento do mercado mundial de madeira em tora, fica claro que uma pequena porção da madeira produzida anualmente é destinada às exportações (menos de 5%). Este cenário é bastante compreensivo, uma vez que há uma série de cadeias produtivas que irão reprocessar este produto ao longo dos processos de agregação de valor.

No tocante à produção mundial, esta cresceu apenas 8% desde 2013 (média de 0,8% a.a.). Já os preços atuais são praticamente os mesmos vislumbrados no passado (em termos nominais, em Dólar), apesar do intenso rally no meio do período considerado.


*Marcio Funchal é administrador de empresas, Mestre em administração estratégica e Especialista em Planejamento e Gerenciamento Estratégico. Coordena equipes multidisciplinares há mais de 27 anos nos mais diversos negócios. Nos últimos 21 anos tem se concentrado à atividade agroflorestal, industrial e de gestão de negócios. Possui grande vivência em praticamente todas as regiões do país, atuando como consultor de estratégia, gestão e mercado. Implementou e auditou as operações de silvicultura e colheita de 3 das maiores TIMOs em operação no Brasil. Participou de diversos projetos empresariais para apoio de tomada de decisões e investimentos em negócios no Brasil e alguns países da América Latina, América Central e África. Já atuou como Consultor do BID, IFC e do Banco Mundial.

Contato: marcio@marciofunchal.com.br

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