Imaflora lança plataforma de mensuração de carbono em projetos de restauração florestal, o Carbon On Track Restauração

Ferramenta conta com Fundação SOS Mata Atlântica como primeiro cliente e tem como diferenciais a verificação em campo e critérios sociais e ambientais

O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) lança a plataforma Carbon On Track Restauração, aliando sua expertise em monitoramento e certificação florestal ao cálculo de carbono removido em áreas florestais restauradas. Além de trazer mais transparência para investidores e stakeholders de projetos de restauração, a iniciativa também visa impulsionar uma economia de baixo carbono na agenda climática. 

“Com a plataforma Carbon On Track Restauração, estamos dando um passo importante para a gestão sustentável dos projetos de restauração florestal, contribuindo para a redução de gases de efeito estufa e para a promoção da agenda ESG. Com nosso conhecimento em auditoria e certificação florestal, os investidores poderão ter a tranquilidade de acompanhar e comprovar suas metas de restauração florestal de forma transparente e confiável, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas e a promoção do desenvolvimento sustentável”, afirma Leonardo Sobral, Gerente de Cadeias Florestais do Imaflora.

O módulo Restauração integra a plataforma Carbon On Track, lançada em 2022 para cálculo das estimativas das emissões e remoções de Gases do Efeito Estufa (GEE) de diversos sistemas produtivos na escala de propriedades rurais, utilizando como base as metodologias internacionalmente reconhecidas como Diretrizes IPCC, Protocolo GHG, Verra/CVS, Gold Standard, entre outras. O novo módulo foi concebido com o objetivo de expandir a solução para atender o monitoramento de restauração florestal a partir de uma demanda do mercado por um serviço mais completo e confiável, e tem como primeiro cliente a Fundação SOS Mata Atlântica. Por se tratar do projeto piloto, o desenvolvimento da plataforma contou com o olhar estratégico da Fundação para o desenho da metodologia.

“A plataforma preenche uma lacuna importante para o crescente mercado de carbono. Hoje, associar projetos de restauração florestal às plataformas de padrões de certificação para gerarem os créditos traz limitações de escala do projeto e, na maioria dos casos, os rendimentos dos créditos não são suficientes para viabilizar o projeto. A solução que a Carbon on Track traz mantém todos os benefícios de uma verificação e transparência de terceira parte, com custos viáveis”, explica Rafael Bitante Fernandes, Gerente de Restauração Florestal na Fundação SOS Mata Atlântica.

Além de áreas de restauração da SOS Mata Atlântica, outros plantios do H2A Hub AgroAmbiental também já estão em monitoramento pela plataforma. O H2A trata-se de uma iniciativa incubada pelo Imaflora e surgiu com o objetivo de acelerar a restauração florestal a partir da identificação e conciliação de diversos atores, como os proprietários rurais com demandas judiciais por restauração, órgãos públicos, as empresas executoras de plantios, e oferecendo um aporte financeiro advindo de investidores e doadores. A ação completa o seu primeiro ciclo de restauração, dentre as diversas técnicas com fins ecológicos e produtivos, com cerca de 300 hectares em implementação até final de 2023 nas demandas judiciais, extrajudiciais e voluntárias, e tem como meta mais 600 hectares no próximo ciclo. A iniciativa ainda conta com a parceria de grandes nomes da área ambiental, jurídica e técnica como Ludovino Lopes Advogados, Rusch advogados e Flexus Consultoria Ambiental. 

A plataforma Carbon on Track Restauração conta com dois ambientes, sendo um painel público para acompanhamento dos projetos a partir de filtros interativos, e um ambiente customizado, de acesso restrito, no qual os clientes poderão verificar todas as informações sobre o seu projeto e gerar relatórios detalhados. 

Diferenciais

Carbon On Track Restauração tem como um dos principais diferenciais o compromisso de realizar verificações in loco, com visitas técnicas em campo para análise dos critérios e parâmetros de qualidade da restauração. A verificação é anual e funciona como um retrato do projeto da área em processo de recomposição da vegetação nativa.

Considerando também que a restauração florestal precisa ir além da gestão do carbono, a ferramenta irá considerar critérios sociais e ambientais, como recursos hídricos, diversidade de espécies, regeneração natural, sobrevivência de mudas, cobertura do dossel, remoção do carbono, capacidade de geração de emprego, assim como responsabilidade com os trabalhadores em campo em pontos como: uso de EPIs, igualdade de gênero  e jornada de trabalho. Os resultados dessa verificação também poderão ser visualizados na plataforma.

A Carbon on Track Restauração está pronta para atender investidores interessados em acompanhar de perto a qualidade de seus  projetos,  organizações e empresas que realizam a implementação e manutenção das áreas em restauração. O monitoramento pode ser iniciado em qualquer fase do projeto e verificado ano a ano. “Vale ressaltar que a plataforma não tem o objetivo de ser uma ferramenta para emissão de créditos de carbono, mas pode ser um ponto de partida para iniciativas que querem obter um inventário de carbono atualizado e alinhado aos padrões de excelência para atuarem na área”, explica Leonardo.

Sobre o Imaflora

O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – Imaflora – é uma associação civil sem fins lucrativos, criada em 1995, que nasceu sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais é dar a elas uma destinação econômica, associada a boas práticas de manejo e a uma gestão responsável dos recursos naturais. O Imaflora acredita que a certificação socioambiental é uma das ferramentas que respondem a parte desse desafio, com forte poder indutor do desenvolvimento local, sustentável, nos setores florestal e agrícola. Dessa maneira, o Instituto busca influenciar as cadeias produtivas dos produtos de origem florestal e agrícola; colaborar para a elaboração e implementação de políticas de interesse público e, finalmente, fazer, de fato, a diferença nas regiões em que atua, criando ali modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser reproduzidos em outros municípios, regiões ou biomas do País.

Mais informações: https://www.imaflora.org/ 

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