Em 23 de agosto, na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) lançou a proposta do Plano Bahia Florestal 2023-2033, nos moldes de outros estudos que alguns estados brasileiros já fizeram, a exemplo do Mato Grosso do Sul (MS) que, em 10 anos, passou de 300 mil hectares de florestas plantadas para 1,3 milhão e acaba de lançar novo planejamento para os próximos 10 anos. Na ocasião também aconteceu a cerimônia de posse dos Conselhos Diretor e Fiscal da ABAF. O Conselho Diretor, no período de 2022 a 2024, será presidido por Mariana Lisbôa, Líder Global de Relações Corporativas da Suzano S.A..
Além de Mariana Lisbôa, o Conselho Diretor é composto por Altair Negrello Junior (Bracell), Sebastião da Andrade (Ferbasa), Márcio Penteado Geromini (Caravelas Florestal) e Renato Gomes Carneiro Filho (Veracel). O Conselho Fiscal é composto por Fernando Guimarães (Bracell), Itamar da Silva Barros (Veracel), Joice Grave (Suzano), Mouana Sioufi Fonseca (Bracell) e Tayane Antonia Santana Pessoa (Ferbasa). A diretoria executiva permanece com Wilson Andrade Para começar a gestão já provocando evoluções, o evento contou com um debate sobre a construção de um Plano Florestal para o Estado da Bahia.
A reunião presidida por Mariana Lisbôa contou com representantes do setor e do governo do Mato Grosso do Sul (MS), que já implementaram um plano setorial e viram o segmento ampliar e gerar riqueza local.
Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), parabenizou a escolha de Mariana Lisbôa e reforçou a importância da diversidade no setor e em todas as instâncias.
“O setor de árvores cultivadas produz e conserva, além de gerar riqueza e oportunidades. É um setor inovador, que tem desenvolvido cada vez novos usos. O desenvolvimento de um plano pode ajudar a tirar travas, incentivar o crescimento econômico e, principalmente, gerar emprego, fazendo do estado mais uma vez exemplo para todo o país”, disse. Mariana Lisbôa reforçou que, ter um plano permite a construção de um caminho de frutos para a Bahia.
“O setor hoje já gera 223 mil oportunidades criadas pelo setor na Bahia, atuando em 618 mil hectares de áreas plantadas, conservando outros 310 mil hectares”, disse. “A ABAF é uma organização ligada a temas fundamentais para nosso presente e nosso futuro, agindo na cadeia produtiva florestal que é um setor no qual nosso estado tem tudo para ser grande destaque. Estamos falando em um segmento econômico que trata dos negócios dessa imensa e diversificada área, mas, também, de educação ambiental e sustentabilidade. Temos certeza de que, nos próximos anos, seremos testemunhas de uma grande ampliação da rede florestal na Bahia”, declarou o secretário Leonardo Bandeira (Seagri).
“Tenho certeza que à frente da Abaf, Mariana vai imprimir em sua gestão a delicadeza e organização inerentes à mulher, sem deixar de ser firme e assertiva. Fico feliz em ver o público feminino ocupando mais espaços. À frente da Faeb, eu tenho observado como cresceu a participação da mulher nas atividades rurais, dentro e fora das porteiras, e a chegada de Mariana à presidência da Abaf demonstra que o setor florestal trilha o mesmo caminho da inclusão e da igualdade”, declarou Humberto Miranda (presidente da FAEB).
Também se pronunciaram o Cel. José Aparecido de Moraes (Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de Três Lagoas/MS); Dito Mário da Reflore; Joésio Siqueira da STCP; Erich Gomes Schaitza (chefe geral da Embrapa Florestas); deputado estadual Eduardo Salles; Ricardo Alban (presidente da Fieb), Vitor Lopes do Sebrae e Paulo de Almeida da SDE, entre outros.
Plano para a Bahia crescer
De acordo com o diretor executivo da ABAF, Wilson Andrade, o objetivo do Plano Bahia Florestal 2023-2033 é a atração de novos investimentos para ampliar e fortalecer a cadeia produtiva de florestas plantadas no estado. “O plano também irá incentivar investimentos agroindustriais que podem se beneficiar das novas infraestruturas implantadas em torno da Ferrovia de Integração Oeste – Leste (Fiol) e da Centro-Atlântica (FCA) – esta que vai cortar a Bahia de Norte a Sul. Além disso, pretendemos intensificar o que já temos feito para o uso múltiplo da madeira e a maior inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira no estado da Bahia”, explica.
Para Andrade, essa discussão é oportuna no momento em que cresce a demanda por madeira no Brasil e no mundo. “Vale reforçar que a Ibá contabiliza investimentos de R$ 60 bilhões no setor, nos próximos três anos. É preciso que a Bahia esteja preparada para atrair parte desses novos investimentos, seja em ampliações ou novas indústrias. Com isso, poderemos atender a crescente demanda por produtos de madeira, gerando ainda, principalmente no interior, mais empregos qualificados, capacitações, tecnologia, renda, impostos e contribuições ambientais de elevada significância”, completa.
Com o lançamento da proposta, a ABAF pretende reunir um grupo forte e diverso para construir o plano de forma conjunta com a Federação da Agricultura da Bahia (FAEB), a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o Sebrae Nacional e Bahia, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), a Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia (Seplan), a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), e Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na Bahia (MAPA/BA), o Desenbahia, o Banco do Nordeste, entre outras.
A ABAF representa as empresas de base florestal do estado, assim como os seus fornecedores. Essa pluralidade dá à associação a possibilidade de planejar e agir com respaldo nos mais variados âmbitos e em horizontes largos. Por isso, a ABAF fomenta a pesquisa, investe na coleta e tabulação de dados, a exemplo do relatório Bahia Florestal.
A indústria de base florestal usa a madeira como matéria-prima, com destaque para a produção de celulose, celulose solúvel, papel, ferro liga, madeira tratada, energia, carvão vegetal e lenha para o processamento de grãos. A madeira utilizada é plantada e é considerada uma matéria-prima renovável, reciclável e amigável ao meio ambiente, à biodiversidade e à vida humana. A indústria de árvores plantadas para fins produtivos é a indústria do futuro.
Tem como associados: Bayer, Bracell, Caravelas Florestal, ERB, Ferbasa, Floryl, JSL, Komatsu, Proden, Suzano, Venturoli, Veracel e 2Tree. E coopera com quatro regionais – Aiba, Aspex, Assosil, Sineflor – nos principais polos produtores do estado; as quais vinculam pequenos e médios produtores e processadores de madeira locais.
Fotos de Sora Maia/Divulgação ABAF
Fonte: ABAF