No Florestas 360º, evento realizado em Campo Grande, a Arauco debateu a expansão da celulose no Brasil, com foco no desenvolvimento sustentável e nos desafios logísticos em Mato Grosso do Sul
Na semana passada, no dias 20 e 21 de agosto, enquanto os jacarés do Bioparque Pantanal, em Campo Grande (MS), descansavam ao sol, um debate aquecido acontecia nas salas do complexo. A indústria florestal, que há tempos encontrou um lar fértil no Mato Grosso do Sul, discutia seu futuro durante o evento Florestas 360º – Centro – Oeste. A estrela da vez? A celulose, aquele material que pode parecer apenas um pedaço de papel, mas que carrega consigo uma complexa cadeia produtiva.
Mato Grosso do Sul e a ascensão da celulose – O governador Eduardo Riedel subiu ao palco e deixou claro: o estado vive um momento especial na produção de celulose. Segundo ele, o crescimento não veio por acaso, mas foi pavimentado por uma combinação de menos burocracia, mais segurança jurídica e um diálogo constante entre governo e empresas. “O que estamos vendo é fruto de muito trabalho, tanto do governo quanto das empresas que decidiram apostar no nosso estado,” afirmou Riedel, com a confiança de quem vê um futuro promissor.
Realizado no Bioparque Pantanal, em Campo Grande (MS), o evento reuniu especialistas e líderes do setor florestal para discutir o futuro da celulose e outras questões estratégicas
A Arauco e o grande plano para o futuro – Entre as gigantes do setor, a Arauco, uma empresa chilena com presença global, marcou presença e trouxe uma novidade que promete sacudir o mercado: o Projeto Sucuriú. Alberto Pagano, diretor de Logística da Arauco do Brasil, sentou-se para discutir os desafios de um setor que cresce rápido, mas enfrenta barreiras, especialmente na logística. O Projeto Sucuriú, que será construído a 50 km de Inocência (MS), é ambicioso. Com um investimento de US$ 3 bilhões, a nova planta de celulose branqueada promete produzir 2,5 milhões de toneladas de fibra curta por ano. Tudo isso deve começar a funcionar em 2028.
Mas por que tanto interesse em Mato Grosso do Sul? – Pagano foi direto ao ponto: “O potencial de crescimento aqui é imenso, mas precisamos garantir que a infraestrutura acompanhe esse ritmo.” E não se trata apenas de crescer. A Arauco quer deixar um legado. O discurso é claro: a expansão tem que ser sustentável, respeitando o meio ambiente e trazendo benefícios reais para as comunidades locais.
Com o auditório do Bioparque Pantanal lotado, a Arauco destacou-se como uma das principais empresas presentes, trazendo sua expertise global para os debates
Uma gigante verde – A Arauco não é uma novata no jogo da sustentabilidade. Com operações em cinco continentes, a empresa foi a primeira do setor florestal a ser certificada como Carbono Neutro. No Brasil, a Arauco está presente desde 2002, com fábricas que produzem painéis de madeira e resinas químicas. Mas o Projeto Sucuriú é diferente. É uma aposta que pode redefinir o papel da empresa no país.
A importância da sustentabilidade no futuro da celulose – Os debates no Florestas 360º mostraram que não dá mais para separar o crescimento do setor de celulose das questões ambientais. O consenso é que o sucesso a longo prazo só será possível se as empresas conseguirem equilibrar a expansão econômica com a responsabilidade ambiental. E é exatamente nisso que a Arauco está apostando.
Alberto Pagano, diretor de Logística da Arauco do Brasil, representou a empresa na mesa-redonda onde foram discutidos os desafios e oportunidades do setor em MS
O que vem por aí? – Se o que foi discutido no Bioparque Pantanal é uma indicação do futuro, o setor de celulose no Brasil – e especialmente em Mato Grosso do Sul – tem um longo caminho pela frente. Com projetos gigantescos como o Sucuriú e um compromisso renovado com a sustentabilidade, o estado parece estar no centro de uma transformação que promete impactos econômicos e ambientais de grande escala.