Objetivo do setor é expandir a produção de carnes – bovina, suína e aves, com medidas de preservação ambiental
No Dia Nacional da Pecuária, comemorado no último dia 15 de outubro, há muito a comemorar. O Brasil é detentor do segundo maior rebanho do mundo, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Isso faz do país um protagonista no mercado internacional de carnes, abastecendo mais de 150 países.
Mas um dos um dos principais desafios atuais da cadeia produtiva da pecuária é conciliar o aumento produtivo em consonância com as práticas ambientais. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a adoção de tecnologias na pecuária brasileira proporcionou a modernização do setor com incremento da produção e da produtividade, em bases sustentáveis. Para se ter uma noção do potencial da atividade, nos últimos 40 anos, a produção avícola aumentou mais de 20 vezes e a de carne suína, carne bovina e leite, quatro vezes.
Tal crescimento se reflete no âmbito econômico, pois o valor da produção agropecuária (VPA) do Estado de São Paulo, em 2022, foi de aproximadamente R$156 bilhões, 20% maior do que o resultado obtido no ano anterior, segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA – APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA).
Já no âmbito sustentável, o setor atua em diversas frentes, como por exemplo, a capacitação profissional. “Na Cooperativa de Laticínios de Cachoeira Paulista fazemos a adequação Ambiental das Áreas de Preservação Permanente (APPs), nascentes e matas ciliares, mas principalmente buscamos capacitar os proprietários por meio cursos e programas do Serviço de Aprendizagem Rural (SENAR)”, destaca Wander Bastos, pecuarista e presidente do Sindicato Rural de Cruzeiro e Lavrinhas.
Segundo Wander Bastos, promovemos seminários e palestras para levar informações com foco na melhora da qualidade de vida dos produtores. “Trabalhamos os índices zootécnicos, reprodução e sanidade”, explica o pecuarista.
Uma das principais práticas que vem ganhando espaço no setor é a Integração Lavoura Pecuária – Floresta (ILPF). O conceito visa a utilização de diferentes sistemas produtivos -agrícolas, pecuários e florestais, dentro de uma mesma área. Pode ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades. A ILPF pode ser aplicada de quatro formas: lavoura-pecuária, lavoura-pecuária-floresta, pecuária-floresta e lavoura-floresta.
A SAA firmou parceria com a Rede ILPF, através do Integra SP Agro, que tem como meta acompanhar centenas de propriedades rurais e implantar mais de 10 mil hectares anuais, com ganhos de produtividade e significativa contribuição para a recuperação dos solos degradados e mitigação das emissões de carbono.
Conforme o balanço realizado pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), os números do primeiro semestre deste ano mostram o comprometimento da instituição e de parceiros. Em apenas seis meses, realizaram 10 ações de capacitações, entre Dias de Campo e eventos, com apoio de aproximadamente 300 extensionistas capacitados; e 77 propriedades em todas as regiões paulistas, incluídas no Programa Integra SP Agro. No momento, a SAA e a Rede ILPF estão estudando a extensão da primeira fase do programa e a avaliação da viabilidade de lançamento de uma segunda fase da parceria.