O presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) Paulo Hartung esteve nesta segunda-feira (29/07) na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), onde foi recebido pelo presidente Carlos Henrique Passos para palestrar a empresários de diversos setores. O encontro foi organizado pela Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) e mediado pelo seu diretor executivo, Wilson Andrade.
Aos executivos, Hartung compartilhou ao longo de mais de duas horas de conversa e debate sua visão do Brasil atual, jogando luz para o futuro. “É fato que o Brasil não é para principiantes, como dizia o maestro Tom Jobim, mas nós temos a mania de ver o copo vazio e dificuldade de vê-lo meio cheio. Vivemos hoje um cenário complexo, mas que apresenta inúmeras oportunidades”, disse.
O encontro, organizado pela ABAF, reuniu presidentes de entidades empresariais, vice-presidentes e presidentes dos sindicatos da FIEB, diretores de empresas do setor florestal e lideranças empresariais de todos os segmentos da Bahia. A mesa foi composta por Benedito Carneiro, vice-presidente da FIEB; Caio Zanardo, presidente da Veracel; Décio Barros, presidente da Fetrabase (Federação das Empresas de Transporte dos Estados da Bahia e Sergipe); Paulo Cavalcanti, presidente da ACB (Associação Comercial da Bahia) e Eduardo Salles, deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar da Indústria.
“O economista Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo, senador, deputado e atual presidente da Ibá, tem experiência e visão política, desenvolvimentista que interessa a quem acredita que o país pode e deve voltar a crescer. Os caminhos por ele indicados incluem educação, formação profissional, busca de investidores, financiamentos e tecnologias no exterior, onde os recursos são abundantes, notadamente para os setores que neutralizam as emissões de carbono, favorecem a economia circular e a inovação. Agradecemos ao presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos que foi o anfitrião, as lideranças empresariais que compareceram e contribuíram com as discussões e a Paulo Hartung que aceitou nosso convite”, declarou Wilson Andrade que é também Presidente do Conselho de Comércio Exterior e Relações Internacionais (COMEX) da FIEB.
Desafios e exemplos
Hartung elencou os principais desafios que enxerga hoje tanto no país como no cenário global, como a disputa pela hegemonia entre Estados Unidos e China, duas guerras, desconexão das cadeias globais de suprimento e principalmente a emergência climática, o maior problema a ser enfrentado nos tempos atuais. No cenário nacional, destacou a necessidade urgente de investimentos em educação, em particular para a formação de mão de obra, além do desenvolvimento de novas lideranças.
“As máquinas não nos substituem, precisamos de gente. Estamos aqui hoje em uma casa de lideranças e conclamo que tenhamos esse papel de levar o país na direção certa seguindo os bons exemplos”, disse. Nesse sentido, citou os investimentos da indústria de árvores cultivadas em ciência e inovação e o consequente desenvolvimento que levou para as regiões em que se instalou.
“Nos últimos 50 anos, o setor formou profissionais e teve um salto de produtividade de 10 m³/ha/ano para 33 m³/ha/ano. Temos no Brasil muitos potenciais. Nossa energia já é majoritariamente renovável, somos sede da maior floresta tropical do mundo, temos 12% das reservas de água doce e 20% de biodiversidade. Temos vento, sol e um enorme desenvolvimento com biomassa, inclusive com a biomassa florestal. A bola está na cara do gol e sem goleiro. Não podemos chutar mais uma vez para fora.”
Na sequência, Hartung respondeu a perguntas dos presentes, que abrangeram temas como a situação econômica de países vizinhos, acesso a crédito, segurança pública, a abertura de fronteiras para investimentos externos, a retenção e atração de cérebros, infraestrutura e os exemplos do Espírito Santo para o resto do Brasil.
ABAF – Desde 2004, a ABAF representa as empresas e os produtores (grandes, médios ou pequenos) de base florestal do estado, assim como os seus fornecedores. Contribui para que o setor florestal se desenvolva sobre bases sustentáveis, seja do ponto de vista econômico, ambiental ou social. Trabalha por mais florestas, mais empresas, mais fornecedores, mais serviços e produtos. Este trabalho é feito em parceria com os associados, autoridades, governos, academia e demais parceiros em nível local, estadual e nacional. A indústria de base florestal usa madeira como matéria-prima, com destaque para a produção de celulose, papel, ferro liga, madeira tratada e para energia. Nossa missão está alicerçada na certeza de que a árvore plantada é o futuro das matérias-primas renováveis, recicláveis e amigáveis ao ambiente, à biodiversidade e à vida humana.
Informações: Ascom ABAF.