Levantamento da Confederação Nacional de Municípios mostrou ainda que 1.042 pessoas tiveram de deixar suas casas depois de serem diretamente impactadas pelas queimadas
A crise climática que acomete o Brasil em 2024 tem produzido estatísticas espantosas. De janeiro a setembro deste ano, mostra um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgado nesta quinta-feira (26), as queimadas em florestas nacionais já afetaram 15,4 milhões de pessoas e ocasionaram prejuízos de R$ 1,3 bilhão à economia do país.
Mais do que as alterações na rotina por conta de fumaça, necessidade de atendimento médico ou interrupção de serviços essenciais, o Boletim dos Incêndios Florestais apontou ainda que 1.042 brasileiros precisaram deixar suas casas por conta do fogo.
Comparativo dos impactos de incêndios florestais no Brasil
Com a quantidade de focos de incêndios acima da média nos últimos dois meses, 573 localidades decretaram situação de emergência. Apesar de elevados, os números podem ser ainda maiores. Segundo a confederação, a maioria das cidades não disponibilizou informações sobre desalojados e desabrigados até o momento, o que tem causado uma subnotificação de dados.
“A CNM evidencia que as informações são parciais e estão sendo alteradas periodicamente pelos gestores municipais”, alerta o documento, que reuniu relatos 1º de janeiro a 24 de setembro.
Crise climática no Brasil: ano de seca, incêndios e fumaça
Presidente da CNM, Paulo Ziulkoski chama a atenção para o cenário atípico, em especial entre os meses de agosto e setembro, com relatos de episódios “fora do padrão” para o período.
“O cenário reforça a urgência de o Brasil adotar medidas concretas e que possibilitem a prevenção e o enfrentamento de desastres como esses que estamos agora vivenciando, e que impactam gravemente a saúde de milhões de pessoas, o meio ambiente e o desenvolvimento do país”, ressalta Ziulkoski.
Em comparação ao mesmos nove meses do ano passado, quando 12,4 mil brasileiros foram afetados por incêndios, houve um acréscimo de 3 milhões de indivíduos impactados.
Na esfera financeira, o crescimento foi ainda maior. No mesmo recorte temporal, em 2023, as perdas aumentaram em mais de 1,2 bilhão. Só agosto e setembro foram responsáveis por um “exorbitante aumento”, como classifica a CNM, de 183 mil por cento em relação aos valores totais dos danos.
Com informações: O Globo.