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Segmento agropecuário foi responsável por 70% da exportação paranaense em 2023

O setor agropecuário, que inclui alimentos, madeira compensada, papel e celulose, foi responsável por 70% do volume exportado em 2023 pelo Paraná. O montante estadual no período foi de US$ 25,2 bilhões, enquanto os produtos que compõem a agropecuária somaram valor superior a US$ 17,6 bilhões.

Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), compilados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Eles apontam que, em relação a 2022, o crescimento do setor agropecuário foi de 21%. Naquele período o segmento exportou US$ 14,5 bilhões.

A análise feita pelo Ipardes mostra que os US$ 25,2 bilhões oriundos de vendas do Paraná em 2023 superaram em 13,7% os US$ 22,1 bilhões acumulados ao longo de 2022, estabelecendo um novo recorde de exportações pelo Estado. Com isso, o Paraná passou de sexto para quinto maior exportador do País, ultrapassando o Rio Grande do Sul, que alcançou US$ 22,3 no ano passado.

“O Paraná viveu um ano muito difícil em 2022 devido às geadas e sobretudo a estiagem, que nos tirou mais de 31 bilhões de reais da produção agrícola”, analisou o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “No ano passado, ainda que tenha havido excesso de chuva entre outubro e novembro, conseguimos recuperar aquilo que o Estado é capaz”. Somente em grãos, a safra ultrapassou 45,6 milhões de toneladas.

PRODUTOS – Entre eles, a soja segue como principal produto paranaense de exportação. Em 2023 o item campeão de vendas ao exterior bateu a marca de US$ 5,9 bilhões comercializados, respondendo por 23,5% de toda a exportação paranaense. Na segunda colocação veio a carne de frango in natura, com US$ 3,6 bilhões (14,5% de participação). O terceiro produto mais exportado no período foi o farelo de soja (US$ 1,9 bilhão) e em quarto, os cereais (US$ 1,2 bilhão).

Nos últimos cinco anos o Paraná acumula consecutivas altas nas exportações anuais de alimentos, passando de US$ 9,7 bilhões em 2019 para US$ 15,8 bilhões em 2023. No entanto, os segmentos de madeira, papel e celulose, que também fazem parte do setor agropecuário, não tiveram o mesmo desempenho positivo, em consequência da redução nos preços.

O papel, que tinha alcançado US$ 871 milhões em 2022, reduziu para US$ 758 milhões, queda de 12,9%. A celulose teve decréscimo ainda mais acentuado, passando de US$ 766 milhões para US$ 599 milhões (-21,8%). A principal redução ficou com a madeira compensada ou contraplacada, com 26,9% a menos de arrecadação nas vendas exteriores, vindo de US$ 643 milhões para US$ 470 milhões.

De acordo com o estudo do Ipardes, apesar da preponderância dos produtos do agronegócio na pauta de exportações do Paraná, os bens manufaturados de alta tecnologia também tiveram importante participação. Como no caso dos automóveis, cujas vendas ao mercado internacional totalizaram US$ 545 milhões, alta de 3,6% em relação aos US$ 526 milhões de 2022.

DESTINOS – No total, as mercadorias produzidas no Paraná desembarcaram em 215 destinos. Os maiores compradores foram a China (US$ 7,1 bilhões), a Argentina (US$ 1,5 bilhão) e os Estados Unidos (US$ 1,4 bilhão), responsáveis por 28%, 6,3% e 5,8%, respectivamente, do total comercializado pelo Paraná em 2023. O México aparece em quarto, com US$ 1 bilhão.

No caso da China, que já era a maior compradora dos produtos paranaenses em 2022, o volume de exportações quase dobrou no último ano. O valor passou de US$ 3,6 bilhões para cerca de US$ 7,1 bilhões, correspondendo por boa parte do superávit anual. 

Mesmo pequenos países como Tuvalu e Papua Nova Guiné, ambos da Oceania, também adquiriram produtos paranaenses.

IMPORTAÇÕES – Em sentido oposto, as importações estaduais de itens fabricados no exterior somaram US$ 18,2 bilhões no ano passado, uma queda de 18,8% em relação a 2022, quando houve US$ 22,4 bilhões em compras externas. Com isso o saldo da balança comercial no Paraná terminou o ano com um superávit de US$ 7 bilhões.

Adubos e fertilizantes lideraram as importações pelo Estado, totalizando US$ 2,1 bilhões. O volume, entretanto, foi 40% menor do que os US$ 3,5 bilhões comprados pelo Paraná em 2022.

Na segunda colocação apareceram os óleos e combustíveis, que também tiveram redução na importação. Enquanto em 2022 esses produtos movimentaram US$ 2,5 bilhões, no ano passado o montante caiu para US$ 1,8 bilhão – redução de 27,6%.

Confira o relatório AQUI.

Informações: Notícias Agrícolas.

Foto: GOVPR.

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J&F define data para devolver R$ 3,77 bilhões pela rescisão de venda da Eldorado

Grupo dos irmãos Batista notificou a multinacional da Indonésia a desfazer a sociedade de forma consensual

A J&F, conglomerado empresarial brasileiro, anunciou a data para cumprir a determinação do Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária) e encerrar de forma consensual o contrato de venda da Eldorado Celulose à empresa indonésia Paper Excellence, firmado em 2017. A decisão do Incra de considerar nulo o negócio devido à ausência de cumprimento da legislação nacional levou a esse desfecho.

A notificação da J&F à Paper Excellence convoca um encontro para o próximo dia 23 de janeiro de 2024, às 9h30 (de MS), em um escritório de advocacia em São Paulo, para formalizar o distrato. A comunicação, assinada pelo presidente atual da J&F, Aguinaldo Ramos, reforça o compromisso de desfazer o contrato em acordo mútuo.

Nessa reunião, a J&F propõe a imediata devolução do montante pago pela Paper Excellence na aquisição das ações da Eldorado, ultrapassando a cifra de 3,77 bilhões de reais. Em contrapartida, a gigante brasileira comandada pelos irmãos Batista vai receber as mais de 750 milhões de ações que estão atualmente em posse da empresa indonésia. Em comunicado, a J&F diz que o “acordo destrava R$ 20 bilhões de investimentos na empresa de celulose, com criação de 10.000 empregos” na planta instalada em Três Lagoas.

A Eldorado, por sua vez, já comunicou tanto a J&F quanto a Paper sobre a nulidade reconhecida pela AGU (Advocacia Geral da União) e pelo Incra. A empresa emitiu uma notificação, no dia 2 de janeiro, solicitando voluntariamente o distrato do acordo de compra e venda até o dia 8 de janeiro, alinhando à recomendação da autarquia e respeitando as determinações da legislação nacional.

O embasamento para a invalidação do contrato reside na falta de autorização prévia do Congresso Nacional por parte da Paper Excellence para formalizar a aquisição da Eldorado em 2017, conforme exigido pela lei brasileira. O MPF (Ministério Público Federal) também emitiu parecer alinhado com o entendimento do Incra e da AGU nesse caso.

A Paper Excellence, por sua vez, garante que que o acordo de compra da Eldorado atende às preocupações do Incra, do MPF e da Justiça. De acordo com a empresa da Indonésia, o contrato não implica na aquisição de terras por estrangeiros, mas sim no controle de um complexo industrial de celulose. Até a publicação da reportagem a empresa não confirmou se participará da reunião de distrato.

“A Paper adquiriu uma fábrica de celulose, em que a madeira é insumo e não a atividade principal, não sendo necessário, portanto, ter propriedades rurais ou arrendamentos de terras. A Eldorado consome um volume significativo de sua madeira por meio de contratos de parcerias com proprietários de terras brasileiros, que não estão sujeitos a restrições relativas ao capital estrangeiro. A Eldorado Celulose é proprietária apenas de 5% (14.464 hectares) das terras que utiliza em sua operação, que estão localizadas em áreas urbanas – isso representa menos de 1% do preço pago pela Paper na transação de compra das ações da Eldorado (R$ 15 bilhões)”, diz trecho da nota.

Informações: Campo Grande News.

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Novo negócio da Votorantim mistura floresta e agro e fatura no Cerrado e no Pantanal

CEO da Reservas Votorantim, David Canassa fala das parcerias recentes com o agronegócio e diz já estar gerando receitas com arrendamento de terras conservadas e a venda de créditos de carbono em dois biomas

O faturamento de R$ 53 bilhões do grupo Votorantim envolve diversos produtos como cimento, alumínio, energia renovável e até suco de laranja, mas a mais nova fonte de receita é “a árvore em pé”, por meio de uma de suas empresas investidas – a Reservas Votorantim. Em entrevista ao AgFeed o diretor executivo da Reservas Votorantim, David Canassa, fala entusiasmado das oportunidades de negócio que vem sendo geradas pela empresa.

Um dos principais pilares da companhia é a gestão de territórios conservados, aqueles que tem vegetação nativa preservada, mesmo que em conjunto com atividades agropecuárias. Além de cumprir a legislação e ajudar produtores e empresas a atingir metas de sustentabilidade, a missão é criar oportunidades de negócio, o que está ocorrendo, na prática.

“Fomos os primeiros a produzir crédito de carbono no Cerrado brasileiro, o que abriu uma vertente muito importante. É uma receita que antes não existia”, conta o executivo. Ele se refere ao chamado “Legado Verdes do Cerrado”, uma área de 32 mil hectares, em Niquelândia, no Norte de Goiás, administrada pela Reservas Votorantim.

Deste total, uma porção de 10,5 mil hectares foi certificada, internacionalmente, para gerar 50 mil créditos de carbono por ano. A primeira comercialização foi feita em 2023 por US$ 15 por tonelada, quando a empresa embolsou cerca de R$ 3,8 milhões.

A certificação foi atingida à medida que a empresa se comprometeu a preservar uma área que, por lei, estava apta a ser desmatada. Mas esse foi o primeiro passo e a expectativa é seguir avançando, inclusive em outros biomas, não apenas gerando créditos para a própria empresa, mas também atuando como uma espécie de consultoria para outros interessados.

“É um projeto muito importante de possibilidades para proprietários rurais que queiram pensar em outras oportunidades que não apenas o agronegócio em si”, explica Canassa.

O executivo diz que a empresa já está auxiliando produtores que queiram ter projetos
semelhantes, mas todos estão em andamento, levando até dois anos para ficar pronto. “Quando fizemos no Cerrado, era o primeiro fora do bioma amazônico, por isso fomos extremamente conservadores. Agora, vamos avançar, talvez incluir também áreas de APPs e reserva legal”, disse.

Projeto no Pantanal

David Canassa revelou ao AgFeed que a Reservas Votorantim está finalizando um novo projeto de créditos de carbono, desta vez no Pantanal. Será uma área da famosa Fazenda Bodoquena, em Mato Grosso do Sul, que hoje pertence à Votorantim, mas até a década de 1950 era da família Moreira Salles, e ficou conhecida por receber ilustres como os integrantes da banda Rolling Stones.

O diretor prefere não revelar, por enquanto, qual o tamanho da área que foi destinada ao projeto de carbono na fazenda. Mas admite que será superior aos 10 mil hectares do projeto do Cerrado.

A expectativa é de que a certificação para o projeto do Pantanal saia ao longo de 2024 (o chamado concept note, com a metodologia da Verra, já foi feito), mas a primeira comercialização de carbono pode ficar para o início de 2025.

Canassa explica que a cotação do carbono oscila bastante e que as melhores oportunidades de venda costumam ocorrer no primeiro quadrimestre do ano. Além da área própria, o projeto no Pantanal também deve envolver parceria com outros produtores rurais.

Ao todo, a Reservas Votorantim administra atualmente 150 mil hectares de terra, que englobam 3 diferentes biomas: Mata Atlântica, Pantanal e Cerrado.

Na Mata Atlântica a empresa também já começou a faturar com a venda de créditos de carbono. Para isso, foi lançada em setembro de 2023 uma nova metodologia, já que a Verra não aceitava gerar este crédito pelo mecanismo conhecido como REDD. A metodologia é chamada de PSA Carbonflor, foi lançada em Nova York e permitiu a geração de 20 mil créditos de carbono.

David Canassa disse que estavam acumulados os créditos dos últimos 6 anos, portanto o total é de 120 mil. Segundo ele, uma pequena parte já foi vendida. Como se trata de algo novo, o valor foi de US$ 10 por tonelada, mas a empresa agora espera nova oportunidade de mercado para o comercializar o restante.

Parcerias no agronegócio

A Reservas Votorantim espera avançar também em outra vertente de negócio, as oportunidades em conservação e reflorestamento. Durante a COP 28, anunciou uma parceria com a Mesa Brasileira de Pecuária Sustentável, grupo que reúne 70 organizações de produtores rurais, venda de insumos, frigoríficos e até restaurantes.

Pelo acordo, as chamadas “soluções baseadas na natureza”, da Reservas Votorantim, serão oferecidas no marketplace da organização.

Um dos principais serviços é o chamado “arrendamento de reserva legal”. Proprietários rurais que precisem se adequar ao Código Florestal e não queiram substituir lavouras por espécies nativas pagam um valor anual por hectare à Reservas Votorantim, que cuida não apenas da vegetação, mas também da burocracia envolvida.

Vista aérea do Legado Verdes do Cerrado, em Niquelândia, no Norte de Goiás (Foto: Luciano Candisani/Divulgação).

“Ajudamos o proprietário com o CAR. É um processo rápido, em 2 meses resolve o problema. É uma solução mais atrativa do ponto de vista de custo para o agricultor”, explicou o CEO da empresa.

Um acordo semelhante também já existe com a cooperativa Canaoeste, segundo Canassa, e a intenção é conquistar novos clientes no agro. “No último ano fechamos 25 novos contratos, agora que os produtores estão conhecendo essa modalidade de arrendamento de reserva. Muitos achavam que não era possível do ponto de vista legal, mas é”, acrescentou.

A empresa está oferecendo reserva legal para arrendamento nos estados do Paraná, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. “É pouco mais de mil hectares já arrendados até agora, mas temos muita área ainda pra arrendar”.

Outro serviço oferecido ao produtor rural é o plantio de espécies nativas. Como nas APPs não é possível fazer este arrendamento, a saída é reflorestar, uma atividade que a Votorantim faz há bastante tempo.

No reflorestamento, a empresa também sugere alternativas de receita, como o plantio de frutíferas, por exemplo. Em 2023, a Reservas Votorantim diz ter plantado 150 hectares para recuperar APPs em propriedades de terceiros, uma tarefa trabalhosa, segundo Canassa.

A Reservas foi criada em 2015, mas já existia como projeto na Votorantim, desde 2012. “Somente em 2022 fomos a mercado, nossa aproximação com os agricultores é bem recente”, afirma o CEO.

Em 2023, foi o ano do crescimento e de “escalar a receita”, segundo ele, embora não revele os números. A Votorantim deve divulgar os resultados do último ano somente em março.

Canassa garante que não é um “braço” do grupo para cumprir metas. “Se as outras investidas da Votorantim quiserem contratar nossos serviços, podem, vou cobrar preço de mercado”.

O terceiro pilar estratégico está relacionado à biodiversidade das áreas nativas. O diretor diz que estão estudando o futuro mercado de créditos de biodiversidade, ainda muito incipiente. Mas diz que a prioridade é reinvestir os recursos que vem arrecadando em ações de pesquisa, para descobrir mais riquezas na floresta.

“Temos parcerias com universidades e outras instituições para ver o que pode virar produto, como seivas e extratos. Não é só remédio, mas pode vir adstringentes, novos bioprodutos pra agricultura, tem muita coisa interessante para ser pesquisada. É uma vertente de longo prazo”, concluiu.

Informações: Agfeed.

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Impacto na indústria: Klabin adquire ativos da Arauco por R$ 6 bilhões

A Klabin (KLBN11) protagonizou uma das mais notáveis movimentações no cenário atual da indústria recente ao anunciar a aquisição dos ativos florestais da chilena Arauco, no Paraná, pelo valor expressivo de R$ 6 bilhões. Este passo estratégico representa um dos maiores negócios do ano, marcando significativamente o setor de papel e celulose.

Em suma, a transação envolve a aquisição do “Projeto Caetê”, composto por 150 mil hectares no estado paranaense, dos quais 85 mil hectares correspondem a áreas produtivas. Além disso, o projeto considera a posse de cerca de 31,5 milhões de toneladas de madeira em pé, além de maquinários e equipamentos essenciais para a produção.

Desse modo, a Klabin adquire diretamente 100% dos empreendimentos florestais Santa Cruz e 49% da Vale do Corisco. Em suma, essa aquisição não apenas consolida a presença da Klabin no Paraná, mas também complementa os recursos destinados ao “Projeto Puma II”, gerando sinergias operacionais cruciais para seu desenvolvimento.

Enquanto isso, para a Arauco, o negócio representa um redirecionamento estratégico. Já que planeja investir expressivos R$ 15 bilhões na construção de uma fábrica de celulose de eucalipto em Mato Grosso do Sul ao longo da presente década.

Análise do mercado e projeções futuras

Resumidamente, especialistas do mercado avaliam essa transação como positiva para a Klabin, apesar de um possível impacto inicial no seu endividamento. Uma vez que a antecipação das despesas de capital para os próximos anos permite à Klabin otimizar seus processos de colheita e transporte. Assim, resultando em melhorias significativas nos custos operacionais da empresa.

Rafael Passos, analista da Ajax Asset, destaca que a Klabin prevê alcançar sua meta de autossuficiência em madeira, o que resultará na redução dos investimentos futuros projetados.

Concisamente, o BTG Pactual destaca a lógica por trás dessa aquisição, vendo-a como um desembolso inicial que trará economias anuais consideráveis. Contudo, apesar do potencial aumento do endividamento em 2024, o banco acredita que a transação é sensata e terá efeitos positivos a longo prazo.

Impactos financeiros e tendências na indústria

Em geral, há projeções sobre o impacto financeiro imediato desta aquisição. Em suma, a Genial Investimentos alerta para a possibilidade de um aumento no Capex (Despesas de Capital), podendo afetar a geração de caixa da Klabin e, consequentemente, exercer pressão sobre as unidades da empresa na Bolsa de Valores.

No entanto, o planejamento da Klabin indica uma redução substancial do Capex em anos subsequentes, indicando um desembolso de R$ 3,3 bilhões em 2024, seguido por valores menores nos anos subsequentes, até um retorno gradual a partir de 2027.

Além disso, o JPMorgan também ressalta a pressão no caixa resultante dos custos e investimentos associados ao crescimento orgânico. Assim, apontando os investimentos no Puma II e a flutuação nos preços da celulose como os principais riscos para a Klabin, especialmente considerando a valorização da moeda nacional.

Estratégia industrial

Certamente, a aquisição dos ativos da Arauco pela Klabin representa um movimento estratégico de grande relevância para a indústria de papel e celulose. No entanto, apesar dos desafios financeiros imediatos e da pressão no caixa, a expectativa é de que, a médio e longo prazo, essa transação gere eficiências operacionais significativas.

Sendo assim, esse processo deve consolidar ainda mais a posição da Klabin como um player de destaque nesse setor em constante evolução. Do ponto de vista macroeconômico, a transação também pode ter influência na balança comercial, especialmente se houver um aumento na produção e exportação de produtos relacionados à celulose.

Certamente, isso pode contribuir positivamente para a economia do país. Assim, gerando receitas com exportações e fortalecendo a posição da indústria de celulose brasileira no mercado internacional. Portanto, movimentações como essas são de extrema relevância de forma abrangente, considerando a indústria e a economia.

Informações: PETROSOLGAS.

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Biorrefinaria florestal agrega valor

A biorrefinaria florestal não apenas processa recursos, mas transforma a natureza em uma fonte valiosa de inovação e sustentabilidade

O conceito de biorrefinaria foi emprestado do conceito da refinaria de petróleo, em que a partir do óleo bruto se produz combustíveis e derivados, polímeros, química fina, etc.

Uma biorrefinaria usa a biomassa como matéria-prima para produzir diversos combustíveis e produtos de origem sustentável. Assim, a ideia é ter produtos ou bioenergia com produção em larga escala, valor agregado não muito elevado e outros com menor volume de produção, mas com valor agregado mais elevado.

Dessa forma, a cadeia como um todo passa a ter maior lucratividade. Para o caso da biomassa florestal, é enxergar cada árvore como sendo um poço de petróleo.

Estratégias personalizadas

Não existe um modelo ou estratégia únicos. Para cada caso precisaremos desenvolver estratégias apropriadas. Talvez seja esta a maior dificuldade.

No caso da refinaria de petróleo, o mundo usa o mesmo processo para qualquer tipo de óleo bruto, por isso, nem sempre as tecnologias conseguem usar o petróleo brasileiro adequadamente, já que ele tem composição diversa dos existentes no Oriente Médio.

Mas, ainda assim, a refinaria de petróleo consegue ter uma pequena flexibilidade para produzir as substâncias que precisamos. As biorrefinarias precisam se adequar à biomassa de interesse, por exemplo, no caso florestal, vêm de árvores.

E o que existe em maior volume é a madeira. A estratégia será diversa para outras partes do vegetal, como as cascas ou as folhas.

Versatilidade

A indústria de polpação de celulose é, por si só, considerada uma biorrefinaria completa, pois além da polpa e celulose se produz energia térmica e elétrica a partir da combustão da lignina.

E a polpa de celulose é usada não apenas para produzir papel, ou papelão ou papel cartão e demais tipos de papel. Também é usada para produzir fios de celulose usados na confecção de roupas em geral, como o caso da viscose ou do modal.

Outras aplicações são em tintas, explosivos, celofane, carboximetil celulose, etc. Além dos produtos desta indústria, poderíamos pensar em outros processos e produtos, como lignina usada como antioxidante, cosméticos, resinas com formaldeído em substituição ao fenol proveniente de fontes fósseis, nanopartículas de lignina para ser usadas em sensores, etc.

Da celulose é possível produzir vários tipos de nanocelulose, como a cristalina e fibrilada mecanicamente, além, claro, de combustíveis, como o etanol de segunda geração.

Funciona na prática?

No caso do setor de celulose e papel, já temos nanocelulose sendo produzida e também lignina kraft. No caso da nanocelulose, a maior parte da produção é usada para reforçar papel convencional.

E, no caso da lignina, o uso maciço é na substituição de fenol para produzir adesivos.

Entretanto, antes que os produtos e processos sejam lançados no mercado, é necessário o desenvolvimento das tecnologias em escalas menores para avaliação de desempenho técnico e econômico.

E, se considerarmos os aspectos social e ambiental da tecnologia, as dificuldades só aumentam. Assim, a inovação é fundamental para atender a todos os aspectos da sustentabilidade.

Perspectivas de mercado

Os modelos de negócio não são possíveis de prever, mas acredito que haverá muitas possibilidades, desde a verticalização completa dos processos até a agregação de empresas menores em torno de um grande conglomerado.

O mercado está, no momento, com muitas startups e o número cresce assustadoramente, ou seja, existe muito capital de risco no mercado buscando ideias inovadoras.

Sustentabilidade ambiental e recursos florestais

Os plantios florestais brasileiros são um setor que atende ao Código Florestal, e a maioria deles são certificados até mesmo por organismos internacionais. Nossas florestas são um exemplo de sustentabilidade.

A biorrefinaria é uma das melhores ferramentas para implementar a bioeconomia e permite o desaparecimento de resíduos, ou seja, promove a economia circular. Com ela, usaremos cada vez mais substâncias da química verde e a geração de produtos biodegradáveis.

Mesmo quando não forem biodegradáveis, terão origem sustentável e serão recicláveis. No caso do Brasil, temos uma grande área de plantios florestais, e se por qualquer conjuntura de mercado internacional o volume de celulose ou de chapas vierem a diminuir, poderemos lançar mão de produtos da biorrefinaria para consumir a produção florestal que possuímos.

Desafios

Os maiores desafios são fazer com que as novas tecnologias sejam economicamente viáveis. E a superação tem sido feita pelo investimento em pesquisa e desenvolvimento em ambiente inovador e competitivo.

Muitos produtos oriundos da biomassa florestal podem ser usados na área médica, como fármacos de liberação lenta, curativos celulósicos, implantes, remédios antitumorais à base de lignina, etc.

Também podem ser úteis na área eletroeletrônica, como plataformas sensoras (aplicações na área de saúde da população, ou controle de qualidade de água com poluentes emergentes (analgésicos, hormônios, glifosato, etc)), painéis fotovoltaicos, etc.

Existem outras aplicações com valor agregado intermediário, como no agronegócio, como aditivos anti-deriva, liberação lenta de fertilizantes e de outros agroquímicos.

Informações: Campo&Negócios / Washington Magalhães, pesquisador da Embrapa Florestas.

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Paper Excellence acusa Eldorado de deslealdade após J&F encerrar contrato de venda bilionário

A empresa marcou data e horário para anular o contrato e devolver os R$ 3,7 bilhões

Nesta semana, a J&F Investimentos S.A. notificou a Paper Excellence, afirmando que deve cumprir a recomendação do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Mato Grosso do Sul. A nota técnica solicitava a nulidade da compra.

Ainda conforme a nota do Incra, a data limite para manifestação da J&F era nesta segunda-feira (8). Assim, a empresa se manifestou sobre o posicionamento do Incra, em pedido pela nulidade do contrato de compra e venda das ações da Eldorado, firmado em dezembro de 2017 com a Paper Excellencee.

Conforme a nota divulgada na íntegra pelo Poder 360, a J&F notificou a CA Investment a distratar o contrato. Para isso, foi convocada uma reunião entre as partes no dia 23 de janeiro, às 10h30, em São Paulo (SP).

Com isso, na oportunidade a J&F propõe receber as ações em posse da CA e imediatamente devolver o valor pago, equivalente a R$ 3.777.097.851,00. Assim, o grupo volta a ser o único proprietário da Eldorado.

Paper acusa Eldorado de deslealdade

Em nota emitida no fim da tarde de terça-feira (9), a Paper Excellence acusou os gestores da Eldorado Brasil Celulose de agirem com deslealdade, em favor da J&F, na tentativa de obstruir a transferência do controle da companhia.

“Em notificação encaminhada nesta segunda-feira (08/01) ao diretor presidente da Eldorado, Carmine de Siervi Neto, a Paper alega que a empresa distorceu os efeitos jurídicos de uma nota técnica emitida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e transmitiu informações falsas ao mercado, promovendo campanha da J&F que busca descumprir obrigações contratuais”, diz a nota.

Ainda na nota, a Paper também diz que tomará as medidas necessárias para que os administradores da Eldorado sejam responsabilizados “por sacrificar o melhor interesse da companhia e descumprir seus deveres legais e fiduciários para atender ‘interesses escusos da J&F’”.

Venda da Eldorado

Em outubro de 2023, a novela que virou a compra da Eldorado Celulose, em Três Lagoas, ganhou um novo capítulo. Em audiência da 1ª Vara Federal de Três Lagoas, procuradores disseram que o acordo de compra por parte da Paper Excellence deve ser anulado, já que a empresa não obteve autorização do Congresso Nacional para realizar a compra.

Acontece que a Paper Excellence é uma empresa de capital estrangeiro e, para adquirir terras no Brasil, precisa de autorização do Congresso Nacional. O que não ocorreu na época da compra da Eldorado Brasil, em 2017.

Desde então, a compra se arrasta em ações judiciais. Na audiência da última semana, o MPF (Ministério Público Federal) propôs acordo entre as partes onde a Paper Excellence tenha apenas parte das ações ou o desfazimento do negócio, conforme informações do Conjur.

Acontece que a J&F, proprietária da Eldorado e a compradora travam batalha judicial desde 2017, o que inviabilizaria totalmente um acordo entre as partes. Dessa forma, a J&F propôs devolver recursos já pagos em até 30 dias e assim se livrar de possíveis multas por ter feito um negócio irregular.

Disputa impede duplicação de fábrica

Há anos a Paper Excellence enfrenta uma guerra judicial com a J&F pelo controle da Eldorado Brasil. O impasse tem travado a duplicação da planta industrial localizada em Três Lagoas, que já tem projeto pronto para ser executado.

A Paper Excellence se comprometeu com o Governo de Mato Grosso do Sul a duplicar a planta da Eldorado, em Três Lagoas, quando a disputa judicial acabar. O projeto da segunda linha de produção da Eldorado está pronto, licenciado em termos ambientais e pago.

Na estimativa do Governo do Estado, em valores atuais, o investimento da Eldorado na duplicação da unidade passaria dos R$ 10 bilhões. A unidade tem capacidade para produzir 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano.

Informações: midiamax.

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Eldorado Brasil Celulose abre processo seletivo para estágio

Programa Super Talentos é voltado para estudantes do ensino superior, que terão oportunidades de atuar em uma das mais sustentáveis empresas de celulose do mundo

A Eldorado Brasil Celulose abre, em 8 de janeiro, a seleção de estagiários para o Programa Super Talentos 2024. As vagas disponíveis são para trabalho presencial para as áreas corporativas, industrial, florestal, transportadora, planejamento comercial, RH, TI e logística, nas cidades de Três Lagoas (MS), São Paulo e Santos (SP). As inscrições podem ser feitas no site www.ciadeestagios.com.br/vagas/eldorado/ até 9 de fevereiro.

Com o compromisso de promover o crescimento e desenvolvimento profissional em um ambiente dinâmico, a empresa busca pessoas com habilidades diferenciadas, criativas, determinadas e com sede de conhecimento. O programa proporciona uma experiência prática, com foco em inovação e a oportunidade de trabalhar em projetos desafiadores e colaborar com equipes experientes.

A previsão de início do programa é para março de 2023. “Com nosso programa Super Talentos, temos o objetivo de proporcionar uma experiência de valor aos nossos estagiários, permitindo que eles apliquem na Eldorado Brasil os conhecimentos adquiridos na graduação. Além disso, através da trilha de desenvolvimento que construímos, algumas competências e habilidades serão desenvolvidas, contribuindo para que tenham uma jornada de sucesso em suas carreiras”, afirma a gerente de Desenvolvimento Organizacional e de Recrutamento e Seleção, Ana Carolina Tessarini.

Super Talentos Eldorado

Os diferenciais do Super Talentos são a experiência completa para os estagiários, como ocorreu com a Ingrid Padrinho Martins, que hoje é assistente administrativa na área de TI. Ela iniciou na empresa como Jovem Aprendiz e, em 2022, foi selecionada pelo Programa de Estágio na área de Governança de TI.

“O período de estágio foi maravilhoso, tive a honra de ter pessoas incríveis me orientando e sempre dispostas a me incentivar a crescer profissionalmente. Foi um período de desafios e conquistas, pude participar da implementação, como uma das responsáveis, de uma ferramenta de gestão de projetos. No começo de dezembro de 2023, tive a alegria de ser efetivada”, conta a colaboradora de 23 anos.

SERVIÇO: ELDORADO SUPER TALENTOS

Prazo de inscrição: de 8 de janeiro a 9 de fevereiro

Site:  www.ciadeestagios.com.br/vagas/eldorado

Locais de atuação: Três Lagoas (MS), São Paulo (SP) e Santos (SP)

Requisitos:

●     Estar cursando Administração, Agronomia, Análise de Sistemas, Ciências Contábeis, Ciência da Computação, Direito, Economia, Engenharia Cartográfica, Engenharia da Computação, Engenharia de Produção, Engenharia de Software, Engenharia Florestal, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Estatística, Geografia, Gestão de TI, Matemática, Sistema da Informação e cursos correlatos; com previsão de término em junho 2025

●     Possuir perfil dedicado, espírito de dono e mão na massa;

●     Ter habilidades de comunicação e trabalho em equipe;

●     Ter disponibilidade para residir no local da vaga de trabalho;

Benefícios: bolsa-auxílio compatível com o mercado, convênio médico, seguro de vida, vale-refeição ou restaurante no local (conforme localidade) e vale-transporte ou fretado.

Etapas: após as inscrições do site, os candidatos passarão pelas seguintes etapas: avaliação dos pré-requisitos; entrevista com a Companhia de Estágios; dinâmica de grupo e entrevista com gestores (as); assessment; avaliação do Comitê de Valores e admissão.

Sobre a Eldorado Brasil

A Eldorado Brasil Celulose é uma das mais eficientes e sustentáveis empresas de base florestal para produção de celulose do mundo. A companhia opera em Três Lagoas (MS) uma fábrica com capacidade para produzir 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano. Em energia limpa, há geração de 50 megawatts/hora de energia na usina termelétrica Onça Pintada, além da mesma quantidade na planta de celulose – que é autossuficiente. A base florestal é de mais de 293 mil hectares de florestas plantadas em Mato Grosso do Sul. Para dar condições para operar em níveis de excelência, a companhia conta com o trabalho de mais de 5 mil colaboradores no Brasil e em escritórios internacionais. Em Santos (SP), a Eldorado Brasil opera um dos maiores terminais portuários multimodais da América Latina, com capacidade para exportar até 3 milhões de toneladas de celulose por ano.

Para mais informações, acesse https://eldoradobrasil.com.br/.

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Produtor de cachaça diversifica atividades com plantio de eucalipto 

A Bracell possui o Cultive Eucalipto, programa que viabiliza a participação de produtores rurais da região de atuação da empresa no processo produtivo do eucalipto

Da varanda, Martinho Miranda Barreto contempla o belo jardim florido na frente de sua casa e o plantio de eucalipto mais adiante. À direita, é possível avistar a ponte Gilberto Amado, sobre o rio Piauí, que liga o estado de Sergipe à Bahia. Na propriedade, a Fazenda Priapu da Feira, em Santa Luzia do Itanhy, o empresário sergipano produz, desde 2004, uma das cachaças artesanais mais premiadas de seu estado – a Reserva do Barão. Os cabelos brancos, a fisionomia serena, as boas histórias e a carreira nos setores público e privado sinalizam as décadas de experiência de vida que lhe permitem afirmar, com tranquilidade, hoje, aos 78 anos, que fez a opção certa ao plantar eucalipto.

Martinho é um dos produtores parceiros da Bracell no Programa Cultive Eucalipto, que concilia o cultivo de árvores com outras fontes de renda geradas na Priapu e com os momentos de lazer. Além do alambique com capacidade para produzir, anualmente, até 80 mil litros de cachaça artesanal a partir de cana cultivada na própria fazenda, a propriedade abriga uma fazenda de camarão e uma de criação de gado sob cuidadas dos netos do proprietário.

Segundo ele, a ideia de instalar o alambique foi, ao mesmo tempo, uma oportunidade de negócio e uma forma de resgatar uma tradição do município iniciada com um antepassado da esposa de Martinho, o Barão de Timbó, que montou o primeiro alambique da região, em 1857, com equipamentos de cobre importados da Inglaterra. Intitulado barão, em 1888, pela Princesa Isabel, João José de Oliveira Leite nasceu em Rio Real (BA), em 1821, e faleceu em Salvador, em 1919. Ele se casou três vezes, sendo a segunda com a sergipana Joaquina Hermelina da Costa Vieira.

Para Martinho, o cultivo de eucalipto acrescenta uma fonte de renda à propriedade sem a necessidade de dedicar esforços próprios nas operações. Bom para ele, que pode desfrutar de mais momentos de lazer na fazenda e de degustação de sua famosa cachaça envelhecida de quatro a seis anos em tonéis de carvalho. “Decidir plantar eucalipto não foi desafio. Eu não tinha experiência, mas não é necessário ter. Quando a idade chega, você quer ter mais tranquilidade. É natural”, afirma ele, que é casado há 55 anos e pai de dois filhos.

“A gente vai ficando mais velho e faz comparações. Eu vi que estava malhando em ferro frio criando gado e plantando coco, porque não dava o retorno esperado. Aqui, originalmente, não era área de mata? E eucalipto é o quê? É árvore. A natureza é a coisa mais sábia do mundo. Não podemos lutar contra ela”, observa. “Eu tenho outras fontes de renda, mas eu quis mostrar uma alternativa muito viável e lucrativa para quem quiser trabalhar com eucalipto, sendo parceria, arrendamento ou qualquer outra forma. E essa ideia vingou”, acrescenta.

Na propriedade, de aproximadamente 330 hectares, ele destina ao plantio de eucalipto pouco mais de 88 hectares. O primeiro trecho foi plantado há cerca de 18 meses e o outro, há menos de 1 ano. “Fico tranquilo olhando os filhotes crescerem lá”, brinca ele, referindo-se às árvores. “Eu acho que não errei e vejo a possibilidade de evoluir o plantio de eucalipto para uma área maior. Então, é porque eu estou satisfeito, né?”, indaga.

Programa Cultive Eucalipto

É um programa de parceria florestal criado pela Bracell para complementar a oferta de madeira de eucalipto para abastecer a fábrica de celulose solúvel no Polo Industrial de Camaçari. O programa viabiliza a participação de produtores rurais da região de atuação da empresa no processo produtivo do eucalipto, sempre com os mesmos cuidados técnicos e ambientais que a Bracell adota em suas próprias áreas.

O Programa Cultive Eucalipto ajuda a diversificar as fontes de renda das propriedades, contribuindo para a geração de renda no campo, para a manutenção da posse dos imóveis pelos proprietários originais, que podem seguir desenvolvendo outras atividades econômicas no imóvel, como agricultura, pecuária, lazer e outras.

As áreas com potencial para ingressar no programa precisam atender a critérios técnicos, logísticos, legais e ambientais, que são analisados e discutidos com os interessados. Com a parceria, o proprietário passa a contar com toda a tecnologia oferecida pela Bracell para obter níveis satisfatórios de produtividade, com excelentes possibilidades de retorno financeiro. Para divulgar o programa, a Bracell criou o site www.cultiveeucalipto.com.br

Sobre a Bracell

A Bracell é uma das maiores produtoras de celulose solúvel e celulose especial do mundo, com duas principais operações no Brasil, sendo uma em Camaçari, na Bahia, e outra em Lençóis Paulista, em São Paulo. Além de suas operações no Brasil, a Bracell possui um escritório administrativo em Cingapura e escritórios de vendas na Ásia, Europa e Estados Unidos. www.bracell.com

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Suzano está com dois processos seletivos para atender as suas demandas em Ribas do Rio Pardo (MS)

As inscrições estão abertas para todas as pessoas interessadas, sem distinção de gênero, origem, etnia, deficiência ou orientação sexual, na Plataforma de Oportunidades da empresa

A Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, está com dois processos seletivos abertos paraatender suas demandas em Ribas do Rio Pardo (MS). As inscrições podem ser feitas por todas as pessoas interessadas, sem distinção de gênero, origem, etnia, deficiência ou orientação sexual, na Plataforma de Oportunidades da empresa (https://suzano.gupy.io/).

Para concorrer à vaga de Consultor(a) de Projetos Florestal, pessoas interessadas precisam atender aos seguintes pré-requisitos: ter Ensino Superior completo; possuir experiência de 1 a 2 anos em operações florestais, projetos, planejamento; afinidade com Gestão de Projetos e Gestão de Contratos; ter capacidade de fazer análises e gerenciamento de riscos; e é preciso conhecimento de software de planejamento de projetos (MS Project). As inscrições ficam abertas até o dia 17 de janeiro e devem ser feitas pela página: https://suzano.gupy.io/jobs/6516904?jobBoardSource=gupy_portal.

Para concorrer à vaga de Assistente Administrativo II, os pré-requisitos são: ter Ensino Médio completo; ter conhecimento em Pacote Office 360 e disponibilidade para trabalhar em período diurno e/ou noturno. As inscrições ficam abertas até o dia 15 de janeiro e devem ser feitas pela página: https://suzano.gupy.io/jobs/5234858?jobBoardSource=gupy_portal.

Mais detalhes sobre os processos seletivos, assim como os benefícios oferecidos pela empresa, estão disponíveis na Plataforma de Oportunidades da Suzano (https://suzano.gupy.io/). A Suzano reforça que todos os processos seletivos são gratuitos, sem a cobrança de qualquer valor para garantir a participação, e que as vagas oficiais estão abertas a todas as pessoas interessadas. Na página, candidatos e candidatas também poderão acessar todas as vagas abertas no Estado e em outras unidades da Suzano no País, além de se cadastrar no Banco de Talentos da empresa

 Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papel da América Latina e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras de origem renovável. Os produtos da companhia, que fazem parte da vida de mais de 2 bilhões de pessoas e abastecem mais de 100 países, incluem celulose, papéis para imprimir e escrever, canudos e copos de papel, embalagens de papel, absorventes higiênicos e papel higiênico, entre outros. A Suzano é guiada pelo propósito de Renovar a vida a partir da árvore. A inovabilidade, a busca da sustentabilidade por meio da inovação, orienta o trabalho da companhia no enfrentamento dos desafios da sociedade. Com 99 anos de história, a empresa tem ações negociadas nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais em: www.suzano.com.br

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Nova metodologia projeta crescimento de árvores nativas, elevando rentabilidade de restauração florestal

Pesquisa usou como base dados de 13 áreas de recuperação ecológica na Mata Atlântica e dez espécies de interesse da indústria madeireira; resultado é publicado em meio à Década da Restauração da ONU

O tema da restauração florestal tem ganhado destaque nos últimos anos tanto na iniciativa privada e no mercado financeiro como na academia e entre governos, principalmente no caso do Brasil, que assumiu o compromisso, desde o Acordo de Paris, em 2015, de recuperar com floresta nativa 12 milhões de hectares, ou seja, praticamente o equivalente ao território da Coreia do Norte. No entanto, as iniciativas ainda dependem do caro processo de plantio de árvores e padecem com a falta de dados sobre o crescimento das espécies e do total de áreas recuperadas.

Pesquisa publicada na revista científica Perspectives in Ecology and Conservation contribui com o avanço do setor. Mostra que a aplicação de métodos silviculturais em projetos de restauração florestal em larga escala pode aumentar a produtividade e a rentabilidade, viabilizando o abastecimento da indústria madeireira e reduzindo a pressão sobre os biomas naturais, como a Amazônia.

Os cientistas concluíram que, para alcançar alta produtividade, as cadeias de valor da restauração devem incorporar critérios específicos envolvendo uma combinação de espécies nativas; modelos de crescimento das árvores que permitam montar os planos de manejo e colheita com prazos mais curtos; bem como aliar o desenvolvimento de pesquisa e inovação a tratamentos silviculturais.

Liderado pelo engenheiro florestal Pedro Medrado Krainovic, o estudo criou um modelo que projeta o tempo de crescimento de espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica até que elas obtenham “maturidade” necessária para atender à indústria madeireira. Normalmente, as taxas de crescimento para comercialização são definidas de acordo com o tempo que a árvore leva até atingir 35 centímetros de diâmetro.

Com o novo método, os pesquisadores obtiveram uma redução de 25% no tempo de colheita e um aumento de 38% da área basal das árvores. Isso representou uma antecipação média de 13 anos na idade ideal do corte.

“Identificamos os padrões de produtividade versus tempo, o que fornece o indicativo de quando uma dada espécie pode ser manejada para obtenção de madeira para o mercado. Isso ajuda a dar viabilidade à restauração florestal em larga escala, melhorando sua atratividade para proprietários de terra e indo ao encontro dos acordos globais pró-clima. Com base nos nossos dados, projetamos um cenário em que o conhecimento silvicultural estaria melhorado, proporcionando uma restauração mais atrativa para as múltiplas partes interessadas“, diz Krainovic, que desenvolveu o trabalho durante seu pós-doutorado no Laboratório de Silvicultura Tropical (Lastrop) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, vinculada à Universidade de São Paulo (Esalq-USP).

projeto foi conduzido no âmbito do Programa BIOTA-FAPESP. Também recebeu apoio por meio de outros quatro projetos, entre eles o Temático “Compreendendo florestas restauradas para o benefício das pessoas e da natureza – NewFor“ e as bolsas de estudo concedidas aos pesquisadores Danilo Roberti de Almeida (18/21338-3), Catherine Torres de Almeida (20/06734-0) e Angélica Faria de Resende (19/24049-5), coautores do artigo.

O trabalho foi supervisionado pelos pesquisadores Ricardo Ribeiro Rodrigues, do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal (Lerf), e Pedro Brancalion, vinculado ao Lastrop e ao projeto BIOTA Síntese.

Contexto

Mesmo tendo sido eleita pelas Nações Unidas (ONU) em 2022 como uma das dez referências mundiais em restauração, a Mata Atlântica é o bioma brasileiro que mais perdeu área florestal até hoje. Dos cerca de 140 milhões de hectares no Brasil, restam 24% de cobertura florestal. Desse total, somente 12% correspondem a florestas bem conservadas (cerca de 16,3 milhões de hectares), segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica.

Porém, os esforços para conter o desmatamento vêm conseguindo resultados positivos – queda de 42% entre janeiro e maio de 2023 em relação a 2022 (de 12.166 hectares devastados para 7.088 hectares) –, além de as ações de restauração terem surtido efeito. Em 2021, a ONU estabeleceu até 2030 a Década da Restauração de Ecossistemas, um apelo para a proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo, para o benefício das pessoas e da natureza.

“A restauração precisa ter mais dados que tragam horizontes favoráveis de uso do solo. Para uma política pública, é preciso ter mais informações que suportem as tomadas de decisão. E esse artigo serve de várias formas, inclusive com uma lista de espécies que pode oferecer subsídios para o proprietário de terra. Abre uma porta para o enriquecimento de restauração florestal com finalidade econômica, mais atrativa e atingindo múltiplos objetivos, como devolver serviços ecossistêmicos a determinadas áreas”, explica Krainovic.

Os resultados do estudo devem alimentar o programa Refloresta-SP, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado, que tem, entre seus objetivos, a restauração ecológica, a recuperação de áreas degradadas e a implantação de florestas multifuncionais e de sistemas agroflorestais.

Krainovic morou por 12 anos na Amazônia e trabalhou não só em projetos de recuperação de áreas degradadas usando espécies arbóreas com potencial econômico como em cadeias produtivas de produtos florestais não madeireiros que abastecem a indústria de cosméticos, como sementes, óleos essenciais e manteigas. “Um diferencial da minha trajetória é não ter ficado somente na academia. Conheço como são as empresas, a interface com os povos tradicionais nessas cadeias produtivas e a área acadêmica”, completa.

Passo a passo

O estudo analisou uma cronossequência de 13 áreas de restauração florestal não manejada distribuídas pelo Estado de São Paulo, que se encontravam em diferentes estágios – entre seis e 96 anos de plantio. Essas regiões têm uma mistura diversificada de espécies nativas – entre 30 e 100 –, o que contribui para a promoção de serviços ecossistêmicos com características semelhantes às da floresta espontânea.

Os cientistas escolheram dez espécies arbóreas nativas comerciais, com diferentes densidades de madeira e historicamente exploradas pelo mercado. São elas: guatambu (Balfourodendron riedelianum); jequitibá-rosa (Cariniana legalis); cedro-rosa (Cedrela fissilis); araribá (Centrolobium tomentosum); guarantã (Esenbeckia leiocarpa); jatobá (Hymenaea courbaril); acácia-amarela (Peltophorum dubium); ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus); aroeira (Astronium graveolens) e pau-vermelho ou cabreúva (Myroxylon peruiferum).

Atualmente, a maioria dessas espécies é protegida por lei e não pode ser vendida legalmente porque são endêmicas da Mata Atlântica e do Cerrado e estão ameaçadas de extinção. No entanto, algumas, como jatobá e ipê-roxo, ainda são exploradas na Amazônia.

Para cada uma delas foram desenvolvidos modelos de crescimento, com base nos dados coletados nos plantios. Com as curvas de crescimento foi aplicado o método GOL (sigla em inglês para Growth-Oriented Logging), para determinação de critérios técnicos de manejo, incluindo um cenário otimizado focado na produção de madeira.

Após testes iniciais, os pesquisadores modelaram o crescimento do diâmetro e da área basal de cada espécie selecionada ao longo da cronossequência. Foram construídos cenários de produtividade usando os 30% maiores valores de diâmetro encontrados para cada espécie por local e idade, o “cenário otimizado”, que representa a aplicação de tratos silviculturais, proporcionando maior produtividade.

As espécies foram classificadas usando o tempo necessário para atingir os 35 centímetros de diâmetro para a colheita em três faixas: crescimento rápido (menos de 50 anos), intermediário (50-70 anos) e lento (maior que 70 anos). Ao aplicar a abordagem GOL, foram agrupadas em taxa de crescimento rápida (menor que 25 anos); intermediária (25-50 anos); lenta (50-75 anos) e superlenta (75-100 anos).

O cenário otimizado teve o tempo de colheita reduzido em 25%, representando uma antecipação média de 13 anos na idade ideal de colheita.

As exceções foram o jequitibá-rosa e o jatobá, que apresentaram seu período ideal de colheita prolongado, mas a área basal aumentou mais de 50%. Por outro lado, o cedro-rosa teve redução de 36,6% na área basal de colheita (646,6 cm2/árvore), mas uma antecipação de 47 anos em tempo de colheita (51% mais rápido que o GOL).

No total, nove das dez espécies atingiram diâmetro de 35 cm antes dos 60 anos – a exceção foi o guarantã, com alta densidade de madeira.

O estudo Potential native timber production in tropical forest restoration plantations pode ser encontrado em: www.perspectecolconserv.com/en-potential-native-timber-production-in-avance-S2530064423000640.

Informações: Agência FAPESP.

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