Brasileiros concorrem a prêmio de US$ 10 milhões com método inovador de mapear florestas

Projeto desenvolvido por 50 pesquisadores conta com o auxílio de drones, de robôs e da inteligência artificial para mapeamentos

Um grupo de mais de 50 pesquisadores, em sua maioria brasileiros, é finalista em uma competição internacional com um projeto que busca mapear, com auxílio de drones, robôs e inteligência artificial, as florestas tropicais.

O grupo é formado por professores e pesquisadores de várias instituições brasileiras, e até alguns estrangeiros. Eles estão entre os seis finalistas do Xprize Rainforest, uma competição internacional de biodiversidade e tecnologia que irá premiar o vencedor com US$ 10 milhões (cerca de R$ 49,8 milhões na cotação atual). A competição teve início em 2019, com 800 inscritos, e agora chega à fase de testes em campo.

A ideia é usar a tecnologia para coletar e analisar amostras de DNA das florestas e, dessa forma, diagnosticar problemas, para que soluções possam ser propostas com base nos dados.

Viagem

No dia 22 de maio, o Brazilian Team, como é chamada a equipe de pesquisadores brasileiros, irá embarcar para Singapura com o objetivo de passar para as finais do Xprize Rainforest. Para essa etapa, o time continua em busca de patrocínios e outras formas de apoio.

Segundo o coordenador do Brazilian Team, Vinicius Souza, o grupo está bastante otimista. “Estamos preparados e acreditamos que o Brazilian Team é o que apresenta a maior diversidade de soluções e algumas das maiores autoridades científicas nas estratégias que vamos usar”, diz o professor do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).

Vinicius diz ainda que a equipe possui vantagem sobre as outras, por estar mais familiarizada com as florestas tropicais. “Embora Singapura seja um país pouco conhecido para nós, o ambiente de floresta tropical é muito familiar e faz parte do nosso dia a dia como pesquisadores, o que é vantajoso em relação aos times de países do Hemisfério Norte, onde fica a maioria dos demais competidores.”

Usando novas tecnologias, algumas inéditas, a equipe pretende obter resultados que acelerem o processo de estudo da biodiversidade. “Já atingimos as metas iniciais e estamos bem adiantados em inovação e desenvolvimento. Ferramentas de mapeamento da biodiversidade, inteligência artificial e sequenciamento genético, por exemplo, ajudarão a definir áreas prioritárias para conservação e identificar onde as espécies mais sensíveis estão dentro dos ambientes naturais.”

Prêmio

As finais da competição acontecerão neste ano, em local ainda não divulgado. Vencerá a equipe capaz de pesquisar a maior biodiversidade contida em 100 hectares de floresta tropical em 24 horas.

Para isso, será preciso fornecer as ideias mais impactantes em 48 horas, para identificar os serviços ecossistêmicos das espécies identificadas – sejam os de provisão, os culturais, os serviços de proteção dos recursos naturais (solo, água, sequestro de carbono) e outros já em uso ou com potencial para uso, envolvendo a sociedade, e com destaque aos povos das florestas.

Com o valor do prêmio, o Brazilian Team pretende compor um fundo voltado a pesquisas e capacitação para conservar e restaurar a Amazônia e a Mata Atlântica. A participação da equipe na iniciativa conta com o apoio da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq).

Brazilian Team

O Brazilian Team é formado por mais de 50 pesquisadores e outros profissionais com conhecimento técnico-científico multidisciplinar, entre eles botânicos, zoólogos, ecólogos, advogados, economistas e engenheiros do Brasil e também de países como França, Colômbia, Espanha, Portugal, EUA e Bélgica, de instituições como USP, UNESP, Unicamp, UFSCar, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, UNITAU, Pl@ntNet (Cirad, Inria), CNRS, ENS, Pinheiro Neto Advogados, SIMA, RBMA e umgrauemeio.

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