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Entidades esclarecem sobre produção no setor florestal na Amazônia

Representantes do setor, em manifestação pública, abordam a diferença exploração sustentável e o desmatamento ilegal na Amazônia.

Em recente transmissão ao vivo – realizada no dia 19/11 – o Senhor Presidente da República, dentro de um contexto em que discutia o desmatamento da Amazônia, utilizou na sua fala frases que podem ter duplo sentido sobre madeiras de nossa região. Entendemos que se referia à madeira ilegal. Porém, receosos que as frases venham a ser utilizadas fora do contexto para prejudicar ainda mais o Setor Florestal da Amazônia, julgamos importante nossa manifestação pública.  

 A madeira nativa exportada do Brasil vem de projetos de manejo florestal sustentável, que utilizam as melhores técnicas de impacto reduzido, além de possuírem um robusto sistema de controle e fiscalização de toda a sua cadeia de valor, desde a floresta, passando pela transformação e chegando até o consumidor final. Portanto, a madeira que possui como destino a exportação, obrigatoriamente, precisa atender uma regulamentação completa, passando por cerca de cinco instituições governamentais de fiscalização e controle. 

 Uma prova de que a atividade madeireira, quando realizada de forma legal e sustentável, garante a preservação da floresta em vez de desmatá-la, são os próprios dados do desmatamento divulgados recentemente, que motivaram as declarações do Presidente.

 De acordo com dados oficiais, em outubro de 2021, 56% do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos (30%), Unidades de Conservação (9%) e Terras Indígenas (5%). Fica fácil a conclusão de que o desmatamento acontece devido à falta de políticas públicas e à insegurança jurídica.

Entidades garantem que a atividade madeireira é sinônimo de desenvolvimento sustentável e preservação das florestas.
 Entidades garantem que a atividade madeireira é sinônimo de desenvolvimento sustentável e preservação das florestas. | Divulgação

 Além da enorme contribuição social e econômica, a produção florestal madeireira ainda presta um decisivo serviço para a redução dos gases causadores do efeito estufa da atmosfera, tema que foi destaque central na última reunião da Cúpula do Clima, da Organização das Nações Unidas, realizada no início desse mês. 

 O manejo florestal nada mais é do que a retirada de árvores maduras da floresta – somente cerca de cinco a cada 700 árvores – árvores que, por serem adultas, já perderam parte de sua força para capturar gás carbônico e ainda permite que esse carbono seja estocado em seus diversos produtos (painéis, móveis, utensílios etc.). Além disso, o manejo das árvores permite a abertura de clareiras de pequeno porte

 para a entrada de luz, o que garante a regeneração natural das florestas com o surgimento e crescimento de novas árvores, que capturam muito mais carbono da atmosfera em seu desenvolvimento. 

 Portanto, ao contrário do que se pensa, a atividade madeireira é sinônimo de desenvolvimento sustentável e preservação das florestas. Ao adquirir um produto de madeira, você está contribuindo para a garantia da geração de renda, mantendo a floresta em pé. 

 Onde há produção florestal, não há espaço para o corte raso de árvores, mas sim o desenvolvimento contínuo e perene das florestas, evitando o avanço do desmatamento e das queimadas, gerando benefícios econômicos, sociais e, principalmente, ambientais. 

 Apoiar o manejo florestal sustentável é uma forma eficiente de combater e reduzir o desmatamento ilegal na Amazônia e em qualquer floresta do Planeta.

 Diante do que foi exposto, as Entidades que subscrevem este documento se sentem no dever de esclarecer à sociedade, de forma a evitar interpretações equivocadas, o que de fato vem ocorrendo no setor florestal de nosso Estado.

Veja quem assina o comunicado:

 José Conrado Santos – Presidente da FIEPA

 Carlos Fernandes Xavier – Presidente da FAEPA

 Sebastião de Oliveira Campos – Presidente da Fecomércio

 Clóvis Armando Lemos Carneiro – Presidente da ACP

  José Maria da Costa Mendonça – Presidente do CIP

 Eduardo Araújo Leão – Presidente da Aimex

 Hélio Oliveira Pinto Júnior – Presidente da Unifloresta

 Leônidas Dahás Jorge de Souza – Presidente da Confloresta| Divulgação

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Ponsse Brasil agora é certificada ISO 9001

O projeto que se iniciou em 2017 teve sua conclusão em novembro e certificou processos de qualidade e atendimento ao cliente de três unidades da companhia no país.

No mês de novembro, a Ponsse Brasil conquistou a sua certificação ISO 9001:2015, concedida pela empresa britânica Lloyd’s Register LRQA, a mesma que certificou a sede da companhia, na Finlândia. O processo começou em 2017 e esta foi a primeira vez que aplicaram a certificação, cuja aprovação é um dos objetivos estratégicos da Ponsse Brasil em 2021.

ISO 9001 é o padrão de gestão de qualidade mais conhecido internacionalmente e mais amplamente utilizado, que visa a melhoria contínua das operações de uma empresa e aumento da satisfação do cliente. O padrão é baseado em uma filosofia de melhoria contínua e fornece uma estrutura para organizar a gestão da qualidade de uma empresa. O certificado ISO 9001 é uma certificação confiável por um terceiro que mostra que a empresa está operando de forma sistemática e orientada para o cliente para desenvolver a qualidade.

“Há cerca de três anos iniciamos a jornada rumo à certificação ISO 9001, nossa atuação está espalhada em diferentes localidades do Brasil. Por isso, gostaríamos de garantir o mesmo nível de qualidade entre todas essas localidades. Além de definir processos padrão, a ISO 9001 traz para nós a cultura de melhoria contínua – uma filosofia da Ponsse – que nos apóia a fornecer a melhor experiência ao cliente e excelência de serviço ”, disse o diretor executivo da Ponsse América Latina, Fernando Campos.

Os processos implantados em três unidades da companhia no Brasil, nas cidades de Telêmaco Borba (PR), Belo Oriente ( MG) e Mogi das Cruzes (SP), são resultado do trabalho em equipe de todos os colaboradores envolvidos. “Fizemos isso juntos! Obrigado a toda família Ponsse no Brasil”, finaliza Campos.

Sobre a PONSSEA Ponsse é um dos principais fabricantes de máquinas florestais do mundo e suas operações orientadas ao cliente ainda são guiadas pelos desejos e necessidades dos produtores florestais. A linha de produtos Ponsse abrange todas as soluções de colheita florestal sustentável, incluindo harvesters, forwarders e cabeçotes de harvester, além de serviços digitais e tecnologia de treinamento.


Todos os produtos Ponsse e seus principais componentes são projetados e fabricados nas unidades da própria marca. Isso mantém a empresa na vanguarda do desenvolvimento e garante que os produtos atendam aos requisitos específicos dos profissionais florestais.


Sediada na cidade de Vieremä, na Finlândia, possui operações no Brasil e América Latina há 15 anos. As máquinas florestais da Ponsse são usadas em todas as áreas importantes de colheita profissional no mundo, somando mais de 40 países.

Fonte: Ponsse Brasil

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Novos fatores que impulsionam o valor da silvicultura comercial no Reino Unido

O mercado florestal teve um ano recorde ,  com valores médios mais do que o dobro do que eram há três anos e o valor total do mercado de investimento florestal atingindo um novo máximo, de acordo com o último  Relatório do Mercado Florestal do Reino Unido .   

O relatório anual, produzido por  Tilhill  e John Clegg & Co , está agora em seu 23º ano e é considerado o registro mais abrangente disponível ao público de transações florestais no Reino Unido. Este ano, ele destaca que o setor está atraindo níveis sem precedentes de interesse de compradores comerciais de silvicultura e instituições financeiras. Alguns são investidores florestais experientes, mas outros são novos participantes no mercado com objetivos múltiplos – parte financeiros e parte relacionados a considerações ambientais, sociais e de governança (ESG) ou resultados de capital natural.    

O relatório mostra que em 2021 um total de £ 200,40 milhões  de propriedades florestais foram negociadas, tornando-se mais um ano recorde para o setor. Este ano, inclui uma nova seção no mercado de terras de plantio ,  que mostra um valor adicional de £ 53  milhões de terras adequadas para o florestamento transacionado, mais  £ 26  milhões de terras de capital natural .    

Principais conclusões: 

  • Aumento de 21% nos valores florestais de pouco menos de £ 16.000 por hectare estocado em 2020 para  £ 19.300 por hectare estocado  em 2021. No entanto, a distribuição dos preços pagos é ampla, com variações geográficas e de qualidade significativas. 
  • O valor total do mercado florestal foi de  £ 200,40 milhões  em 2021 (pouco mais de £ 200,18 milhões em 2020), com 70 negócios de terras para plantio também fechados no valor de £ 53 milhões. 
  • 10.400ha (bruto) de silvicultura comercializada em 2021 (67 florestas), em comparação com 12.500ha em 2020 .  
  • Diminuição do tamanho médio de uma propriedade vendida de 206ha em 2020 para  155ha  este ano . 
  • A Escócia forneceu a maior parte do mercado florestal comercial com  76 %  do valor . 

Peter Chappell, Chefe de Investimento Florestal, Tilhill disse:

“É um momento emocionante para o setor florestal. A perspectiva positiva de longo prazo para os valores da madeira aumentou a confiança em como as florestas comerciais podem funcionar como um investimento e os benefícios mais amplos das árvores e da floresta para a sociedade e o meio ambiente estão sendo cada vez mais reconhecidos. O crescimento do valor de um hectare médio estocado não diminuiu, aumentando 21% este ano. Isso significa que, nos últimos três anos, os valores aumentaram de £ 9.300 em 2018 para £ 19.300 em 2021. 

“O relatório também destaca como a tendência das florestas mais jovens de alcançar os valores unitários mais altos continuou em 2021. Isso mostra a confiança do investidor nos valores da madeira e o fato de que mais jovens, as florestas de segunda rotação tendem a ser caracterizadas por variedades melhoradas e de alto rendimento de abeto de Sitka, com extração comprovada de madeira e uma infraestrutura desenvolvida. Há também alguma evidência de que florestas maiores com mais de 100 ha agora estão atraindo os maiores valores por hectare, conforme um mercado cada vez mais competitivo se desenvolve para negócios de alto valor. ” 

Edward Daniels, Chefe de silvicultura na John Clegg & Co, disse:

“2020 foi um período extraordinário de 12 meses no setor florestal, mas 2021 mais do que igualou. Os preços da madeira permaneceram altos, os valores das plantações estão quebrando novos recordes e grandes investidores institucionais, como fundos de pensão e outros novos participantes, estão alocando mais capital para investimentos sustentáveis ​​do que nunca. 

“As florestas são vistas como essenciais para o crescimento da economia de baixo carbono do Reino Unido, e é por isso que, ao lado de fatores ESG e de capital natural, empresas e fundos estão tão ansiosos para investir. Embora haja quem argumente que o aumento dos valores é resultado da dinâmica de oferta e demanda de curto prazo, acreditamos que o valor subjacente das florestas comerciais está aumentando por causa da perspectiva positiva de longo prazo para os preços da madeira, renda de carbono e outros pagamentos de serviços ecossistêmicos. Os sinais são extremamente positivos para o setor florestal e florestal, com um maior crescimento dos valores florestais uma possibilidade real. ”   

Terreno para plantio 

É o primeiro ano que o relatório examina a dinâmica do mercado de plantio de terras, embora a interpretação de tendências tenha seus desafios. Embora possamos rastrear terras que consideramos, em geral, adequadas para florestamento, nem sempre sabemos se a criação de florestas será o uso final da terra. 

No entanto, estima-se que a área total de terra de plantio adquirida aumentou de 4.460ha em 2020 para 6.480ha em 2021. 

Acompanhamos 70 negócios de terras para plantio na Escócia, Inglaterra e País de Gales em 2021, em comparação com 33 em 2020. O preço médio por hectare bruto foi de £ 8.500, a partir de £ 6.200 / ha em 2020. Isso equivale a um valor de £ 11.000 por plantável hectare em 2021. 

Bosques mistos 

O Relatório do Mercado Florestal do Reino Unido também rastreia transações para vendas de florestas mistas com mais de 10 hectares de tamanho. Florestas de folhas largas podem variar muito em valor com a localização, aparência e comportamento sendo fatores significativos, tornando-o um mercado muito mais subjetivo do que a silvicultura comercial. 

Os valores continuaram a aumentar em 2021, com a demanda superando a oferta em um mercado pequeno, mas forte. A Inglaterra domina o mercado de floresta mista, respondendo por £ 7 milhões do total de vendas no Reino Unido em 2021 de £ 10,7 milhões. O preço médio na Inglaterra em 2021 foi £ 6.170 por acre, ante £ 5.330 em 2020. No entanto, os valores médios mascaram uma grande variação nos valores – a faixa de preços pagos na Inglaterra durante 2021 foi de £ 2.000 a £ 11.400 por acre .   

Florestas mistas de menos de 10 hectares não são cobertas pelo relatório, portanto os números não são excessivamente distorcidos pela venda de blocos muito pequenos de floresta, que nos locais certos geram um prêmio de preço significativo. 

Soluções baseadas na natureza, carbono e as perspectivas de longo prazo para a madeira 

O relatório deste ano também inclui um artigo que explora os fatores que influenciam os preços do carbono florestal, agora e no futuro.  

O relatório traz uma contribuição de convidado de Stuart Dobrijevic, gerente de ativos da Abrdn, que escreve sobre como a empresa está investindo capital em ‘soluções baseadas na natureza’ que ajudarão a combater as mudanças climáticas. Um fundo administrado pela Abrdn já comprou uma área de cerca de 1.400 hectares no Parque Nacional de Cairngorms, onde a criação de florestas nativas em grande escala e a restauração de turfeiras ocorrerão.   

Enquanto isso, Dan Ridley Ellis, chefe do Centro de Ciência e Tecnologia da Madeira da Edinburgh Napier University ,  considera as perspectivas para as florestas que estão sendo plantadas agora, sugerindo como os possíveis usos das florestas e produtos florestais podem mudar nas próximas décadas . 

O Relatório do Mercado Florestal do Reino Unido é produzido desde 1988 e a série de dados agora cobre 23 anos, incorporando 1.909 transações que totalizam cerca de £ 1,6 bilhão e 299.000 hectares estocados (ha). Leia os detalhes completos no The UK Forest Market Report 2021. 

Fonte: Tilhill

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Ministério da Agricultura regulamenta uso de drones na agricultura

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) regulamentou o uso de drones destinados à aplicação de agrotóxicos e afins, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes. A Portaria nº 298, que define as regras do uso de aeronaves remotamente pilotadas (ARP) na agricultura, passará a valer na próxima sexta-feira (1).A regulamentação visa gerar segurança jurídica para a utilização da tecnologia que vem ganhando cada vez mais espaço nas lavouras do País, mesmo que ainda não tivesse regras especificando seu uso no campo.

Além do registro no Mapa, que será feito de forma automatizada através do Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuarios (Sipeagro), os operadores necessitarão possuir profissional qualificado com curso específico, designado como aplicador aeroagrícola remoto, e, em determinados casos, necessitarão também de responsável técnico, engenheiro agrônomo ou engenheiro florestal, para coordenar as atividades. Já com relação as aeronaves, estas deverão estar devidamente regularizadas junto a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Segundo o ministério, as regras visam a segurança da equipe de trabalho e de terceiros, e englobam ainda distâncias mínimas de zonas sensíveis, a serem respeitadas durante as aplicações, de modo a se evitar problemas ambientais e visando a saúde da população.

Não será permitida, por exemplo, a aplicação aérea de agrotóxicos e afins, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes em áreas situadas a uma distância mínima de vinte metros de povoações, qualquer que seja – desde áreas urbanas, industriais até casas isoladas. A mesma distância vale também para áreas próximas a mananciais de captação de água, reservas legais e áreas de preservação permanente.

Drones que estejam abastecidos com produtos para aplicação ficam inclusive proibidos mesmo de sobrevoar as áreas povoadas.O operador de drone deverá manter registro dos dados relativos a cada aplicação de agrotóxicos e afins, como data e hora da aplicação, coordenadas geográficas, cultura e área a ser tratada, tipo de atividade, marca comercial, aeronave utilizada, volume e dosagem aplicada, altura do voo e dados meteorológicos.

Regramento de uso da tecnologia deve gerar segurança jurídica

“Como não tinha regulamentação, estava todo mundo pulverizando de qualquer jeito”, afirma o engenheiro e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Instrumentação, Lúcio de Castro Jorge.Ele acredita que a regulamentação “Vai alavancar bastante o mercado de pulverização. Já se fala de 1.500 unidades prestadoras de serviço e empresas operando no campo, e esse número deve crescer bastante ainda. Há mercados dizendo que tem pedido de vendas de 100 unidades por mês, é um mercado bem aquecido”.

Segundo Jorge, as lavouras já contam com um agrônomo que coordena os trabalhos e a própria pulverização feita por avião tripulado tem um responsável técnico. “O adicional agora é o piloto do drone. O que aconteceu que o drone acabou se enquadrando na legislação de aeronave de tripulação”, disse ele, como se uma tivesse servido de base jurídica para a outra.

A principal aplicabilidade para os drones deve ser para a semeação, sendo utilizado para espalhar grãos nas lavouras, e, principalmente, na pulverização de agrotóxicos nas plantações – trabalho que é feito via aeronave tripulada ou mesmo por trabalhadores, a chamada pulverização costal. Neste caso, um drone pode substituir cerca de 17 trabalhadores.

Esse tipo de aeronave ainda tem uma limitação devido à capacidade de bateria. A maioria tem capacidade máxima de voo que varia de 15 a 30 minutos. “Eles vão prestar serviços com operação de catação, identificando onde haja uma ocorrência e fazendo operações localizadas. Não deve ser útil para aplicar em todo o terreno, a não ser em áreas muito adensadas, como as de café, ou em área de morro, com declive”, avalia o pesquisador.

Hoje, um drone padrão, com 17 litros de capacidade, é capaz de percorrer 2 hectares a cada voo. No máximo, chegar a 100 hectares por dia, fazendo diversos voos e revezando baterias recarregáveis.

Empresas querem avançar para drones com capacidade maior que 25kg

Hoje, para operar na agricultura com drones classe 2 (com pesagem de decolagem entre 25 e 150 quilos) e classe 1 (superior a 150kg), é necessária uma Certificação Aeronáutica de Veículo Experimental (Cave). Empresas fabricantes e revendedoras de drone querem mudar isso.“Hoje, 99% dos drones de pulverização são hoje Classe 2. Estamos esperando que a certificação não seja mais experimental, que seja operacional. Hoje, a maioria dos drones que estão voando são ilegais, não tem nem mesmo um Cave”, afirma o Especialista de Produtos da Timber, Bernardo Neutzling.

A Timber representa a fabricante XAG na América Latina, revende os equipamentos da empresa chinesa e esteve exibindo drones voltados para uso agrícola durante a 44ª Expointer.Se o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) trouxe segurança jurídica para o uso dos drones na agricultura, ainda falta instruções modernas para o tipo de equipamentos que podem ser utilizados. Segundo Neutzling, existe uma pressão das fabricantes junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para flexibilizar o uso de drones de maior porte no campo.“Eles (Anac) têm um jogo de cintura deles e entendem que a área está em mudança”, afirmou ele, dizendo que espera que logo haja flexibilização para que drones de maior porte possam ser utilizados mais fácil e recorrentemente.

“Se eu posso comprar um drone maior, não tem porque eu comprar um menor que se adeque a regulamentação. E essa regulamentação da Anac precisa ser mudada, porque os drones estão cada vez aumentando o volume de tanque. Eu posso, no mesmo, drone carregar um tanque de 20 ou 10 litros. Só que o de 10L é legal perante a Anac, e o de 20L não é. Mesmo assim, as pessoas continuam operando com o de 20L, porque é muito mais benéfico e vantajoso”, explica ele.

A principal atuação da Timber é no setor florestal. Nesta área, a empresa “já tem frente operacionalizas com drones e já trocou equipes inteiras por equipes de aeronaves remotas”, relatou Neutzling. “Hoje, no florestal, já não tem mais nada de teste, de parecer semioperacional. É uma realidade que já está se modificando”, disse, prevendo que a tendência é de que, na agricultura, se siga o mesmo caminho.Para ele, o uso de drones na agricultura “é um caminho sem volta”. O Mapa e a Anac devem, cada vez mais, seguir com medidas de flexibilização do uso dessa tecnologia no campo e, com elas, este mercado será mais aquecido conforme aumente a compreensão de seu uso pelas lavouras do País.

Fonte: Jornal do Comércio

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Descritores de araucária recém-publicados possibilitam a proteção de cultivares

Descritores reúnem características morfológicas que servem para descrever as cultivares e evidenciar suas diferenças

Descritores reúnem características morfológicas que servem para evidenciar as diferenças entre as cultivares..É a primeira publicação no mundo de descritores de Araucaria angustifolia, espécie encontrada também no Paraguai e Argentina.Espécie está ameaçada de extinção e pesquisadores pretendem incentivar sua conservação pelo uso.Publicação pode incentivar desenvolvimento de materiais genéticos diferenciados da espécie florestal Araucaria angustifolia.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) acaba de publicar os descritores mínimos da espécie florestal Araucaria angustifolia, bem como as instruções para execução dos testes de distinguibilidade, homogeneidade e estabilidade (DHE) de cultivares da espécie e híbridos da espécie com outras do gênero Araucaria. Isso significa que, a partir de agora, produtores e empresas interessados em trabalhar com melhoramento genético de araucária poderão proteger as novas cultivares que desenvolverem.

“Para a araucária, isso representa um passo muito importante”, explica o pesquisador Ivar Wendling, da Embrapa Florestas (PR), que esteve à frente do grupo que elaborou esses descritores mínimos. “Cremos que essa publicação incentivará produtores rurais e empresas a fazer novos plantios de araucária e, consequentemente, ajudará a retirá-la da lista de espécies ameaçadas de extinção”, acredita.

Por que os descritores são importantes?

Os descritores reúnem diversas características morfológicas que servem para descrever as cultivares e evidenciar suas diferenças. Com isso, interessados em seu cultivo vão ter mais segurança a respeito do material que estão adquirindo e plantando, e quem desenvolve novas cultivares terá a garantia de sua proteção. “A araucária pode ser cultivada tanto para produção de pinhão quanto de madeira e saber o que a cultivar proporciona é importante para o produtor”, explica Wendling.

Segundo Ricardo Zanatta Machado, Coordenador do Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC), do Mapa, a vantagem da proteção é que o titular passa a ter direito exclusivo de exploração comercial do material propagativo da cultivar, ficando essa atividade vedada a terceiros sem a sua autorização. “Isso, de certa forma, ajuda as empresas e instituições que desenvolvem novas cultivares a reaverem parte do capital investido, incentivando-as a aportar novos investimentos em pesquisa, que culminarão no desenvolvimento contínuo de novas cultivares para o benefício de toda a sociedade: o chamado ciclo virtuoso da inovação”, detalha. 

Além disso, para que as cultivares possam ser protegidas, devem atender a critérios técnicos que são avaliados por meio de testes de campo, e as diretrizes de DHE tem por finalidade estabelecer as regras para condução desses testes, bem como as características que deverão ser avaliadas, a fim de padronizar as avaliações entre os diferentes obtentores e possibilitar a comparação entre plantas.

Os pedidos de proteçãoCom a publicação das diretrizes, já é possível depositar pedidos de proteção de uma cultivar de araucária, que entra em vigor a partir da data da concessão do Certificado Provisório de Proteção, pelo prazo de 18 anos. Para atender ao requisito de “novidade”, estabelecido no Art. 3º da Lei 9.456/1997, a cultivar não poderá ter sido oferecida à venda no Brasil há mais de 12 meses em relação à data do pedido de proteção e, observado o prazo de comercialização no País, não poderá ter sido oferecida à venda ou comercializada em outros países, no prazo de seis anos. 

Interesse dos produtores rurais

Nos últimos anos, o interesse pela araucária tem sido crescente, segundo conta o pesquisador da Embrapa. No entanto, os produtores rurais ainda se sentem desamparados por falta de informações técnicas e segurança jurídica para estabelecerem plantios comerciais. A proteção de novas cultivares pode ser um passo para aumentar o interesse pelo seu plantio. “A conservação pelo uso vai tanto favorecer produtores rurais interessados na araucária quanto ajudar em sua conservação, pois mais produtores podem se sentir incentivados a plantar”, completa Wendling. Um dos passos importantes para que isso aconteça é a segurança jurídica e a proteção de cultivares faz parte disso. “Isso vai estimular também uma cadeia em torno da araucária, com viveiros produzindo e comercializando mudas de cultivares registradas e protegidas”, prevê.

O trabalho de desenvolvimento dos descritores foi uma iniciativa da Embrapa Florestas, com apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal de Santa Catarina campus de Curitibanos (UFSC), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

As diretrizes DHE

A tabela de descritores da araucária apresenta 23 itens a serem analisados como tipo de floração, ciclo até a maturidade do pinhão, altura da planta, diâmetro do tronco, características das acículas, pinhões (no caso de plantas femininas) e estróbilos (plantas masculinas), quantidade e inserção de verticilos, entre outros. Para chegar à lista final, os pesquisadores observaram, mediram e analisaram mais de 200 plantas de jardins clonais e pomares da Embrapa e de plantios de produtores parceiros. 

A definição dos descritores levou dois anos e envolveu intenso trabalho de ajustes, refinamentos e checagem em campo dos descritores propostos, obtenção de fotografias e elaboração de ilustrações que servem de base para a análise, além de reuniões virtuais.

Marco histórico

Coube ao SNPC a formatação do documento final levando em consideração as orientações da União Internacional para Proteção das Novas Obtenções Vegetais (UPOV) para elaboração de diretrizes de DHE. A diretriz de DHE de araucária é a primeira a ser publicada entre os países membros da UPOV. Com esse trabalho, o Brasil passa a ser referência na cooperação com outros países que venham a apresentar interesse em proteger cultivares da espécie.

“A publicação dos descritores pode ser considerada um marco histórico muito importante para o setor florestal brasileiro”, atesta o pesquisador. Entre as espécies florestais cultivadas no Brasil, além da araucária, possuem descritores o cedro australiano, a seringueira, a erva-mate, além de algumas espécies de eucalipto e de pinus.

O formulário de solicitação de proteção está disponível site do Mapa

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Estudo com técnica fotônica apresenta dados inéditos sobre carbono no solo

No momento em que os olhos do planeta estão voltados para as discussões sobre preservação do meio ambiente e emissão de gases de efeito estufa, pesquisadores da Embrapa em São Carlos (SP) trazem uma importante contribuição para detectar o carbono no solo. 

Os cientistas concluíram que a Espectroscopia de Fluorescência Induzida por Laser (LIFS, na sigla em inglês) – uma técnica da fotônica -, aplicada em sistemas de produção como a integração-lavoura-pecuária-floresta (ILPF), é capaz de avaliar com precisão, de forma limpa e rápida, o grau de estabilidade química do carbono retido no solo. O conceito de fotônica é bastante amplo e considera toda técnica que usa ou manipula fótons (veja quadro).

No estudo, a técnica permitiu detectar que o índice de humificação (formação de húmus) da matéria orgânica do solo (MOS) é 36% maior em camadas mais profundas do solo no sistema ILPF do que em áreas de floresta nativa, referências consideradas para a pesquisa. Tanto o estoque de MOS quanto a biomassa das árvores aumentam sob esse sistema integrado e sequestram mais carbono, o que torna o modelo de cultivo, com diferentes combinações, uma prática sustentável e uma forte aliada na descarbonização da agricultura brasileira.

O estudo poderá auxiliar no entendimento de mecanismos de acúmulos e de estabilização de carbono em solos tropicais. Seus resultados são relevantes para o iminente estabelecimento do mercado global de créditos de carbono no solo, com pagamentos diretos aos produtores rurais pelo serviço ambiental. 

Uma projeção da WayCarbon, consultora com foco exclusivo em sustentabilidade e mudança do clima, junto com o ICC Brasil, braço local da Câmara Internacional de Comércio, aponta que o País pode gerar entre 493 milhões e 100 bilhões de dólares em crédito de carbono até 2030.

O tema é uma das pautas da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP26, que acontece até 12 de novembro em Glasgow, na Escócia.

Aplicação inédita da técnica

Essa é a primeira vez que a técnica Espectroscopia de Fluorescência Induzida por Laser (LIFS – veja quadro) é empregada para detectar o grau de humificação da matéria orgânica do solo em sistemas integrados e com trincheiras de até um metro de profundidade. Tradicionalmente o grau de humificação da MOS é determinado por processos químicos demorados e custosos. Só em etapa posterior as substâncias húmicas extraídas do solo são analisadas por técnicas espectroscópicas. 

A vantagem da LIFS é não precisar fazer extrações químicas dos solos, somente preparar uma pastilha e medir. A técnica fotônica vem, assim, se destacando como uma ferramenta ambientalmente sustentável, porque permite avaliar a qualidade e estabilidade da matéria orgânica com maior facilidade e rapidez que os métodos convencionais. 

O estudo, com experimentos de campo de longo prazo, envolveu pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP) e Embrapa Pecuária Sudeste (SP), além da pós-doutoranda em química Amanda Maria Tadini, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que observou o índice de humificação da matéria orgânica do solo na ILPF 36% maior do que sob florestas nativas.  

Sistemas influenciam estoques de MOS 

A matéria orgânica do solo é composta por resíduos vegetais e animais contendo carbono em sua estrutura. Na superfície ou incorporada ao solo, a MOS tem vários estágios de decomposição. O último e mais estável é o húmus, capaz de melhorar as condições físicas, químicas e biológicas do solo, além de fornecer nutrientes e melhorar o seu potencial produtivo. 

Por todos os atributos, seja na ciclagem de nutrientes, na retenção de água ou no controle térmico, a MOS é considerada um indicativo importante da fertilidade do solo e desempenha papel fundamental na sustentabilidade dos sistemas agrícolas. Assim, os diferentes manejos adotados na agricultura influenciam diretamente os estoques de carbono, que podem ser diminuídos, mantidos ou aumentados em relação à vegetação nativa.

Para Tadini, que foi supervisionada pelo pesquisador da Embrapa Instrumentação Ladislau Martin Neto (foto acima), conhecer a composição química e molecular da MOS e o carbono presente em sua estrutura podem viabilizar o aprimoramento de técnicas agrícolas mais sustentáveis e de menor impacto nas propriedades do solo. 

“Estudos que avaliem as características estruturais da matéria orgânica  também são fundamentais para entender a ciclagem de nutrientes e sua deposição no solo”, avalia a doutora com dupla titulação em Química Analítica e Inorgânica pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade de Toulon (França).

Em 2019, Tadini também realizou pós-doutorado de um ano na Universidade Old Dominion, Norfolk, Virginia (EUA), onde obteve experiência em diversas técnicas analíticas avançadas para auxiliar na caracterização detalhada da MOS nos sistemas integrados.

Impacto na agricultura de baixo carbono

A pesquisa, realizada com o apoio financeiro da Fapesp, teve o objetivo de analisar o índice de humificação da MOS em diferentes sistemas. 

No experimento em campo, Amanda Tadini (foto à esquerda) avaliou o grau de humificação de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), integração lavoura-pecuaria (ILP), integração pecuária-floresta (IPF), além de comparar os resultados com as áreas de referência, pastagem intensiva, pastagem extensiva e floresta nativa (FN).

O estudo levantou a hipótese de que a matéria orgânica do solo estava preservando uma quantidade maior de formas químicas estáveis ​​- tempo de vida mais longo no solo -, como cadeias aromáticas que levam à estabilização do carbono e seu acúmulo em camadas mais profundas, entre 40 e 100 cm, em sistemas de produção integrados do que em área de vegetação nativa. Uma das conclusões do estudo confirmou essa hipótese inicial.

ABC+Sistemas como ILP, IPF, ILPF e plantio direto, além de outras tecnologias sustentáveis, estão incluídas no rol de soluções do Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, o ABC+, para o período de 2020-2030.O ABC+, lançado em outubro e apresentado durante a COP26, pretende reduzir a emissão de carbono equivalente em 1,1 bilhão de toneladas na agricultura. 

“Usamos, então, a LIFS e constatamos que essa espectroscopia é uma técnica eficaz para avaliar o índice de humificação da MOS em amostras praticamente intactas sob os diferentes sistemas agrícolas. Em todos eles, a humificação da MOS foi maior em camadas mais profundas quando comparado à floresta nativa”, observou a pesquisadora. 

O físico Ladislau Martin Neto diz que o sistema ILPF, com diferentes combinações, destaca-se principalmente na agricultura de baixo carbono no Brasil uma vez que o solo sob esse modelo pode sequestrar mais carbono na forma de MOS.

“Esses sistemas são um sumidouro essencial de carbono, auxiliando nas estratégias de mitigação para reduzir a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEEs)”, afirma o pesquisador, ex-presidente da Sociedade Internacional de Substâncias Húmicas (IHSS, na sigla em inglês).

Martin Neto diz ainda que em regiões tropicais, por exemplo, as características químicas da MOS sob manejo conservacionista do solo, como plantio direto e ILPF, ainda são raramente avaliadas de uma forma mais detalhada.

Desafios de solos tropicais

Estudo publicadoO estudo Evaluation of soil organic matter from integrated production systems using laser-induced fluorescence spectroscopy faz parte do volume 211 da revista científica americana Soil&TillageResearcheditora Elsevier, de julho de 2021.O artigo é assinado por  Amanda Tadini, pelos pesquisadores da Embrapa Instrumentação Ladislau Martin Neto e Débora Milori, por  Alfredo Xavier e também  pelos pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste  Patrícia P. A. Oliveira, José R. Pezzopane e Alberto C. C. Bernadi. 

O estudo ainda possibilitou identificar, de forma inédita, uma correlação positiva entre o grau de humificação da matéria orgânica do solo, detectado por LIFS, e a capacidade de troca catiônica dos solos (importante indicador de fertilidade do solo) de todos os sistemas integrados, confirmando a melhora da estabilidade química dos compostos da matéria orgânica em maiores profundidades.

“Entender o comportamento da MOS nesses solos agrícolas, predominantemente brasileiros, pode representar uma ferramenta essencial para melhor compreensão da dinâmica do carbono do solo”, diz Martin Neto. Segundo ele, em regiões tropicais, a dinâmica da matéria orgânica do solo e a importância da reatividade são ampliadas e resultam em alguns desafios de especificidade. 

Por sua vez, o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste José Pezzopane afirma que áreas agrícolas como os sistemas integrados apresentam uma produção de biomassa anual relevante, com quantidades significativamente maiores de resíduos acima e abaixo do solo do que uma floresta nativa. “Observamos isso, especialmente, em áreas com restrições de condições químicas e de fertilidade dos solos originais, em regiões de Cerrado ou em áreas de transição Mata Atlântica/Cerrado, como no caso do experimento de campo realizado.”

 Mais de 860 amostras avaliadasAs amostras de latossolo vermelho-amarelo para avaliação do teor de humificação da matéria orgânica do solo foram coletadas entre fevereiro e abril de 2016, em área experimental da Embrapa Pecuária Sudeste, cinco anos após a implementação dos sistemas integrados.“Os dados de teor de carbono do solo obtidos pela análise elementar mostram uma diminuição desses valores de acordo com a profundidade em todos os sistemas de produção integrados em áreas de referência com vegetação nativa. Destacam-se maiores teores do elemento químico no solo nas camadas de zero a 20 cm”, diz Amanda Maria Tadini. Segundo Tadini, no Laboratório Nacional de Agrofotônica (Lanaf – veja quadro no fim desta matéria), a Espectroscopia de Fluorescência Induzida por Laser foi aplicada em 864 amostras intactas de solos, sem quaisquer fracionamentos químico ou físico, utilizando “pastilhas” de solos das diferentes profundidades.Além de os sistemas ILPF e IPF apresentarem valores maiores de humificação em relação à floresta nativa, o teor de carbonoem camadas mais profundas, segundo Tadini, variou de 1,0 a 1,5%, o que demonstra maior acúmulo desse elemento em profundidade nos sistemas integrados quando comparado à floresta nativa, variando de 0,5 a 1,0%.

Boas práticas levam a acúmulo de carbono

O pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste Alberto Bernardi (foto à esquerda), especialista em fertilidade de solos, reforça que os estudos, após cinco anos de implantação do sistema ILPF, mostraram resultados bem interessantes.

“Trabalhos desenvolvidos na Embrapa Pecuária Sudeste já mostravam que a quantidade de carbono era maior nos solos em sistemas integrados. No entanto, esse estudo possibilitou demonstrar melhor a dinâmica da matéria orgânica e determinar os motivos de esses sistemas acumularem mais carbono e de o elemento químico permanecer no solo por mais tempo. Por meio de métodos sofisticados, a pesquisa comprova uma matéria orgânica de maior qualidade e mais estável, garantindo vantagens ambientais dos sistemas integrados”, ressalta Bernardi,  que também é coordenador da Rede de Sistemas Integrados Lavoura-Pecuária da Aliança Global de Pesquisa em Gases do Efeito Estufa na Agropecuária (Global Research Alliance em inglês, GRA) e da Comissão de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS)

O pesquisador acredita que a principal razão para os resultados é a produção de biomassa muito alta. “Quanto mais matéria orgânica no solo, mais eficiente ele é biologicamente e quimicamente e, também, fisicamente mais estruturado. A matéria orgânica é a chave para o bom funcionamento do solo, permitindo maiores produtividade, recarga dos aquíferos, carbono e biodiversidade”, explica Bernardi.

Além disso, ele lembra que são importantes as boas práticas de manejo, como a aplicação de calagem e fertilizantes e a adoção do plantio direto, evitando processos de erosão e permitindo aumento no teor de MOS em comparação, por exemplo, com áreas de preparo convencional.

Martin Neto, cocoordenador do Grupo de Pesquisa em Terras Cultiváveis da Aliança Global de Pesquisa em Gases do Efeito Estufa na Agropecuária desde fevereiro de 2012, ainda acrescenta que a possibilidade de aumentar o conteúdo de matéria orgânica no solo e, consequentemente, sequestrar carbono é uma das importantes estratégias globais para descarbonização da economia.

“É importante também para o estabelecimento do mercado global de créditos de carbono no solo. No fim de setembro a tonelada de CO2 equivalente sequestrado atingiu valores em torno de US$ 70,00, um aumento de 90% desde janeiro deste ano, de acordo com dados da instituição europeia Ember”, lembra o pesquisador.

Para Alberto Bernardi, a ILPF é uma tendência e as pesquisas indicam caminhos aos produtores para, no futuro, comercializarem créditos de carbono.

Os sistemas de integração da Embrapa Pecuária Sudeste, onde foram realizados os estudos, são mantidos com apoio da Rede ILPF

Ciência do século XXIConsiderada uma das principais ciências do século XXI, a fotônica, numa visão bastante simplificada, é a ciência da geração, emissão, transmissão, modulação, processamento, amplificação e detecção da luz. Atualmente o conceito é bastante amplo e considera toda técnica que usa ou manipula fótons, como ondas de rádio, por exemplo.O uso de técnicas como a LIFS, baseadas principalmente na emissão de fluorescência de compostos aromáticos presentes no solo, tem se destacado por permitir uma avaliação mais rápida da qualidade e estabilidade da matéria orgânica do solo (MOS). Essa técnica pode ser aplicada em praticamente amostras inteiras de solo sem pré-tratamento trabalhoso.A LIFS tem como princípio a interação entre a amostra de solo e um laser com emissão na região do azul ou violeta, o que resulta na fluorescência de alguns grupos funcionais da matéria orgânica. O sistema LIFS para solos, desenvolvido e patenteado pela Embrapa Instrumentação,  conta com um laser com emissão no espectro visível, que é direcionado por uma fibra óptica para uma pastilha de amostra de solo. A pastilha absorve o laser e por meio do fenômeno de fluorescência, que depende da composição e características da matéria orgânica do solo, reemite radiação luminosa, detecta e quantifica-o com o uso de um miniespectrômetro acoplado a um microcomputador.

Fotônica avalia com precisão matéria orgânica do solo em ILPF

 Estudo integra LanafO resultado obtido pelo estudo reflete a base estabelecida pela Embrapa Instrumentação em quase 20 anos de pesquisas em fotônica. O conhecimento altamente especializado levou o Laboratório Nacional de Agrofotônica (Lanaf), coordenado pelos pesquisadores Débora Milori e Ladislau Martin Neto, único nessa linha, a integrar o Sistema Nacional de Laboratórios de Fotônica (Sisfóton) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Como atua em ambiente colaborativo, conecta competências de centros de pesquisa da Embrapa e instituições públicas para fortalecer o ecossistema de inovação em fotônica, estratégico para o aumento da competitividade do País.

Fonte: Rede ILPF

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