O setor de florestas plantadas tem grande importância na economia do Estado e é reconhecido pela elevada geração de emprego e pela circulação de renda em vários segmentos. Para discutir políticas públicas que apoiem ainda mais o desenvolvimento da silvicultura no Rio Grande do Sul, representantes do governo do Estado participaram nesta sexta-feira (27/10) do Seminário Sul Brasileiro de Silvicultura, em Canela, na Serra gaúcha.
Dados da Radiografia Agropecuária Gaúcha 2023 apontam para uma área plantada de 966,5 mil hectares e uma produção de R$ 2,4 bilhões, sendo o Rio Grande do Sul o 4° maior exportador de produtos florestais.
O deputado estadual Carlos Búrigo, e presidente da Frente Parlamentar das Florestas Plantadas da Assembleia Legislativa, foi o mediador do painel “Políticas Públicas para o Setor Florestal” e apresentou o trabalho e as demandas que vêm sendo apresentadas na Frente Parlamentar. “É um fórum de debate, uma ferramenta do setor, para que possamos buscar junto aos órgãos públicos os interesses da cadeia produtiva da silvicultura”.
O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Giovani Feltes, falou sobre o Plano Estadual para Qualificação e Desenvolvimento do Setor de Florestas Plantadas do Estado do RS (Qualisilvi-RS), que foi instituído por meio do Decreto n° 57.208/2023 com o intuito de fortalecer, promover e expandir essa importante cadeia produtiva para a economia do Estado. “Temos mecanismos institucionais para definitivamente fortalecer e cumprir com as expectativas que o setor e o poder público têm para manter esse setor estruturado. Queremos estabelecer e manter um sistema que nos permita ter a expansão dessa cultura no Rio Grande do Sul”, enfatiza.
“Estamos atuando em conjunto, com as secretarias da Agricultura, do Desenvolvimento Rural, do Meio Ambiente e demais secretarias, em uma interlocução interna do governo, para possibilitar ao setor da silvicultura mecanismos de avanço, para que possa crescer com segurança jurídica e sustentabilidade. Estes encontros servem para mostrar o quanto o setor das florestas plantadas é importante e contribui com o desenvolvimento econômico e social do Estado, pois representa atração de investimentos com geração de emprego e renda. Trabalhamos para ampliar os investimentos das empresas já estabelecidas aqui e também atrair novas indústrias do setor florestal para investir no RS e estamos prontos para oferecer estas oportunidades”, ressalta o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo.
O secretário adjunto do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marcelo Camardelli, também participou do seminário e apresentou o histórico da tramitação que culminou na aprovação, pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente, das atualizações do Zoneamento Ambiental da Silvicultura (ZAS). Os estudos vinham sendo realizados desde 2018 e o principal objetivo da revisão foi a atualização da base de dados utilizados e a inserção de novas ferramentas de geociências que trouxessem mais veracidade para as análises realizadas.
Durante sua apresentação, o secretário adjunto salientou que o ZAS é um instrumento orientativo que antecede o licenciamento ambiental. “O papel do governo é fomentar o debate e promover a proteção ambiental aliada ao desenvolvimento por meio de estudos, pesquisas e ciência”, afirma.
Dois dias de discussões
Organizado pelo Sindimadeira, o Seminário iniciou as discussões na quarta-feira (25/10), reunindo área técnica, empresários, academia e órgãos públicos com o objetivo de trazer ao debate importantes temas como mercado e oportunidades, tecnologias modernas para o setor, oportunidade de novos investimentos e incentivo ao plantio florestal.
O engenheiro florestal da Seapi e coordenador do Plano Estadual de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC+RS), Jackson Brilhante, também palestrou durante a semana no evento com o painel “A Floresta Plantada no contexto do Plano ABC”.
O Plano ABC+ é a política pública de descarbonização e sustentabilidade do setor agropecuário brasileiro e tem como objetivo promover a adaptação à mudança do clima e o controle das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na agropecuária, com aumento da eficiência e resiliência dos sistemas produtivos, considerando uma gestão integrada da paisagem rural.
Brilhante destacou as metas do Plano ABC+ até 2030 para expansão de áreas com adoção de tecnologias reconhecidas internacionalmente como mitigadores de emissões de GEE com potencial de mitigar cerca de 1 bilhão de toneladas de CO2. “Das oito tecnologias que compõem o Plano ABC+, as florestas plantadas é a que apresenta maior potencial na captura e no armazenamento de carbono atmosférico, mitigando as mudanças climáticas globais. No Rio Grande do Sul, se estabeleceu como meta a expansão de 322 mil hectares. Espera-se que com o aumento dessa área seja possível mitigar cerca de 41 milhões de toneladas de CO2, o que equivalente à emissão anual da Noruega”, ressalta.
O chefe da Divisão de Florestas Plantadas e engenheiro agrônomo da Seapi, Fabrício Azolin, também participou do painel “Regularidade do plantio de florestas, colheita e consumo de produtos florestais”.
Por: ASCOM SEAPI, SEMA E SEDEC