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Primeiro dia do X Fórum da Abisolo aborda temas como competitividade e sustentabilidade econômica

Especialistas apresentaram aspectos vitais para o crescimento do mercado de fertilizantes especiais

O primeiro dia do X Abisolo – Fórum e Exposição, principal evento da indústria de fertilizantes especiais, condicionadores de solo e substratos para plantas da América Latina promovido pela Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), apresentou um vasto conteúdo sobre a sustentabilidade econômica da produção agrícola e um panorama sobre o ambiente de negócios e competitividade.

Com a presença do Presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, Roberto Levrero, do secretário de Defesa Agropecuária – Ministério da Agricultura e Pecuária, Carlos Goulart, do subsecretário da Agricultura do Estado de São Paulo, Orlando Melo de Castro, da chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial, Lucíola Alves Magalhães, do Diretor do Departamento de Agronegócio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e vice-presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp, Roberto Betancourt, e do sócio da Maneira Advogados, Eduardo Lourenço Gregório Júnior, a mesa de abertura deu início aos painéis temáticos desta quarta-feira, 5 de junho, no Expo D. Pedro, em Campinas (SP).

De acordo com Levrero, presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, o objetivo do fórum é ampliar o debate do papel estratégico do mercado de fertilizantes especiais. “Esse é um momento de troca de e conhecimentos e experiências. Temos consciência de que o nosso setor é estratégico para a manutenção da competitividade do agronegócio brasileiro e, com essa oportunidade, ampliamos a nossa capacidade de análise e decisão”, disse.

Presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, Roberto Levrero.

Levrero também ressaltou que o mercado de fertilizantes especiais teve um faturamento de R$ 22,6 bilhões em 2023, graças aos constantes investimentos em pesquisa e desenvolvimento, gestão e resiliência dos profissionais que atuam nesse setor. “Nosso setor contribuiu para o agro nacional com ganho de eficiência e diminuindo a dependência da importação dos insumos”, enfatizou Levrero.

O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, destacou o momento oportuno no aspecto de regulação dessa indústria. “Esse é um setor que está se transformando e inovando, testando as fronteiras da regulação, que hoje já não responde mais aos desafios apresentados. Um exemplo disso é como classificar os bioinsumos e como vendê-los, comercializá-los, já que possuem funções diferentes. Precisamos de uma legislação que seja flexível o suficiente para não negar novas tecnologias”, apontou Goulart.

Negócios e competitividade

O painel de abertura do fórum foi dedicado ao tema “Ambiente de negócios e competitividade”, com uma abordagem detalhada sobre a competitividade, segurança jurídica, ambiente de negócios, mercado de carbono e sustentabilidade da produção agrícola brasileira.

A primeira palestra foi ministrada pelo professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Daniel Vargas, com o tema a “Sustentabilidade da Produção Agrícola Brasileira e o Mercado de Carbono”. Vargas abordou duas questões centrais para a produção de alimentos no Brasil: o significado de “verde” e qual a posição do país no mercado de carbono.

“Sabemos que nos últimos anos o mundo tem dado muitos passos para abraçar a agenda verde como um caminho de progresso. Mas ‘verde’, no debate internacional é um conjunto de objetivos estabelecidos por padrões ou pela ciência e que nos permitem diferenciar as atividades produtivas e dizer quais são sustentáveis e quais não são”, explicou.

Quando esses padrões aterrizam na realidade tropical, como no Brasil, as tensões começam a emergir, segundo o palestrante da FGV. “Ao discutirmos a transição verde, a impressão é de que a nossa tarefa é nos adaptar ao que foi definido por padrões internacionais. Mas o setor de uso da terra tem uma condição própria. Temos a oportunidade de criar uma maneira de tornar visível e rentável o nosso verde para convertê-lo em valor”, ressaltou Vargas.

O professor também questionou qual é e qual deve ser o papel da agropecuária no mercado de carbono? Internacionalmente, ele explicou que o foco central desse mercado tem sido a criação de um regime que permita adaptação da realidade para atividades que são mais limpas ou mais sustentáveis. No Brasil, segundo ele, o debate oscila, mas prevalece a ideia de que precisamos adaptar esse regime para tratar o uso do solo.

“Nós vamos participar desse regime como mais um setor devedor, com metas e obrigações a cumprir, ou vamos participar desse setor como um credor, como alguém que tem a função e a tarefa de oferecer ativos que podem contribuir com serviços ambientais sustentáveis para o planeta?”, questionou. “O melhor caminho e proposta para um regime de precificação do mercado de carbono brasileiro é a segunda rota, na qual conseguiremos capitalizar financiamento, investimentos, tecnologia e técnicas de produção mais sustentáveis”, concluiu Vargas.

A segunda palestra foi dedicada à “Competitividade Internacional da Agricultura Brasileira: Status, Riscos e Oportunidades” e contou com o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, como palestrante. Ele concentrou sua fala em três pontos principais: uma avaliação das bases da produção e da sustentabilidade produtiva do agronegócio, a preservação das florestas brasileiras por meio da adoção de tecnologias poupadoras da terra e as exportações brasileiras em comparação com outros países.

“O Brasil vem crescendo a sua Produtividade Total dos Fatores (PTF), de forma muito mais rápida do que o resto do mundo. O PTF é a capacidade de gerenciar melhor os insumos e o conhecimento que façam com que a utilização dos insumos seja aproveitada de forma mais eficiente”, analisou o palestrante ao comentar o “efeito poupa-floresta”, que evidencia o compromisso do Brasil com práticas agrícolas sustentáveis. Comparando dados de produção e emissões de carbono ao longo das últimas décadas, o pesquisador explicou que o Brasil se destaca como líder na eficiência de produção por unidade de emissão, demonstrando um notável avanço na redução da pegada de carbono do setor agrícola.

“Quando comparamos a relação entre produção e emissão de carbono ao longo das últimas décadas, é notável o avanço que o Brasil alcançou. Na década de 90, um quilo de carbono resultava na produção de 243 quilos de alimento. Hoje, esse mesmo quilo de carbono gera uma produção de 774 quilos de alimento. Este aumento significativo na eficiência produtiva demonstra o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e sua liderança na redução da pegada de carbono no setor agrícola”, explicou Vieira Filho.

O primeiro painel desta quarta-feira foi encerrado por uma síntese do professor da FIA Business School, Ivan Wedekin, responsável também pela medição das perguntas dos participantes.

Sustentabilidade Econômica

No período da tarde, o segundo painel abordou a “Sustentabilidade Econômica da Produção Agrícola” e apresentou um panorama do cenário macroeconômico, político e geopolítico do setor de fertilizantes.

O economista e consultor da MB Associados, Sérgio Vale, foi responsável por abordar o tema “Cenário Macroeconômico, Político e Geopolítico e Impactos no Agro. “Os indicadores mostram que a recessão dos Estados Unidos deve chegar até o final do ano. E no segundo semestre já começaremos a ver isso acontecer, incentivado também pelas eleições presidenciais norte-americanas”, analisou Vale.

Ele explicou que as guerras da Ucrânia e de Israel também têm reflexo nessa conjuntura, assim como a produção chinesa, que favorece a ampliação comércio da China para fora do país. Tais fatores mostram que a economia mundial está se fragmentando, de acordo com o palestrante

Já no mercado nacional, o economista destacou o agronegócio como um fator do crescimento da economia brasileira. “As commodities têm sido o grande carro chefe desse crescimento. O Brasil está cada vez mais bem posicionado no mundo das commodities. E o processo de descarbonização pode acelerar essa tendencia”, frisou Vale.

Ele também ressaltou os efeitos sociais dessa mudança. “Os estados do agro têm os menores índices de desigualdade de renda atualmente, a exemplo de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A esfera social desses estados se desenvolveu com muita intensidade, mostrando que o agronegócio não é só economia, mas tem cada vez mais impacto social”, listou o palestrante.

A segunda palestra foi apresentada pela engenheira agronômica e editora assistente de grãos e fertilizantes na Argus Media, Renata Cardarelli, e teve como tema o cenário global dos fertilizantes. “O País importa em torno de mais de 80% dos fertilizantes necessários e busca alternativas para diminuir a dependência da importação”, afirmou a palestrante. 

Renata também ressaltou a importância de se acompanhar o cenário dos fertilizantes NPK. “O panorama é de pouca movimentação de preço e uma tendência de queda. Outro ponto de atenção no é a disponibilidade de ureia chinesa para o mercado, o que acaba refletindo nos valores globais”, alterou Renata.

A demanda global do fertilizante é de 180 milhões de toneladas anualmente, diante de uma capacidade de produção de 200 milhões de toneladas. “A perspectiva é de que a oferta se mantenha maior do que a demanda. O sudeste asiático e Austrália devem intensificar a compra e o movimento no ocidente deve aumentar conforme os preços sobem”, explicou a palestrante da Argus Media.

Para encerrar o segundo e último painel desta quarta-feira, o consultor em agronegócios, Carlos Cogo, representante da COGO Inteligência em Agronegócio, abordou os cenários para o agronegócio global mundial e brasileiro, com destaque para a gestão da fazenda para além da porteira.

Para essa análise, Cogo listou os três principais fatores: a urbanização, a expansão populacional – concentrada em oito países africanos e do sudeste asiático – e o crescimento da classe média global, que hoje está em 3,8 bilhões de pessoas e caminha para 5,3 bilhões de pessoas até o final da década. “A classe média é a camada da população que mais impacta a mudança dos hábitos alimentares com o maior consumo de proteínas animais e de rações e grãos, como milho e farelo de soja”, disse Cogo.

O crescimento do consumo de proteína e de grãos em nível global é bastante desigual. “Hoje o Brasil é o quarto maior produtor de grãos no mundo, com 331 milhões de toneladas, e seguido pelos Estados Unidos, com 315 milhões. Também é o maior exportador global de grãos e de carne e dificilmente irá perder esse status nos próximos anos”, analisou o consultor.

Para abordar a gestão além da fronteira, ele destacou que o produtor brasileiro pode proteger seu negócio com base nos três itens que compõem o preço: cotação futura, Basis (disparidade de preço causada pela diferença geográfica entre os pontos de entrega das commodities) e a taxa de câmbio. Outro ponto de atenção é o baixo volume de vendas antecipadas à colheita, o que gera excesso de oferta na safra e reduz prêmios nos portos. E isso poderá se repetir em 2024/25, afirmou o palestrante

Outros pontos carentes de melhoria na gestão também foram citados pelo consultor. “Estamos tomando o cerrado como o maior estoque de terras agrícolas, mas nossa expansão precisa ser em direção ao Arco Norte, Matopiba e sul do Pará, nossas principais fronteiras agrícolas. O produtor brasileiro também precisa fazer seguro rural, mas poucos fazem. A gestão de risco Hedge também é feita por uma minoria”, afirmou.

Cogo também citou a preocupação com o nível de escassez de água, visto que o Brasil já ocupa a lista de risco médio; a gestão de armazenagem, com tendência a um déficit de 123,1 milhões de toneladas em 2025; a frota, que cresceu expressivamente, mas não na mesma proporção de área plantada e possui máquinas defasadas; além da falta de conectividade, com 69% das fazendas brasileiras sem conexão à Internet.

Além da grande de palestras, X Fórum da Abisolo também contou com a participação de 40 expositores, que puderam apresentar seus lançamentos em produtos e serviços aos visitantes do evento. O segundo e último dia do evento ocorre nessa quinta-feira, 6 de junho.

Mais informações em https://forum.abisolo.com.br/.

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Incêndios se espalham pelo Pantanal e somam mais de 5 mil hectares consumidos pelas chamas

Equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul seguem em combate direto aos incêndios florestais na região

Em Corumbá, a área afetada pelo incêndio florestal detectado na madrugada do último domingo (2) segue crescente. Nas últimas 24h, mais 1.409 hectares foram consumidos pelas chamas.

O incêndio florestal na Cidade Branca acontece próximo à captação de água do município. No local, a guarnição de combate a incêndio florestal segue monitorando e realizando combate direto.

Há também uma equipe do PrevFogo, dividida em duas frentes de combate: uma próxima à captação de água e a outra, próxima à Ilha Tagiloma.

No período da manhã, um planejamento de sobrevoo na região está sendo executado. A operação conta com três militares que irão traçar novas estratégias de combate ao incêndio na região. A área afetada no local é de 2.323 hectares. Na manhã de terça-feira (4), a área atingida era de 914 hectares.

Paraguai Mirim

Na região do Paraguai Mirim, a 140 km de Corumbá, uma equipe de militares também segue reforçando o ataque aos incêndios florestais, com utilização de equipamentos como sopradores. Na região, a área queimada é de 3.311 hectares.

Assim, se somados estes dados, aos números de queimadas na região de Corumbá, 5.634 hectares já foram afetados na região.

Este é o dia 65 da Operação Pantanal. Desde 2 de abril, o Corpo de Bombeiros Militar realiza monitoramento de todo o território de Mato Grosso do Sul por meio da sala de situação na Diretoria de Proteção Ambiental.

Além do combate direto, as equipes seguem atuando em atividades de prevenção e educação ambiental.

A situação acende alerta entre os especialistas que realizam o monitoramento da região, já que em 2024 é prevista uma seca histórica que pode superar a vivida em 1964 no Estado.

Confira vídeos gravados no domingo:

Crédito: Mídiamax.

Com incêndios florestais, aulas foram suspensas na Bolívia

Os incêndios florestais que atingem Corumbá interferiram nas aulas de quatro escolas da cidade boliviana de Puerto Quijarro, na fronteira com Mato Grosso do Sul.

As aulas foram suspensas na segunda (3) e terça-feira (4) devido à fumaça causada pelo incêndio que atinge a região do Canal do Tamengo, na fronteira Brasil/Bolívia.

Informações: Mídiamax.

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Eldorado Brasil: por dentro do nosso compromisso ESG

*Artigo por Elcio Trajano Jr.

É com grande orgulho que a Eldorado Brasil lança o Relatório de Sustentabilidade 2023, evidenciando a nossa dedicação contínua com a transparência e com os princípios ESG (Ambiental, Social e Governança). Este documento é uma importante ferramenta de responsabilidade corporativa por resumir nossas ações e conquistas, reafirmando nosso papel como uma das indústrias de celulose mais modernas, competitivas e sustentáveis do mundo.

Preparado pelo nosso time de Sustentabilidade, alinhado às normas do Global Reporting Initiative (GRI), este ano temos além da versão tradicional, um documento com um resumo de nossas ações.

São 11 anos de uma governança ativa que entende e detalha as complexas vertentes da conduta ESG e, como uma engrenagem, avança nos relacionamentos humanos para obter a performance da Eldorado Brasil, reconhecida globalmente. Como publicação, o Relatório de Sustentabilidade ratifica nossos compromissos e presta contas de modo transparente, com olhar para a perenidade do negócio.

Mas é como a entrega social que compartilhamos nossa gestão com olhar para o futuro e para a valorização das pessoas. Na Eldorado Brasil, a celulose produzida é fonte de crescimento sustentável, com base em relações consistentes, seja nas parcerias florestais, em toda cadeia produtiva, na comunidade ou com nosso time.

Em 2023 pudemos revisitar nossos valores com um reforço importante sobre a disseminação da nossa cultura organizacional.  Tivemos vários momentos para falar de gente e revisitar os sete valores que nos guiam: Atitude de Dono, Determinação, Disciplina, Disponibilidade, Franqueza, Humildade e Simplicidade.

Além de entrar nos detalhes de nossos números, como o marco extraordinário de 42 milhões de toneladas de captura de CO2 em 11 anos de operação, é possível entender nosso modelo de conduzir os negócios, nossa relação com clientes e fornecedores e todos os públicos que compõem nossas relações diretas.

Saúde e bem-estar dos colaboradores está entre eles. Um time com melhor qualidade de vida responde com felicidade no ambiente do trabalho. O sentimento foi constatado em nosso primeiro diagnóstico ESG, independente, com alta participação da nossa gente, afirmando a satisfação e orgulho dos que estão em nossa jornada na Eldorado Brasil.

Também estamos atentos e envolvidos às necessidades da comunidade. Marcamos presença significativa em Mato Grosso do Sul, especialmente em Três Lagoas e áreas de influência de nossas florestas, e em Santos onde inauguramos nosso terminal novo terminal portuário, um dos maiores e mais modernos para exportação de celulose da América Latina. Educação ambiental continuada nas escolas, presença ativa de grupo de voluntariados, campanhas do agasalho implantação de projetos para diversificação de culturas na agricultura familiar são algumas das ações onde a Eldorado Brasil está.

Para mais detalhes, convido você a acessar nosso Relatório de Sustentabilidade 2023, na íntegra, e a assistir ao vídeo com resumo de nossas principais ações, disponível em nosso canal do YouTube https://www.youtube.com/watch?v=z5ulLjiLTdY

Obrigado e boa leitura.


*Elcio Trajano Jr é Diretor de RH, Sustentabilidade e Comunicação da Eldorado Brasil Celulose.

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ApexBrasil aposta no potencial verde do país para conquistar o mundo 

Quando o assunto é sustentabilidade, o Brasil é a bola da vez no mercado internacional. No Dia Nacional do Meio Ambiente, 5 de junho, Agência reforçou o potencial do país para o desenvolvimento sustentável do planeta

Detentor de riquezas naturais e da maior biodiversidade do mundo, o Brasil brilha cada vez mais aos olhos do mundo e, claro, de empreendedores e investidores. Diante da urgência imposta pela crise climática, das tendências globais por alternativas sustentáveis de produção e da crescente necessidade de uma economia de baixa carbono, o potencial do país para contribuir com o desenvolvimento sustentável do planeta está agora – mais do que nunca – despontando à vista de todos. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) aposta nesse caminho para o país ganhar o mundo, e de forma sustentável.  

Por meio da promoção de exportações e da atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) para setores estratégicos da nossa economia, a ApexBrasil vem, desde 2023, promovendo oportunidades de negócios alinhados com a biossocioeconomia – modelo de geração de renda que, além de priorizar a preservação dos recursos naturais do planeta, busca realizar a dignidade humana das populações locais.  

“É um momento muito oportuno para o Brasil se destacar no cenário global, impulsionando um desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo”, afirma o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana. “Estamos trabalhando para promover esse modelo, tendo a demanda externa como motor de uma produção interna mais inclusiva, diversificada e equilibrada. Não há mais como pensarmos em desenvolvimento se não for de maneira sustentável”, reforça o presidente da Agência.  

Além de promover os produtos e serviços brasileiros no exterior, por meio de feiras e missões empresariais, bem como programas como o Exporta Mais Brasil e o Exporta Mais Amazônia, a Agência também tem trazido os compradores internacionais para verem de perto a produção nacional – visitando fazendas, indústrias e empresas – com o intuito de mostrar o potencial produtivo e as ações sustentáveis na prática.     

Ao longo dessa semana, Jorge Viana está acompanhando o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, em missão na Arábia Saudita e na China, com foco em atrair investimentos para o Brasil e fazer parcerias para evidenciar a qualidade, a diversidade e a originalidade de produtos brasileiros nesses mercados.  

Sustentabilidade presente 

Desde o início da nova gestão, a pauta da sustentabilidade tem sido imperativa dentro da ApexBrasil e vem permeando todas as iniciativas internas e externas.  “Todos os nossos programas e projetos estão priorizando questões relacionadas ao meio ambiente, à equidade de gênero e inclusão social”, explica a diretora de Negócios da Agência, Ana Paula Repezza. “As empresas lideradas por mulheres, por exemplo, ganham pontuação extra no ranqueamento de seleção para os nossos diversos programas”, complementa Repezza que é também idealizadora do programa Mulheres e Negócios Internacionais da Agência.  “Quando uma mulher se emancipa, toda uma rede de pessoas em volta dela se beneficia”, reforça.  

No dias 05 e 06 de junho, Repezza estará em Manaus (AM) participando da Lac Flavors, o maior fórum de match-making de negócios para o setor de alimentos e bebidas da América Latina e Caribe, que está em sua primeira edição aqui no Brasil e é organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em parceria com a ApexBrasil.  Além das reuniões de negócios, o evento também inclui workshops e seminários sobre temas como abastecimento sustentável, tecnologia alimentar, certificações, comércio eletrônico, técnicas de negociação e embalagens sustentáveis. Ao lado do BID, ontem a ApexBrasil realizou no Fórum uma reunião especial com representantes das agências latino-americanas e do caribe homólogas que estarão presentes na LAC Flavors para tratar sobre diversidade e inclusão. Saiba mais sobre a programação da Lav Flavors aqui

Amazônia em foco 

Produzir mais e melhor, vender para o mundo e manter a floresta de pé é o lema do programa Exporta Mais Amazônia que a ApexBrasil criou, no ano passado, dedicado à promoção internacional de produtos da floresta. Por meio do programa, a ApexBrasil tem desenvolvido uma série de iniciativas que levam a biodiversidade brasileira para o mundo e promovem o desenvolvimento de comunidades locais e dos povos que protegem a floresta amazônica. O programa já gerou mais de R$ 50 milhões em negócios que estão sendo reinvestidos na região.  

“Cuidar da Amazônia também passa por valorizar os produtos sustentáveis que geram prosperidade para quem vive e cuida desse patrimônio da humanidade”, explica Jorge Viana. “Nosso objetivo é que o mundo conheça a riqueza cultural e produtiva abrigada nas nossas florestas, que configuram uma alternativa à exploração predatória e que contribui para a manutenção da floresta em pé”, complementa.  

Outra ação que compõe às iniciativas do Exporta Mais Amazônia se dedica à promoção exclusiva da exportação da castanha-do-Brasil. Extraída por comunidades locais, em áreas de manejo florestal, o produto promove a sociobiodiversidade – pois é também fonte de renda para quem mantém a floresta em pé. Apesar de ser uma espécie nativa da Amazônia, o Brasil tem uma baixa participação nas exportações da castanha-do-Brasil e o desafio é justamente reverter esse cenário. Para auxiliar nesse processo, a ApexBrasil desenvolveu, então, o projeto da “Mesa Executiva da Castanha”, o qual vem promovendo, ao longo do ano, diálogos estruturados entre a Agência, empresas produtoras, cooperativas, governo e o setor privado para o apontamento, discussão e priorização de gargalos à exportação do produto.   

Maior fonte de energia limpa e renovável 

A transição energética é outro eixo no qual o Brasil vem se destacando mundialmente e é chave para o processo de descarbonização. Trata-se de uma meta global descarbonizar a matriz energética e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, promovendo um setor energético mais limpo e sustentável. Em 2023, o Brasil bateu recorde de produção de energia limpa, consolidando-se como potência em energias renováveis e exemplo de sustentabilidade para o mundo. A atração de investimentos para o desenvolvimento do setor tem sido, portanto, uma das prioridades da ApexBrasil.  

No mês passado, o potencial do país para a produção do hidrogênio verde, principalmente no Nordeste, foi tema de destaque durante a na World Hyrdrogen Summit & Exhibition, a maior feira de hidrogênio verde do mundo, que ocorreu em Roterdã, e reuniu mais de 15 mil profissionais da indústria de energia e mais de 500 expositores. No Pavilhão Brasil, promovido pela ApexBrasil em parceria com o Consórcio Nordeste, foi onde os players do setor puderam exibir as oportunidades do país para investimentos e parcerias na produção dessa tecnologia que pode revolucionar o mercado de energia global e induzir o desenvolvimento do Brasil. Na ocasião, o representante do Porto de Roterdã, Duna Uribe, explicou que a União Europeia pretende importar 10 milhões de toneladas de hidrogênio verde até 2030 – uma grande oportunidade para o Brasil.    

A agenda na feira compôs a programação da missão do Consórcio Nordeste à Europa em busca de investimentos para a produção de energia limpa e que contou com o apoio da ApexBrasil e do Ministério de Relações Exteriores (MRE). Na ocasião, eles se reuniram com os governos belga e alemão e ambos reconheceram o potencial do país como parceiro e como potência verde. “As mudanças climáticas não são um desafio brasileiro ou europeu, mas global, e queremos reconhecer o Brasil como uma superpotência verde, um parceiro na agenda de transição energética”, afirmou a comissária europeia de Parcerias Internacionais, Jutta Urpilainen, durante o encontro.  

Segundo dados do relatório Energy Transition Investment Trends 2024, em 2023, o Brasil foi o 3º país no mundo que mais atraiu investimentos em energias renováveis – mais de US$ 25 bilhões. Durante a última edição do Brasil Investment Forum 2023 (BIF), o maior evento de investimentos da América Latina, organizado pela ApexBrasil, o potencial do país para atrair investimentos na área de produção de energia renovável foi um dos destaques. Na ocasião, o presidente Lula enfatizou que as soluções para o desenvolvimento de uma indústria sustentável que o mundo está em busca estão aqui no Brasil, lugar certo para quem quer investir na produção de uma indústria verde. Segundo Lula, o país tem a possibilidade de se transformar no maior produtor de energia limpa e renovável do planeta Terra. Ainda na última edição do BIF, empresas do setor de energia apoiadas pela ApexBrasil anunciaram quase R$ 40 bilhões de investimentos. Os aportes anunciados foram de R$ 20 bilhões em etanol de segunda geração; R$ 750 milhões em energia limpa; R$ 12 bilhões em novas plantas de biocombustíveis e R$ 4,5 bilhões para a descarbonização da indústria de fertilizantes. 

Para Jorge Viana, o Brasil tem tudo para se tornar referência na questão energética. “Nós temos uma boa matriz energética e, quando trabalharmos com o hidrogênio verde e azul, vamos exportar energia. E isso é o melhor que um país pode fazer em um período de crise climática e de transição energética”, avaliou Viana. 

Além do hidrogênio verde, o país também tem potencial para o desenvolvimento das fontes eólicas e solar e para o armazenamento de baterias.  Recentemente, a ApexBrasil e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), celebraram parceria estratégica para atração de mais investimentos estrangeiros para o processo de transição energética no país. Segundo a Associação, nos últimos doze anos, os investimentos em energia solar no Brasil somam mais de R$ 184 bilhões.   

“A proposta é alavancar mais oportunidades para o desenvolvimento industrial no setor de renováveis e aproveitar o elevado potencial brasileiro de liderar o processo global de transição energética”, afirmou Jorge Viana na ocasião da oficialização da parceria. 

Sobre a ApexBrasil

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Para alcançar os objetivos, a ApexBrasil realiza ações diversificadas de promoção comercial que visam promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil.

Informações: ApexBrasil.

Legenda imagem: Compradores internacionais em vista à floresta amazônica durante o Exporta Mais Amazônia.

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Eldorado Brasil divulga Relatório de Sustentabilidade 2023

Entre os destaques do documento, a Companhia revela remoção de 42 milhões de toneladas de CO2, em 11 anos de operação

A Eldorado Brasil Celulose  lança o Relatório de Sustentabilidade, ano base 2023. Este documento resume as ações da empresa de celulose, que é uma das mais modernas, competitivas e sustentáveis do mundo. Com uma abordagem centrada nos princípios ESG (Ambiental, Social e Governança), a companhia tem mantido uma performance produtiva notável, alcançando anualmente 1,8 milhão de toneladas de celulose, 20% acima de sua capacidade nominal do projeto. Além disso, se destaca como uma das principais geradoras de emprego no estado de Mato Grosso do Sul, onde está localizada sua fábrica em Três Lagoas, demonstrando o papel crucial das florestas plantadas e seu envolvimento com as comunidades locais.

“Para alcançar essa solidez, temos avançado de forma consistente, posicionando-nos com maturidade e inovação no mercado de celulose. Entre os destaques de nossos investimentos está a inauguração do Terminal EBLog no Porto de Santos, um marco logístico não apenas para o setor, mas para toda a atividade portuária e de exportação brasileira. Nosso Relatório de Sustentabilidade reflete a integração dos pilares Ambiental, Social e de Governança, permitindo-nos traçar caminhos ainda mais robustos dentro da Eldorado, que conta com uma equipe altamente comprometida e responsável pelos resultados”, avalia Elcio Trajano Jr., diretor de RH, Sustentabilidade e Comunicação.

Terminal EBLog, no Porto de Santos (SP).

Pilar ambiental

Em 2023, a Eldorado alcançou a marca de 42 mil toneladas de carbono capturadas da atmosfera desde o início de suas operações. A empresa possui 293 mil hectares de florestas plantadas e 117 mil hectares de áreas de conservação, números que demonstram o compromisso da empresa com a redução das emissões de CO2 e evidenciam como as florestas plantadas contribuem significativamente para o equilíbrio ambiental, ajudando a regular as temperaturas e a conservar a biodiversidade.

Como signatária do Pacto Global da ONU, a empresa segue alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que entre eles está manter uma indústria inclusiva e sustentável e ações para conter a mudança climática global.

Uma conquista significativa, nesse período, foi a certificação pelos Serviços Ecossistêmicos, concedida pela FSC®, que reconhece o papel da Eldorado na captura de carbono e a atuação na Fazenda Pântano, em Selvíria (MS), considerada Área de Alto Valor de Conservação (AAVC), com manutenção da qualidade do corpo d’água. O mesmo local também foi reconhecido pela proteção da biodiversidade, servindo como refúgio para espécies ameaçadas. As ações de sustentabilidade também garantiram 100% de conformidade na auditoria externa de manejo florestal.

O relatório evidencia ainda que a empresa reduziu em 88% as áreas com registro de foco de calor, mantendo a produtividade florestal e contribuindo para que fumaça e fuligem não se espalhem e provoquem doenças respiratórias, além de permitir que outras plantas e animais convivam em segurança. Esse resultado é fruto de uma robusta e tecnológica operação com monitoramento 24h por inteligência artificial e satélite, que permitem o sucesso do alto percentual de redução de incêndios.

“A trajetória de mais de uma década da Eldorado Brasil é marcada pela integração da sustentabilidade em seus processos, culminando não apenas em resultados produtivos, mas também em um compromisso primordial: ser uma empresa ESG. A entrega de celulose certificada e a transparência em nossa atuação refletem nossa dedicação a uma cadeia de valor complexa e responsável, orientada pela conservação ambiental. Reconhecemos que somos parte integrante desse ecossistema e nos comprometemos com sua integridade.” – afirma Fábio de Paula, Gerente de Sustentabilidade da Eldorado Brasil.

Pilar social

Desde sua fundação, a Eldorado Brasil atua alinhada com as necessidades das comunidades onde opera. Em 2023, destacam-se as atividades educativas realizadas em escolas municipais sobre conservação ambiental e prevenção de queimadas, bem como o apoio à ampliação de projetos de Agricultura Familiar em regiões como Três Lagoas, Selviria e Inocência com implantação de cultivo de tubérculos para a diversificação dos produtos.

Em Santos (SP), fez a entrega da Unidade Básica de Saúde, obra com investimento em torno de R$ 4 milhões que beneficia mais de 16 mil famílias. E com o direcionador de valorização das pessoas, a Eldorado fez duas importantes ações para os mais de 5 mil colaboradores. A primeira foi a implantação do projeto Prato no Ponto, revolucionário sistema de engenharia alimentar com variação de cardápio e comida na temperatura ideal todos os dias aos trabalhadores do campo. A segunda foi a implantação das Estações de Saúde nas cidades de Inocência, Selviria e Água Clara, MS. De forma ágil e moderna, os colaboradores e dependentes são atendidos em cabines com toda tecnologia de telemedicina que contam com profissionais de diversas especialidades.

Ainda em 2023, a Eldorado conduziu um diagnóstico ESG entre seus colaboradores, constatando um alto índice de felicidade e reconhecimento pelo compromisso da empresa com a geração de empregos, oportunidades de crescimento e conservação ambiental.

Os mais de 5 mil colaboradores contam com reconhecida gestão de Recursos Humanos que possui diversos programas pautados na valorização das pessoas, desde o processo de integração de novos colaboradores, passando por etapas importantes de desenvolvimento técnico e comportamental, além de um ambiente que favorece a inovação e oportunidades de carreira. Além da trajetória dentro da companhia, com um olhar cuidadoso para saúde e bem-estar, a empresa também acompanha os processos de desligamento, com oportunidades de melhoria e execução na gestão das pessoas.

Pilar de governança

A gestão ética e transparente da Eldorado Brasil resultou na obtenção de uma das mais importantes certificações do setor, o Selo Mais Integridade, concedido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Esse selo atesta o compromisso da empresa com as melhores práticas de compliance em suas operações. A empresa também promove ações anticorrupção como parte de seu programa de integridade.

Para mais detalhes, assista ao vídeo que resume o Relatório de Sustentabilidade 2023 da Eldorado, ou acesse o documento completo no site oficial da companhia.

Sobre a Eldorado Brasil

A Eldorado Brasil Celulose é reconhecida globalmente por sua excelência operacional e seu compromisso com a sustentabilidade, resultado do trabalho de uma equipe qualificada de mais de 5 mil colaboradores. Inovadora no manejo florestal e na fabricação de celulose, produz, em média, 1,8 milhão de toneladas de celulose de alta qualidade por ano, atendendo aos mais exigentes padrões e certificações do mercado internacional. Seu complexo industrial em Três Lagoas (MS) é autossuficiente em energia renovável e possui capacidade para geração de energia excedente suficiente para abastecer uma cidade de 1,4 milhão de habitantes. Em Santos (SP), opera a EBLog, um dos mais modernos terminais portuários da América Latina, exportando o produto para mais de 40 países. A companhia mantém um forte compromisso com a sustentabilidade, inovação, competitividade e valorização das pessoas.

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Cientistas buscam par para “planta mais solitária do mundo”

Apenas uma vez, em 1895, foi encontrado um macho desta espécie — os cientistas estão agora à procura de uma fêmea que possa salvá-la da extinção

Ela é conhecida como a planta mais solitária do mundo, uma espécie que está entre as mais ameaçadas do planeta, da qual restam apenas exemplares machos.

Com a ajuda da inteligência artificial (IA), os cientistas deram início a uma busca para encontrar uma companheira para ela.

Um projeto de pesquisa liderado pela Universidade de Southampton, na Inglaterra, está vasculhando milhares de hectares de floresta na África do Sul, o único lugar onde a Encepahalartos woodii (E. woodii) já foi encontrada.

Encephalartos woodii está, na verdade, quase completamente extinta. Há apenas clones machos do único exemplar selvagem conhecido preservados, já que sua reprodução natural é impossível.

Esta espécie já existia antes de os dinossauros caminharem pela Terra, mas hoje está em perigo — e é considerada um dos organismos mais ameaçados do planeta.

Laura Ciniti, pesquisadora da Universidade de Southampton, está liderando um projeto que usa drones e inteligência artificial para encontrar fêmeas de E. woodii.

“A história da E. woodii me inspirou muito; parece um daqueles contos clássicos de amor não correspondido”, afirma.

“Tenho esperança de que haja uma fêmea em algum lugar por aí; afinal de contas, deve ter havido uma em algum momento. Seria incrível recuperar esta planta tão próxima da extinção por meio da reprodução natural.”

O único exemplar conhecido da espécie foi encontrado em 1895 na Floresta de oNgoye, perto da costa leste da África do Sul.

Era um macho, e nunca mais outro exemplar foi encontrado. Por isso, todos os exemplares de E. woodii que existem hoje são clones, também machos, deste único exemplar selvagem conhecido.

Os drones tiram fotografias aéreas da floresta, que depois são analisadas por ferramentas de inteligência artificial em busca da planta. Por enquanto, eles cobriram menos de 2% dos quase 4,1 mil hectares de floresta.

“Usamos um algoritmo de reconhecimento de imagens para identificar as plantas pela sua forma. Geramos imagens de plantas, e as colocamos em diferentes cenários ecológicos para ensinar o modelo a reconhecê-las”, explica Cinti.

Esta floresta nunca havia sido totalmente explorada para determinar se a tão cobiçada fêmea da planta existe.

Os especialistas do Royal Botanic Gardens de Kew, o jardim botânico de Londres, ainda cultivam e propagam a espécie. Os visitantes podem contemplar a planta lá.

Informações: Correio Braziliense.

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Em defesa do reflorestamento

Ex-presidente do Capes, Claudio de Moura Castro lança livro em que reflete sobre a importância das florestas brasileiras para evitar a desertificação no país

Reflorestamento requer inteligência, cuidado e pesquisa para eficiência. É o que acredita Claudio de Moura Castro, pesquisador, economista e ativista do meio ambiente em tempo integral. Aos 85 anos, Castro se mantém ativo como crítico e observador das políticas públicas que pesam sobre as florestas, rios e a biodiversidade brasileira. Ele lança “O mutirão das árvores: queremos sombra e água fresca”, síntese de anos de estudos e pesquisa de campo nos assuntos.

Ex-presidente do Capes, Castro construiu uma sólida trajetória acadêmica nos EUA nas décadas de 1960 e 1970, tendo passado pelas universidades de Yale e Vanderbilt, onde fez mestrado e doutorado, respectivamente. No país, teve contato com a primeira grande onda ecológica e com o movimento hippie, trazendo ao Brasil, anos mais tarde, o conceito de sustentabilidade – até então malvisto em nosso país. Em entrevista exclusiva ao ((o))eco, Castro analisa a política de reflorestamento, a questão do manejo das águas, a agricultura brasileira e como ecologia e cultura precisam estar alinhadas para impedir que parte do território brasileiro se torne um deserto.

Claudio de Moura Castro no lançamento do seu novo livro, o Mutirão das Árvores. Foto: Rodrigo Valente © BEĨ Editora.

Uma das questões centrais que o senhor traz no livro é: não basta plantar árvores de maneira indiscriminada, é preciso saber plantar. Conhecer biomas, espécies e a terra de cada região que se vai realizar um plantio. O senhor dá o exemplo da fazenda do fotógrafo Sebastião Salgado, um projeto de sucesso em matéria de reflorestamento. É possível reflorestar o país seguindo o exemplo de Salgado? Qual caminho o senhor considera o mais viável? 

Partamos da hipótese bastante realista de que qualquer reflorestamento em área degradada deixa um balanço positivo. Mas há, necessariamente, vários caminhos. Se bem trilhados, são complementares. A Fazenda de Sebastião Salgado é uma solução purista: recriar o bioma original. Poucos conseguirão uma reprodução tão perfeita do que era, pois os estudos e as ações requeridas são demoradas e caras. Mas mesmo um reflorestamento meio improvisado é bem melhor do que nada. Além disso, reflorestamento com algo parecido à cobertura original não é lucrativo. E podemos imaginar que a combinação do lucro com o ganho ambiental pode alavancar um gigantesco soerguimento das nossas matas. Isso significa monoculturas, multiculturas com poucas espécies, consorciamento e alternativas que se revelaram lucrativas. Ou seja, estamos falando de muitas soluções em paralelo.

O senhor faz uma síntese de uma pesquisa muito interessante do Imperial College, de Londres, assinada por Ana Rodrigues, que diz: “Onde o meio ambiente fracassa, aí estão os bolsões da pobreza”. Como esta frase se encaixa no Brasil de hoje? 

Observou-se que os lugares desmatados nas últimas décadas são pobres. Há evidência suficientemente persuasiva demonstrando que, nos lugares onde houve desmatamento, isso pode haver criado um surto momentâneo de prosperidade. Mas não dura, o que fica é uma pobreza ainda maior e persistente.

O brasileiro leva a sério a questão ecológica? A ecologia está arraigada nos valores básicos do cidadão médio? 

Como não existe uma escala de medida de “consciência ecológica”, não podemos senão fazer algumas comparações. Quando vi o céu do vale do Ruhr, totalmente coberto da fumaça das fábricas, fiquei admirado: isso é que é progresso! Nenhum jovem hoje pensaria assim. Tínhamos legislação que premiava o desmatamento. Não temos mais. Obviamente, os jovens estão muito mais alertas para os pecados ambientais. No todo, não estamos tão mal assim. Porém, quando pensamos que leis draconianas de reflorestamento na Suíça vem do século XIX, há que se admitir, estamos longe de um nível adequado de percepção e seriedade no lidar com o meio ambiente

Nos últimos 20 anos, pelo que me lembro, a reciclagem, antes um assunto periférico, virou um tema amplamente discutido. O senhor traz isso no livro. Mas hoje o Brasil vive uma outra tragédia sanitária: a questão da ineficiência do tratamento de esgoto. Como tornar esta pauta tão importante quanto a reciclagem? 

Reciclagem é um processo barato e visível. É um trabalho para todos darem a sua pequena contribuição e ficarem felizes com isso. Pegou, virou símbolo de bom comportamento ecológico. Esgoto é caro e invisível. Por longo tempo, penamos com uma legislação inadequada. E a equação política é fatal: Entre construir um estádio e tratar o esgoto, qual dá mais votos de um eleitorado pouco educado? De fato, o cidadão comum desconhece as consequências nefastas de esgoto não tratado. E ainda menos os pobres que são os principais prejudicados.

No livro, o senhor faz menção à crise do petróleo, nos anos 1970, e afirma que a crise hoje é hídrica. Como chegamos a este ponto? 

Quando os gregos clássicos viajaram para a Mesopotâmia, ficaram impressionados com a quantidade e variedade de alimentos. Ou seja, era uma região de extraordinária fertilidade. Hoje, é quase um deserto. Muitos dos desertos que conhecemos eram férteis no passado. Regiões como o Oriente Médio foram progressivamente se desertificando, pelos maus tratos com florestas e águas. E, em muitos lugares, não paramos ainda de devastar florestas. Opta-se pelos benefícios de curto prazo. Dá-se as costas à saúde do meio ambiente no longo e médio prazo. As projeções dos cientistas são muito pessimistas. Diante do quadro que veem, concluem que haverá uma dramática falta de água nos próximos anos. O contra exemplo é a Europa, que soube preservar suas florestas. Nesse particular, a América do Norte pecou, porém menos do que em outras regiões.

O senhor nos conta, logo no início do livro, sobre como os ciclos de chuva na Amazônia impactam todo o Brasil. Classifica esses ciclos como viciosos e virtuosos. Poderia explicar esses conceitos e, tendo em vista a recente tragédia no Rio Grande do Sul, seria correto afirmar que a região sucumbiu a um ciclo vicioso? 

O ciclo da água refere-se às consequências de haver ou não cobertura vegetal onde cai a chuva. É um processo estável e previsível. Se, por descuido ou irresponsabilidade, cuidamos mal das florestas, a atmosfera aquece mais e desaparece a água à nossa disposição. O que aconteceu no Rio Grande do Sul é algo diferente. É o resultado do aquecimento global e de uma travessura imprevisível do El Nino. Mas na cadeia de causação, essas enchentes podem haver sido o resultado de cuidar mal da água e do excesso de gás carbônico na atmosfera.

O senhor escreve que os mais pobres de países africanos pagam mais pela água que consomem em relação aos ingleses. Como a distribuição de água e a tributação responsável podem sanar dilemas sociais e humanitários? 

A diferença do preço da água não é uma malvadeza de alguém, mas o resultado da existência de muita ou pouca água na região. Da África ao Sul do Saara, o clima é desértico e a água é inevitavelmente cara. Na Inglaterra, chove quase todos os dias. Isso até pode ser desagradável, mas torna a água mais barata. Falta dizer que as florestas inglesas são hoje muito bem cuidadas e muitas das africanas desapareceram. Novamente, floresta e água estão intimamente imbricadas.

No livro, o senhor traz exemplos de agricultura produtiva e agricultura responsável, qual é a diferença entre as duas? 

Se quisermos ser logicamente rigorosos, uma agricultura produtiva é aquela que gera resultados abundantes. Mas nada fica dito sobre a saúde do meio ambiente onde ela ocorre. No caso da responsável, queremos dizer que não lesa o meio ambiente. Ou seja, permite que o futuro não seja comprometido por consequências negativas do que fazemos hoje.

Hoje, no Brasil, a agricultura e a indústria utilizam 90% da água distribuída. Por quê? Isso é falta de modernização? 

Sempre foi mais ou menos assim. Resulta da natureza dos processos produtivos. Só que com a escassez de água, é preciso economizar. Algo é possível nas cidades, mas nem tanto assim. Já no campo e nas fábricas, é possível alterar os processos produtivos e gastar muito menos água. Dois exemplos: cada vez mais, as fábricas estão reciclando suas águas servidas. Na agricultura, aspergir água sobre as culturas gera muito mais desperdício do que os sistemas subterrâneos de gotejamento.

Vazamentos de água potável, pastos e florestas devastadas, ojeriza a discursos em favor do meio ambiente, precarização do trabalho, estes são alguns fatores que pesam na conta do Brasil e do Agro. No livro, o senhor faz um diagnóstico do nosso sistema, como resolver estes gargalos?

Antes de tudo, se é verdade que há hoje muito mais consciência ecológica, ainda falta muito para chegarmos a um nível satisfatório – com em vários países europeus. Se o povo não liga, prevalecem os interesses privados de alguns poucos beneficiários de práticas e políticas perniciosas. Sem uma oposição séria e bem organizada, o bem-estar do meio ambiente irá quase sempre perder para os lobbies e militâncias de quem ganha no curto prazo. Tais derrapagens acontecem pela via de leis permissivas e de controles fracos. Quando tais comportamentos se tornarem politicamente inaceitáveis, as mudanças virão.

O sequestro de carbono pelas florestas resolveria o problema? Por que não há uma política séria de preservar – que é muito mais barato – do que reflorestar?

Já não vivemos mais os dias de liberdade para depredar ou até de estímulos fiscais para isso. Atualmente, o marco legal é bastante satisfatório e há punições para os recalcitrantes. Porém, em um país do tamanho do nosso, fazer funcionar essa máquina de monitoramento e de punições legais não é nada fácil. Agrava-se a situação quando alguns governos fazem vistas grossas. No Centro-Sul, as leis são cumpridas, até com exagero. Mas o país é grande. E nas regiões em que há mais desmatamento ilegal, o acesso é precário. O lado positivo é que, de meio século para cá, o ritmo de desmatamento vem caindo de forma bem impressionante – apesar de algumas recaídas.

Informações: O Eco.

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Queimadas no Pantanal crescem 898% neste ano e bioma já acumula maior número desde 2020, aponta análise da WWF-Brasil

Organização alerta que temporada de seca ainda está em seu início, uma vez que os incêndios se concentram entre os meses de agosto e outubro, com pico em setembro

O clima é de alerta no Pantanal. Com chuvas abaixo das médias históricas desde o ano passado e a seca extrema impulsionada pelo El Niño, o bioma registrou neste ano um aumento de 898% no número de queimadas em comparação com o mesmo período de 2023. É o que aponta uma análise da ONG WWF-Brasil baseada em dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com 880 focos de queimada, o valor acumulado nos primeiros cinco meses de 2024 é o segundo maior dos registros nos últimos 15 anos, ficando atrás somente de 2020, quando foram reportados 2.128 casos.

O cenário de seca severa no bioma preocupa ambientalistas que ressaltam a possibilidade de aumento do número de incêndios de grande escala, comparáveis aos que devastaram 30% da área natural do bioma há quatro anos. No mês passado, foram registrados 246 focos de queimadas no Pantanal, contra 33 em maio de 2023. O material destaca que a preocupação se dá pelo fato de a temporada de seca ainda estar em seu início, uma vez que os incêndios no bioma se concentram entre os meses de agosto e outubro, com pico em setembro.

— Em 2020, tivemos aquele fogo catastrófico e as análises atuais mostram que os números estão muito parecidos com o que tínhamos naquele ano — alerta Cyntia Santos, analista de conservação da WWF.

Santos diz ser preciso atuar rapidamente, reforçando as brigadas e contando com o apoio das comunidades locais, para “evitar uma catástrofe”. A pesquisadora aponta que a falta de chuvas, a pouca quantidade de água no território e o acúmulo de matéria orgânica seca são características do solo pantaneiro que propiciam queimadas.

A análise indica que as chuvas escassas e irregulares nos primeiros meses do ano foram insuficientes para transbordar rios e conectar lagos e o Rio Paraná, o principal do bioma.

Os dados do Inpe apontam também o crescimento do número de focos de queimada em outros biomas brasileiros. Na Amazônia, foram registrados 10.647 casos nos cinco primeiros meses deste ano, um aumento de 107% em relação ao mesmo período no ano passado (5.103). O valor é 131% superior à média dos três anos anteriores (4.580).

Já no Cerrado, foram registrados 8.012 focos de queimadas nos cinco primeiros meses do ano, um aumento de 37% em comparação com o mesmo período do ano passado (5.850) e 35% superior à média dos três anos anteriores (5.956).

Especialista em conservação do WWF-Brasil, Daniel Silva ressalta a importância de políticas públicas de preservação de todos os biomas para o combate dos efeitos das mudanças climáticas.

— Os biomas são interdependentes quando se trata das consequências da crise climática. Assim, a conversão e o desmatamento do Cerrado geram desequilíbrios para a Amazônia e o Pantanal, afeta a disponibilidade hídrica em outros ecossistemas e contribui até tempestades como as que afetaram o Rio Grande do Sul no mês passado — aponta Silva.

Informações: O Globo.

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Bambu tem potencial inexplorado para agricultura familiar e indústria no Brasil

Perene, de rápido crescimento (algumas espécies crescem até 20 centímetros por dia) e fácil regeneração, o bambu pode produzir por mais de 30 anos, sem a necessidade de replantio

Com uma história que se estende por mais de 200 milhões de anos e cerca de 1.300 espécies identificadas, o bambu compõe 3% das florestas globais. Apesar da vasta diversidade e da longa trajetória, esta fibra ainda não alcançou seu pleno potencial no setor industrial, segundo aponta a International Network for Bamboo and Rattan (Inbar), uma organização não governamental que se dedica ao estudo do bambu.

A diversidade do bambu permite a utilização do material em diversas construções, substituindo a madeira e tornando a obra mais barata e sustentável. A Estação de Pesquisa em Agroecologia do IDR-Paraná, em Pinhais, conta com várias bioconstruções em bambu como estufas para hortaliças, galinheiro, pocilga para suínos, curral para bezerros, barracas de feira e exposição, além de estruturas, suportes e mesas de bambu.

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Nailton de Lima, professor especialista em bambu e auxiliar técnico do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), afirma que a “bambuzeria” da estação funciona como uma vitrine, na qual o agricultor tem a oportunidade de conhecer tudo que pode ser feito com o bambu.

“Eu estou sempre falando que você pode estar dentro de uma casa de bambu, sentado em uma cadeira de bambu, andando de bicicleta de bambu e comendo broto de bambu. Então, é um leque enorme de possibilidades com o bambu”, comenta.  

Segundo Juliana Cortez, presidente da Associação Brasileira do Bambu (BambuBR), fóruns, leis estaduais, parcerias com empresas privadas, órgãos do governo e instituições internacionais são ações que acompanham o bambu no Brasil. “A demonstração do potencial desta planta não só para essas organizações, mas também para a sociedade é uma responsabilidade e tarefa de todos os envolvidos neste segmento”, explica Juliana.

O caráter renovável e os usos múltiplos fazem do bambu uma excelente alternativa de produção para agricultores familiares e uma opção de negócio sustentável para o país, com benefícios econômicos, sociais e ambientais. De acordo com Juliana a parceria com indústrias do segmento pode gerar a busca por matéria prima em abundância, consequentemente havendo necessidade por criação de novas áreas plantadas. “Desta forma, o bambu poderá integrar parte das propriedades dos produtores já estabelecidos na região, contribuindo para aumento de renda e melhoria na qualidade de vida. Com a demanda por matéria prima em escala, naturalmente o tipo de operação deve passar por melhoria de processos, visando melhores resultados na segurança, qualidade dos produtos e eficiência na produção”, esclarece.

Produção agrícola

Perene, de rápido crescimento (algumas espécies crescem até 20 centímetros por dia) e fácil regeneração, o bambu pode produzir por mais de 30 anos, sem a necessidade de replantio. Para o professor Nailton o que impede que mais agricultores trabalhem com o bambu é a falta de compreensão. “Além de não conhecerem sobre o bambu também perderam os conhecimentos dos ancestrais na agricultura, como por exemplo saber quando um bambu está maduro, qual a melhor lua para colheita, identificar a melhor espécie para cada uso, entre outros pontos”, afirma Nailton.

Nailton esclarece, ainda, que a extração regular, com base em orientações técnicas, ajuda a planejar a produção, facilita a colheita e permite o surgimento de novas plantas, aspecto que garante a manutenção do bambuzal e sustentabilidade à atividade. “O bambu é um bom sequestrador de carbono e isso contribui para o rápido crescimento. Com uma adubação e manejo corretos é possível acelerar o crescimento dele contribuindo para o agricultor ter mais matéria prima. Aqui as espécies mais comuns são o bambu verde, tuldoides, cana da índia usado na modelaria e artesanato”.

O produtor Fabio Remuszka, de Campina Grande do Sul, o maior desafio é a mão de obra, além do conhecimento. “Sempre que vamos vender ou trabalhar com o bambu, antes temos que dar uma aula, fazer uma ‘pré-educação’ do que é possível fazer com o bambu.

Fábio, que é arquiteto e já trambalhava com bambu, fechou parceria com uma propriedade para produção e colheita. Ele reforça que o bambu tem um grande mercado, mas ficamos atrás da China que é o grande produtor do mundo.

“O brasil está engatinhando ainda. É um mercado que cresce devagar, a passos lentos, falta união dos produtores e conhecimento do mercado. É como o ferro. Você pode ter até mina de ferro, mas não adianta ter a mina se você não tem os produtos a serem criados a partir do ferro. Você fica só com a matéria prima”.

Informações: Canal Rural.
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Projeto de reflorestamento da Heineken com a SOS Mata Atlântica aumenta em 20% volume de água em Itu

Parceria da produtora de bebidas com a Fundação SOS Mata Atlântica replantou 7 milhões de mudas na cidade pautlista; melhorias nas nascentes e na biodiversidade já são percebidas

Desde 2007, o Grupo Heineken e a Fundação SOS Mata Atlântica contam com uma parceria para restaurar o bioma na cidade de Itu, no interior de São Paulo. Em uma fazenda cedida pela fabricante de bebidas foram replantadas 7 milhões de mudas de espécies nativas da região, processo que tem beneficiado a população, os animais e até mesmo a oferta de água.

Chamada de Centro de Experimentos Florestais, a área de 526 hectares já foi utilizada no passado para a produção de café e a criação de gado. Desde 2022, após ter sido “emprestado” para a Fundação SOS Mata Atlântica, o local abriga a sede da ONG que luta pela conservação do ecossistema. Do total, 386 hectares da região já foram reflorestados.

A área conta com um viveiro com a capacidade de cultivar até 700 mil mudas de 110 espécies nativas do bioma por ano. Pontos turísticos também são incluídos no passeio, com o intuito de permitir que o visitante conheça a Mata Atlântica em diferentes estágios de preservação e recuperação. Entre esses pontos, estão a Trilha do Jequitibá, caminho com 600 m de extensão, além de um jardim sensorial.

De acordo com a diretora de sustentabilidade do Grupo Heineken, Ligia Camargo, a região escolhida reúne diversos fatores, incluindo a proximidade com a fábrica da Heineken na cidade. “Além disso, a cidade sofre uma preocupação constante com a disponibilidade hídrica, tema que é tão caro para a estratégia global da Heineken”, conta.

A estratégia de reflorestamento ajudou nas nascentes da região. O Centro de Experimentos Florestais contava com 17 nascentes 2007. Após os anos de trabalho com plantio das mudas, o número de nascentes aumentou para 19. A área também vivenciou um aumento no volume de água disponível: a alta foi de 5% na água superficial e de 20% na água subterrânea.

Essa maior disponibilidade hídrica favoreceu a cidade de Itu — que sofre historicamente com crises hídricas — durante um dos mais longos períodos de racionamento de água que a cidade enfrentou, em 2014. Foram 11 meses de desabastecimento.

Reverter crises hídricas é uma das prioridades da Heineken, aponta Camargo. A empresa tem uma meta de devolver ao meio ambiente 1,5 vez o volume de água que é utilizado nas cervejarias localizadas em cidades com crise hídrica até 2030. No Brasil, a estratégia se aplica para Itu e Pacatuba (CE).

A companhia também instituiu uma meta de redução no consumo hídrico: até 2030, irá reduzir a 260 litros de água utilizados para produzir 100 litros de cerveja nas cidades em estresse hídrico. Já nas regiões sem crises hídricas, o objetivo é alcançar 290 litros de água para produzir 100 litros de cerveja até 2025.

Efeitos (positivos) na biodiversidade

Os benefícios do plantio das mudas incluem até mesmo a biodiversidade da região: um estudo realizado pela empresa em parceria com a Universidade de São Carlos identificou a presença de 208 espécies de aves na antiga fazenda. O Centro abriga duas espécies ameaçadas de extinção, além de seis consideradas como “quase ameaçadas de extinção” e 13 espécies endêmicas, ou seja, que são encontradas apenas na Mata Atlântica.

Outra pesquisa, dessa vez a Escola Superior de Agricultura da USP, monitorou a região por três anos e identificou 20 espécies de mamíferos de médio e grande porte, desde lontras a onças-pardas. Delas, seis tem algum grau de ameaça de extinção.

Os dois estudos chegaram à conclusão de que o alto número de espécies aponta que o local se tornou um refúgio para os animais da região, seja pela passagem até seus habitats ou como uma moradia com recursos disponíveis. De acordo com Camargo, o estudo comprova que a restauração é importante para que a biodiversidade se mantenha no bioma, que é considerado como uma área crítica para a extinção de espécies de plantas e animais.

“O trabalho de reflorestamento comprova que a manutenção da vida é potente no sentido de multiplicar as espécies presentes, de aproximar novas espécies e garantir a biodiversidade. Além disso, também há melhora do microclima, o que ajuda a garantir uma reprodução mais apropriada para os animais”, explica Camargo.

Educação ambiental

O Centro de Experimentos Florestais também recebe visitas educativas de escolas. Segundo a diretora, o objetivo é conscientizar desde a infância sobre a importância de preservar o bioma. “Essa parceria com a SOS Mata Atlântica busca amplificar os desafios e complexidades do bioma para toda a sociedade. Acredito que só com a educação conseguimos a preservação contínua, e levar isso para as comunidades escolares é valorizar a iniciativa como um espaço educativo”, conta.

As visitas educativas acontecem desde 2010 e já tiveram a participação de quase 50 mil alunos de 218 escolas. A formação dos professores também é uma das tarefas: eles foram 2700 dos visitantes, além de participarem da formação Mata Atlântica vai à Escola, que aplica formações socioambientais aos educadores. Quase 200 pessoas já passaram pela capacitação.

De acordo com Ligia, a gestão ambiental leva em conta a resiliência do próprio negócio em um planeta com cada vez menos disponibilidade de recursos. “O Grupo Heineken busca conectar pessoas e iniciativas para disseminar mais informações sobre sustentabilidade. Até porque lá na frente, sem essas ações, não vai ter nem água nem meio ambiente para garantir a continuação do negócio”.

Informações: Exame.

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