Dia de Campo debate o controle da vespa-da-madeira

Praga ataca plantações de pinus colocando em risco um dos mais expressivos setores econômicos de Santa Catarina

O manejo da vespa-da-madeira foi o tema de um Dia de Campo realizado por iniciativa do Sindicato da Madeira de Caçador e Região (SIMCA), Empresa Juliana Florestal e Cidasc. Especialistas, produtores e técnicos reuniram para compartilhar experiências e estratégias para o combate da praga. De nome cientifico Sirex noctilio, este inseto é uma espécie exótica que chegou acidentalmente ao Brasil no final da década de 80, inicialmente no Rio Grande do Sul.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Cidasc, Paulo Tarcísio Domatos de Borba, a vespa-da-madeira é proveniente da chamada EuroÁsia e chegou ao Brasil provavelmente por meio de embalagens de madeira e multiplicando-se, já com incidência no Paraná e Santa Catarina, entre outras regiões produtoras de pinus, sendo este seu alimento. O inseto deposita uma espécie de fungo e também secreções na árvore, o que acaba por matar a planta.

Para evitar este mal, existe no Brasil há cerca de 30 anos um programa de controle da vespa-da-madeira, desenvolvido pela Embrapa Florestas por meio de um fundo para subsidiar pesquisas para o combate da vespa-da-madeira, já com resultados positivos com o desenvolvimento de um produto que infecta e esteriliza o inseto, impedindo sua proliferação.

Em Caçador, o trabalho de combate é continuo nos reflorestamentos das empresas. O engenheiro florestal Fernando Buscarons explica que a região é referência neste trabalho e que a vespa-da-madeira já não causa tantos estragos, porém, o monitoramento deve ser constante para manter a sanidade das florestas.

Para o presidente do Sindicato da Madeira de Caçador e região, Aurélio De Bortolo, o trabalho de controle da vespa da madeira se tornou uma cultura dentro das empresas florestais, e tem sido fundamental para o setor.

Segundo dados do Anuário Estatístico de Base Florestal, publicado em 2022, Santa Catarina tem a segunda maior área de plantio de pinus do Brasil, com 713 hectares, sendo a principal fonte de matéria prima para a indústria de madeira, móveis, papel e celulose. O setor é responsável por 20% do total de exportações do Estado, de acordo com o observatório da Fiesc.

O Brasil possui 9,5 milhões de hectares de florestas plantadas. Deste total, 1,8 milhão de hectares são reflorestamentos de pinus, sendo a matéria-prima para a indústria de papel e celulose, móveis e acessórios de madeira em geral, setor este com significativa fatia econômica em Caçador e região.

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