*Artigo de Meryellen Baldim
As mudanças climáticas são um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade na atualidade, exigindo ações urgentes e eficazes para mitigar os efeitos para as gerações de hoje e do amanhã. Em meio a diversas soluções, aliadas poderosas são frequentemente subestimadas: as árvores e as florestas compostas por elas nos diversos biomas ao redor do mundo. A despeito de toda a sua importância, as florestas têm sido sistematicamente destruídas pelo desmatamento ou pelos incêndios.
Exemplos recentes desses maus-tratos são os casos de incêndios florestais registrados no Brasil, especialmente em São Paulo, Bahia, Pará e Amazonas, causando prejuízos ambientais e à saúde humana. Levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios mostra que o número de cidades que decretaram situação de emergência em agosto, em virtude de incêndios florestais, cresceu 354% em relação ao mesmo mês do ano de 2023.
Responsáveis por serviços ecossistêmicos essenciais, as árvores removem gás carbônico (CO2), um dos principais gases de efeito estufa presentes na atmosfera devido à ação humana. Elas também desempenham um papel na regulação do clima, na produção e liberação de oxigênio e na manutenção do ciclo das águas, participando dos processos de interceptação e infiltração da água das chuvas e na evapotranspiração.
Esses benefícios fazem com que as árvores, que têm o dia 21 de setembro como data de celebração, sejam reverenciadas como uma das grandes guardiãs da vida. Como tais, precisam de políticas de preservação que envolvam desde o poder público até a iniciativa privada. A Bracell, por exemplo, estabeleceu uma importante meta de sustentabilidade para a conservação da biodiversidade ao lançar, em 2022, o “Compromisso Um para Um”, uma iniciativa inédita no setor de celulose no Brasil.
A medida vem contribuindo para a preservação das áreas de vegetação nativa em tamanho igual às de plantio; ou seja, a cada um hectare de eucalipto, a empresa – presente na Bahia, São Paulo e Mato Grosso do Sul -, compromete-se com a conservação de um hectare de área nativa até o final de 2025. Até o momento, já foi atingido 92% dessa meta. O compromisso também apoia a recuperação de áreas públicas por meio de parcerias com os governos dos estados.
Na Bahia, além dessa parceria, a Bracell possui quatro RPPNs (Reserva Particular do Patrimônio Natural), totalizando mais de 3 mil hectares de proteção integral da vegetação nativa. Dessas, destaca-se a RPPN Lontra, que recebeu o título de Posto Avançado da Reserva Biosfera da Mata Atlântica pela Unesco. O espaço abriga centenas de espécies da fauna e flora silvestres, muitas delas raras e ameaçadas de extinção.
*Meryellen Baldim é gerente de Meio Ambiente da Bracell BA.