Na Expoforest, Embrapa promove reunião entre diplomatas estrangeiros e setores de base florestal

O estande da Embrapa na Expoforest recebeu, no dia 09/08, a visita de representantes de embaixadas que vieram ao evento a convite da instituição. O objetivo do encontro foi criar conexões entre o setor florestal e os representantes de embaixadas, bem como mostrar a atuação sustentável do setor de florestas plantadas e nativas do Brasil, que também compõem o agronegócio brasileiro.

De acordo com Erich Schaitza, chefe geral da Embrapa Florestas, “temos muito espaço para mostrar para o mundo que nós somos altamente sustentáveis, tanto com florestas plantadas quanto com o manejo de florestas naturais. A ideia foi conectar países com potencial de cooperação com a Embrapa e com as principais lideranças da cadeia produtiva florestal”, resumiu Schaitza.

Um acordo de cooperação bilateral financiado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), ligada ao Ministério das Relações Exteriores, por exemplo, já vem desenvolvendo trabalhos de pesquisa e de fortalecimento da capacidade técnica e operacional de pesquisadores etíopes. De acordo com Antônio Prado, da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, a tendência é que a Embrapa retome e fortaleça a atuação do programa Embrapa-Labex fortalecendo a cooperação científica do Brasil com a presença física de seus pesquisadores além das fronteiras brasileiras.

“Há também a tendência de que acordos de cooperação prossigam de maneira trilateral, tendo a ABC como intermediária da transferência de tecnologia da Embrapa para países em desenvolvimento, sob o respaldo financeiro de países desenvolvidos”, disse Prado. 

Segundo Henok Merid, representante da embaixada da Etiópia, o encontro realizado foi uma oportunidade de expansão da relação Sul-Sul em projetos de plantios florestais. “É uma oportunidade, principalmente para o meu país, Etiópia, onde o governo tem um planejamento de plantar cinco bilhões de árvores. Precisamos da expertise da Embrapa Florestas, da tecnologia para o manejo e para as outras etapas também”, afirmou Merid.

Para Paulo Orlandi, representante da embaixada do Canadá, a reunião mostrou possibilidades de parceria com relação à tecnologia e inovação, bem como para financiamento de projetos. “O setor brasileiro de produção de madeira engenheirada, por exemplo, é uma possibilidade, pois no Brasil ainda é incipiente e o Canadá tem muita tecnologia e conhecimento. Vim com uma missão canadense de 12 empresas que estão impressionadíssimas com a feira em si e com a capacidade do Brasil nesse setor. Acho que o Canadá tem muito a contribuir e é um parceiro ideal para o Brasil”, afirmou Orlandi.

Nicole Podesta, da USDA, representou a embaixada dos Estados Unidos, e considerou a reunião também proveitosa. Podesta já está no Brasil há dois anos com a função de cuidar do comércio, análise e pesquisa da área agropecuária. O cenário de florestas plantadas e o sistema ILPF a impressionou. “Sempre via eucaliptos nos campos e me perguntava por quê. Na Expoforest, soube um pouco mais sobre essa indústria, e como criar um agro de baixo carbono. A conexão com a Embrapa Florestas foi bastante proveitosa e pretendo continuar o diálogo no futuro, para ter uma ideia mais ampla de como funciona essa indústria e sua importância no país”, enfatizou.

Atuação sustentável

Utilizar madeira proveniente de florestas nativas é uma atividade totalmente legalizada e ajuda a manter a floresta viva, pujante e em pé, conforme mostrou Claudinei Freitas, do Cipem. A entidade reúne oito sindicatos empresariais de base florestal que atuam com o manejo sustentável da floresta, em uma área de 4,7 milhões de hectares de floresta nativa, em Mato Grosso. 

Freitas explicou algumas etapas do funcionamento das concessões para exploração legal de madeira, prática conhecida como manejo florestal sustentável, e citou exigências como cadeia de custódia e rastreabilidade de produtos e como este trabalho tem permitido a manutenção da floresta em pé.

Ailson Loper, da Apre, também se pronunciou sobre o compromisso do setor de florestas plantadas em não desmatar para plantar. Mostrou o alto rendimento da área florestal plantada, graças às muitas técnicas de plantio, além da integração à conservação de solos e biodiversidade, por meio dos consórcios de áreas produtivas com mosaicos de florestas naturais, práticas adotadas por grande parte das associadas da Apre.

Isabel Ferreira, da Rede ILPF, falou sobre como esta parceria público-privada formada pela Embrapa, cooperativa Cocamar e as empresas Bradesco, John Deere, Minerva Foods, Soesp, Suzano, Syngenta e Timac Agro tem agido para acelerar a adoção das tecnologias de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) por produtores rurais visando à intensificação sustentável da agricultura brasileira.

O encontro possibilitou mostrar a convergência da pecuária com a agricultura e a floresta e o balanço positivo de carbono gerado pela árvore no sistema ILPF. Segundo o chefe da Embrapa Florestas, “estas e outras instituições presentes, como a Ibá, conseguiram êxito ao mostrar o potencial da silvicultura brasileira, bem como a possibilidade de cooperação com outros países”.

Participaram da reunião Joseph Weiss, da Embaixada da Alemanha; Henok Merid, da Embaixada da Etiópia; Nicole Podesta, da Embaixada dos Estados Unidos e Paulo Orlandi, da Embaixada do Canadá. Erich Schaitza, chefe geral da Embrapa Florestas, conduziu a conversa, que contou com a presença de Rita Milagres, da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa; Antônio Prado, da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa; Alexandre Berndt, Chefe Geral da Embrapa Pecuária Sudeste; Jorge Malinovski, organizador da Expoforest; Isabel Ferreira, da Rede ILPF; Patrícia Machado, da Ibá; Claudinei Freitas e outros diretores do Cipem; Mário Sérgio de Lima, da Abimci; Ailson Loper, da Apre; Renato Robert, da UFPR e Itamar Junior, da Soesp.

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