A ABPO (Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável) e a SEMADESC (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), promoveram o workshop com informações sobre o Programa REDD+, que prevê a geração e comercialização de créditos de carbono no Pantanal do Mato Grosso do Sul.
Um grupo de produtores, através da ABPO se reuniu na sede do Sindicato Rural de Campo Grande na tarde desta segunda-feira (26) para Workshop do Programa REDD+ Pantanal, desenvolvido pela empresa Biofílica Ambipar, uma empresa Ambipar Group, e apoiada pelo Estado por meio do Instituto Taquari Vivo. A ideia do programa é implementar projetos em propriedades rurais do bioma pantaneiro, onde seja possível gerar créditos de carbono pela preservação de áreas de vegetação nativa excedentes à reserva legal.
“Nossa ideia é mostrar ao produtor que ele pode certificar sua propriedade e implementar o projeto de carbono voltado ao mercado voluntário, gerando renda com a preservação do seu excedente florestal e em total harmonia com sua atividade econômica principal. A Biofílica Ambipar atua como parceira do produtor, que entra com a área e a empresa com os investimentos iniciais, expertise técnica e comercial para elaborar o projeto e gerar os créditos de carbono, A primeira emissão de créditos acontece entre 12 e 24 meses após a formalização da parceria, e o projeto de carbono dura 30 anos. Na venda dos créditos, o produtor fica com 80% da receita e a Biofílica Ambipar, com 20%. Além disso, quando o Programa REDD+ Pantanal ganhar escala e chegar a 100 mil hectares de vegetação florestal dentro dos projetos, o percentual da empresa cairá para 17,5% e a participação do produtor passará para 82,5%”, pontua Melina Uchida, Gerente de Novos Negócios da Biofílica Ambipar.
O programa já está em andamento no bioma com nove propriedades e outros produtores podem aderir. Renato Roscoe, diretor do Instituto Taquari Vivo, que apoia a atuação da Biofílica no Estado, afirma que o produtor que tiver reservas excedentes dentro da planície pantaneira pode entrar no projeto e receber créditos em cima dessas áreas.
“Hoje, 50% da área com vegetação arbórea no Pantanal, em Mato Grosso do Sul, pode ser suprimida legalmente. Essas áreas podem gerar créditos de carbono caso o produtor decida não desmatar e preservar por 30 anos. Isso tudo que estamos falando está no mercado voluntário, uma vez que não existe um mercado regulado no Brasil, por ora, e, não temos a expectativa de que isso [mercado regulado] aconteça em pouco tempo”, enfatiza Roscoe.
Para o presidente da ABPO, Eduardo Cruzetta, essa é uma iniciativa que pode agregar rentabilidade ao produtor rural pantaneiro, além de contribuir para a preservação do bioma.
“Há riscos como em qualquer outro negócio ou contrato, porém, vemos essa movimentação acontecendo de forma muito organizada e que pode retornar para o bioma de forma efetiva, sendo realmente valorizados por produzirmos em um ambiente que, além de conservar, gera créditos para toda a sociedade”, finaliza Cruzetta.
Fonte: ABPO