Durante inauguração do Projeto Cerrado, executivo da indústria explicou que o layout da megafábrica foi pensado para duas plantas industriais com a mesma capacidade produtiva
A megafábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo começou a operar em julho deste ano, mas foi oficialmente inaugurada na quinta-feira (05/12) com a presença do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O denominado Projeto Cerrado é atualmente a maior planta industrial de celulose linha única do mundo e tem capacidade para dobrar de tamanho nos próximos anos.
Durante o evento de inauguração, o vice-presidente executivo de operações de celulose, engenharia e energia da Suzano, Aires Galhardo, afirmou com exclusividade ao Correio do Estado que toda a estrutura da indústria de Ribas foi pensada para abrigar uma segunda linha.
“Essa planta, o desenho dela e de como a gente posicionou os equipamentos, é um layout para duas plantas. Então, ela foi desenhada para duas plantas. Mas obviamente, quando a gente for fazer uma expansão, temos que fazer uma [ampliação da] base florestal antes, e as condições do mercado tem de estar adequadas para poder fazer isso”, explica.
Galhardo ressalta que, no momento, a expansão ainda não é discutida, porque o foco é estabilizar a unidade fabril recém-inaugurada. Hoje, a capacidade de produção da fábrica é de 2,55 milhões de toneladas de celulose anuais. Com uma nova planta, a Suzano passaria a produzir 5 milhões de toneladas anuais somente em Ribas do Rio Pardo.
“A gente precisa de mais ou menos 300 mil hectares de floresta plantada total para abastecer essa planta, dá uns 50 mil hectares por ano. A gente precisaria dobrar isso para o mesmo volume. [A fábrica] foi desenhada para isso, mas depende de condições de mercado. Mais à frente, se o mercado demandar mais celulose e entendermos que tem as condições para fazer, vamos fazer”, finaliza.
O governador Eduardo Riedel participou da inauguração da megafábrica e pontuou que já tem diversos investimentos, projetos em andamento e planos de expansão para os próximos anos no setor da celulose em Mato Grosso do Sul.
“O setor de papel e celulose, de florestas plantadas, tem uma capacidade de gerar emprego de qualidade. Também tem a capacidade de ajudar no processo de investimento em infraestrutura e todas as consequências de um crescimento dessa ordem, que impõe ao Estado ações importantes, como educação, saúde e segurança pública nos municípios que sofrem esse tipo de impacto positivo”, finaliza Riedel.
EVENTO
Além do presidente da República e do governador de Mato Grosso do Sul, o evento contou com a participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. Também estiveram presentes os ministros Renan Filho (Transportes), Rui Costa (Casa Civil) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Arthur Lira (presidente da Câmara dos Deputados), representantes da Suzano, como David Feffer (presidente do Conselho de Administração) e Beto Abreu (CEO), e outras autoridades municipais e estaduais.
O presidente da empresa, Beto Abreu, destacou que, durante a construção da fábrica, passaram pela região 45 mil trabalhadores.
“É uma fábrica que emprega 3 mil pessoas, entre a parte florestal e a parte industrial. Gerou 10 mil empregos durante o tempo que ficou em construção, e esse é um processo dinâmico. Então, com certeza, mensalmente, nós vamos ter vagas sendo abertas nas mais diversas áreas para a população”, afirmou durante o evento.
A fábrica começou a ser construída ainda em 2021 e está instalada a cerca de 10 quilômetros da cidade de Ribas do Rio Pardo. Segundo o presidente do conselho administrativo da Suzano, Davi Feffer, os R$ 22 bilhões investidos na região são o maior investimento ao longo dos 100 anos de história da Suzano.
Além da importância econômica, ele destacou a relevância ambiental do projeto, pois 1,2 milhão de árvores são plantadas por dia na região.
Foram R$ 22,2 bilhões investidos, sendo R$ 15,9 bilhões destinados à construção da fábrica e R$ 6,3 bilhões a iniciativas como a formação da base de plantio e a estrutura logística para escoamento. A indústria consolida o Vale da Celulose.
Informações: Notícias do Cerrado | Imagem: Mais Floresta.