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Apicultora quilombola se torna a 1ª mulher apta a fazer inseminação instrumental de abelhas na Bahia

Janete Neves, da comunidade de Piaçava, em Esplanada, lidera associação com forte presença de mulheres locais

Pequena no tamanho, mas gigante na importância para a polinização de frutas, legumes e grãos, as abelhas entraram na vida de Janete Neves em 2021, com a criação de espécies com ferrão na comunidade quilombola de Piaçava, no município de Esplanada, no Litoral Norte da Bahia, onde preside, atualmente, a Associação dos Jovens Remanescentes Quilombolas da Bahia (Ajarquiba). Na época, afirma ela, “não tinha os conhecimentos necessários” para desempenhar a atividade como desejava.

Para sanar essa lacuna, buscou se qualificar para adquirir as técnicas e melhorar a produção das colmeias. Um dos treinamentos foi o de inseminação instrumental de abelhas-rainhas, que pode ser usada em abelhas com ferrão, oferecido pela DVM Consultoria Apícola, parceira técnica da Bracell no projeto Polinizadores. Realizado em Ilhéus, o curso teve a participação de oito produtores, apenas Janete era baiana, o que fez com que ela se tornasse a primeira mulher no estado apta para a atividade.

Segundo o professor Ediney Magalhães, que ministrou o curso, a inseminação instrumental de abelhas é um procedimento demorado, muito delicado e difícil de ser realizado, porque depende de equipamentos modernos e de alto custo. A técnica consiste em depositar a abelha-princesa em uma lâmina, anestesiá-la com dióxido de carbono (CO2), abrir sua vulva com pinças e injetar cinco microlitros de sêmen para fecundá-la antes de devolver à colmeia. A técnica permite ao apicultor obter matrizes de alta qualidade para o desenvolvimento de colmeias mais produtivas e com crias livres de doenças. As abelhas utilizadas para a inseminação, tanto fêmeas quanto machos, são selecionadas considerando sua origem e qualidade das colmeias.

Para Janete, o aprendizado “abriu um grande leque para a atividade, porque dá maior autonomia no desenvolvimento das abelhas, uma vez que podemos ter colmeias monitoradas e de boa genética. Sem contar que, com a inseminação, podemos ter a certeza de ter a rainha dentro da colmeia, sem os riscos de ela ser predada durante o voo nupcial”.

Geração de renda e oportunidades para as mulheres

A criação de abelhas tem sido uma fonte de renda para os membros da Ajarquiba. No local, eles vêm desenvolvendo produtos à base de mel e seus derivados, como hidromel, biscoitos, pimenta com mel, licuri caramelizado, cerveja, própolis, pólen e cera. Além disso, segundo a presidente da associação, a atividade tem despertado um interesse cada vez maior em mulheres empreendedoras da comunidade, que estão se especializando na apicultura (abelhas com ferrão), na meliponicultura (abelhas sem ferrão) e na comercialização de seus derivados.

A atividade de apicultura da entidade conta com 25 apicultores, sendo 14 mulheres. Dessas, 10 atuam também na meliponicultura, inclusive a própria Janete, a partir da cultura da espécie uruçu nordestina. As atividades contam com o apoio técnico da Bracell, por meio das ações do projeto Polinizadores e do Programa Fomento a Negócio de Impacto, desenvolvidos pela empresa em comunidades situadas em sua área de influência.

Juntas, as iniciativas contribuem com o aprimoramento da produção e a geração de renda em comunidades como a de Piaçava, a partir de distribuição de abelhas-rainhas, fornecimento de capacitações, assistência técnica, além de suporte para o aprimoramento, regularização de produtos, prospecção de oportunidades de escoamento e comercialização, atuando também na interlocução com o Governo da Bahia e outras instituições.

De acordo com Janete, a parceria com a Bracell e seus projetos têm contribuído para a qualidade de vida da comunidade e aguçado a atenção com a preservação ambiental. “Essa qualificação ajuda a melhorar a atividade e beneficia especialmente as mulheres da comunidade. Muitas delas têm uma vida difícil e, com o trabalho coletivo, elas se sentem mais acolhidas”, destaca ela, anunciando que, “para ampliar a ação na comunidade, iniciaremos trabalhos nas escolas para mostrar a importância das abelhas e orientar sobre a importância de preservar a natureza”.

Mulheres da comunidade de Piaçava durante formação/ Foto: Arquivo pessoal.
Alguns dos produtos comercializados pela Ajarquiba/ Foto: Arquivo pessoal.

Projeto Polinizadores

Milena Oliveira, especialista em Responsabilidade Social da Bracell Bahia, pontua que a contribuição para a geração de renda e autonomia de mulheres, incluindo o fomento ao desenvolvimento de lideranças femininas, é uma das estratégias prioritárias do pilar de “Empoderamento” do Bracell Social, programa de investimento social da empresa. Este ano, o projeto iniciou uma atividade de destaque, direcionada exclusivamente à meliponicultura, em parceria técnica com Ediney Magalhães.

Trata-se do curso “Criação de Abelhas Sem Ferrão”, realizado em Alagoinhas, que já capacitou mais de 50 pessoas. Ao final, 30 mulheres receberam caixas com enxames produtivos da espécie uruçu nordestina, que terão acompanhamento técnico durante todo o ciclo do projeto para multiplicação e aumento de produtividade das colmeias.

O projeto Polinizadores é também desenvolvido no estado de São Paulo, dando suporte para os apicultores na área de influência da empresa na região.

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Mato Grosso do Sul ‘surfa’ na economia da celulose que deve exportar R$ 67,4 bilhões até 2028

Em 2023, foram produzidas 24,2 milhões de toneladas de celulose, das quais 18,1 milhões foram exportadas. Desse montante, 49% foram destinados à China, 24% à Europa, e 15% à América do Norte

Mato Grosso do Sul é exemplo mundial quando o assunto é celulose. Três Lagoas, pioneira no setor no Estado, abriga duas indústrias Eldorado Brasil e a Suzano, que possui duas linhas de produção, e, isso o município acabou se tornando ‘a professora’ de Ribas do Rio Pardo e Inocência que em breve, também terão fábricas operando.

PROJETO CERRADO

Ainda neste semestre, entra em operação mais uma indústria da Suzano em MS, a conhecida como ‘Projeto Cerrado’ (veja vídeo abaixo) que começa os trabalhos em junho deste ano. Inocência também terá uma fábrica de celulose, do grupo chileno Arauco. As obras da unidade terão início em 2025.

Ao todo, em 2028, Mato Grosso do Sul, estará operando com quatro fábricas de celulose e tem de tudo para se tornar a maior potência do setor no mundo. Com as indústrias, também vemos o crescimento do plantio de eucalipto que é a matéria-prima do setor e um negócio que está em alta no Brasil.

Ao todo, somando as plantações de eucalipto e de pinus, também utilizado para a produção de celulose no Brasil, são 9,9 milhões de hectares de área plantada no país. Temos hoje em média 1,8 milhão de árvores plantadas para fins industriais por dia.

ÁREAS ANTROPIZADAS

Importante ressaltar que as áreas de cultivo acontecem principalmente em áreas previamente antropizadas, substituindo pastos de baixa produtividade por florestas cultivadas, manejadas com as mais modernas técnicas e amplamente apoiadas pela ciência. Para além das áreas produtivas, o setor conserva outros 6,7 milhões de hectares de mata nativa, o que equivale ao território do estado do Rio de Janeiro.

O setor vem se consolidando há décadas como um modelo de bioeconomia em larga escala, se submetendo voluntariamente a rigorosas certificações internacionais. Atua ao lado da sociedade para gerar valor compartilhado e crescimento mútuo, comprovando, todos os dias, a compatibilidade entre produzir e preservar.

PRODUÇÃO NACIONAL E MACIÇO FLORESTAL

Em 2023, foram produzidas 24,2 milhões de toneladas de celulose, das quais 18,1 milhões foram exportadas. Desse montante, 49% foram destinados à China, 24% à Europa, e 15% à América do Norte. O setor foi o quinto item da balança de exportação do agro.

De acordo com o IBA (Instituto Brasileiro de Atuária), os plantios de eucalipto estão localizados, principalmente, nas regiões sudeste e centro-oeste do país, com destaque para Minas Gerais (29%), Mato Grosso do Sul (15%) e São Paulo (13%).

A região sul do Brasil se destaca como principal fornecedor de madeira pinus, representando 89% do total. O Paraná lidera com a maior área plantada, uma extensão de 713 mil hectares, seguido por Santa Catarina, com 701 mil hectares.

GERAÇÃO DE EMPREGOS

O setor da celulose gerou 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos em 2022 nos mais de mil municípios presentes, segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais).

As exportações de celulose em 2023 geraram divisas no valor de US$ 7,9 bilhões. Os investimentos previstos somam R$ 67,4 bilhões até 2028.

INVESTIMENTOS

Os recursos investidos do setor já são destinados para novas plantas, expansão das áreas cultivadas, pesquisa, desenvolvimento e inovação. Hoje, é aberta em média uma fábrica a cada ano e meio.

É o caso do Projeto Cerrado, que dará origem à nova unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo. A fábrica terá capacidade de produção de 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano. No total, a empresa está investindo R$ 22,2 bilhões no projeto, um dos maiores aportes da história da Suzano, que está em plena celebração de seu centenário.

O Projeto Figueira, a ser concluído este ano pela Klabin em Piracicaba–SP, dará origem a uma fábrica com capacidade de produção de até 240 mil toneladas de papel ondulado por ano. A fábrica contará com geração de energia solar, empilhadeiras elétricas e reaproveitamento de água da chuva.

EXPANSÃO DA KLABIN

Além do Figueira, a Klabin inaugurou a segunda fase do projeto de expansão da unidade Puma, em Ortigueira–PR. Com investimento de R$ 12,9 bilhões, o maior já recebido pelo Paraná nos últimos anos, a conclusão das duas fases da unidade somou 910 mil toneladas à capacidade de produção anual de papel para embalagem da empresa.

Em Lençóis Paulista–SP a Bracell está colocando de pé uma nova unidade para produção de papel sanitário, com previsão de conclusão este ano. Na mesma área, a empresa inaugurou em 2021 a planta construída a partir do Projeto Star, resultante de investimento de R$ 15 bilhões da companhia. Trata-se de uma fábrica referência na produção de kraft e celulose solúvel.

Já a LD Celulose, joint venture entre a brasileira Dexco e a austríaca Lenzing, iniciou as operações de sua unidade no Triângulo Mineiro em 2022. Com capacidade para produzir 500 mil toneladas de celulose solúvel por ano, a fábrica já vendeu toda sua produção ao mercado externo em contratos de 25 anos.

INVESTIMENTO CHILENO

Outra que anunciou novos investimentos no país é a Arauco em uma nova fábrica de celulose em Inocência, com início das obras previsto para 2025.

Para além das novas fábricas, o setor investe consistentemente na modernização das plantas existentes, além de ampliação de áreas plantadas e ciência e tecnologia.

Informações: Perfil News.

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Oito espécies de abelhas-sem-ferrão são identificadas em refúgio biológico no Paraná

Um levantamento conjunto entre a Embrapa Florestas (PR), a Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) identificou oito espécies de abelhas-sem-ferrão no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), da Itaipu Binacional, sendo uma delas inédita no Brasil (veja quadro abaixo). Elas são nativas do Paraná, de outras regiões do Brasil e de países da América do Sul. Também conhecidas como meliponíneos e abelhas nativas, possuem papel fundamental na manutenção dos ecossistemas, pois fazem a polinização das plantas. Esses dados contribuem para a conservação da biodiversidade local, uma vez que apontam as espécies mais adaptadas à região, além de apoiar políticas públicas para a criação de abelhas nativas no estado.

O levantamento foi desenvolvido entre 2021 e 2023, dentro do projeto Diagnóstico e conservação da fauna de Hymenoptera em áreas naturais da Itaipu Binacional, com ênfase em espécies da tribo Meliponini”.  O supervisor da iniciativa pela Itaipu, Edson Zanlorensi, explica que as equipes estabeleceram protocolos de avaliação, identificação e registro de todas as espécies de abelhas inventariadas em campo na área do Refúgio. “Amostras de todas as espécies encontradas nos ninhos naturais, nas colônias capturadas, nas iscas artificiais e nas colônias instaladas em caixas térmicas foram coletadas, organizadas e identificadas conforme a taxonomia”, diz.

Segundo Guilherme Schühli, pesquisador da Embrapa Florestas, responsável pelo projeto e sua composição, esse estudo pode permitir também que sejam feitas considerações sobre a área, e como repercutem as iniciativas de conservação para a região. “Além disso, o Paraná tem iniciativas pioneiras de políticas públicas para a criação de abelhas nativas e esse diagnóstico contribui com o direcionamento adequado dos esforços de conservação, em especial para o oeste do estado”, ressalta. 

A analista ambiental do PTI Flavia Rodriguez destaca a sinergia entre as instituições envolvidas e lembra que esse tipo de iniciativa contribui com a consolidação da missão do Parque, que busca “transformar conhecimento e inovação em bem-estar social e, nesse caso, contribuir com o entendimento das espécies que compõem uma parte do território e seus serviços ecossistêmicos”.

Levantamento

Para dar início ao levantamento, conforme explica o pesquisador da Embrapa Florestas, foi necessário, primeiramente, realizar um diagnóstico das espécies de abelhas-sem-ferrão presentes. A área estudada compreende cerca de 2 hectares, e é onde se encontra a Itaipu Binacional e o Refúgio Biológico Bela Vista. Essa região, localizada no oeste do Paraná, apresenta vegetações naturais e áreas de intervenção humana, como, por exemplo, de reflorestamento implantadas pela Embrapa Florestas, há 30 anos, onde também foram amostrados meliponíneos.

“Para a amostragem, foram desenhadas linhas, chamadas de transectos, onde coletamos insetos, em todas as estações do ano, buscando compreender todas as formações vegetais presentes na área de Itaipu e do RBV. Para garantir que estávamos abrangendo toda a diversidade de abelhas, houve coletas também fora dos transectos, quando se verificavam movimentos dos insetos, plantas em floração ou até mesmo relatos de funcionários sobre a presença delas”, conta Schühli. Redes de mão e iscas-ninho contendo uma mistura de cera de abelhas como atrativo foram usadas para atrair e capturar as abelhas na área desenhada da amostragem.

Além das coletas, os pesquisadores buscaram registros sobre abelhas-sem-ferrão em fontes bibliográficas internacionais e em coleções de insetos. “Fizemos um levantamento do histórico das abelhas que já foram coletadas na região, em outras iniciativas. No geral, coleções biológicas fazem o tombamento (registro de exemplares) de informações, o que possibilita verificar o que foi coletado de fato e que foi identificado por um especialista”, explica. “O cuidado no desenho do protocolo levou a um levantamento amplo das espécies de abelhas na região oeste do Paraná, ainda pouco estudada, diferentemente da região metropolitana de Curitiba, que é referência no estudo das abelhas-sem-ferrão”, complementa.

Resultados

Com esse trabalho de pesquisa, duas coleções de abelhas-sem-ferrão foram formadas. A coleção viva, com os insetos criados em caixas racionais, está localizada no Refúgio Biológico Bela Vista. Já a coleção de referência, com amostras do que foi coletado e identificado, contendo as abelhas conservadas, está armazenada na coleção entomológica Danúncia Urban (foto à esquerda), da Unila, situada dentro do Parque Tecnológico de Itaipu. O professor pesquisador da Unila Fernando Zanella ressalta que a pesquisa viabiliza o inventário da diversidade de abelhas-sem-ferrão e sua distribuição no espaço do RBV, possibilitando reconhecer o valor da área como abrigo para essas abelhas. “O esforço de amostragem, especialmente de ninhos, permitiu ampliar o plantel do meliponário de Itaipu, que tem por finalidade a educação ambiental e o turismo, e serve de referência para a amostragem em outras áreas da região”, comenta Zanella.

Outro aspecto importante destacado pelo pesquisador da Embrapa Florestas é a possibilidade de estudos moleculares futuros. “Essa pesquisa é uma fotografia muito boa, para depois verificarmos a progressão das abelhas-sem-ferrão na região. Além disso, as abelhas depositadas na coleção contêm outras informações biológicas importantes, como os grãos de pólen que carregam no corpo quando capturadas. Isso fica registrado, possibilitando o levantamento de quais árvores oferecem esse alimento, e de onde se pode estimar o número de indivíduos naquele período”, explica Schühli. Isso é possível porque parte dos animais fica conservada em coleção úmida, em álcool 70%, o que permite a realização de futuras análises moleculares, com extração de DNA das abelhas.

Produção e conservação da biodiversidade

Atualmente, mais de 100 colônias de abelhas estão instaladas na área do Refúgio Biológico Bela Vista. Esse acervo é fruto da aquisição de abelhas por parte da Itaipu e da divisão de colônias feita com a supervisão da Embrapa Florestas e pela equipe do projeto. “A divisão é uma técnica de ampliação, e é feita a partir de uma colônia-matriz que, com o manejo correto, permite produzir outras colônias. Cada espécie tem seu protocolo de divisão, que deve ser acompanhado pelos técnicos para garantir que as colmeias estejam saudáveis”, observa Schühli.Diferente da apicultura, as caixas de abelha-sem-ferrão se mantêm ao longo de muitos anos, se bem manejadas. E a cada ciclo de produção, elas cedem colônias para o ambiente. “Por isso foi fundamental sabermos quais espécies eram pertinentes para aquele espaço, evitando trazer de fora, que podem contaminar a área.

O Projeto sugere que uma das alternativas de encaminhamento para o excedente de caixas pode ser a cessão para uma associação de meliponicultores local, podendo também ser direcionado, por exemplo, como subsídio para ações de programas como o Poliniza Paraná, que instala abelhas-sem-ferrão em praças e escolas. Tivemos um grande número de capturas dentro dos nossos ninhos-iscas, como, por exemplo, das abelhas Borá. Insetos dessa espécie podem contribuir muito com esse tipo de programa, uma vez que têm um interesse produtivo para o mel, um produto que chega a alcançar um preço de venda de cinco a dez vezes maior que o do mel tradicional das abelhas Apis”, conta o pesquisador da Embrapa Florestas.

Manejo e proteção

Além disso, a iniciativa estabeleceu protocolos de manejo dos meliponíneos e desenvolveu um módulo protetor de caixas, para permitir a instalação de colônias em áreas abertas. Esses módulos protegem as abelhas da ação de predadores, como macacos, quatis, gambás e teiús, entre outros.  De acordo com Schühli, essa iniciativa também beneficia as comunidades próximas, uma vez que contribui para a manutenção dessas espécies na área de entorno. “Existe grande interesse na criação das abelhas e o Refúgio Biológico tem um grande potencial para ser um espaço de referência e difusão não apenas de técnica, como também de material vivo, sendo mantido no ambiente da Itaipu”, acrescenta o pesquisador.

Espécies de abelhas identificadas

  • Borá (Tetragona clavipes)
  • Jataí (Tetragonisca fiebrigi)
  • Guiruçu (Schwarziana quadripunctata)
  • Canudo (Scaptotrigona depilis)
  • Arapuá (Trigona spinipes)
  • Mirim Droryana (Plebia droryana)
  • Mirim Nigriceps  (Plebeia nigriceps)
  • Abelha Limão (Lestrimelitta chacoana), registrada pela primeira vez no Brasil.

Educação Ambiental: Abelhas contribuem para saúde de ave gigante

Entre os resultados do trabalho, destaca-se a educação ambiental sobre o tema “Abelhas-sem-ferrão”, entregue ao Refúgio Biológico. Dentro da linha de trabalho realizada no RVB, a Embrapa buscou encontrar algumas associações de abelhas com a manutenção de outras espécies.

No levantamento bibliográfico, foi observada uma curiosa relação entre a harpia e as abelhas-sem-ferrão. “Notamos que as abelhas são capazes de limpar as narinas da harpia, fato que promove melhora da infecção nasal. Existem abelhas-sem-ferrão que vão buscar o muco dentro da narina da águia e ela permite essa limpeza. Isso é interessante porque mostra as interações tão complexas da floresta, onde as espécies são necessárias como um conjunto. E a abelha nativa mostra-se relevante até na manutenção da saúde da águia. Ainda não conhecemos totalmente o mecanismo, mas sabemos que as propriedades antimicrobianas e mesmo a limpeza mecânica que a abelha promove garantem a saúde da harpia”, relata Schühli.

Os indícios do pólen

Além de gerar mel, própolis e cera, a caixa de abelhas permite registrar uma linha cronológica das espécies vegetais e florestais do entorno. “Isso porque o inseto carrega para dentro da caixa, néctar das flores e materiais como o pólen, terra e água. Ao trazer esses materiais, oferece um retrato do ambiente naquele momento, favorecendo um panorama amplo da contaminação em diferentes períodos. É possível verificar, por exemplo, a presença de traços de inseticidas como os organofosforados dentro da caixa. O pólen coletado mostra ainda a quantidade e as espécies de árvores presentes no local. Ou seja, pela análise de pólen, vários aspectos podem ser explicitados, o que embasa até mesmo uma vertente forense, documentando a derrubada de áreas florestais”, conclui Schuhli. 

Informações: Embrapa.

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Indústria de celulose no MS vivencia as ‘dores do crescimento’

Por: Carlos Ornellas*

O estado do Mato Grosso do Sul está ganhando a atenção do mundo. Reforçando a sua forte vocação para o agronegócio, a região vem se sobressaindo na produção de celulose. O estado já se destaca como um grande produtor, com três unidades em operação em Três Lagoas, duas da Suzano e uma da Eldorado, totalizando 5 milhões de toneladas anuais. Em 2024, a nova fábrica da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, com capacidade de 2,5 milhões de toneladas, elevará a produção da região para 7,5 milhões, superando a Bahia (atual líder nacional) e consolidando o MS como o maior produtor do país.

Estamos assistindo essa evolução a olho nu nos últimos anos, com a chegada de novos investimentos de empresas gigantes que integram a cadeia do setor, como as já citadas Suzano e Eldorado, além da chilena Arauco, que construirá a sua primeira fábrica de celulose no Brasil no município de Inocência. A Arauco prevê um investimento de cerca de R$15 bilhões para uma fábrica com capacidade produtiva de 2,5 milhões de toneladas. Em 2028, ano que a unidade fabril da Arauco entrará em operação, o estado do Mato Grosso do Sul começará a produzir mais de 10 milhões de toneladas do insumo por ano.

A silvicultura também é destaque no estado. A área destinada para eucaliptos já ultrapassa 1,18 milhão de hectares e o cultivo serve de matéria prima para abastecer as fábricas da região. Quatro dos cinco maiores municípios no Brasil que cultivam eucalipto estão na chamada Costa Leste Florestal do MS. Até 2030, as florestas plantadas deverão superar 2 milhões de hectares na região.

A explosão do setor de celulose no Mato Grosso do Sul traz uma série de benefícios para as localidades, sob a ótica do desenvolvimento econômico e social, mas também vários desafios quando o assunto é a mão de obra especializada e executiva. Esse problema é histórico – acompanho esse mercado há anos e já participei, em outros momentos, ao longo da minha carreira, da busca de talentos para diversas empresas do segmento.

A dificuldade de encontrar profissionais capacitados se estende para todas as áreas. Isso ocorre porque a mão de obra, em sua grande parte, é extremamente técnica. A formação profissional ainda é limitada fora dos grandes centros, e a alta concorrência no mercado intensifica o problema de oferta – demanda. As empresas disputam os talentos gerando a “dança das cadeiras” e uma alta rotatividade nas empresas.

Os desafios abrangem desde profissionais na área florestal capazes de lidar com o modelo da silvicultura 4.0 até a busca por especialistas e executivos capazes de liderar projetos de engenharia complexos, envolvendo investimentos bilionários. Além disso, há a necessidade de gestores habilidosos para conduzir diversas áreas fabris, incluindo produção, processos, manutenção, recuperação, caustificação, utilidades e qualidade.

Outra área sensível é a cadeia de supply chain. A carteira de compras, usualmente, possui negociações na ordem de alguns milhares de dólares. A estrutura de demand planning e supply planning precisam estar em completo alinhamento e sinergia com a área comercial. A complexa operação logística, muitas vezes multimodal, demanda profissionais que compreendam essa dinâmica e façam a ligação entre os diferentes tipos de transporte – rodoviário, ferroviário, hidroviário e marítimo. Diante disso, é crucial contar com executivos experientes à frente de cada uma dessas áreas.

Por todas essas especificidades – e muitas mais – é difícil encontrar pessoas que atendam as demandas e exigências existentes no setor. O processo de entendimento do segmento e das suas particularidades é trabalhoso e a adaptação técnica e cultural nem sempre é fácil. Para nós, enquanto profissionais que trabalham na contratação de executivos e lideranças, isso traz uma série de dificuldades. Na fase de prospecção de candidatos, por exemplo, precisamos pensar fora da caixa, porém, nem sempre dá para inovar nessa busca de talentos. Muitas vezes, ficamos restritos ao setor de celulose ou segmentos correlatos e que estejam dentro de um contexto agroindustrial.

Com isso, o mercado de celulose se tornou extremamente inflacionado em termos de salários e remunerações. As empresas ainda enfrentam um déficit de mão de obra especializada e executiva, pois os profissionais em formação – em parte, resultado da parceria entre as companhias do setor e instituições educacionais – ainda não estão prontos para ingressar em grande escala no mercado nos próximos cinco ou dez anos.

Acredito que, com a dificuldade de encontrar mão de obra especializada e executiva no segmento de celulose – cenário que deve persistir nos próximos anos – terei muitos desafios, junto com toda equipe da EXEC no Mato Grosso do Sul. Nosso trabalho irá além da busca, atração, retenção e engajamento de profissionais experientes. Também auxiliaremos as empresas na preparação de novas lideranças, capazes de fazer a diferença nesse momento de crescimento.

*Carlos Ornellas é sócio da EXEC, empresa de seleção e desenvolvimento de altos executivos e conselheiros.

Informações: AgroRevenda.

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7 profissões na Europa que têm vagas sobrando por falta de mão de obra

As profissões na Europa que têm vagas sobrando oferecem salários atrativos e oportunidades de crescimento na carreira; engenheiro florestal é uma delas

Você sabia que existem profissões na Europa com oferta de muitas vagas? Algumas áreas específicas sofrem com a falta de mão de obra qualificada, o que pode ser uma ótima oportunidade para quem está pensando em morar no continente e ganhar em euro.

Se você está pensando em se despedir do Brasil de uma vez por todas e construir uma carreira do outro lado do Oceano Atlântico, continue lendo este artigo que selecionou sete profissões na Europa com vagas sobrando. Confira.

Profissões na Europa com vagas sobrando

1. Enfermeiro

A área da Saúde apresenta um considerável déficit de mão de obra especializada em diversos países europeus. O envelhecimento da população das nações mais ricas está exigindo profissionais cada vez mais qualificados na área da Enfermagem.

A situação é tão grave que diversas clínicas em algumas cidades do interior já foram fechadas por falta de Enfermeiros.

Por isso, se você se identifica com essa área ou já tem formação nela, que tal se arriscar a trabalhar em países como Alemanha, Portugal ou Suíça? Pode ter certeza de que não será difícil conseguir um bom emprego por lá.

2. Analista de Tecnologia da Informação (TI)

Outra das profissões na Europa com vagas sobrando é essa. A promissora área da Tecnologia está em constante expansão em praticamente todo o mundo. Quem tem familiaridade com esse ramo ou já possui experiência em TI, pode conseguir um bom emprego.

Países como Bélgica e França, por exemplo, apresentam carência de profissionais da área da Tecnologia da Informação. Se você tem fluência no idioma inglês ou francês e gosta desse ramo, não desperdice essa chance.

3. Engenheiro Florestal

Mais uma das profissões na Europa com vagas sobrando. Por causa da crise climática na qual o mundo está passando, uma função que merece destaque e que apresenta falta de mão de obra qualificada no continente é a de Engenheiro Florestal.

Países como Finlândia e Dinamarca possuem uma demanda crescente de Engenheiros Florestais capacitados que consigam manter o equilíbrio dos ecossistemas e do bioma dessas regiões.

Se você se identifica com essa função ou já tem experiência nela, pode conseguir um bom emprego na Europa.

4. Analista Financeiro

A área de Finanças também costuma ser promissora e rentável. Se você possui formação ou já tem uma boa experiência nesse ramo, pode ter mais chances de conseguir um emprego em países como Portugal, Hungria e Suécia, por exemplo.

Praticamente toda empresa de médio e grande porte, independentemente da área de atuação, precisa de Analistas Financeiros em seu quadro de colaboradores.

Quem está pensando em se mudar do Brasil para trabalhar na Europa, o ramo de Finanças deve ser cogitado.

5. Engenheiro de Automação e Robótica

Pensou nas profissões na Europa com vagas sobrando por falta de mão de obra? Essa não poderia faltar. Se você acabou de se formar no curso de Engenharia de Automação e está com dificuldades de conseguir um bom emprego no Brasil, que tal trabalhar por lá?

Países como Espanha, Noruega e Itália estão com uma carência desses profissionais na linha de produção de empresas de vários setores. Quem já possui experiência nessa área e não tem medo de se arriscar, pode ter um salário atrativo e uma carreira consolidada.

6. Cientista de Dados

Outra profissão da área da Tecnologia que apresenta uma alta demanda de mão de obra qualificada em diversas regiões da Europa. Se você tem afinidade com esse ramo ou já possui experiência nele, pode trabalhar como Cientista de Dados em uma startup ou multinacional.

Empresas de diversos segmentos de algumas cidades da Inglaterra e Polônia estão com um déficit de Cientista de Dados. Por isso, exercer essa função nessas regiões pode ser vantajoso, principalmente se você falar inglês fluentemente.

7. Chef de Cozinha

A última das profissões na Europa com vagas sobrando da nossa lista. Você ama a área da Gastronomia, tem vários dotes culinários e é craque no preparo de pratos doces e salgados?

Pode trabalhar como Chef de Cozinha em países como Escócia e Romênia e se dar bem financeiramente.

A culinária em algumas cidades dessas duas nações europeias fomenta a economia local, já que é o carro-chefe.

Por isso, se você está pensando em exercer essa profissão na Europa, não perca a chance de ganhar um salário atrativo e turbinar a sua carreira. Boa sorte!

Informações: Concursos no Brasil / Imagem: Agriq.

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Para reduzir as emissões em São Paulo é preciso intensificar a agricultura e avançar no reflorestamento

O Estado de São Paulo é o quarto do Brasil em emissões de gases do efeito estufa. No entanto, enquanto o perfil nacional tem como base central o desmatamento e a agricultura – que juntos representam três quartos do total de emissões –, em São Paulo é a energia, sobretudo os combustíveis fósseis, o principal problema (71% dos gases emitidos).

Isso faz com que a realidade paulista seja mais semelhante à média global: 73% das emissões estão relacionadas à queima de combustíveis fósseis e 18% a mudanças no uso do solo e agricultura.

“Vamos pegar o Estado de São Paulo, por exemplo. Se sabemos que um setor está contribuindo para a redução das emissões, precisamos potencializá-lo. Enquanto a agricultura ainda representa 25% das emissões paulistas, a de mudanças de uso do solo é quase zero já que não há mais grande desmatamento há alguns anos e há um avanço na silvicultura. Basicamente, é preciso avançar ainda mais em termos de reflorestamento e restauração florestal”, avaliou Maurício Cherubin, vice-coordenador geral e diretor de pesquisa do Centro de Pesquisa de Carbono em Agricultura Tropical (CCARBON), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP).

A avaliação de Cherubin foi feita na quinta sessão da Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CECTI), dedicada a debater o tema “Mudanças Climáticas e Transição Energética”. Realizada na quinta (07/03) e sexta-feira (08/03) da semana passada, na Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, a CECTI teve o objetivo de preparar as contribuições do Estado de São Paulo para a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), marcada para ocorrer entre 4 e 6 de junho, em Brasília.

“Estima-se que em São Paulo exista um déficit de 700 mil hectares de Área de Preservação Permanente e 800 mil hectares de Reserva Legal, área semelhante à meta do Programa Refloresta São Paulo. Mas como podemos reflorestar mais? Intensificando o uso da terra voltado à agropecuária, especialmente no setor canavieiro, que é a principal produção que temos no Estado”, afirmou Cherubin.

Patrícia Morellato, diretora do Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Mudanças Climáticas (CBioClima) – um CEPID da FAPESP sediado no campus de Rio Claro da Universidade Estadual Paulista (Unesp) –, avaliou que o foco da resposta às mudanças climáticas precisa estar na conservação.

“A solução para as mudanças climáticas passa pela conservação e redução da perda de biodiversidade. O maior problema no Brasil não é a frota, mas o uso da terra. A biomassa, por exemplo, não é um milagre, temos de pensar em outras soluções. A cana-de-açúcar deveria ser pensada como algo transitório”, afirmou Morellato.

“Concordo que a homogeneização do ecossistema é um processo que gera perda de biodiversidade, mas, por outro lado, estrutura a economia do Estado. É preciso misturar floresta e cana. A floresta assimila 18 vezes mais CO2 que a cana”, rebateu Cherubin.

No painel, os pesquisadores abordaram a importância de reduzir o uso de combustíveis fósseis. “O problema está posto. As temperaturas estão aumentando e o mapeamento de risco é central para definir os impactos emergenciais e as soluções possíveis associadas aos eventos climáticos. Precisamos reduzir drasticamente o uso de combustíveis fósseis. Para tal, necessitamos de transformações urgentes e sistêmicas, olhar a produção e as transformações das cadeias produtivas, para garantir um futuro resiliente com emissões líquidas zero”, alertou Jean Ometto, pesquisador sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e integrante da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).

Jean Ometto, pesquisador do Inpe (foto: Léo Ramos Chaves/Revista Pesquisa FAPESP)

Marcos Buckeridge, integrante do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da Universidade de São Paulo (USP), listou seis iniciativas para a descarbonização: “Diminuir o uso de combustíveis fósseis, aumentar a produção de biocombustíveis, produzir eletricidade suficiente para a eletrificação da frota, diminuir as emissões por desmatamento, avançar nas tecnologias agrícolas e acompanhar e modelar o processo de descarbonização”, disse.

Marcos Buckeridge, integrante do RCGI (foto: Léo Ramos Chaves/Revista Pesquisa FAPESP)

“O que é factível para enfrentar as mudanças climáticas? Energia eólica, solar, bioenergia, armazenamento de eletricidade [baterias], captura de carbono e a energia nuclear”, completou.

Buckeridge alerta que, embora muito se diga que a indústria do petróleo teria um prazo de apenas mais 50 anos, “nunca se sabe”. “Cada vez se acha mais petróleo. Um exemplo disso é o pré-sal. Portanto, a exploração de petróleo pode ser menos carbonizada. Existem vários elementos de phase out [interrupção gradual do uso] que são importantes. Como, por exemplo, aumentar a produção de biocombustíveis, acoplar os sistemas de bioenergia com o de captura de carbono, enterrar o CO2 emitido por biocombustíveis [captura de carbono], além de incrementar a produção canavieira, ou seja, usar menos área para produzir mais da planta e, por consequência, mais etanol”, afirmou.

A sessão “Mudanças Climáticas e Transição Energética” também abordou os seguintes temas: Os desafios científicos e tecnológicos da transição energética; Adaptação, mitigação e resiliência às mudanças climáticas; Economia circular e bioeconomia; Mudanças climáticas e biodiversidade; e Economia de baixo carbono. Outros participantes foram Paulo Artaxo (USP), Simone Miraglia (Universidade Federal de São Paulo) e Gonçalo Amarante Pereira (Universidade Estadual de Campinas).

Mais informações sobre a CECTI estão disponíveis em: fapesp.br/cecti.

O vídeo com as duas últimas sessões de sexta-feira (08/03) pode ser acessado em: www.youtube.com/watch?v=UE5Md5UlxWI.
 

Informações: Agência FAPESP.

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Curso Embrapa: Teste de tetrazólio em sementes de erva-mate

No Brasil, há poucos laboratórios de análise de sementes que trabalham com erva-mate (Ilex paraguariensis) e que possuem experiência com a avaliação da qualidade das sementes da espécie. O teste de tetrazólio é um teste bioquímico muito utilizado para avaliar a viabilidade de sementes, sendo um teste rápido e altamente informativo.

Este curso tem como objetivo treinar analistas de sementes, estudantes e interessados em trabalhar com análise da qualidade de sementes de erva-mate por meio do teste de tetrazólio.

Programação:

  • 02/04: Manhã – Teoria: morfologia de sementes de erva-mate, características da semente, princípio do teste de tetrazólio / Tarde – Prática: preparo das sementes para o teste
  • 03/04: Manhã – Preparo de soluções para realização do teste / Tarde – Corte das sementes e coloração 
  • 04/04: Manhã – Leitura do teste / Tarde – Cálculo dos resultados e preenchimento do boletim

Inscrições:

– Valor: R$ 550,00
– Data de inscrição: até 25/03/2024 – Nr de vagas: 6  – Link para inscrição: https://faped.conveniar.com.br/Eventos/Forms/Servicos/EventoDados.aspx?action=868

Atenção:

– Caso o curso não seja realizado, o valor da inscrição será reembolsado aos inscritos. – Política de desistência: o pagamento não será devolvido em caso de desistência ou não comparecimento do inscrito ao evento.

  • Carga horária | 24h
  • Curso | Restrição de público: Necessário realizar inscrição confirme orientações do link acima
  • Horário
      02/04/2024 | 08:00 às 17:00
      03/04/2024 | 08:00 às 17:00
      04/04/2024 | 08:00 às 17:00

Local:

Embrapa Florestas | Estrada de Ribeira Km 111 sn, Guaraituba, Colombo – PR.

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Suzano faz 32 anos em Mucuri e reforça sua relevância para a Bahia

Ao longo de mais de três décadas, a empresa de papel e celulose se fortalece e impulsiona o desenvolvimento de vários municípios do Extremo Sul do Estado

Por: Heverton Dias*

Unidade da Suzano em Mucuri traz em sua história um legado de transformação para o extremo sul da Bahia. Uma trajetória que, além de contribuir para o avanço da indústria de papel e celulose em nosso país, tem grande relevância ao impactar positivamente o cenário socioeconômico do estado da Bahia, contribuindo para o desenvolvimento da região.

Uma história que inicia em 1989, com a Bahia Sul Celulose, uma associação entre a Suzano e a então Companhia Vale do Rio Doce. A planta industrial teve a primeira produção de celulose em março de 1992 e, um ano depois, em 1993, a primeira produção de papel. Nas décadas que se seguiram, a unidade cresceu, atingiu marcas históricas de produção, conquistou certificações e prêmios de excelência ambiental. Foram muitas transformações até chegar à Suzano atual.

No dia 13 de março, celebramos 32 anos da nossa presença em Mucuri, município onde mantemos uma das plantas industriais mais completas do setor em âmbito global, com capacidade para fornecer mais de 1,7 milhão de toneladas de celulose, 250 mil toneladas de papel e 60 mil toneladas de tissue por ano. A unidade produz diversas marcas da Suzano e contribui com a geração de 7.500 empregos diretos, entre colaboradores próprios e terceiros vinculados à operação, alcançando mais de 37 mil pessoas por meio do efeito renda.

Ainda no âmbito econômico, vale ressaltar que todos os anos a unidade de Mucuri realiza com sucesso as Paradas Gerais (PGs) – ações planejadas de interrupção das atividades industriais para serviços de manutenção preventiva – que são responsáveis por injetar um volume considerável de recursos na economia regional. Durante as PGs, há grande fluxo de trabalhadores terceirizados, contribuindo para gerar e compartilhar valor com os setores de hotelaria, alimentação e transporte da região, que tem o turismo como uma das principais atividades econômicas.

No dia 13 de março, celebramos 32 anos da nossa presença em Mucuri, município onde mantemos uma das plantas industriais mais completas do setor em âmbito global

Em conformidade com os “Compromissos para Renovar a Vida” – conjunto de metas de longo prazo estabelecidas em 2020 pela Suzano em convergência com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU – a empresa está realizando uma verdadeira transformação social nos municípios do Extremo Sul da Bahia, por meio das iniciativas que visam reduzir a pobreza e fomentar a evolução da educação.

Assim como em todas as suas áreas de atuação, a Suzano impulsiona o desenvolvimento social na Bahia destinando recursos significativos para o apoio a projetos sociais, que já beneficiaram mais de 48 mil pessoas. Um exemplo é a Associação Comunitária Golfinho, de Mucuri, mantida pela empresa desde 2005 e que atualmente atende a mais de 200 crianças e adolescentes, que no contraturno escolar, têm acesso a atividades pedagógicas e esportivas.

Somos uma empresa consciente, que contribui para a evolução da sociedade e também para a conservação e preservação do meio ambiente: na Bahia, a companhia conserva cerca de 151 mil hectares de áreas preservadas e é responsável pela manutenção de diversas Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVC) espalhadas pelos municípios do sul baiano.

A companhia cumpre integralmente as legislações ambientais, reforçando seu compromisso com as comunidades tradicionais, com as quais mantém um diálogo aberto e transparente. Ao longo de mais de três décadas, a Suzano desenvolveu uma relação de parceria com as pessoas naturais do extremo sul da Bahia ou que adotaram a região como lar, contribuindo para a evolução cultural e econômica local. Inovando sempre, a empresa chegou aos 100 anos em 2024, e temos orgulho do papel que a baianidade exerce na formação da identidade da Suzano.

É assim que construímos a nossa história de mais de três décadas em território baiano, buscando a constante evolução em nossos processos produtivos e na valorização daqueles que estão ao nosso redor. Estamos preparados para crescer e nos fortalecer. Que venham outros 32 anos!

*Heverton Dias é gerente executivo Industrial da Unidade Mucuri da Suzano.

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De novas estruturas à modernização: Suzano coloca R$ 1,45 bi em Aracruz

Companhia está fazendo aportes relevantes na construção na primeira fábrica de papel do Espírito Santo e na modernização e manutenção de todo o parque fabril

O ano de 2024, principalmente o primeiro semestre, vai ser animado no complexo industrial da Suzano, em Aracruz. Além da construção da primeira fábrica de papel do Estado, que será entregue em 2026, as três linhas de produção de celulose estão passando por um grande processo de manutenção e modernização. O conglomerado está colocando R$ 1,45 bilhão em todo o pacote.

Só a nova caldeira, capaz de atender as três usinas de celulose que funcionam ali, vai consumir R$ 520 milhões de reais. A usina de papel tissue (usado para higiene pessoal) vai consumir R$ 650 milhões. O restante do aporte vai para a manutenção e modernização das unidades.

“São intervenções importantes e complexas, que estão mobilizando cerca de dois mil trabalhadores. A parte mais pesada das manutenções, com paradas de fábrica, se darão no primeiro semestre. Os investimentos na caldeira e na unidade de papel serão entregues em 2025.”

Fabricio José da Silva, executivo responsável pelas fábricas do Espírito Santo.

Importante destacar que boa parte dos fornecedores contratados para tocar as intervenções são do setor metalmecânico do Espírito Santo, um dos mais avançados do Brasil.

Informações: A Gazeta.

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Portugal: mais de 1,6 milhões de pedidos para fazer queimas e queimadas em 2023

A aplicação informática para comunicar e autorizar queimas e queimadas recebeu cerca de 1,6 milhões de pedidos no ano passado em Portugal, mais 600 mil do que em 2022, revelou hoje o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

A plataforma queima e queimadas, gerida pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), existe desde 2019 e permite uma gestão centralizada dos pedidos de autorização e de comunicação, tendo em conta que as queimas necessitam de uma comunicação prévia fora do período crítico de incêndios rurais, enquanto as queimadas exigem uma autorização.

No chamado período crítico de incêndios – geralmente entre 01 de julho e 30 de setembro – tanto as queimas como as queimadas precisam de uma autorização para serem realizadas.

Dados hoje divulgados pelo ICNF, durante a apresentação da nova campanha “Portugal Chama 2024-2026”, dão conta que a plataforma queimas e queimadas recebeu 1.655.010 de contactos em 2023, enquanto no ano anterior tinha recebido 1.030.857, um aumento de 13%.

A plataforma das queimas e queimadas pode ser acedida através de uma aplicação de telemóvel, portal do ICNF e através da linha SOS, que tem várias componentes relacionadas com ambiente, gestão florestal e queimas e queimadas.

Segundo o ICNF, a linha SOS recebeu 111.803 chamadas no ano passado sobre pedidos de autorização ou comunicação da realização das queimadas, mais 25% do que em 2022.

Em declarações à Lusa, o presidente do ICNF, Nuno Banza, afirmou que a esmagadora maioria dos pedidos são feitos através do site ou do telemóvel, mas “continua haver também muitos pedidos feitos telefonicamente”, uma vez que o número é gratuito.

“O ano passado tivemos mais de um milhão de contactos pelas diferentes formas para pedidos de queimas ou queimadas e tivemos um pico que chegou a quase 4.000 chamadas no mesmo dia”, disse, explicando que os pedidos feitos através da plataforma permitem que todo o processo seja automatizado, uma vez que as câmaras municipais têm acesso a esta aplicação e são as autarquias que “autorizam ou não” as queimas e queimadas “em função das condições meteorológicas que existem nos territórios”.

Nuno Banza destacou a “grande mudança” que se tem verificado nos últimos anos devido às campanhas de sensibilização: “As pessoas normalmente já nem sequer pensam em queimar nos dias de maior risco do ano”.

O responsável frisou que o maior número de pedidos “são fora da tradicional época do verão”.

No entanto, esclareceu que há dias no inverno, em que há períodos de seca por não chover, e não se pode fazer queimas, salientando que “é por isso que esta plataforma é muito importante”.

A Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) apresentou hoje a nova campanha “Portugal Chama”, que vai prolongar-se até 2026, depois da campanha anterior, que funcionou entre 2019 e 2023 e com o mesmo nome, ter permitido reduzir em mais de metade os incêndios florestais em seis anos, conseguindo-se evitar cerca de 60.000.

O presidente da AGIF afirmou à Lusa que a primeira campanha “Portugal Chama” conseguiu “alterar muitos os comportamentos dos portugueses”.

“Só que ainda há 7.000 incêndios por ano, dos quais a maioria são intencionais”, frisou Tiago Oliveira, sublinhando que tem de existir agora “um tratamento específico: ou trabalho policial ou também de trabalho de sensibilização de proximidade”.

Na cerimónia de apresentação da campanha, Manuel Rocha, da GNR, apresentou a operação “Floresta Segura” da Guarda Nacional Republicana, que tem várias fases, nomeadamente da realização de ações de sensibilização e fiscalização, investigação dos incêndios e combate.

Entre 2019 e 2023, a GNR deteve 599 pessoas pelo crime de incêndio florestal, identificou 3.882, registou 25.694 crimes e investigou 42.963 fogos, além de ter levantado 25.336 autos de contraordenação, sendo a maioria por falta de limpeza dos terrenos.

Informações: www.antenalivre.pt

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