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Setor florestal mobilizado no monitoramento e combate aos incêndios rurais

Uma parceria entre a Florestar São Paulo (Associação Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas) e a Semil (Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo), vem contribuindo intensamente no monitoramento de focos de incêndios rurais dentro do território paulista. Nesta ação estão envolvidas algumas empresas associadas à Florestar, como: Bracell, Dexco, Suzano e Sylvamo.  

As empresas de base florestal monitoram 1,5 milhão de hectares de plantios comerciais e de vegetação nativa dentro destas propriedades, utilizando 63 torres de vigilância que, adicionalmente, cobrem mais 700 mil hectares de Unidades de Conservação no estado de São Paulo. Ao todo, são mais de 2,2 milhões de hectares, entre áreas produtivas e de preservação, que o setor monitora. “Temos um grupo de comunicação direta com a Fundação Florestal, que é vinculada à Semil, em que qualquer ocorrência identificada por estas empresas, é comunicada imediatamente aos órgãos competentes”, explica Fernanda Abilio, diretora-executiva da Florestar São Paulo.

Desde 11 de setembro, quando a colaboração foi acordada e estabelecido o grupo de comunicação, foram identificadas 13 ocorrências de incêndios pelas câmeras de monitoramento das torres de vigilância. Elas aconteceram nas regiões de Itapetininga, Piratininga, Bauru, Luiz Antônio, Campo Largo e Casa Branca e foram devidamente comunicadas em tempo real às equipes da Fundação Florestal para que o governo de São Paulo pudesse providenciar atendimento o mais rápido possível.

Nos últimos dias, a associada Bracell atuou em um incêndio de grandes proporções que atingiu áreas rurais e de preservação na região de Botucatu. Duas fazendas experimentais da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” (Unesp), Lageado e Edgárdia, foram seriamente afetadas, causando grandes prejuízos ecológicos e acadêmicos. Para esta missão, a associada Bracell disponibilizou duas equipes de brigadistas, um caminhão-pipa, veículos e equipamentos de combate.

“Temos como missão proteger nossas florestas, o meio ambiente e as comunidades onde atuamos. No combate às chamas, o tempo é algo essencial e neste período crítico, reforço que fazemos parte desse ecossistema e que todos possuem a missão de protegê-lo”, afirma Alex Mário Oliveira Almeida, gerente de Prevenção e Combate a Incêndios da Bracell.

A diretora-presidente da Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), vinculada à Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, Renata Cristina Batista Fonseca lamentou o ocorrido. “Foi um dia muito triste, quando tive a infelicidade de presenciar um dos maiores incêndios aqui dessa região. A Fazenda Edgardia é um santuário da vida silvestre, com muitos trabalhos de pesquisas. A ação das equipes da Bracell e dos demais envolvidos, Defesa Civil, Bombeiros, Prefeitura, Sabesp, brigadistas e servidores voluntários da Unesp foi fundamental.”

“Vivemos um momento muito crítico em nossa sociedade, com a mudança do clima. Então, é muito importante que cada um faça sua parte para evitar incêndios e tragédias como esta. Um incêndio que começa pequeno, pode se tornar gigante. Qualquer faísca é suficiente para causar um estrago enorme”, alerta ela.

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STF marca conciliação em disputa sobre controle da Eldorado Brasil Celulose

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, marcou para o dia 18 de novembro, às 17h, uma audiência de conciliação sobre o controle acionário da Eldorado Brasil Celulose. A disputa corporativa envolve a venda de ações da empresa, integrante da J&F Investimentos, para a CA Investment, controlada pela Paper Excellence, da Indonésia. Na mesma decisão, o relator negou liminar e manteve a suspensão da transferência das ações.

Nas Reclamações 68.986 e 68.988, a Paper Excellence contestou a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que manteve suspensa a transferência das ações da J&F para a CA Investment pela venda da Eldorado. A corte entendeu que a aquisição de áreas rurais por pessoa jurídica estrangeira ou brasileira constituída de capital estrangeiro deve ser previamente submetida à apreciação do Incra e/ou do Congresso Nacional, nos termos da Lei 5.709/71.

Nas duas reclamações, a CA Investment sustenta que a decisão do TRF-4 violou a decisão do STF na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 342 e na Ação Cível Originária (ACO) 2.463.

Ao indeferir o pedido de liminar, Nunes Marques explicou que o Plenário do Supremo, em análise preliminar da ADPF 342, negou a suspensão de todas as ações judiciais sobre a validade do dispositivo da Lei 5.709/1971, mas não retirou dos juízes e dos tribunais o poder de fazê-lo, com base em elementos concretos.

O ministro lembrou ainda que a questão constitucional está pendente de solução pelo STF. Segundo ele, circunstâncias particulares podem justificar a suspensão de atos negociais, sem que isso viole a decisão do Supremo.

Disputa bilionária

A disputa entre a J&F e a Paper Excellence é uma das maiores do país e se arrasta desde 2017. A empresa brasileira vendeu 49,41% da Eldorado para a Paper Excellence em 2017, por R$ 3,8 bilhões. O contrato incluía a opção de compra da empresa toda, por R$ 15 bilhões, válida por um ano. E a multinacional só poderia adquirir o restante das ações, 50,59%, depois de assumir as dívidas da empresa.

Esgotado o prazo, a Paper não havia liberado as garantias (ativos da J&F que lastreavam os empréstimos feitos para a estruturação da Eldorado).

Pouco antes, sem perspectiva de conseguir o dinheiro para a operação, a Paper entrou na Justiça para pedir o controle imediato da Eldorado e prazo indeterminado para quitar a compra. O juiz do caso, então, percebendo a artimanha nada ortodoxa, negou os pedidos da Paper. Com informações da assessoria de imprensa do STF.

Clique aqui para ler a decisão
RCJ 68.986

Informações: Conjur.

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Exclusivo – Fotografia da produção industrial no Brasil: fabricação de móveis

*Artigo de Marcio Funchal

Com a aproximação do final do ano, as indústrias correm para atualizar o Planejamento Estratégico e consolidar o Plano Operacional para 2025. Em razão disso, compreender o cenário atual de negócios se torna imprescindível.

Para apoiar as empresas fabricantes e toda a cadeia produtiva de suporte (indústria, comércio e serviços), elaborei um conjunto de três artigos exclusivos para o Portal Mais Floresta, compreendendo as seguintes indústrias: (1) Fabricação de Móveis, (2) Desdobro de Madeira (madeira serrada, chapas de madeira, esquadrias, pisos e etc.) e (3) Indústria de Celulose, Papel, Papelão e produtos de Papel e Papelão (incluindo embalagens).

Neste PRIMEIRO ARTIGO, vou abordar a Indústria de Móveis. Aqui você verá uma análise do comportamento da produção industrial brasileira nos anos recentes. Para cada cadeia produtiva escolhida, eu apresento duas situações:

  • Primeiro um recorte temporal da evolução recente da produção industrial, considerando a produção do ano de 2019 como referência (último período antes da crise sanitária mundial, que mudou o comportamento do consumidor em diversas cadeias produtivas globais).
  • Em seguida, eu mostro o comportamento padrão para essa mesma indústria, levando em conta a distribuição da produção, mês a mês, ao longo do ano. Para avaliar o comportamento padrão, considerei os dados de 2023 e 2024 (até o mês mais atual disponível), comparando com o comportamento médio dos anos 2021 e 2022. O ano de 2020 foi excluído da análise histórica em razão da obrigatoriedade de paralização da produção no Brasil e no exterior, por vários meses e em diferentes intensidades.

Todos os dados foram organizados e padronizados em gráficos com a mesma escala e amplitude. Isso facilita a comparação da volatilidade da produção industrial entre as cadeias produtivas selecionadas.

A Figura a seguir mostra o comportamento recente da produção da Indústria de Móveis. Para fins de comparação, trago também o comportamento da produção da Indústria da Transformação no Brasil.

Olhando para a Indústria da Transformação, é fácil ver que há uma estagnação dos níveis de produção, no horizonte considerado, assim como uma clara sazonalidade da produção industrial, onde o pico se dá anualmente entre Maio e Outubro. Ainda considerando o período de análise, os menores volumes de produção da Indústria da Transformação no Brasil ocorrem entre Dezembro e Abril. Olhando para 2024, os dados mostram que a produção vem “acompanhando” o perfil da produção histórica setorial, sem as oscilações vistas nos anos anteriores. 

Levando em conta agora os números da Indústria de Móveis, temos um cenário bastante desafiador. Os níveis de produção vêm caindo, e não se vê, claramente, uma constância da distribuição da produção mês a mês. Em geral, o 2º semestre dessa indústria tende a ser mais ativo do que o 1º semestre, embora Dezembro seja um mês com muita ociosidade. Em 2024, a Indústria de Móveis começou o ano em ritmo mais lento do que o usual, mas retomou a “energia” nos meses mais recentes.


*Marcio Funchal é administrador de empresas, Mestre em administração estratégica e Especialista em Planejamento e Gerenciamento Estratégico. Coordena equipes multidisciplinares há mais de 27 anos nos mais diversos negócios. Nos últimos 21 anos tem se concentrado à atividade agroflorestal, industrial e de gestão de negócios. Possui grande vivência em praticamente todas as regiões do país, atuando como consultor de estratégia, gestão e mercado. Implementou e auditou as operações de silvicultura e colheita de 3 das maiores TIMOs em operação no Brasil. Participou de diversos projetos empresariais para apoio de tomada de decisões e investimentos em negócios no Brasil e alguns países da América Latina, América Central e África. Já atuou como Consultor do BID, IFC e do Banco Mundial.

Contato: marcio@marciofunchal.com.br

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