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Arauco estuda escoar celulose de megafábrica por hidrovia

Empresa espera receber em setembro licença para construir ferrovia de 47 km, mas enquanto isso estuda uma forma alternativa para despachar a produção de Inocência

Apesar de já ter autorização para construir um ramal ferroviário de 47 quilômetros entre a fábrica de Inocência e a Ferronorte, a chilena Arauco agora estuda a possibilidade de escoar as 3,5 milhões de toneladas anuais de celulose pela hidrovia dos rios Paraná  Tietê. 

O plano inicial prevê investimento de R$ 1 bilhão na construção do ramal ferroviário e mais R$ 1,4 bilhão na compra de 23 locomotivas e aproximadamente 750 vagões, incluindo reservas, para formar sete trens de 100 vagões cada.

Estes investimentos de R$ 2,4 bilhões não estão previstos no projeto original de construção da fábrica, que é da ordem de R$ 25 bilhões. 

Agora, porém, conforme reportagem do jornal Estadão, os chilenos estudam uma alternativa logística combinando rodovia, hidrovia e ferrovia. Conforme esta alternativa, a celulose seria levada em caminhões até Três Lagoas, numa distância da ordem de 130 quilômetros. Seriam, em média, duzentas carretas por dia.

Depois,  a celulose seguiria pela hidrovia Paraná-Tietê até Pederneiras (SP), numa distância de 450 quilômetros e somente depois disso seria levada pela ferrovia até o Porto de Santos, percorrendo mais 550 quilômetros por trilhos. 

A viabilidade depende da análise dos impactos e custos dos múltiplos transbordos de carga, segundo reportagem do jornal paulista. 

Segundo a Arauco, a hidrovia é mais competitiva que o transporte rodoviário, retirando mensalmente 6 mil caminhões das estradas e reduzindo em 80% as emissões de CO. 

Já o transporte ferroviário reduz as emissões em 60% em comparação ao rodoviário, alinhando-se à estratégia de sustentabilidade da empresa.

A previsão é de que a fábrica entre em operação do último trimestre de 2027. Porém, caso opte pela construção da ferrovia, as obras precisam começar logo, pois devem se estender ao longo de 18 meses. 

A previsão é despachar 9,6 mil toneladas por dia em trens formados por 100 vagões fabricados especialmente para levar fardos de celulose branqueada de fibra curta de eucalipto. 

A construção da ferrovia já foi autorizada pela ANTT e a expectativa é de que a licença de instalação seja concedida agora em setembro. O trajeto previsto, caso realmente saia do papel, será paralelo à rodovia MS-377. 

Para ser operadora de toda a infraestrutura do corredor logístico, a Arauco acaba de receber da ANTT uma autorização que a qualifica como Agente Transportador Ferroviário (ATF). Com isso, a própria empresa pode montar a plataforma e operar os trens até Santos/SP.

Segundo Alberto Pagano, responsável pelo setor de transportes da Arauco, o Brasil lidera soluções logísticas na indústria de celulose, como o uso de vagões com capacidade de 96 toneladas. No Chile, sede da empresa, a capacidade varia entre 46 e 60 toneladas, dependendo da qualidade da via ferroviária.

O plano logístico da Arauco, diz Pagano, tem uma visão de longo prazo para o negócio. Considera expansões futuras — a licença de instalação do projeto Sucuriú prevê produção de até 5 milhões de toneladas —, transporte por trens de madeira e insumos líquidos e a utilização de contêineres.

Além da logística para o transporte da celulose até o porto de Santos, numa distância da ordem de 1,1 mil quilômettros, a Arauco precisa ainda de cerca de 1,5 motoristas para operar os 350 veículos (caminhões) que carregarão as toras de madeira, em 600 viagens diárias, até a unidade industrial, que está sendo implantada a 50 quilômetros da área urbana de Inocência. 

As florestas de eucaliptos da empresa, que totalizam 400 mil hectares, estão espalhadas em dez municípios no entorno de Inocência. A distância média desde as áreas de corte até a fábrica será de 110 km. 

Para atender o pleno ritmo de produção a partir de 2028, a empresa está plantando 65 mil hectares de eucaliptos por ano — o tempo médio até o corte, todo mecanizado, é de seis anos. 

VALE DA CELULOSE

Mato Grosso do Sul, com a fábrica de Inocência, se consolida como maior fabricante de celulose do país. Vai saltar de 7,6 milhões de toneladas por ano para 11 milhões de toneladas

A Suzano inaugurou uma fábrica de Ribas do Rio Pardo em 2024 e a Eldorado tem planos para duplicar a produção em Três Lagoas. Além disso, a partir de fevereiro do próximo ano a Bracell promete começar a construção de uma fábrica em Bataguassu. 

Em 2023, a produção brasileira de celulose atingiu 24,3 milhões de toneladas, sendo 21,3 milhões de fibra curta (de eucalipto), 2,5 milhões de fibra longa (pinus) e 500 mil toneladas de pasta de alto rendimento. As exportações somaram US$ 12,7 bilhões, no patamar de 18 milhões de toneladas embarcadas, de acordo com dados da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores).

*Com informações do jornal O Estado.

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International Paper vende divisão global de celulose por US$ 1,5 bilhão

Venda da unidade Global Cellulose Fibers para a American Industrial Partners marca foco estratégico da companhia

A International Paper anunciou mudanças estratégicas para fortalecer sua posição de custos, melhorar a experiência dos clientes e manter vantagem competitiva em sua jornada de transformação. Entre as medidas está a venda da unidade Global Cellulose Fibers (GCF) para a American Industrial Partners (AIP), em um acordo avaliado em US$ 1,5 bilhão, sujeito a ajustes. A transação deve ser concluída até o fim de 2025, após aprovação regulatória.

“GCF é um negócio forte, e estou satisfeito em vê-lo fazer a transição para a AIP, que está focada em investir e expandir negócios industriais”, afirmou Andy Silvernail, CEO da International Paper. Segundo ele, a equipe da divisão realizou ajustes estratégicos que tornam a operação atrativa para o novo controlador.

Rick Hoffman, sócio da AIP, destacou o potencial de crescimento da unidade: “A GCF está bem posicionada para o crescimento futuro, apoiada por sua ampla e sustentável base florestal, mercados finais duradouros, qualidade e inovação líderes na indústria, relacionamentos de longo prazo com clientes, funcionários altamente experientes e instalações bem estruturadas”.

A divisão de fibras de celulose da companhia fornece celulose de alta qualidade para diferentes aplicações, como papéis sanitários, fraldas, absorventes, produtos de higiene e cuidados pessoais. Em 2024, a GCF registrou receita de US$ 2,8 bilhões e conta com 3.300 funcionários distribuídos em nove fábricas e oito escritórios regionais ao redor do mundo.

Informações: Portal Celulose.

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Exclusiva – EyeForest: tecnologia aplicada para transformar o mercado florestal no Brasil

Nascida da experiência de campo, o ecossistema digital usa IA e Blockchain para transformar o manejo e a comercialização da madeira no país, unindo eficiência, rastreabilidade e transparência. “Transformamos Florestas em dados e dados em negócios”, destaca CEO

A ForesToken nasceu no ambiente de transformação digital do Grupo Index, e com isso herdou mais de 50 anos de experiência no setor florestal, e desde o seu nascimento construiu sua trajetória com base em uma convicção simples: quem vive a floresta entende melhor suas dores. Foi dessa escuta constante, de quem está no campo e na tomada de decisão, que nasceu o EyeForest, um sistema digital completo pensado para transformar a forma como a gestão florestal é feita no Brasil e também a forma que negociamos madeira.

Idealizado por Rodrigo de Almeida, CEO da ForesToken, e construído por Richard Anchieta, CTO da empresa, e Kelvin Siqueira, head de geointeligencia da Forestoken, junto à equipe de desenvolvimento, o EyeForest não surgiu como um projeto de tecnologia isolado, mas como resposta prática a problemas reais enfrentados por consultorias, produtores e empresas de base florestal. Sua construção começou ainda em 2015, dentro do Grupo Index, quando as primeiras automações começaram a melhorar a entrega de análises, relatórios e diagnósticos técnicos.

Com o amadurecimento do projeto e a criação da área Inovação em 2018, o caminho se consolidou. Em 2022, com o nascimento oficial da ForesToken, o EyeForest ganhou escala, identidade e estrutura. Hoje, o sistema é composto por três módulos principais: ForestGIS, ForestChain e ForesTracker, cada um atuando de forma complementar na gestão, comercialização e rastreabilidade florestal.

““A força do EyeForest está em transformar complexidade em simplicidade. Nosso ecossistema integra todos os módulos em um só fluxo, dando ao produtor segurança e praticidade na gestão da sua floresta, e ao gestor industrial controle total sobre compras, contratos e rastreabilidade. É uma visão 360° da operação florestal — da produção ao corte, do contrato ao pagamento — tudo interligado para reduzir riscos, automatizar processos e aumentar a rentabilidade.”, enfatiza Rodrigo sobre o valor de ter soluções interligadas para atender a todas as etapas do processo florestal.

Uma origem baseada na necessidade de eficiência

No início, as empresas do Grupo Index enfrentavam um desafio comum: processos manuais, demorados e pouco integrados. Dados geoespaciais eram analisados separadamente, os clientes esperavam meses para receber resultados, e a recorrência dos projetos acabava repetindo diagnósticos e tarefas ano após ano.

Dessa dor nasceu a oportunidade que deu origem à Forestoken, criada para transformar essa realidade. A empresa desenvolveu o EyeForest, um ecossistema digital que integrou automação, inteligência e escalabilidade. Hoje, as próprias empresas do Grupo Index utilizam o EyeForest como clientes da Forestoken, oferecendo serviços mais ágeis e completos para seus clientes finais.

“Um exemplo concreto que ouvimos de gestores de pequenas, médias e grandes empresas foi a dificuldade em transformar dados geoespaciais em decisões práticas. As soluções existentes eram caras, fragmentadas e exigiam equipes técnicas especializadas, já que os sistemas de GIS não se integravam com ferramentas de BI. Com o ForestGIS, conseguimos resolver essa dor: integramos mapas, indicadores e relatórios em tempo real em um único sistema, acessível e sem a necessidade de grandes estruturas. E no ForestChain, seguimos o mesmo princípio ao trazer segurança jurídica para as compras de madeira e aproximar o mercado financeiro do setor — algo que só foi possível porque escutamos de perto as diferentes realidades de quem está no campo e na gestão”, explica o CEO Rodrigo, sobre a concepção e aprimoramentos do EyeForest.

ForestGIS: geointeligência aplicada à gestão florestal

O ForestGIS foi o primeiro módulo do ecossistema EyeForest a ganhar vida. Desde o início, nasceu com uma proposta clara: ir além de um WebSIG tradicional e resolver uma dor recorrente do setor florestal — a dificuldade de transformar dados geoespaciais em decisões práticas de gestão.

A primeira versão era focada em visualização de mapas e organização de arquivos. Mas a evolução foi rápida: hoje, o ForestGIS combina Inteligência Artificial, automação e integração em uma única solução. Mais do que mapas, ele oferece ao gestor uma experiência profissional completa, mesmo sem a necessidade de equipes especializadas em geoprocessamento.

Entre suas principais funcionalidades estão:

  • Upload e organização de bases cartográficas e dados vetoriais;
  • Análises espaciais dinâmicas com filtros personalizados sem depender de equipes especializadas;
  • GeoBI integrado, que transforma mapas em painéis de inteligência de negócios, trazendo para a tela informações essenciais para decisões rápidas e precisas;
  • Coleta de dados em campo via ForestGIS Mobile, com sincronização offline e integração total à versão web.

Outro grande diferencial é que o ForestGIS se conecta a ERPs de parceiros por meio de APIs, tornando-se parte da rotina administrativa e operacional das empresas. Além disso, em parceria com provedores de geointeligência, a ferramenta oferece monitoramento via satélite, permitindo acompanhar colheitas, verificar riscos ambientais, realizar auditorias visuais da produção e muito mais.

“Tudo isso com custo acessível e escalabilidade em nuvem, sem exigir estruturas gigantescas de TI ou equipes complexas. Redesenhamos a infraestrutura do sistema para garantir segurança, performance e alta disponibilidade, criando uma base sólida para empresas que precisam de confiabilidade”, informa o CEO.

O ForestGIS não é apenas uma ferramenta de mapas: é uma camada de inteligência estratégica que coloca o gestor no controle da floresta, transformando dados em negócios.

ForestChain: segurança jurídica e contratos inteligentes

Com o ForestGIS consolidado, a equipe da Forestoken voltou-se para dois gargalos históricos do setor florestal:

  1. A insegurança de abastecimento enfrentada pelos consumidores, que precisam planejar compras de madeira com previsibilidade, mas encontram um mercado fragmentado e informal.
  2. O distanciamento do mercado financeiro, que hoje se mantém à margem de bilhões de reais negociados anualmente de forma desestruturada, deixando produtores e consumidores sem acesso a crédito e produtos financeiros competitivos.

O ForestChain nasceu para resolver esses pontos. Mais do que um sistema, ele é a infraestrutura que organiza o mercado de base florestal, criando um ambiente seguro, transparente e integrado entre consumidores, produtores e instituições financeiras.

Utilizando blockchain e contratos inteligentes, o ForestChain garante que cada negociação seja formalizada digitalmente, registrada em trilha auditável e acompanhada até a entrega da madeira.

As principais entregas do ForestChain incluem:

  • Segurança para consumidores: formalização digital de contratos de compra e venda, com validade jurídica e execução automatizada via smart contracts.
  • Previsibilidade de abastecimento: contratos vinculados ao ciclo da floresta, com monitoramento contínuo e garantias vinculadas à entrega.
  • Unificação contratual e financeira: negociações que antes eram dispersas passam a ser estruturadas em um fluxo único, com gestão centralizada de contratos, pagamentos e rastreabilidade.
  • Integração com o mercado financeiro: tokenização dos contratos, permitindo que consumidores e produtores acessem produtos financeiros direto com instituições financeiras.
  • Governança e rastreabilidade: acompanhamento do ativo florestal desde a contratação até a colheita, com trilha auditável em blockchain.
  • Estabilização do fluxo de caixa e incremento da liquidez dos ativos florestais: viabilizados pela negociação estruturada e pela liquidação em contas digitais vinculadas. Esse modelo proporciona previsibilidade de receitas, redução do risco de inadimplência e maior eficiência na gestão do capital de giro dos produtores.

Com o ForestChain, o consumidor industrial passa a ter previsibilidade e controle sobre seu abastecimento e acesso ao mercado financeiro, enquanto produtores ganham previsibilidade de receitas, aumento de liquidez ei acesso a crédito e continuidade de atividade antes muito distante. Ao mesmo tempo, bancos e fundos encontram uma porta de entrada confiável para um mercado bilionário antes inacessível.

O resultado é simples: mais segurança, mais inteligência e formalidade para o mercado bilionário de base florestal.

“Hoje, produtores florestais — especialmente pequenos e médios — estão muito distantes de serviços financeiros estruturados, porque bancos e fundos não tinham visibilidade ou confiança nesse mercado. Ao formalizar cada negociação em contratos digitais auditáveis, o ForestChain cria uma base sólida para que esses produtores possam acessar crédito, capital de giro e novos produtos financeiros que antes estavam fora de alcance”, frisa Rodrigo sobre a missão da plataforma de democratizar o acesso ao capital para o setor florestal.

ForesTracker: conformidade total com a EUDR

Nos últimos anos, a regulamentação europeia EUDR (European Union Deforestation Regulation) introduziu novas exigências para exportadores de produtos florestais. Agora, é necessário comprovar a origem da madeira e garantir que não houve desmatamento após datas específicas.

O módulo ForesTracker, acoplado ao ForestGIS, foi criado exatamente para atender essas exigências. Com ele, empresas brasileiras podem construir declarações de due diligence completas, auditáveis e integradas aos dados espaciais da propriedade.

Entre suas funcionalidades, estão:

  • Registro detalhado da localização e histórico fundiário das áreas de origem;
  • Análise automática de conformidade com a EUDR;
  • Emissão de relatórios e documentação exigida para exportação;
  • Vinculação com os demais módulos do sistema para rastreabilidade total.

O ForesTracker foi projetado como uma resposta ágil e prática a uma dor emergente do setor: a urgência por sistemas que viabilizem a permanência do Brasil no mercado europeu, com total transparência e segurança jurídica.

“Não entregamos apenas tecnologia, mas uma solução que conecta o gestor florestal ao compliance regulatório internacional, reduzindo riscos jurídicos e comerciais. Para as empresas brasileiras, isso significa competitividade real: quem usa o ForesTracker não apenas atende à EUDR [Regulamento de Desflorestamento da União Europeia], mas ganha agilidade para provar conformidade e manter acesso ao mercado europeu, que é um dos mais exigentes e valiosos do mundo”, destaca Rodrigo sobre a importância da rastreabilidade e da conformidade com as exigências do mercado internacional para o setor.

Inovação com propósito: integração, cultura e crescimento

A evolução do EyeForest exigiu muito mais do que tecnologia. Foi necessário construir uma estrutura corporativa sólida, capaz de alinhar as frentes de desenvolvimento técnico com as necessidades comerciais e estratégicas do negócio.

A entrada de Richard Anchietta como CTO e Anthony Almeida como CGOO marcou essa transição. O Primeiro liderou a reestruturação técnica do sistema, enquanto o segundo organizou o fluxo entre as equipes de desenvolvimento e os times comerciais, garantindo ritmo, foco e alinhamento de prioridades.

Iniciativas como os hackatons internos foram fundamentais nesse processo. No mais recente, as equipes trabalharam em soluções de inteligência artificial para análise fundiária, copilotos técnicos para o time de desenvolvimento e IAs aplicadas à operação florestal. O resultado foi não apenas tecnológico, mas cultural: maior integração entre times e compreensão mais profunda das realidades de campo.

O futuro é agora!

O EyeForest passou por três fases: construção, reestruturação e agora, crescimento. Com os principais módulos já consolidados e clientes utilizando o sistema ativamente, a ForesToken inicia uma etapa de expansão estruturada, com metas claras e foco em tração.

O sistema florestal brasileiro precisa de soluções que acompanhem a complexidade de seus desafios. O EyeForest responde a essa necessidade com robustez técnica, visão estratégica e capacidade de adaptação.

ForestGIS, ForestChain e ForesTracker formam hoje um ecossistema florestal digital que não apenas resolve problemas, mas abre novas possibilidades para o setor.

“O nosso objetivo é simples: transformar a forma como florestas são geridas e negociadas, conectando a base florestal ao mundo financeiro com segurança, transparência e inteligência, em acordo com nosso lema “transformar florestas em dados e dados em negócios”, enfatiza o CEO.

Se você ainda não conhece o EyeForest, talvez seja o momento de olhar com mais atenção. O futuro da floresta não está só no campo. Ele também está no código, nos dados e nas conexões que criamos a partir deles.

Entre em contato com um dos especialistas da EyeForest: https://conteudos.eyeforest.com.br/lp-eyeforest-artigos

Escrito por: redação Mais Floresta | EyeForest. 

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Exclusiva – Syngenta no Show Florestal 2025: inovações para uma silvicultura sustentável

Empresa apresenta portfólio completo, com destaque para o novo inseticida VERDAVIS®, e reforça seu compromisso com o avanço do setor

Durante o Show Florestal de 2025, realizado entre 19 e 21 de agosto no Arena Mix, em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, a Syngenta marcou sua presença apresentando um vasto portfólio de produtos, com ênfase no seu mais novo lançamento: o VERDAVIS®, um inseticida-acaricida inovador para o manejo de pragas em plantações de eucalipto.

O VERDAVIS®, que está em fase final de registro, é parte de uma nova linha de produtos desenvolvidos a partir da molécula PLINAZOLIN® Technology. Esse composto se destaca por sua eficácia no controle de pragas do eucalipto, como o psilídeo-de-concha, o besouro-amarelo e o percevejo-bronzeado, oferecendo mais desempenho e maior tempo de controle.

Demonstrativo VERDAVIS®.

Outro produto em evidência foi o ATEXZO® Ant-F, uma isca formicida projetada para combater as formigas-cortadeiras, uma das principais ameaças às plantações de eucalipto e pinus. A Syngenta também revelou o NETURE™, um inseticida biológico inovador, que age por contato e ingestão.

Presença estratégica e visão de futuro

No estande da empresa, o Gerente Comercial da Syngenta, Tulio Teodoro, destacou a relevância estratégica de Mato Grosso do Sul para a empresa.“Olhamos para Mato Grosso do Sul com atenção desde que o plano de investimento em florestas plantadas foi lançado. A região é um de nossos focos e temos representantes técnicos e de desenvolvimento sediados aqui.”

Tulio também comentou sobre o objetivo da Syngenta em oferecer mais opções aos produtores de florestas plantadas, que muitas vezes enfrentam um número limitado de soluções no mercado. “Nossa meta é fornecer tanto soluções químicas quanto biológicas, que agreguem no controle e na performance dos produtos a campo. Essa inovação se traduz em maior produtividade para o produtor, sempre com a qualidade e tradição da marca Syngenta.”

A presença da Syngenta no evento foi uma demonstração de seu compromisso com a evolução contínua da silvicultura. Com um portfólio diversificado e parcerias estratégicas, a empresa busca não apenas fornecer produtos, mas ser um parceiro no desenvolvimento sustentável do setor.

A Gerente de Marketing da Syngenta, Carolina Higasi, ressaltou a presença da empresa no Show Florestal com o objetivo de fortalecer seu papel no setor. “Viemos para reforçar o nosso posicionamento, apresentar o nosso portfólio que é o mais completo do mercado. A Syngenta tem as melhores soluções com foco em inovação e sustentabilidade, para tudo o que o setor florestal necessita, desde o viveiro até o pós-colheita.”

Tecnologia e engajamento no estande

Além dos produtos, a empresa ofereceu aos visitantes a chance de interagir com a plataforma Cropwise, da Syngenta Digital. A plataforma apresentava ferramentas de gestão integradas para agricultura de precisão, auxiliando os produtores em todas as etapas do cultivo florestal. Para tornar a experiência mais interativa, a Syngenta também montou um quiz, o “Mestre da Silvicultura Syngenta”, onde os participantes que acertavam as perguntas eram premiados com brindes.

Saiba mais sobre as soluções Syngenta em:

https://www.syngentafloresta.com.br/

https://www.syngenta.com.br/

Escrito por: redação Mais Floresta.

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Brasil pode perder espaço no mercado global de carbono

Uma das principais oportunidades é o programa CORSIA

Os estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão) podem gerar até US$ 1,4 bilhão por ano com créditos de carbono, segundo estudo do Earth Innovation Institute (EII). A projeção considera a adoção do modelo REDD+ jurisdicional, com pagamentos previstos a partir de 2026 e receita acumulada de US$ 21,6 bilhões até 2030. 

O valor seria ainda maior com a implementação das cartas de ajuste correspondente, previstas no Artigo 6 do Acordo de Paris, que evitam dupla contagem e permitem a negociação em mercados regulados internacionais, onde os preços chegam a ser 50% superiores, podendo elevar a receita anual a US$ 2 bilhões.

Uma das principais oportunidades é o programa CORSIA, da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), voltado ao setor aéreo. Porém, o Brasil ainda não está estruturado para oferecer créditos compatíveis e tampouco firmou acordos bilaterais que garantam reconhecimento internacional, o que limita sua competitividade. Países vizinhos, como o Peru, já avançaram nesse caminho ao fechar parcerias com compradores como a Suíça, assegurando condições mais favoráveis de comercialização.

Segundo o especialista em negócios climáticos Pedro Plastino, a ausência de uma diplomacia ativa do Itamaraty na negociação de Transferências Internacionais de Resultados de Mitigação (TIRMs) compromete a liquidez dos créditos brasileiros. Ele aponta como prioridades a assinatura de acordos bilaterais, a criação de governança transparente com distribuição de benefícios a comunidades e povos indígenas, o alinhamento a padrões internacionais como o CORSIA e o envolvimento do Ministério Público Federal.

Informações: AGROLINK.

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ABAF participa e compensa o carbono da INDEX 2025

Com o objetivo de fortalecer e dar visibilidade à indústria local, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e o Sebrae Bahia realizam, de 27 a 29 de agosto, no Centro de Convenções de Salvador, a INDEX 2025. O maior evento do setor no estado vai conectar empresas, instituições e profissionais em um ambiente propício para negócios, inovação e qualificação, estimulando o crescimento da economia baiana. 

Durante o evento, a FIEB vai realizar a 15ª edição do Prêmio FIEB Indústria Baiana Sustentável, no dia 27 de agosto. Com o inspirador mote “Uma gota de ação um oceano de mudança”, a premiação reafirma o compromisso do setor industrial do estado com práticas sustentáveis e o desenvolvimento responsável. “A premiação vai além do simples reconhecimento, atuando como um catalisador para transformações significativas no setor industrial baiano”, afirma Arlinda Negreiros, gerente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da FIEB.

Parte desse compromisso será realizado em parceria com a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) que vai coordenar a compensação de carbono do evento, através de um cuidadoso processo de cálculo, aquisição e plantio de mudas nativas que fazem parte do Programa ABAF de Reflorestamento e Compensação de Carbono.

“O evento terá uma programação estratégica, voltada à discussão de temas fundamentais para o futuro da indústria baiana e nacional, como competitividade, sustentabilidade, inovação, transição energética e políticas públicas, reunindo especialistas, gestores públicos e representantes do setor produtivo”, afirma Carlos Henrique Passos, presidente da FIEB.

“A Index será o ponto de encontro para os empreendedores ligados a diversas cadeias produtivas da indústria baiana, com especial enfoque para a inovação, a sustentabilidade e a geração de negócios. Os pequenos negócios apoiados pelo Sebrae marcarão presença, mostrando a nossa força empreendedora regional”, disse o superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury.

Carbono – O processo de compensação de carbono será documentado em um inventário que detalha o método de cálculo das emissões e quantifica o número de árvores nativas necessárias para compensar essa pegada de carbono. Este processo é feito pelo Grupo Index, por meio de sua empresa Arvor Business Advisory.

A partir deste inventário, a ABAF sugere a quantidade específica de mudas de árvores nativas que devem ser plantadas para sequestro de carbono correspondente às emissões do evento. A logística para a aquisição e plantio das mudas é cuidadosamente planejada para garantir que todas as árvores sejam plantadas de maneira eficaz e sustentável.

Entre os benefícios da compensação ambiental com cálculo de carbono e plantio de mudas: redução das emissões de CO2; sequestro de carbono; melhoria da qualidade do ar; conservação da biodiversidade; recuperação de ecossistemas; e estímulo à conscientização ambiental, entre outros.

“Esta é uma estratégia poderosa para preservar o meio ambiente e combater as mudanças climáticas. Ao adotar essa abordagem, empresas, governos e indivíduos demonstram um compromisso real com a sustentabilidade, contribuindo para a construção de um futuro mais equilibrado e saudável”, acrescenta Mariana Lisbôa, presidente da ABAF, associação que representa a cadeia produtiva de árvores plantadas, do campo à indústria, no estado. 

“Nós plantamos 250 mil árvores, todo dia, na Bahia. E se uma árvore é importante para o meio ambiente, com vários benefícios como sequestro de carbono, por exemplo, imagine uma floresta! As florestas plantadas têm um papel fundamental na mitigação da mudança do clima, especialmente por remover e estocar carbono nas florestas e nos produtos, além de evitar emissões ao prover produtos e serviços de origem renovável, em detrimento aos de origem fóssil ou não renovável. Árvore plantada é o futuro das matérias-primas renováveis, recicláveis e amigáveis ao ambiente, à biodiversidade e à vida humana”, acrescenta Wilson Andrade, diretor executivo da ABAF.

Sobre a ABAF – Desde 2004, a ABAF representa as empresas e os produtores (grandes, médios ou pequenos) de base florestal do estado, assim como os seus fornecedores. Contribui para que o setor florestal se desenvolva sobre bases sustentáveis, seja do ponto de vista econômico, ambiental ou social. Trabalha por mais florestas, mais empresas, mais fornecedores, mais serviços e produtos. Este trabalho é feito em parceria com os associados, autoridades, governos, academia e demais parceiros em nível local, estadual e nacional. A indústria de base florestal usa madeira como matéria-prima, com destaque para a produção de celulose, papel, ferro liga, madeira tratada e para energia. Nossa missão está alicerçada na certeza de que a árvore plantada é o futuro das matérias-primas renováveis, recicláveis e amigáveis ao ambiente, à biodiversidade e à vida humana. 

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SFB publica edital de Prêmio sobre Economia e Mercado Florestal

Inciativa vai premiar até cinco trabalhos acadêmicos sobre Recuperação Florestal com valores de até 40 mil reais. Inscrições serão abertas em 01/09

Já está no ar o edital do IX Prêmio Serviço Florestal Brasileiro em Estudos de Economia e Mercado Florestal. O documento foi disponibilizado hoje (25) e traz todo o regulamento da premiação que vai publicar, reconhecer e pagar valores de até R$ 40 mil a até cinco trabalhos acadêmicos inéditos voltados para o tema da Recuperação Florestal. As inscrições estarão abertas a partir de 1º de setembro, pela Plataforma Integrada Carlos Chagas.
 
Com foco na Recuperação Florestal, o Prêmio chega à sua nona edição com o objetivo de incentivar a produção científica e valorizar pesquisas originais que tragam soluções aplicáveis à gestão e recuperação dos biomas brasileiros. Podem concorrer monografias que apresentem estratégias, instrumentos, modelos e propostas de aplicação em diferentes escalas — local, regional, nacional ou internacional. Trabalhos que apontem caminhos práticos para a formulação de políticas públicas ou que tenham aplicabilidade direta no setor florestal serão especialmente valorizados.
 
 “Vemos o Prêmio como um grande incentivo e oportunidade para o meio acadêmico. Além de reconhecer a produção científica, todo esse esforço poderá se reverter em avanços para políticas públicas de recuperação florestal”, afirmou o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Garo Batmanian.
 
EIXOS TEMÁTICOS

O “IX Prêmio Serviço Florestal Brasileiro em Estudos de Economia e Mercado Florestal” conta com seis eixos temáticos, todos voltados para a recuperação florestal:

  • planejamento, avaliação e regulação de concessões florestais; bioeconomia;  
  • silvicultura de espécies nativas;
  • impacto do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) – Lei nº 15.042, de 11 de dezembro de 2024;
  • viabilidade econômica dos modelos de recuperação florestal de áreas degradadas, alteradas ou de passivos ambientais;
  • instrumentos econômicos e financeiros, com ênfase em um, ou mais dos seguintes tópicos: Cota de Reserva Ambiental (CRA);
  • pagamento por Serviços Ambientais (PSA); Crédito Rural e Sistema Tributário.


PARCERIA

Para promover o Prêmio, o Serviço Florestal Brasileiro firmou parceria com importantes instituições: o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O CNPq ficou responsável pela elaboração do edital; recebimento, julgamento e divulgação dos trabalhos acadêmicos; e pagamento aos premiados. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também é parceira do IX Prêmio SFB, e será responsável pela solenidade de premiação (com data e local a serem divulgados posteriormente).

CRONOGRAMA

FASESDATAS
Lançamento do Prêmio25/08/2025
Abertura das inscrições01/09/2025
Prazo para impugnação do Edital04/09/2025
Encerramento das inscrições10/10/2025
Julgamento10/11/2025
Divulgação do resultado no Diário Oficial da União, por extrato, e nas páginas do CNPq e do SFB na internet17/11/2025

Informações: Serviço Florestal Brasileiro.

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Oregon Tool reduz em 75% o consumo de óleo em máquinas da área produtiva

Estudo liderado por integrante da equipe do setor de produção durante semana de inovação da empresa garante economia e sustentabilidade

Com uma redução de 75% no consumo de óleo, a Oregon Tool melhora o desempenho das máquinas e reduz o desperdício na linha produtiva. A ação, resultado da edição deste ano da Semana Lean, também gera economia nos custos operacionais. Os testes foram coordenados por Alessandra Dorigo, integrante da equipe do setor de produção, no evento que busca soluções para reduzir custos, insumos e tempo a partir de experiências e testes práticos.

Durante as suas experimentações, Alessandra, Eduardo Biazio, Juliano Souza e Rafael Vinicius, com apoio de outros colegas, conseguiram reduzir o consumo do óleo de rebitagem, o processo de montagem de peças, nas máquinas da empresa. “Uma máquina que consumia dois litros por dia, hoje consome 500 mililitros”, conta. “O teste foi feito em duas máquinas que, com a redução do óleo, apresentaram um desempenho maior do que as que utilizavam a quantidade anterior”, completa.

Sediada em Curitiba, a Oregon Tool fabrica equipamentos e produtos voltados ao segmento florestal e de jardinagem. A ação incluiu ainda palestras de conscientização, ministradas a toda a equipe de montagem, de todos os turnos na empresa e ampliação
para outras máquinas.

Cadeia produtiva e sustentabilidade

João Fiorucci, coordenador de Meio Ambiente da Oregon Tool, destaca que todo o óleo utilizado na empresa passa por coleta e refino para ser 100% reciclado, mantendo suas características sem gerar resíduos ou agredir o meio ambiente. O processo garante o reaproveitamento integral do insumo, alinhando a produção a práticas sustentáveis.

“Ainda assim, a redução atingida pela equipe minimiza também as emissões e resíduos”, reforça. “E o uso racional do óleo, além de incidir no menor custo de produção, impacta positivamente os clientes, já que as correntes chegam limpas, sem acúmulo de óleo nas embalagens”, explica.

Melhoria contínua

A Semana Lean é realizada anualmente na filial brasileira da Oregon Tool desde 2023. O projeto premia iniciativas que promovam melhorias na segurança, produtividade e qualidade dos processos da empresa. As propostas são divididas nas categorias Kaizen, Projetos e Inovação. A votação é feita entre os integrantes das equipes e os três mais votados apresentam as propostas para uma banca que define as colocações.

Sobre a Oregon Tool:

Líder mundial na produção de correntes de corte e barras para motosserras, a Oregon Tool está presente no Brasil desde o final da década de 1970 com uma de suas fábricas localizada em Curitiba (PR). Com sede em Portland, Oregon, EUA, e uma presença multinacional de fabricação e distribuição, a Oregon Tool vende seus produtos em mais de 110 países sob as marcas Oregon®, Woods®, ICS®, Pentruder®, Merit® e Carlton®.

A empresa é a líder global em correntes de corte, barras para motosserras, correntes diamantadas para corte de concreto e tubos de aço, também é especialista em implementos agrícolas e fornecedora de peças e equipamentos originais e de reposição para OEM. Saiba mais em www.oregontool.com.

Imagem: Divulgação Oregon Tool.

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Rumo à COP 30: a importância do setor privado brasileiro como modelo de negócio na transição climática

Especialistas e representantes do setor de árvores cultivadas comentam expectativas e preparativos para a COP 30

Com a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém (PA) entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, se aproximando, as discussões se intensificam, demonstrando a importância da agenda climática para os diversos setores produtivos do Brasil.

De acordo com uma pesquisa recente, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Conferência é considerada relevante para 54% dos industriais brasileiros e 75% acreditam que o evento pode fortalecer a imagem da indústria brasileira no exterior, ampliando o protagonismo do país para o desenvolvimento sustentável.

A CEO da COP 30, Ana Toni, destacou durante o evento “ClimaCorp: Liderança Empresarial na Era da Transição Climática”, promovido pelo Reset, a importância do setor privado como protagonista da conferência. “Queremos o engajamento das empresas brasileiras no coração da COP30, através da agenda de ação, ocupando os pavilhões temáticos, trazendo as soluções brasileiras, usando a COP para essa grande promoção do Brasil como um provedor de soluções climáticas.”

Papel do setor de árvores cultivadas na transição climática

O setor de árvores cultivadas tem acompanhado as COPs há mais de 15 anos com o desafio de demonstrar as peculiaridades de seu modelo de produção e como elas contribuem com a mitigação e adaptação à mudança do clima.

“Por ser uma COP no Brasil, existem oportunidades de demonstração do modelo de negócios inovador do setor brasileiro para diversos atores internacionais”, explica Adriano Scarpa, gerente de Mudança do Clima na Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). “As expectativas do setor giram em torno de conseguir sucesso nessa demonstração, o que pode alavancar algumas ações importantes”, pontua.

No mês de junho, a Ibá esteve em Bonn na Alemanha, acompanhando as reuniões dos órgãos subsidiários da UNFCCC (Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima). O evento foi marcado por impasses relacionados aos fluxos de financiamento climático de países desenvolvidos para países em desenvolvimento.

“Esse foi o principal tema da COP29 e tem sido frequentemente ligado aos fracassos das negociações. Em 2009 foi feita uma promessa de US$ 100 bilhões/ano que não foi atingida. Mais recentemente, estudos apontam que há uma necessidade de se aportar US$ 1,3 trilhão/ano, mas até o momento os países se comprometeram com uma meta de apenas US$ 300 bilhões/ano. Com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris e as recentes tensões geopolíticas, este tema dificilmente terá um avanço substantivo na COP30”, diz Scarpa.

De acordo com o gerente de Mudança do Clima da Ibá, diante desse cenário, a COP 30 buscará um enfoque na agenda de ação, que visa acelerar a implementação de ações concretas para combater as mudanças climáticas. “Em relação à continuidade das negociações, em Bonn ficou evidente que adaptação e transição justa serão assuntos com grande expectativa”, destaca.

A adaptação à mudança do clima deve ser um dos temas centrais da COP 30, com a continuação da discussão das metas globais de adaptação e um possível estabelecimento de indicadores, métricas e cronogramas e seus vínculos com financiamento climático, enquanto a “transição justa”, que também ganhou relevância em Bonn, traz a possibilidade de avanço na definição de metas e indicadores para implementação do Plano de Trabalho e discussões sobre mecanismos de financiamento, garantindo justiça social, trabalho digno, equidade internacional e o papel das comunidades vulneráveis no enfrentamento da crise climática.

“Costumo dizer que o mundo falhou no atingimento das metas de mitigação e agora temos que envidar esforços cada vez maiores para adaptação. Se não tivermos sucesso, daqui a algumas COPs voltaremos o foco para Perdas e Danos, que busca lidar com impactos climáticos irreversíveis com respostas e financiamento para os danos já em curso”, elucida Scarpa.

A presidência da COP 30 propôs uma agenda de ação baseada em seis eixos temáticos: Transição energética, industrial e transporte; Preservação de florestas, oceanos e biodiversidade; Transformação da agricultura e dos sistemas alimentares; Resiliência para cidades, infraestrutura e recursos hídricos; Desenvolvimento humano e social e Facilitadores transversais: financiamento, tecnologia, capacitação. Em junho, o Brasil também lançou o Global Ethical Stocktake, uma iniciativa que utiliza diálogos regionais e locais para incorporar valores, justiça e ética ao debate técnico do Global Stocktake (GST), processo que ocorre a cada cinco anos, que revisa o andamento global das metas do Acordo de Paris.

Outro assunto relevante para Scarpa é a atualização das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas). “O Acordo de Paris estabelece que de 5 em 5 anos, os países devem apresentar metas progressivas e mais ambiciosas que as anteriores. O prazo inicial era fevereiro deste ano, mas menos de 30 das 195 partes signatárias do Acordo de Paris apresentaram suas metas até o momento. Isso traz preocupações, pois pode ser considerado um termômetro de como os países estão se engajando na agenda climática nesse momento.”

Apesar de provavelmente não estar na pauta da COP 30, um assunto muito importante para o setor é o Artigo 6 do Acordo de Paris, que traz regras para o funcionamento do mercado de carbono que substitui o antigo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Quioto.

“Digo que provavelmente não estará na pauta, porque durante a COP29, em Baku foram finalizadas as regras gerais de implementação do Artigo 6.2, que visa a negociação de créditos entre países e as regras gerais sobre o Artigo 6.4, que trata dos projetos de geração de créditos de carbono, avanços de extrema importância para o setor de árvores plantadas. Sobre este assunto, existe uma previsão inicial para a COP30 de reporte das discussões do artigo 6.4”, destaca Scarpa.

Segundo o relatório Ibá de sustentabilidade, o setor planta hoje cerca de 1,8 milhão de árvores por dia em 10,5 milhões de hectares, majoritariamente em áreas antropizadas ou de baixa produtividade.

O setor também conserva 7,07 milhões de hectares de vegetação nativa, uma área superior ao estado do Rio de Janeiro. O manejo dessas áreas é referência global por utilizar técnicas sustentáveis, que preservam o solo, os recursos hídricos e a biodiversidade. Um exemplo é o chamado plantio em mosaico, que intercala as áreas de produção com áreas de conservação, formando corredores ecológicos.

“Queremos mostrar como o setor de árvores cultivadas opera com uma abordagem integrada, desde o plantio até o pós-uso dos produtos. Também queremos destacar para o mundo a relevância da restauração e a silvicultura de espécies nativas, que despontam com um papel estratégico no enfrentamento das mudanças climáticas”, diz Scarpa.

“Tanto as áreas de plantio como as de conservação removem e estocam carbono da atmosfera e precisamos destacar como as remoções de carbono florestais são importantes para o atingimento das metas do Acordo de Paris, e que sem elas não existirá o tão almejado net zero, que se baseia no balanço entre as emissões e remoções de carbono”, continua.

Como exemplo, a Suzano, maior fabricante de celulose no mundo, atua em uma cadeia intensiva no uso da terra e manejo florestal, em 2,7 milhões de hectares, sendo 40% de mata nativa e 60% de florestas plantadas para produção. 

Mas mesmo plantando mais de 1 milhão de árvores por dia, o net zero é um desafio. Segundo o CEO da Suzano, Beto Abreu, a redução de emissões ao longo da cadeia de valor exige ação coordenada entre fornecedores e clientes, já que o escopo 3 (emissões indiretas) de uma empresa corresponde ao escopo 1 (emissões diretas) de outra. “Se cada ator fizer a sua parte, o impacto coletivo será significativo”, disse Abreu durante o evento “ClimaCorp: Liderança Empresarial na Era da Transição Climática”

Preparação das entidades do setor de árvores cultivadas para a COP30

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) recentemente lançou a Sustainable Business COP30 (SB COP), iniciativa voltada à ampliação da participação qualificada do setor empresarial nas negociações climáticas.

O grupo empresarial vai reunir propostas, experiências e soluções desenvolvidas pelo setor privado com foco na transição para uma economia de baixo carbono.

Representada pelo Embaixador José Carlos da Fonseca Jr., a Ibá está participando do movimento global liderado pela CNI.

“Ao longo dos últimos meses, nos reunimos com nomes-chave na construção da conferência, como o Embaixador André Corrêa do Lago, presidente desta edição, Ana Toni, diretora-executiva da COP 30, entre outros. Participamos das mais importantes reuniões nacionais e internacionais, falando sobre a importância do nosso modelo de negócio para as pautas climáticas”, expõe Adriano.

Ele afirma ainda que a Ibá está em constante diálogo com parceiros, associações do terceiro setor e atores-chave do governo, como representantes do Itamaraty, MMA, MDIC e MAPA, onde, inclusive, estão coordenando um Grupo de Trabalho sobre COP30 no âmbito da Câmara Setorial de Florestas Plantadas.

“Por fim, estamos fazendo alguns estudos e trabalhos técnicos relevantes nessa agenda. Finalizaremos este ano o 11º Inventário de Gases de Efeito Estufa do nosso setor e estamos elaborando o roadmap de descarbonização de papel e celulose em parceria com o MDIC, BID e Afry. Vamos publicar um Caderno Setorial com narrativas dos benefícios socioambientais do setor, exemplificado por cases das nossas empresas, que nos auxiliará a buscar um sucesso nos pleitos, e estamos elaborando nossos posicionamentos técnicos e participando das consultas públicas em relação ao Artigo 6.4”, finaliza Adriano.

Representantes da CNI, Ibá e Suzano estarão presentes na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas em Belém.

Informações: Newspulpaper.

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Bracell Papéis anuncia lançamento de nova máquina de produtos em rolo para a fábrica de Lençóis Paulista (SP)

Evento foi marcado pela apresentação de estudo inédito com dados estratégicos sobre mercado de tissue institucional no Brasil para distribuidores, clientes e parceiros

Bracell Papéis reuniu distribuidores, parceiros e representantes do setor de tissue institucional em um evento em São Paulo para apresentar os resultados de uma pesquisa inédita encomendada à Euromonitor International. O estudo traça um panorama detalhado do mercado brasileiro de tissue profissional, que contempla a venda das categorias de papel toalha, papel higiênico, wipers e guardanapos para uso institucional, e revela que o segmento movimentou R$ 2,2 bilhões em 2024, com projeção de ultrapassar R$ 2,5 bilhões até 2027.

 “Trata-se de um levantamento inédito no setor de papéis, feito com o objetivo de apoiar decisões mais qualificadas em toda a cadeia. Ao escolhermos a Euromonitor, buscávamos não apenas rigor metodológico, mas também profundidade analítica. E esse trabalho ganha ainda mais relevância ao acontecer em um momento de expansão para a Bracell, com o anúncio da nova máquina de produtos em rolo, que reforça nossa capacidade de atender com escala, qualidade e previsibilidade”, afirmou Jonas Naranjo, Diretor Comercial e Head de Marketing da Bracell Papéis.

A máquina recém-adquirida será instalada na unidade de Lençóis Paulista (SP), e marca um novo patamar para a operação industrial da companhia. A Bracell Papéis, que começou sua operação na planta em meados de 2024, correspondeu a 3,5% do volume e por 2,8% do valor vendido no país no período.

Eduardo Aron, diretor-geral da Bracell Papéis, destacou que a pesquisa simboliza a consolidação de um ciclo iniciado dois anos antes, quando a empresa apresentou ao mercado sua proposta de atuação no segmento institucional. “Hoje, temos uma fábrica em plena operação, com tecnologia de ponta, integração logística e energia renovável. Mais do que isso, temos uma linha Professional estruturada e agora respaldada por dados que ajudam a orientar o crescimento do setor com inteligência e foco em valor”.

O estudo, conduzido entre abril e julho de 2025, confirmou a importância do Brasil no mercado global de tissue institucional, com 229 mil toneladas consumidas em 2024 e média de 1,1 kg por habitante. Em valor, o país movimentou R$ 2,2 bilhões, o que evidencia espaço para expansão qualitativa.

Na análise por categorias, o papel toalha lidera o mercado, seguido de papel higiênico, wipers e guardanapos interfolhados, a menor das quatro categorias. As categorias com maior previsão de crescimento nos próximos anos são wipers e guardanapos interfolhados.

O recorte por setores mostrou a saúde como líder, seguido pela indústria, escritórios comerciais e demais segmentos, que incluem foodservice, educação, transporte, hospitalidade e entretenimento. Esses segmentos variados concentraram 40,9% do consumo, com destaque para o consumo de guardanapos interfolhados e papel higiênico.

Regionalmente, o Sudeste e Sul são os maiores mercados, com 60% do mercado nacional. O Centro-Oeste conta com 15,7% do volume vendido. Já o Norte e Nordeste, ambos abaixo da média nacional, são as regiões com maior potencial de expansão nos próximos anos.

“O evento reforça a estratégia da Bracell Papéis de atuar de forma próxima ao mercado institucional, promovendo não apenas produtos, mas também conteúdo, inteligência de mercado e soluções integradas. Ao reunir distribuidores e tomadores de decisão em um ambiente de troca e análise, fortalecemos nossa posição como referência no setor e ampliamos nossa contribuição para o desenvolvimento sustentável da cadeia de tissue no Brasil”, finaliza Naranjo.

Sobre a Bracell Papéis

A Bracell Papéis é a unidade de negócios da Bracell dedicada à produção de papéis tissue e produtos de higiene pessoal, com foco em qualidade, eficiência e sustentabilidade. Com operações industriais na Bahia, Pernambuco e em São Paulo, a empresa atua nas frentes de consumo e institucional, oferecendo soluções que combinam desempenho, conforto e responsabilidade ambiental.

Fundada a partir da integração de ativos especializados no setor e da expertise global da Bracell na produção de celulose, a Bracell Papéis conta com tecnologia de ponta e processos altamente automatizados. Em 2024, inaugurou sua mais nova fábrica em Lençóis Paulista (SP), com destaque para a eficiência energética, uso de energia renovável e integração logística com a unidade de celulose, tornando-a uma das mais modernas da América Latina.

Seus produtos são desenvolvidos a partir de florestas plantadas e 100% certificadas, com processos que seguem os mais rigorosos padrões de qualidade e sustentabilidade. A Bracell Papéis atua com o compromisso de transformar recursos renováveis em soluções que melhoram a vida das pessoas, com impacto positivo nos territórios onde está presente.

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