*Artigo por Priscilla Sena Reuter.
Iniciativas de diversidade e inclusão, temas cada vez mais relevantes no contexto global, enfrentam atualmente um período desafiador que pode influenciar práticas corporativas e resultar uma desaceleração em meio aos avanços que tivemos nos últimos anos.
Por isso, falar de lideranças femininas e igualdade de gênero se torna ainda mais expressivo enquanto sociedade e mostra a importância das empresas em criarem iniciativas sólidas de DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão).
Um exemplo é a Bracell, onde esse tema é tão significativo que se tornou um dos pilares da Agenda 2030, um compromisso com diversas metas que, dentre elas, estabelece aumentar para 30% a proporção de mulheres em cargos de liderança. Em um setor (papel e celulose) predominantemente masculino, ações desse nível são essenciais para um ambiente mais igualitário.
Até 2023, considerando o número total de líderes da companhia, as mulheres somam 26,4%, totalizando 93 mulheres na liderança da companhia. Dentre as iniciativas que adotamos para que a meta não seja apenas palavras escritas no papel, desenvolvemos treinamentos específicos para lideranças, apoiados com o Bracell Learning Institute, abrangendo todas as unidades de negócio da companhia.
E na minha visão, isso é especialmente relevante, pois ver mulheres em cargos de liderança é um motor que inspira outras mulheres a buscarem posições semelhantes. Quando uma mulher se depara com outra em um papel de poder, ela começa a perceber que esses espaços não são exclusivos de homens. Isso não só amplia suas próprias referências, mas também fortalece a ideia de que o acesso ao poder deve ser plural e inclusivo.
Além disso, a presença de mulheres em posições de liderança acrescenta competências que complementam um sistema corporativo cada vez mais complexo e dinâmico. As mulheres tendem a trazer habilidades como empatia, comunicação assertiva e uma abordagem colaborativa, fundamentais para a criação de ambientes de trabalho mais inclusivos, participativos e inovadores.
Como uma liderança preta, posso afirmar que as mulheres negras têm uma vivência distinta. Isso desafia estereótipos e preconceitos, além de inspirar as futuras gerações de mulheres que podem não se sentir representadas pelos padrões tradicionais de liderança.
Em minha trajetória, percebo que a importância de mulheres negras em posições de liderança vai além da quebra de barreiras e ajuda a construir novos modelos de liderança que incluam a pluralidade de experiências.
Em um ambiente que exige habilidades diversas para enfrentar desafios multifacetados e constante mudança, a liderança feminina, em sua diversidade, preenche lacunas importantes e é um modo de oferecer um conjunto de perspectivas complementares, enriquecendo o processo decisório, a dinâmica de trabalho e alavancando resultados.
*Priscilla Sena Reuter é gerente de Treinamento e Desenvolvimento da Bracell.