Os focos de incêndio no Pantanal e no cerrado no primeiro semestre de 2024 (entre 1° de janeiro e 23 de junho) bateram recordes históricos no Brasil. Esse é o pior começo de ano desde o início do registro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1988.
No Pantanal, o instituto registrou 3.262 focos de incêndio. Esse número representa um aumento de 22 vezes, quando comparado com o mesmo período de 2023. As queimadas no bioma também superaram as do primeiro semestre de 2020, recorde anterior. Naquele ano, os registros foram de 2.534 focos de fogo.
Já o cerrado tem 12.097 incêndios em 2024. Em comparação com o mesmo período de 2023, há um aumento de 32%. Do total do bioma atingido pelas chamas, cerca de 53% ficam em local conhecido como Matopiba, que compreende os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Chuvas escassas na região foram insuficientes para transbordar rios.
Voltando ao Pantanal, a região do Rio Paraguai registrou 1.720 incêndios. O recorde anterior, de acordo com dados do Inpe, era quatro vezes menor, com 435 focos em junho de 2005.
Na segunda-feira 24, o governo de Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência por causa dos incêndios no Pantanal. A medida tem validade de 180 dias, em todo o Estado, e foi publicada no Diário Oficial.
A área devastada pelas queimadas chegou a 627 mil hectares, sendo 480 mil em MS e 148 mil em Mato Grosso, de acordo com dados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A medida permite licitações sem edital e controle maior da Defesa Civil.
Os incêndios na Amazônia são os piores em 20 anos
Além da devastação no Pantanal e no cerrado, os índices de incêndios são altíssimos na Amazônia. Com 12.696 focos de queimadas entre 1° de janeiro e 23 de junho, a região registra seu pior semestre desde os anos de 2003 e 2004. Esses últimos marcaram, respectivamente, 14.667 e 14.486 focos de incêndios.
Em relação ao mesmo período do ano passado, 2024 registra alta de 76% no número de queimadas.
A alta do semestre corrobora a medição do mês de fevereiro. Na ocasião, o Brasil registrou 3.158 focos de incêndio — a maior da série histórica. As medições começaram em 1999.
Informações: Revista Oeste.