Imagens de satélite registram avanço de corredor de fumaça das queimadas na Amazônia sobre o RS

Fumaça de incêndios florestais está sendo transportada para o sul do Brasil pelos ventos. Fenômeno vem chamando a atenção no céu e afeta diretamente a qualidade do ar

Imagens de satélite da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) registraram o avanço do corredor de fumaça dos incêndios florestais que atingem a Amazônia sobre o Rio Grande do Sul. 

Os registros, de segunda-feira (19), captaram a concentração de partículas de poeira, fumaça e poluição na atmosfera sobre o RS. O fenômeno vem chamando a atenção no céu de municípios do estado e afeta diretamente a qualidade do ar.

Os incêndios emitem uma alta concentração de monóxido de carbono, um gás poluente. De acordo com a Climatempo Meteorologia, a fumaça está sendo transportada para o sul do Brasil pelos ventos, formando “um véu acinzentado”.

Os especialistas observam que a ocorrência não é incomum. Outros países da América do Sul, como PeruBolívia Paraguai também são afetados.

O fenômeno foi potencializado pelo número de focos de incêndio, o maior em 17 anos. Na Amazônia Legal, foram registrados, só no mês de agosto, mais de 22 mil focos. No mesmo período do ano passado, por exemplo, o número era de 12 mil.

Somado a isso, o inverno é considerado a estação mais seca. Em 2024, o país teve muitas ondas de calor e pouca chuva nas regiões onde o fogo começou.

“É o processo de circulação atmosférica. Principalmente por ter um período mais seco, um período mais quente, então essa fumaça acaba se dispersando mais, vindo junto com essa corrente de circulação e chegando até a nossa região”, explica o engenheiro ambiental Cleomar Reginato.

E quando a fumaça vai embora?

Conforme a Climatempo Meteorologia, a fumaça deve se dissipar nos próximos dias, em razão do avanço de uma frente fria no RS. No entanto, na semana seguinte, após a passagem desta frente fria, a tendência é que a fumaça volte a ser vista no céu do estado.

Outros episódios

Em setembro de 2022, uma nuvem de fumaça de queimadas originada na Amazônia chegou à Região Sul do Brasil. O episódio foi mais perceptível em municípios da metade Norte do estado.

Em fevereiro do mesmo ano, a fumaça oriunda dos incêndios florestais que atingiram a província de Corrientes, na Argentina, encobriu o céu em Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.

Já em setembro de 2020, as fumaças de queimadas que acontecem na região do Pantanal do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste do país, também chegaram ao Rio Grande do Sul.

Fumaça mudou paisagem na região de Uruguaiana, em fevereiro de 2022 — Foto: Lucas Delgado e Douglas Freitas/RBS TV

Informações: G1 | Imagem destaque: Corredor de fumaça se espalhou e alcançou território do RS — Foto: Reprodução/NOAA

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