“Depois de concedida a Licença Prévia (LP), nosso próximo passo foi protocolar o pedido de Licença de Instalação (LI), que esperamos que seja emitido no segundo trimestre deste ano”, informa gerente executivo de Relações Institucionais & ESG
Com a Licença Prévia (LP) concedida em fevereiro pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) ao Projeto Sucuriú, da Arauco, a empresa considera este “um importante passo” para a construção de sua primeira fábrica de celulose branqueada no Brasil. A conquista do documento junto ao CECA marca o início da materialização do projeto, sendo necessária ainda a Licença de Instalação (LI), já solicitada ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), e posteriormente uma Licença de Operação (LO).
O megaempreendimento, a ser instalado em Inocência (MS), promete ser um dos maiores do mundo do segmento, com previsão de início a terraplanagem ainda em 2024, e primeira fase de operações em 2028. A empresa possui operações florestais em Mato Grosso do Sul, desde 2009, e já está com sua base florestal em expansão para atender o novo Projeto.
A planta industrial será construída a 50km de Inocência, na margem esquerda do Rio Sucuriú, a 100km do Rio Paraná, próximo à rodovia MS 377 e a 47km da malha ferroviária, canais que garantirão eficiência logística ao escoamento da celulose para exportação e mercado interno.
O megaempreendimento em números
- Os investimentos para a construção da nova fábrica giram em torno de R$ 28 bilhões;
- A empresa prevê a contratação de cerca de 12 mil profissionais no pico das obras, e mais de 2.000 empregos quando já estiver em operação na planta industrial e área florestal;
- Atualmente, no MS a toda a operação florestal da empresa é responsável pela geração de mais de 900 empregos e contratação de aproximadamente 200 fornecedores regionais;
- Estima-se que a capacidade de produção da nova fábrica seja de 2,5 milhões de toneladas de celulose anualmente;
- 95% da celulose produzida pela planta industrial em Inocência, será destinada ao mercado asiático (China), principal mercado consumidor no segmento;
- Para suprimento da nova fábrica de celulose, a Arauco está expandindo suas operações em Mato Grosso do Sul, com objetivo de formar uma base florestal de 285.000 hectares plantados no estado;
- A geração de energia da fábrica da Arauco será limpa e autossuficiente, feita a partir do reaproveitamento de biomassa. Os 200 MW de energia excedente – suficiente para abastecer uma cidade de mais de 400 mil habitantes – devem ser disponibilizados ao mercado livre de energia.
Investimentos na região
Segundo publicação recente nas redes sociais da empresa, antes mesmo de obter esse licenciamento, o Projeto gerou impactos positivos na cidade e região. Somente em 2023 foram arrecadados R$ 68,4 milhões em impostos nos municípios em que a ARAUCO tem atividades no Estado. Além disso, a empresa investiu R$ 507 milhões na região, entre consumo de bens e serviços.
A operação florestal da empresa no MS também fomenta a economia local por meio da geração de emprego e renda. São mais de 700 profissionais e aproximadamente 200 fornecedores regionais contratados. Números que refletem o seu compromisso em construir um legado positivo no estado, auxiliando no desenvolvimento sustentável da região.
A redação do Mais Floresta (www.maisfloresta.com.br) falou com Theófilo Militão, gerente executivo de Relações Institucionais & ESG da Arauco do Brasil, que comentou sobre alguns principais status do megaempreendimento, e próximos passos a serem seguidos, bem como sobre ampliação de áreas de florestas plantadas e principal destino para a celulose produzida pela planta industrial.
Quais os principais fatores para a escolha do Brasil, e estado de MS para a instalação da nova fábrica da Arauco?
Fundada em 1979, a Arauco opera globalmente com mais de 18 mil colaboradoras e colaboradores guiados por uma visão e valores comuns. Possui 1,6 milhão de hectares brutos de patrimônio florestal na América do Sul, mais de 4.662 clientes nos cinco continentes e plantas industriais em 11 países.
A Arauco está presente no Brasil desde 2002, nos negócios florestais e painéis de madeira. Atualmente contamos com cinco plantas industriais destinadas à produção de painéis de madeira nos estados do Paraná e no Rio Grande do Sul. No Mato Grosso do Sul, iniciamos nossa atuação em 2009 por meio de nossa operação florestal.
Elegemos o Brasil por acreditar que esse país é um polo importante para a estratégia global da Companhia e, especialmente, o Estado do Mato Grosso do Sul e Inocência, local que escolhemos para continuar projetando nosso desenvolvimento futuro. O Governo do MS possui uma política bem estruturada para o setor, a estratégia para ser o maior produtor e exportador de celulose do país está sendo bem implementada e seguramente será bem-sucedida a longo prazo. Outro fator importante são as condições favoráveis para cultivo do eucalipto existentes no Brasil, e o desenvolvimento do setor florestal brasileiro. Além disso, temos um importante patrimônio florestal perto da região de Inocência, já que operamos nesta região há 13 anos. A logística também é um ponto favorável na região, com potencial para trazer insumos e escoar a produção, seja por meio da malha rodoviária, ferroviária ou hidrovia.
Com a Licença Prévia (LP) concedida, a empresa já teria oficialmente uma previsão para início das obras da nova fábrica Arauco na cidade de Inocência?
A Licença Prévia atesta a viabilidade ambiental e estabelece diretrizes para as próximas fases do licenciamento. Depois de concedida a Licença Prévia (LP), nosso próximo passo foi protocolar o pedido de Licença de Instalação (LI), que esperamos que seja emitido no segundo trimestre deste ano.
Somente a partir da obtenção da LI é que as obras podem começar. A previsão, a partir da obtenção da LI, é que os serviços de preparo da área (terraplanagem) sejam realizados em 2024, e as obras de construção tenha início em 2025.
Onde se concentram as operações florestais da Arauco no estado de MS, e quantos são os colaboradores diretos envolvidos atualmente?
Em Mato Grosso do Sul temos atividades florestais sazonais em dez municípios, Água Clara, Inocência, Paranaíba, Três Lagoas, Cassilândia, Paraíso das Águas, Selvíria, Ap. do Taboado, Chapadão do Sul e Ribas do Rio Pardo. Toda a operação florestal é responsável pela geração de mais de 900empregos e contratação de aproximadamente 200 fornecedores regionais.
Especificamente para atender o Projeto, qual a área plantada de eucalipto será necessária para a fábrica?
No Mato Grosso do Sul, estamos expandindo nossas operações com objetivo de formar uma base florestal de 285.000 hectares plantados, para suprimento de nossa fábrica de celulose, prevista para começar a operar em 2028. Essa expansão teve início em 2022, quando tínhamos uma área plantada de aproximadamente 40.000 hectares.
Partindo da fábrica de Inocência, qual será o principal mercado atendido com a celulose produzida?
No Projeto Sucuriú, 95% do total da produção da planta de Inocência será destinado à exportação, principalmente à China, que é o maior mercado consumidor do produto.
Atualmente, qual tamanho em áreas de florestas plantadas (eucalipto) da empresa, e total de áreas de conservação no Brasil?
A Arauco no mundo possui uma área total de 1.656.323 hectares, sendo 1.053.974 hectares de área produtiva, 491.584 hectares de área de conservação e 110.765 hectares de outros usos (dados do Relatório de Sustentabilidade 2022). Possuem 166 áreas de alto valor de conservação caracterizadas como biológicas, social e cultural valiosos “hotspots” no planeta que abrigam grande biodiversidade, espécies endêmicas e que apresentam riscos de ameaças. No Brasil, são 310.287 hectares de área total, sendo 199.301 hectares de área produtiva, 99.257 hectares de áreas de conservação e 11.729 hectares de outros usos (dados patrimônio florestal fev/2024).
Quantos trabalhadores são previstos na atuação do pico da obra do Projeto? Quantos serão para operar a fábrica (adm/indústria/florestal)?
A estimativa é que no pico das obras sejam contratados 12 mil trabalhadores, beneficiando cerca de 20 mil famílias na região. Quando for concluída a obra, o projeto empregará um contingente permanente de 2.350 trabalhadores, dos quais 550 na planta industrial, entre diretos e indiretos, e mais 1.800 pessoas para atuar na área florestal.
Qual será a principal fonte de energia elétrica para planta?
A geração de energia da fábrica da Arauco será feita a partir do reaproveitamento de biomassa (cascas, lignina, entre outros insumos) não utilizada no processo da fabricação da celulose. Serão 400 megawatts (MW) de eletricidade no total, dos quais 200 MW serão usados para consumo próprio pela unidade industrial, que será autossuficiente em energia limpa.
Os 200 MW de energia excedente – suficiente para abastecer uma cidade de mais de 400 mil habitantes – devem ser disponibilizados ao mercado livre de energia.
Quais as principais ações da empresa, que contribuíram para ser certificada com o título exclusivo ‘carbono neutro’?
Orientada por sólidas políticas de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), a Arauco é a primeira empresa florestal do mundo a ser certificada (desde 2018) como carbono neutro, utilizando o protocolo desenvolvido pela consultoria Delloite e auditado pela Price Waterhouse.
Em março de 2023, a empresa conquistou ainda a recertificação FSC® (Forest Stewardship Council®), no Paraná, com reconhecimento global no manejo florestal como ambientalmente adequado, socialmente benéfico e economicamente viável. Em Mato Grosso do Sul a recertificação aconteceu em setembro de 2022, abrangendo seis municípios, Água Clara, Aparecida do Taboado, Chapadão do Sul, Inocência, Paranaíba e Três Lagoas com área certificada de 56mil hectares. A Arauco também atingiu a neutralidade total de carbono, gerando um excedente líquido de 2.599.753 ton CO2e.
Saiba mais sobre o projeto em: https://arauco.com.br/ / https://www.linkedin.com/company/araucobrasil/
Escrito por: redação Mais Floresta.