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Acesso ao polo industrial de Ribas do Rio Pardo vai ser asfaltado por R$ 10,1 milhões

A pavimentação do acesso ao polo industrial no município de Ribas do Rio Pardo vai custar aos cofres públicos mais de R$ 10,1 milhões, de acordo com resultado de licitação divulgado pela Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos). 

A empresa Engenharia e Comércio Bandeirantes venceu a licitação para executar obras de infraestrutura urbana, pavimentação asfáltica e drenagem de águas pluviais, no acesso ao polo industrial.

Entretanto, o tamanho da extensão da pavimentação ainda não foi divulgado. Segundo o resultado, o valor total é de R$ 10.121.072,94. O contrato ainda deve ser divulgado pela Agesul.

Fábrica de celulose

A construção de uma fábrica de celulose da Suzano está em pleno vapor no município. A unidade receberá investimentos de R$ 19,3 bilhões e será a maior fábrica de celulose do mundo. 

O canteiro de obras, considerado o maior do país em operação, conta com cerca de 1,8 mil empregados já nesta etapa inicial do projeto, em fase de terraplanagem. A partir do segundo semestre de 2022, ápice da construção, a previsão da empresa é que sejam em torno de 10 mil pessoas atuando simultaneamente.

Fonte: Midiamax

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História de Três Porquinhos reforça preconceitos de que biomateriais são “terríveis”

A fábula dos Três Pequenos Porcos destaca percepções negativas sobre materiais naturais de construção, segundo James Drinkwater, chefe de Ambiente Construído na organização filantrópica do clima da Fundação Laudes.

Falando sobre a necessidade de aumentar o uso de madeira e outros biomateriais na construção, Drinkwater disse que a conhecida história infantil apresentou materiais naturais como palha e madeira como “terríveis”.

“Há uma história clássica na Inglaterra chamada Os Três Porquinhos”, disse Drinkwater durante uma palestra organizada por Dezeen. “O primeiro [porco] fez sua casa de palha e esse material natural era terrível.”

“É preciso mudar as percepções para mostrar o que é possível e amplificar essas narrativas.”

As pessoas veem materiais de construção naturais como fracos

A história dos Três Porquinhos refere-se a uma fábula que remonta a 1800, que conta a história de três porcos que constroem casas a partir de palha, paus e tijolos, respectivamente. Enquanto o Lobo Mau derruba as casas dos dois porcos feitos de materiais naturais e come seus ocupantes, a casa de tijolos prevalece e o terceiro porco é salvo.

Drinkwater se referiu à fábula para destacar como as pessoas muitas vezes veem materiais de construção naturais como fracos durante sua discussão sobre uma nova rede chamada Built by Nature, quando na verdade a construção com materiais naturais poderia reduzir significativamente as mudanças climáticas, de acordo com Drinkwater.

Retrato de James Drinkwater
James Drinkwater é chefe da Built Environment na Laudes Foundation

“O ambiente construído representa quase 40% de todas as emissões de carbono. Então é uma grande parte da oportunidade de mitigação do clima”, alertou Drinkwater.

Fundada pela Laudes Foundation – uma organização filantrópica que tem um foco duplo nas mudanças climáticas e na desigualdade social – a Built by Nature é uma rede e fundo de concessão em uma missão para normalizar e acelerar a construção com madeira na Europa.

A madeira em massa está cada vez mais substituindo materiais intensivos em carbono

O objetivo de longo prazo da rede é alcançar um ambiente construído sem líquido, onde o carbono incorporado seja radicalmente reduzido e armazenado com segurança dentro da arquitetura de madeira em massa.

A madeira em massa abrange vários tipos de madeira projetada que estão cada vez mais substituindo materiais tradicionais de construção intensivos em carbono, como concreto e aço.

“Built by Nature abrange o tema de como vamos além do ‘extrativo’ para ‘regenerativo’ em nosso ambiente de construção”, acrescentou Drinkwater.

“O que significa fazer isso direito para as florestas e criar uma economia florestal inteligente para que, quando estamos fornecendo madeira, estamos nos certificando de que estamos melhorando a capacidade de sequestro das florestas como um setor que se aproveita dessas florestas?”

“Precisamos ter certeza de que estamos fazendo isso da maneira certa e criando esses incentivos de demanda para impulsionar o reflorestamento.”

Áreas de foco construídas pela Natureza
Construído pela Natureza tem como alvo diferentes áreas para incentivar a construção com madeira

Durante a palestra, Drinkwater também discutiu a necessidade de uma economia circular dentro da arquitetura, que é um sistema econômico onde os resíduos são minimizados através da reciclagem contínua de materiais, tanto quanto possível.

“Não podemos simplesmente mudar tudo e pedir à natureza que nos forneça toda a solução. Por isso, precisamos estar muito unidos entre os setores”, reconheceu, convocando os candidatos ao Built by Nature’s Accelerator Fund.

“Nossa vida média de construção [atual] de 42 anos não é nem perto o suficiente. Precisamos projetar esses edifícios e vigas de madeira e tudo mais para sua segunda e terceira vida”, acrescentou.

“À medida que essas árvores sequenciam carbono durante suas vidas, e então começamos a colocá-los em nossos edifícios e nossas cidades, é realmente fundamental que estejamos armazenando esse carbono com segurança por muito tempo”, explicou.

“Mas a ciência exige que não apenas reduzamos as emissões. Temos que remover um monte de coisas disso da atmosfera.”

“E, sem dúvida, se criamos 40% da questão climática, realmente agora precisamos trabalhar com a natureza, que é nossa ferramenta mais forte para entrar nessa faixa de emissões negativas. Sabemos que a ciência diz que as florestas oferecem nossa melhor esperança”, continuou Drinkwater.

Slide sobre a descarbonização por Built by Nature
Construído pela Natureza argumenta que devemos usar madeira para ajudar na descarbonização

Organizada pelo fundador e editor-chefe da Dezeen, Marcus Fairs, em colaboração com a marca velux,a palestra explorou ideias sobre como a arquitetura pode trabalhar com e não contra sistemas ambientais, a fim de apoiar o desenvolvimento sustentável.

Também participaram da discussão do painel Kasper Guldager, co-fundador da empresa imobiliária europeia Home.Earth, e Susanne Brorson, da prática de arquitetura Studio Susanne Brorson.

“Há questões que o ambiente construído realmente precisa reagir e abordar”, disse Guldager, referindo-se à relação entre arquitetura, desigualdade social e mudanças climáticas.

“Temos esse foco duplo na desigualdade social [e nas mudanças climáticas] – como hoje, vemos que o mercado imobiliário está separando as pessoas. Pessoas que podem e pessoas que não podem pagar as coisas. E vemos que o setor imobiliário está impulsionando as mudanças climáticas e que nosso planeta não pode sustentar a maneira como construímos.”

Brorson também expressou sua determinação para que o ambiente construído seja construído em consonância com a natureza.

“Estou tentando aproximar a próxima geração de arquitetos dessa ideia de soluções específicas [arquitetônicas] para certos climas e ambientes”, disse ela.

A imagem principal é de CiAsa Aqua Bad Cortina da Pedevilla Architects, uma casa alpina na Itália que é revestida de telhas feitas de árvores que caíram durante uma tempestade.

Fonte: Dezeen

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Ficou mais fácil detectar árvores fora de florestas densas

We can’t see the forest for the trees. O ditado popular em inglês – em português, algo como “não podemos confundir a floresta com as árvores” – é um chamado para que lembremos de olhar para o todo à medida que identificamos soluções para problemas individuais. Acontece que a frase se tornou verdadeira também para falar de árvores e florestas reais.

Por anos, pesquisadores criaram técnicas precisas para monitorar as áreas onde as pessoas estão danificando, protegendo e restaurando os 1,03 bilhão de hectares de florestas tropicais primárias existentes no mundo, vitais para armazenar carbono e proteger a biodiversidade.

Mas os sistemas de monitoramento atuais deixam a desejar: simplesmente não conseguem detectar árvores fora das áreas de florestas fechadas.

Os bilhões de árvores que vivem em “paisagens-mosaico” – onde as pessoas fazem diferentes usos da terra – também são importantes. Em paisagens agrícolas, as pessoas utilizam as árvores para proteger as culturas. Nas cidades, contam com elas para melhorar a qualidade do ar e amenizar as temperaturas. E em regiões áridas as árvores são uma fonte essencial de renda e madeira. Na América Latina, por exemplo, restaurar as árvores em um hectare de terra pode implicar um valor adicional de US$ 1.140.

Felizmente, existe uma solução. Dados preliminares de cobertura arbórea desenvolvidos pelo WRI mostram onde estão crescendo bilhões dessas árvores – até então invisíveis para governos, investidores e para as pessoas –, ao longo de 1,4 bilhão de hectares na África e na América Latina (uma área 40% maior do que os Estados Unidos). E o mais importante: esses dados referentes às árvores em paisagens-mosaico reconhecem as comunidades locais, em geral desvalorizadas e carentes de recursos financeiros, que trabalham para proteger e restaurar esses ecossistemas.

Por que precisamos de mais dados sobre as árvores fora das florestas densas

Bancos de dados globais já existentes sobre cobertura vegetal, disponíveis em plataformas como o Global Forest Watch, dependem dos dados gerados por satélites de média resolução. Esse nível de resolução os torna precisos o suficiente, em 30 por 30 metros quadrados, para identificar onde as árvores estão vivendo ou morrendo em áreas de florestas densas. No entanto, as imagens não são detalhadas o suficiente para detectar árvores crescendo fora dessas áreas. Esse método novo e mais barato é nove vezes mais detalhado, em uma resolução de 10 por 10 metros, e nos permite identificar árvores jovens ou crescendo longe das florestas.

Essas informações são especialmente úteis para autoridades governamentais que desejam monitorar as áreas onde árvores jovens e florestas esparsas contribuem para seus compromissos junto a iniciativas como o Desafio de Bonn, a AFR100 e a Great Green Wall (“Grande Muralha Verde) na África e a Iniciativa 20×20 na América Latina e no Caribe.

Também são importantes para organizações comunitárias e empreendimentos locais que trabalham com o cultivo adequado de árvores, assim como para seus investidores e doadores. Os dados também podem ser usados para detectar de forma mais precisa as árvores em paisagens-mosaico e identificar quais áreas podem ser restauradas.<p>Os dados funcionam em todas as escalas de análise, como neste exemplo de San Salvador (gráfico: Jessica Ertel e Shannon Collins/WRI)</p>“></p>



<p>Os dados funcionam em todas as escalas de análise, como neste exemplo de San Salvador (gráfico: Jessica Ertel e Shannon Collins/WRI)</p>



<h2 class=4 motivos pelos quais é importante monitorar as árvores fora de florestas densas

Embora o conjunto de dados ainda esteja em desenvolvimento, já têm revelado informações importantes sobre bilhões de árvores fundamentais para a vida urbana e rural.

1. As árvores ajudam milhões de agricultores a cultivar alimentos

Milhões de agricultores cultivam árvores em suas terras e no entorno. Sistemas agroflorestais, por exemplo, nos quais as árvores são plantadas nas áreas de cultivo, mantêm os meios de subsistência de mais de 900 milhões de pessoas. Pense no cultivo de café nas regiões tropicais, onde a copa das árvores nativas protege os arbustos frutíferos do sol forte.

Os produtores costumam plantar as árvores em pontos mais distantes em suas terras, a fim de que a luz do sol alcance suas áreas de cultivo. Isso dificulta a detecção dessas árvores por sistemas de monitoramento via satélite menos detalhados. Essa lacuna é especialmente relevante na América Central, onde milhões de agricultores utilizam sistemas agroflorestais para produzir commodities como a banana. Nossos dados revelaram que 75% das fazendas da região – em torno de quatro milhões de hectares – possuem mais de 10% de cobertura arbórea. Isso mostra o trabalho das comunidades locais no plantio e proteção das árvores.

Essa análise é útil para países como a Guatemala, que conta com programas públicos de incentivo que pagam aos agricultores para restaurarem suas terras. Quando os formuladores de políticas puderem ver em que áreas as fazendas têm menos árvores, podem direcionar o auxílio a essas comunidades e incentivar os agricultores a se cadastrarem para receber apoio do governo.

Um entendimento mais preciso de onde estão localizados os sistemas agroflorestais também pode ajudar os órgãos governamentais a medir o armazenamento de carbono. Na Costa Rica, esses dados podem ser integrados a sistemas nacionais que avaliam os avanços do país em suas metas de redução de emissões no âmbito do Acordo de Paris.

No Quênia, podem auxiliar a administração do condado de Makueni e outros governos subnacionais a avaliar o quanto as árvores nas fazendas contribuem para a meta nacional do país de aumentar sua cobertura arbórea em 10% até 2022. Integrar essas informações aos planos territoriais do condado, os quais gerenciam a alocação de recursos públicos, poderia liberar mais recursos para as agroflorestas.<p>Na paisagem de Makuli-Nzaui, no Quênia, agricultores cultivam árvores para apoiar o plantio em suas terras (foto: Peter Irungu/WRI)</p>“></p>



<p>Na paisagem de Makuli-Nzaui, no Quênia, agricultores cultivam árvores para apoiar o plantio em suas terras (foto: Peter Irungu/WRI)</p>



<h3 class=2. Árvores em regiões áridas protegem comunidades rurais

As regiões áridas formam um conjunto diverso de paisagens que cobre mais de 40% da superfície terrestre e onde vivem cerca de 2 bilhões de pessoas. Também abrigam muitas árvores que armazenam carbono e protegem a saúde do solo.

Embora as comunidades locais saibam como fazer o manejo dessas árvores para fornecer energia, cultivar alimentos e manter o solo saudável, a maioria dos conjuntos de dados de satélite não consegue detectá-las de maneira consistente. A falta de dados também aumenta a percepção equivocada de que as regiões áridas são áreas onde não existem árvores, e são “degradadas” pelas comunidades locais. Em contraste, no Sahel, as áreas próximas às comunidades costumam ser repletas de árvores cuja sombra protege moradores e animais do calor extremo que pode chegar a 49°C.

Estudos anteriores inovadores, que encontraram árvores espalhadas por uma região árida maior do que a Floresta Amazônica, usam métodos de amostragem que não contam a cobertura arbórea em cada ponto da paisagem. Dessa forma, é impossível mostrar com precisão os locais onde essas árvores beneficiam a biodiversidade e ajudam as comunidades a se adaptarem aos efeitos das mudanças climáticas, como secas extremas (e cada vez mais comuns).

No Senegal, as árvores se espalham pelas regiões áridas no entorno das casas das pessoas (foto: John Brandt/WRI)

Nosso método avalia a cobertura de árvores para cada pixel de 10 metros. Combinar essas informações com dados sobre resiliência climática, tolerância à seca, gestão hídrica e segurança alimentar pode ajudar a avaliar o verdadeiro impacto da restauração.

Por exemplo, nas regiões de Maradi e Zinder, no Níger, onde durante décadas foram feitos esforços para regenerar as árvores naturalmente, essa análise pode fornecer uma prova robusta do progresso desse trabalho, reconhecendo a atuação de agricultores e criadores de animais locais. Os dados também podem convencer os governos a aprovar políticas públicas e leis que incentivem os pequenos agricultores a restaurar a terra.

Essas descobertas também são importantes para a América Latina. Considere o caso das florestas esparsas de pinheiros de Sierra Madre Occidental, no oeste do México, que antes cobriam 21% das terras do país mas agora abrangem apenas 8%. Órgãos governamentais lutam para financiar dados gratuitos e de alta qualidade que mostrem onde as florestas secas estão saudáveis e onde a restauração pode ser mais benéfica. Embora nossos dados não consigam distinguir entre as espécies de árvores que detectam, eles podem preencher essa lacuna em áreas onde programas do governo e da sociedade civil atuam para restaurar florestas nativas.

O método também pode ajudar comunidades e negócios locais, como a Ejido Verde, uma empresa de resina de pinheiros, a mostrar onde suas árvores nativas estão crescendo. Essa informação pode convencer investidores a contribuírem para expandir as start-ups regenerativas: pequenos produtores indígenas que cultivam pinheiros e colhem a seiva de forma sustentável com a Ejido Verde podem ganhar até US$ 18 mil por ano, mais do que o dobro da renda anual média.<p>gráficos mostra árvores em paisagens-mosaico no méxico</p>“><img decoding=3. Árvores urbanas se espalham por cidades e comunidades

As árvores são tão essenciais quanto qualquer outro tipo de infraestrutura para as cidades e seus habitantes, com contribuições que vão desde amenizar a temperatura ambiente durante ondas de calor até melhorar a qualidade do ar. À medida que mais cidades se juntam a alianças como o Cities4Forests e se comprometem a proteger e restaurar parques, as árvores plantadas nas ruas e as florestas que revestem bacias hidrográficas urbanas, será preciso monitorar os avanços de forma precisa.

Conjuntos de dados anteriores não tinham o detalhamento necessário para detectar todas as árvores de uma cidade, deixando as autoridades com poucas alternativas, como contar as árvores manualmente ou organizar “mapatonas” de coleta de dados todos os anos.

Nossos novos dados podem gerar mapas precisos e ajudar os governos a monitorar seus avanços em relação a objetivos de cobertura arbórea. Também podem indicar os locais onde o plantio de novas árvores poderia beneficiar bairros historicamente marginalizados e que tanto precisam de mais áreas de sombra.

Vejamos o caso de Addis Abeba, na Etiópia. Trinta e quatro por cento da área da cidade, em rápido crescimento e localizada em um país comprometido com a restauração, concentra mais de 10% da cobertura de árvores. Esses números podem ajudar a prefeitura a mostrar que investir em arborização urbana e na expansão das áreas florestais funciona, e com isso conseguir recursos junto ao governo nacional ou doadores privados.

Podemos gerar mapas que mostram toda a cobertura de árvores em Addis Abeba (à esquerda) e dar um zoom em áreas ainda menores (à direita) (gráfico: John Brandt/WRI)

4. Milhares de fragmentos florestais protegem recursos naturais

As pessoas derrubaram um sexto das florestas naturais do mundo só no último século, deixando milhares de fragmentos florestais espalhados em locais de difícil acesso. Nossos dados podem localizar esses fragmentos de árvores crescendo ao longo de rios, em encostas íngremes próximas a fazendas e em outros lugares.<p>imagem do pantanal no Brasil</p>“></p>



<p>Reflorestar as margens das áreas úmidas do Pantanal pode proteger a água e a biodiversidade (foto: Eliezer Batista/ISA/Iniciativa 20×20)</p>



<p>Com os dados, programas de conservação podem identificar os pontos onde <a href=conectar fragmentos de florestas naturais, que abrigam inúmeras plantas e animais raros, pode trazer os maiores benefícios. E agentes florestais podem localizar distúrbios de pequena escala dentro da floresta que sinalizem extração ilegal de madeira.

Governos e empresas no Brasil, por exemplo, estão reconhecendo as vantagens de proteger e restaurar as árvores que crescem nas margens dos rios para melhorar a qualidade da água. No Espírito Santo, reflorestar 2.500 hectares de pastagens degradas poderia economizar R$ 96 milhões ao longo de 20 anos para a companhia de água local, o equivalente a quase três vezes o custo do investimento. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Seama) pode usar os dados para demarcar as áreas nas quais o investimento no plantio de árvores ao longo de cursos d’água poderia ter maior impacto econômico e para a biodiversidade.

A Seama também pode usar as informações para monitorar o programa Reflorestar, que ao longo de 2021 terá pagado US$ 8,5 milhões aos proprietários de terras pela regeneração de árvores nativas e da vegetação natural. Esse novo método pode desconsiderar culturas não-arbóreas – como chá, açúcar, banana e cactos –, que não são aplicáveis para o financiamento do Reflorestar, mas que os métodos de mapeamento atuais equivocadamente classificam como “árvores”. Com dados mais precisos, o governo pode liberar mais recursos e contribuir para a meta do estado no âmbito da Iniciativa 20×20, de restaurar 80 mil hectares de terra.

Dados robustos para acompanhar os avanços da restauração

<p>árvores urbanas em Addis Abeba, na Etiópia /p>”></p>



<p>Árvores urbanas fazem sombra para os moradores de cidades em crescimento, como Addis Abeba, na Etiópia (foto: Cities4Forests)</p>



<p>Quando associados aos novos insights do <a href=Land & Carbon Lab, do WRI, os dados preliminares de árvores em paisagens-mosaico podem revolucionar o monitoramento da restauração. Comparados com dados de alta qualidade referentes ao armazenamento de carbono em andamento, podem ajudar a medir quanto carbono armazenam florestas jovens e áreas de cultivo com árvores. E combiná-los com dados coletados em campo pode vincular a cobertura arbórea a uma maior prosperidade no meio rural, com geração de renda. Informações como essas podem convencer os investidores de que financiar o cultivo de árvores fora das áreas florestais densas é uma solução baseada na natureza eficaz para as mudanças climáticas e a pobreza rural.

Outras melhorias estão a caminho. Em 2022, esperamos que os dados detectem árvores fora e dentro das florestas na África, na América Latina, no Sul da Ásia e em regiões tropicais, subtropicais e temperadas do Sudeste Asiático. Isso mais do que triplicaria a área de cobertura, de 1,4 bilhão de hectares para quase cinco bilhões de hectares.

Em 2023, os dados devem detectar mudanças na cobertura de árvores em cada pixel de 10 por 10 metros entre 2017 e 2022. Poderemos também gerar mapas que mostrem as mudanças anuais dentro de um período de cinco anos e que automaticamente identificariam as plantações de monocultura de árvores nos países que fazem parte do piloto.

Com dados acionáveis, que podem embasar ação, podemos provar que a visão da Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas (2021-2030) é possível e deve ser colocada em prática. Esperamos que esse conjunto de dados ajude a inaugurar uma nova era, mais transparente e na qual todas as árvores do mundo sejam visíveis para todos.

Fonte: WRI Brasil

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Mato Grosso do Sul recebe novos investimentos em Celulose e prevê gerar 13 mil empregos este ano

Com investimentos na produção de celulose, Mato Grosso do Sul conta com duas grandes empresas e com o Governo do Estado para se destacar internacionalmente na área industrial

Em Mato Grosso do Sul, a produção de celulose cresceu quando a Suzano se instalou no estado. Considerada uma das maiores fábricas de papel, a Suzano se instalou em Três Lagoas no ano de 2009 – na época chamada de Fibria – com capacidade de produção de cerca de 1,3 milhão de toneladas de celulose ao ano. Mas em 2012, a empresa Eldorado Brasil começou a operar em Mato Grosso do Sul, com capacidade produtiva de 1,7 milhão de toneladas de celulose. A Eldorado Brasil possui uma unidade fabril em Três Lagoas e conta com mais de 200 mil hectares de florestas plantadas em Mato Grosso do Sul, com cerca de 5,2 mil colaboradores, além de disponibilizar mais de 150 empregos para início imediato.

Estratégias de expansão da Suzano e novos investimentos

A Suzano, por sua vez, anunciou recentemente que instalará uma nova fábrica em Ribas do Rio Pardo. De acordo com a gigante da produção de celulose, o empreendimento futuro, que já soma em torno de R$ 14,7 bilhões em investimentos, é considerado um dos maiores projetos privados em andamento no Brasil e, quando for finalizado, será a maior unidade fabril em termos de produção de celulose do mundo.

Batizada de ‘Projeto Cerrado’, a unidade tem expectativa de que se torne uma referência devido à sua localização geográfica estratégica em Mato Grosso do Sul, além de ter a capacidade de expandir em aproximadamente 20% sua produção de celulose.

Preservação do meio ambiente e geração de empregos

O novo empreendimento da Suzano estima que cerca de 10 mil empregos diretos serão gerados durante a construção da fábrica, além de mais 3 mil vagas que surgirão ao fim das obras, onde serão contratados servidores terceirizados e trabalhadores próprios com o objetivo de movimentar a cadeia econômica da região.

Além disso, a nova unidade fabril da Suzano contribuirá com o aumento da distribuição e geração de energia renovável no Brasil e, consequentemente, será a primeira fábrica do setor de papel e celulose no país livre do uso de combustível fóssil, promovendo sustentabilidade.

De acordo com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), sua gestão fez questão de preparar o Mato Grosso do Sul para se transformar em um lugar com amplas oportunidades de negócios e geração de vagas de emprego.

O governador ressaltou ainda que realizou diversos investimentos em infraestrutura, para garantir a competitividade às commodities do estado. Além disso, o governador abriu destaque ao programa de incentivos fiscais do estado, que tem gerado milhares de vagas de empregos e atraído mais indústrias às regiões, fazendo com que o ritmo do crescimento econômico seja uniforme em todo o Estado.

Cidade de Três Lagoas é referência em Celulose

A cidade de Três Lagoas é conhecida mundialmente como a “Capital Mundial da Celulose”. Em 2020, a Eldorado Brasil exportou cerca de 48% de sua produção para países asiáticos, encerrando o ano com lucro líquido de R$ 641 milhões. Três Lagoas atualmente é responsável por 50% da exportação industrial de Mato Grosso do Sul, incluindo a celulose e o farelo de soja.

Fonte: CPG

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A madeira é um material adequado para o século 21

Embora pensemos na madeira como algo medieval, ela pode ser uma solução sustentável para muitos dos problemas de hoje.

Quando pensamos em madeira, a primeira coisa que vem à mente provavelmente são os móveis. Em alguns países, como os EUA, as pequenas casas ainda são feitas de madeira. Mas cientistas e arquitetos de todo o mundo estão repensando este material, melhorando suas propriedades e expandindo sua gama de aplicação, na esperança de desenvolver um substituto ambientalmente correto para o desempenho, mas com uso intensivo de energia, materiais de engenharia que usamos hoje.

A estrutura de madeira

Todos conhecemos a madeira, mas o que é exatamente? Bem, uma definição simples é dizer que os troncos das árvores são feitos de madeira. Nem todas as plantas têm um tronco lenhoso; chamamos as árvores aqueles que o fazem, e elas fazem esse resistente material marrom para transportar nutrientes das raízes às pontas da árvore e para apoiar a estrutura da árvore contra o clima.

A madeira tem uma estrutura celular: se você olhasse ao microscópio, veria um feixe de fibras correndo ao longo do tronco, assim como outros tipos de células indo em outras direções. Três ingredientes principais compõem a estrutura da madeira: celulose, lignina e hemicelulose. A celulose é um produto químico feito de moléculas de açúcar e produz fibras muito fortes sob tensão. Essas fibras são como correntes – o que significa que se você puxá-las, elas resistirão, mas se você tentar esmagá-las, elas se dobrarão. Isso seria uma péssima notícia para a árvore, então, para evitar isso, as árvores fortalecem sua madeira com lignina, um polímero rígido com uma estrutura bagunçada que impede que as cadeias de celulose entrem em colapso com o próprio peso. A lignina também é o que dá à madeira a cor marrom. Por fim, para unir os dois, existe a hemicelulose, que dá flexibilidade à madeira.

Árvores de folha caduca, como faia e carvalho, produzem o que chamamos de madeira dura, enquanto as árvores coníferas, como abetos e pinheiros, produzem madeiras macias. Esses dois grupos de árvores têm evoluído separadamente há centenas de milhões de anos, então suas madeiras têm estruturas muito diferentes, sendo as madeiras nobres muito mais complexas. No entanto, só para confundir as coisas, nem todas as madeiras harwood são duras e nem todas as madeiras macias são macias: a madeira balsa, que é uma madeira muito macia usada para fazer aeromodelos, é tecnicamente uma madeira dura – enquanto os teixos, que costumamos ver em cemitérios, dão uma madeira muito dura, mas são categorizadas como madeiras macias.
Embora possa parecer resistente, pelo menos metade de uma árvore é feita do ar. Graças à fotossíntese, as árvores transformam o dióxido de carbono da atmosfera em açúcares que se transformam na madeira. Para cultivar um quilo de madeira, uma árvore precisa absorver 1,6 quilo de CO2. É por isso que todo mundo fala das árvores como uma das principais soluções para se opor às mudanças climáticas.

Edifícios altos feitos de madeira


As pequenas casas em todo o mundo ainda são feitas de madeira hoje, mas para fazer os arranha-céus ou edifícios altos que se vê nas cidades, os engenheiros usam aço e concreto. Esses materiais constituem a base de nossa civilização moderna, mas requerem muita energia para serem produzidos e levam a grandes quantidades de emissões de carbono, que impulsionam o aquecimento global. É por isso que arquitetos e engenheiros estão tentando desenvolver novos tipos de madeira para fazer edifícios altos.

Um material especial é denominado madeira laminada cruzada (CLT) e consiste em pranchas de madeira coladas umas às outras em direções perpendiculares entre si para proporcionar uma resistência uniforme e elevada. Este e outros materiais de madeira projetados estão sendo usados ​​para construir o edifício Black & White em Londres, que se tornará o edifício de escritórios de madeira mais alto de toda a capital quando for concluído em 2022. CLT é forte, é seguro contra incêndio e, se mantido bem, não vai apodrecer, fazendo com que o prédio dure pelo menos 60 anos. Além disso, construir com madeira é muito mais simples e seguro, pois as estruturas são pré-construídas na fábrica e transportadas para o canteiro de obras. Isso também torna a construção muito mais rápida, de acordo com Waugh Thistleton Architects, a empresa que projetou o edifício Black & White.

Seqüestrando carbono em edifícios

Uma vantagem de construir com madeira é que sua pegada de carbono é muito menor, de acordo com o pesquisador Will Hawkins, da Universidade de Bath. O aço e o concreto devem ser produzidos em temperaturas muito altas, o que requer energia. Além disso, os processos químicos que ocorrem quando esses materiais são feitos intrinsecamente levam a emissões de carbono que não podem ser evitadas. Em vez disso, os processos que transformam o tronco de uma árvore em uma prancha de madeira requerem muito menos energia e podem ser eletrificados no futuro, levando a economias adicionais de energia.

Mas o melhor aspecto da madeira é que ela vem das árvores e, enquanto as árvores crescem, elas absorvem dióxido de carbono da atmosfera, ajudando a combater as mudanças climáticas. Armazenar esse carbono em edifícios é uma boa ideia porque eles são os objetos feitos pelo homem que duram mais. No entanto, devemos ter o cuidado de projetar edifícios da forma mais eficiente possível, porque as árvores também são importantes para a biodiversidade nas florestas. Além disso, a necessidade de terra para cultivar alimentos ou biomassa para uma população em crescimento é alta, por isso não podemos dedicar muita terra ao cultivo de árvores para produção de madeira. Todas essas necessidades devem ser equilibradas para alcançar uma solução sustentável de longo prazo.

Superwood e madeira transparente

Cientistas e engenheiros também estão modificando a madeira para melhorar ou alterar suas propriedades. Um grupo de pesquisa da Universidade de Maryland recentemente conseguiu fazer madeira transparente, removendo a lignina e substituindo-a por uma resina opticamente transparente. Este material de madeira transparente tem melhores propriedades térmicas do que o vidro, é mais barato e de produção mais ecológica.

Teng Li, um pesquisador da mesma universidade, também conseguiu compactar e densificar a madeira para criar um material tão forte quanto o titânio e tão duro quanto o aço inoxidável. Isso envolve duas etapas: em primeiro lugar, um processo químico para remover a lignina da madeira e, em seguida, um processo de prensagem que compacta a madeira. Usando essa técnica, os pesquisadores fizeram uma faca de madeira que pode cortar bife!

Nanomateriais à base de madeira

O ingrediente de madeira mais útil é a celulose, e os cientistas estão descobrindo maneiras de extrair celulose da madeira para fazer materiais com propriedades muito especiais. Silvia Vignolini, pesquisadora do Departamento de Química da Universidade de Cambridge, explora as propriedades da celulose em nanoescala para fazer pigmentos coloridos e biodegradáveis ​​que podem ser usados ​​em cosméticos.

A celulose tem uma estrutura cristalina ordenada que interage com a luz de maneiras muito especiais: ela desvia os raios de luz para que vejamos cores como o azul, o verde e o vermelho. Ao controlar a química de uma solução com nanocristais de celulose em seu interior, os pesquisadores podem ajustar a cor da celulose. Isso tem o potencial de substituir componentes à base de plástico de centenas de produtos cosméticos da indústria, tornando-se uma solução sustentável e biodegradável.

No geral, apenas começamos a arranhar a superfície do imenso potencial que a madeira tem para resolver os desafios mais urgentes do século XXI. Olhando para este material antigo de novas maneiras, podemos ver como a natureza está nos oferecendo uma das melhores soluções para restaurar a harmonia com o meio ambiente.

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Suzano: Investimentos em novas ferrovias podem chegar a R$ 6 bilhões

Suzano Celulose solicitou autorização para obras distintas entre Ribas do Rio Pardo e Inocência

Nos últimos dias foram feitos mais três pedidos para construção de ferrovias em Mato Grosso do Sul, elevando para seis o total de empreendimentos que devem criar 560 novos quilômetros deste modal com investimento de cerca de R$ 6 bilhões.

Além dos pleitos de linhas ferroviárias feitos até o  mês passado, a Suzano Celulose solicitou este mês autorização para obras distintas entre Ribas do Rio Pardo e Inocência; na área urbana de Três Lagoas; e deste município até Aparecida do Taboado.

A empresa deve investir cerca de R$ 2,5 bilhões dos R$ 4,6 bilhões que disponibilizou para projetos.

Com esses últimos pedidos, o setor de celulose no Bolsão é o foco dos novos investimentos em linhas ferroviárias no Estado.

Este interesse existe porque as empresas do setor buscam alternativas ao transporte rodoviário para exportar a produção de 3,25 milhões de toneladas de celulose produzidas em Três Lagoas por ano que faturaram até setembro deste ano  R$ 7,3 bilhões.

Um volume que vai quase dobrar porque a Suzano esta construindo uma unidade em Ribas do Rio Pardo que vai produzir 2,5 milhões de toneladas ano de celulose, com investimentos de R$ 19,3 bilhões, sendo que R$ 4,6 bilhões são para atividades florestais, na estrutura logística e outras iniciativas previstas em projetos.

LOGÍSTICA

Uma grande parcela deste valor vai para criar a logística necessária  para escoar esta produção.

Tanto que na apresentação do balanço financeiro do terceiro trimestre deste ano, a empresa afirma que busca o transporte ferroviário  como alternativa para chegar ao porto de Santos, em São Paulo.

Por isso foi apresentado no Ministério da Infraestrutura o pedido para construção de três trechos: Um ligando Ribas do Rio Pardo a Inocência, outro no perímetro urbano de Três Lagoas, e por último um entre Três Lagoas e Aparecida do Taboado.

Também a Suzano está viabilizando o  acesso à malha férrea da empresa Rumo, que já é ligada ao porto marítimo paulista.

De acordo com o Ministério da Infraestrutura (MInfra), além dos últimas solicitações da Suzano, já existiam outros três pedidos: um da Ferroeste, ligando Maracaju a Dourados, que até teve o contrato assinado no início deste mês.

Um da Eldorado Brasil Celulose, para construir ferrovia entre Três Lagoas e Aparecida do Taboado (MS) e um da empresa MRS com objetivo de interligar Três Lagoas a Panorama.

Essas solicitações vão garantir investimentos que juntos devem chegar a R$ 6 bilhões.

São R$ 1,2 bilhão da Ferroeste, R$ 1 bilhão da MRS e R$ 890 milhões da Eldorado, mais cerca de R$ 3 bilhões da Suzano levando em consideração que o valor médio para implantar cada quilômetro de ferrovia é de R$ 10 milhões.

Nem a empresa e nem o MaInfra ainda divulgaram os valores totais de investimento.

Reprodução

NACIONAL

Em todo o país já são 64 pedidos para implementação de novas ferrovias que foram apresentados pela iniciativa privada ao Governo Federal.

Estes foram realizados por meio do regime de autorização  previsto no Marco Legal Ferroviário, sancionado na última quinta-feira. Foram feitos 60 pedidos para instalação de linhas férreas e outros quatro para pátios ferroviários.

Protocolados no Ministério, os requerimentos somam R$ 180 bilhões em investimentos e representam acréscimo de 15 mil quilômetros à malha ferroviária implantada no país.

Reunidas no Pro Trilhos, as propostas foram protocoladas por 22 diferentes empresas e têm 16 unidades da Federação como origem e destino.

Os projetos contemplam áreas nos estádios Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Bahia, Tocantins, Pará e Roraima.

Fonte: Correio do Estado

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Embrapa apresenta avanços em pesquisas com melhoramento genético de pinus

Em reunião extraordinária do Funpinus (Fundo Cooperativo para Melhoramento de Pínus), foram apresentados os avanços das pesquisas realizadas em 2021.

No dia 30/11, aconteceu uma assembleia extraordinária do Funpinus, que congrega dez empresas florestais, para apoiar o Projeto Cooperativo de Melhoramento de Pínus (PCMP), com o objetivo selecionar e desenvolver genótipos de Pinus spp. de alta produtividade para madeira e resina. Uma das pautas foi a apresentação, pela Embrapa Florestas, das ações de pesquisa realizadas em 2021 e as atividades previstas para 2022. Durante a reunião, foram detalhados os avanços e dificuldades do projeto, especialmente frente à pandemia, que em alguns momentos interrompeu ou atrasou trabalhos de campo e laboratório.

Para Erich Schaitza, chefe-geral da Embrapa Florestas, o Funpinus é uma resposta do setor privado e da Embrapa a uma das necessidades do Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas, elaborado pelo MAPA e por atores da cadeia produtiva florestal. O Plano trata da necessidade de desenvolvimento de material genético superior para produção de madeira sólida, para processamento mecânico.

“Essa ação é importantíssima para dar base a toda uma indústria florestal e permitir que madeiras de plantios florestais ocupem um espaço de destaque na construção civil”, explica Schaitza. “O projeto também está totalmente ligado à questão de mudanças climáticas, pois ofertará uma grande gama de materiais que se desenvolverão em diferentes situações de clima e solo”, completa.

Segundo a pesquisadora Ananda Aguiar, da Embrapa Florestas, entre os principais resultados de 2021 estão os vários treinamentos realizados com as equipes técnicas das empresas, sobre seleção de árvores para madeira e resina, polinização controlada, coleta de pólen sementes, coleta de propágulos e enxertias. “Com estes eventos, os técnicos das empresas aprendem e auxiliam na execução das atividades de campo, necessárias ao desenvolvimento das pesquisas de melhoramento genético”, explica.

As ações de melhoramento genético realizadas pelo PCMP têm como objetivo selecionar indivíduos para produção de madeira e resina. Para isso, diversas atividades foram realizadas em 2021, como a polinização controlada interespecífica, com cerca de mais de 500 estróbilos polinizados. Essa atividade vai gerar sementes híbridas interespecíficas que serão usadas para produção de mudas e validação de híbridos em campo.

Além disso, outras espécies de pinus adaptadas às condições brasileiras estão sendo priorizadas no PCMP, com objetivo de diversificação dos povoamentos florestais frente as mudanças climáticas e outros fatores abióticos e bióticos, como Pinus patula e híbridos (P. elliottii x Pinus caribaea var. hondurensis), que estão sendo selecionados em povoamentos florestais. Esse material será utilizado para implantação de pomares de sementes clonais não testados nas áreas das empresas do Funpinus. 

Já com o Pinus taeda, espécie tradicionalmente utilizada no País, foram instalados 13 testes de progênies nas áreas das empresas associadas ao Funpinus, o que vai proporcionar a validação de vários caracteres fenotípicos, principalmente os relacionados à qualidade da madeira e forma de fuste.

“Esses testes serão importantes para estimar vários parâmetros genéticos, principalmente o efeito da interação genótipo x ambiente, para diversos caracteres de produção e qualidade da madeira”, explica Ananda. Além dos testes de progênie, também foram estabelecidos pomares de sementes clonais não testados dessa espécie a partir de árvores selecionadas em povoamentos comerciais.  

Outro trabalho realizado foi a caracterização de qualidade da madeira de 3.000 indivíduos de espécies de Pinus spp. e híbridos, em laboratório e campo. A Universidade Federal do Paraná apoia esta atividade desde 2017. Os resultados serão importantes para obtenção de árvores com boa qualidade da madeira, conforme a demanda específica de cada empresa do Funpinus.

A aplicação de ferramentas genômicas também é uma das atividades do projeto.  Foi realizada a genotipagem de 191 indivíduos selecionados de P. taeda com mais 43 mil SNPs, um tipo de marcador molecular, com o objetivo de determinar o parentesco entre as árvores, monitorar a variabilidade genética e, futuramente, aplicar a seleção genômica ampla (SGA), visando a seleção genética precoce de árvores para madeira. “A SGA é uma ferramenta já conhecida na agricultura, mas ainda é pouco utilizada na área florestal”, explica Ananda. “No entanto, seu uso pode acelerar o ciclo de melhoramento, trazendo ganhos genéticos mais expressivos”, completa.

“Os desafios permanecem. Além das continuidades das atividades realizadas em 2021, para 2022 vamos organizar novas ações”, explica a pesquisadora. Entre as atividades previstas, estão o estabelecimento de pomares de sementes clonais não testados e testes de progênies de Pinus elliottii, Pinus caribaea e híbridos para resina. Além disso, serão aplicadas novas ferramentas para acelerar o processo de melhoramento genético para a produção resina. “Os treinamentos têm sido a base do sucesso das parcerias e terão continuidade”, finaliza Ananda. 

Além das dez empresas e da Embrapa, signatários do Funpinus, uma série de outros parceiros contribuem no projeto, com destaque para a área de tecnologia da madeira da UFPR e para as associações de produtores florestais dos Estados do Paraná, a APRE, e de Santa Catarina, a ACR.

Fonte: Embrapa Florestas

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Pesquisador da Embrapa Florestas assume presidência da Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais

O pesquisador Marcelo Arco-Verde, da Embrapa Florestas, acaba de ser eleito presidente da diretoria executiva da Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais (SBSAF), entidade que reúne especialistas de todo o país com o objetivo de trabalhar pelo desenvolvimento e difusão de sistemas agroflorestais no País, além de congregar e promover o intercâmbio científico entre pesquisa, ensino e extensão.

A nova diretoria assume pelo período de dois anos e tem diversas missões pela frente. Segundo Arco-Verde, “atualmente, a principal tarefa da diretoria da SBSAF é organizar os congressos brasileiros, que acontecem a cada dois anos, e já estamos indo para a décima terceira edição. Mas, estamos propondo também novos desafios, como a criação de uma revista científica sobre o tema, inédita na América Latina, e investir na capacitação regional para fortalecer a adoção e obtenção de informações técnicas”.

O pesquisador aponta, também, que a diversidade regional na composição da diretoria será um ponto positivo no fortalecimento das relações dos sistemas silvipastoris com os sistemas agrosilviculturais.

Durante o evento, também foi divulgado o local do 13º Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais: Juiz de Fora/MG. 

Além de Arco-Verde na presidência, participam da nova gestão: Ivan Crespo Silva, da Universidade Federal do Paraná (UFPR); Gladys Ferreira de Sousa, pesquisadora associada INIAMA; Silvio Brienza Junior, da Embrapa Amazônia Oriental/ Embrapa Florestas; Manfred Muller, da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac); Elizabeth Nogueira Fernandes, da Embrapa Gado de Leite. Também foram eleitos representantes regionais: pelo Nordeste, Carlos Eugenio Vitoriano Lopes, da Embrapa Cocais; no Sudeste, Maria da Penha Padovan, consultora; no Centro-Oeste, Alisson Moura Santos, da Embrapa Florestas/Embrapa Arroz e Feijão; no Sul, Emiliano Santarosa, da Embrapa Florestas; no Norte, Osvaldo Kato, da Embrapa Amazônia Oriental. Os titulares do conselho fiscal são Antônio Carlos Marchiori, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral; Maria Socorro Ferreira, da Embrapa Amazônia Oriental; Robert Pritchard Miler, da Funai; e Pablo Giorgio, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC PR); e, como membros suplentes, Marcelo Ribeiro Romano, da Embrapa Mandioca e Fruticultura; e Elisa Wandelli, da Embrapa Amazônia Ocidental.

Em 2018 ele foi palestrante do congresso Florestas Online:

Fonte: Embrapa Florestas

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Antártica já vivenciou incêndios e teve sua própria floresta

Há milhões de anos, o continente mais frio da Terra era um lugar muito diferente, com áreas de floresta e até mesmo que sofreram incêndios florestais. Poderia retornar a este estado no futuro?

A Antártica como a conhecemos hoje é um dos ambientes mais hostis da Terra, famoso por experimentar a temperatura mais fria já registrada no nível do solo – um frio de -89,2°C. Mas nem sempre foi assim, e um estudo recente encontrou evidências de que partes do continente já sofreram incêndios florestais.

Publicado na revista Polar Research e liderado por uma equipe de pesquisadores do Brasil, o estudo encontrou pedaços de carvão vegetal na Ilha James Ross, perto do extremo norte do continente, várias centenas de quilômetros ao sul da América do Sul.

Os pedaços de carvão datavam de cerca de 75 milhões de anos atrás, fornecendo a primeira evidência de incêndios florestais na Antártica.

Esta descoberta única baseia-se na pesquisa anterior publicado na Nature no início deste ano, que encontrou fósseis indicando que a Antártica já foi coberta por faixas de floresta tropical.

Uma floresta tropical no Pólo Sul

Usando uma plataforma de perfuração portátil, os pesquisadores do estudo Nature obtiveram amostras de núcleo perto da geleira de Pine Island, no oeste da Antártica. Dentro dessas amostras, encontraram solo de floresta de 90 milhões de anos contendo pólen de plantas fossilizadas e esporos, bem como uma densa rede de raízes, identificada por tomografia computadorizada de raios-X.

Essas descobertas são a prova de que as temperaturas e os níveis de dióxido de carbono durante o período Cretáceo foram muito mais altos do que se pensava anteriormente.

Entre 92 e 83 milhões de anos atrás, os pesquisadores acreditam que a temperatura média anual na Antártica estaria em torno de 12-13°C, quente o suficiente para suportar vastas florestas temperadas.

Incêndios florestais antárticos

Neste clima quente e úmido da Antártica, os incêndios florestais também eram uma característica. Os pedaços de carvão identificados no estudo da Pesquisa Polar continham material consistente com o fato de pertencerem a gimnospermas – um grupo de plantas incluindo coníferas e cicadáceas. Essas plantas teriam sido abundantes na Antártica durante o período Cretáceo e teriam fornecido combustível adequado para incêndios florestais.

Esses incêndios provavelmente foram provocados por atividade vulcânica, segundo os pesquisadores, que era intensa na Antártica na época.

Antartica
A vista para a Ilha James Ross na Antártica, onde o carvão foi encontrado.

Juntos, esses artigos científicos pintam uma imagem muito diferente do continente mais ao sul daquele que passamos a reconhecer. Em vez de ser a região selvagem polar e gelada que é hoje, já foi repleta de vida, tanto floral quanto faunística.

Estima-se que a atmosfera da Terra teria exigido níveis de dióxido de carbono (CO2) de cerca de 1.100 partes por milhão para que as florestas e incêndios florestais ocorressem na Antártica.

Embora os níveis atuais de CO2 sejam muito mais baixos do que isso (cerca de 414 partes por milhão), se aumentassem acima de 1.000, poderíamos muito provavelmente ver a região selvagem gelada da Antártica substituída por vegetação mais uma vez.

Fonte: Revista O Tempo

Imagem de destaque do Alfred Wegener Institute

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Evaristo de Miranda, um dos maiores conhecedores do agro brasileiro, deixa a Embrapa Territorial

Ele encerra o mandato de chefe-geral da Instituição e, quem assume, é o  engenheiro agrônomo Gustavo Spadott

O agrônomo Evaristo de Miranda, colunista da Revista Oeste, terminará seu mandato à frente da Embrapa Territorial no fim de dezembro. Chefe-geral desde 2015, ele está na Embrapa há mais de 40 anos.

O anúncio foi feito nesta terça-feira, 21. “Agradeço a colaboração recebida ao longo de seis anos, principalmente dos atores do agronegócio brasileiro”, disse Evaristo.

Quem irá sucedê-lo será o engenheiro agrônomo Gustavo Spadotti. “Peço, da mesma forma e com a mesma generosidade, o apoio de todos à sua gestão, com incentivos, sugestões e críticas, como foi comigo”, afirmou Evaristo, ao cumprimentar os técnicos da Embrapa.

“Agradeço à diretoria da Embrapa e aos chefes gerais pela cooperação e, também, aos colegas das secretarias do Ministério da Agricultura, na pessoa da ministra Teresa Cristina, pela atenção e confiança”, ressaltou. “Um obrigado especial a meus adjuntos, supervisores e empregados da Embrapa Territorial”.

Trajetória de Evaristo

Doutor e mestre em ecologia pela Universidade de Montpellier (França), Evaristo de Miranda é um dos maiores conhecedores do agro brasileiro. Junto com outros pesquisadores, ele ajudou a transformar a Embrapa numa referência mundial em agricultura e pecuária.

Evaristo tem centenas de trabalhos publicados no Brasil e exterior e é autor de mais de 50 livros. Participou e coordenou cerca de 40 projetos de pesquisa e implantou e dirigiu três centros nacionais de pesquisa.

Membro de várias sociedades científicas, ele dirigiu os primeiros programas de estudos agroecológicos e socioeconômicos em propriedades rurais no Nordeste e Amazônia e seu monitoramento por satélites.

É diretor do Instituto Ciência e Fé. Consultor da ONU na Conferência Mundial sobre Meio Ambiente. E colunista da Revista Oeste.

Leia também: “Feliz Agronatal”, artigo de Evaristo de Miranda publicado na Edição 89 da Revista Oeste

Fonte: Revista Oeste

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