PÁGINA BLOG
Featured Image

Atuação em rede fortalece o manejo florestal comunitário na Amazônia

Para encerrar a Semana do Meio Ambiente, a Embrapa e o ITTO (Organização Internacional de Madeiras Tropicais) apresentam o vídeo “Manejo Florestal Comunitário e Familiar – Uma Ação Coletiva”. O produto marca a finalização do projeto Bom Manejo Fase 2 e chama atenção para a importância da atuação em rede e do fortalecimento das comunidades locais para o uso e conservação das florestas na Amazônia.

O projeto Bom Manejo 2 é coordenado e executado pela Embrapa com apoio financeiro da Agência Brasileira de Cooperação (Ministério das Relações Exteriores), Fundação Instituto de Desenvolvimento da Amazônia (Fidesa), Organização Internacional de Madeiras Tropicais (ITTO) e do Governo Japonês.

O vídeo reflete um dos prinicipais resultados do projeto, que é o trabalho articulado entre diversas instituições na direção de uma agenda positiva para o manejo florestal comunitário, segundo o pesquisador Milton Kanashiro, da Embrapa Amazônia Oriental, coordenador do Bom Manejo 2. “A participação do projeto na construção do Observatório do Manejo Florestal Comunitário e o envolvimento no Fórum Florestal da Amazônia, que reúne empresas e comunidades, trazem um legado muito importante para o momento no qual vivemos”, aponta.

Com depoimentos de comunitários da Reserva Extrativista (Resex) Verde para Sempre, localizada em Porto de Moz (PA) e de representantes de instituições locais, estaduais e federais, o vídeo destaca a atuação coletiva e coordenada de diferentes atores como estratégia fundamental frente aos vetores que ameaçam a manutenção das florestas.

A Resex Verde para Sempre é a maior Unidade de Conservação de uso sustentável do Brasil com 1,2 milhão de hectare e que este ano completa 20 anos de sua criação. Nela vivem em torno de 3 mil famílias organizadas em mais de 100 comunidades que manejam a floresta para a extração de produtos madeireiros e não-madeireiros.

Projeto em duas fases 

Na primeira fase do projeto do Bom Manejo foram desenvolvidas ferramentas para apoiar e facilitar a execução das práticas de manejo florestal e o monitoramento da floresta. São quatro softwares que focam em aspectos diferentes, porém complementares da atividade: planejamento da exploração madeireira (BOManejo); monitoramento do crescimento e da dinâmica da floresta (MFT); monitoramento financeiro das operações florestais (MEOF); e monitoramento da sustentabilidade e performance geral do manejo (MOP).

Em sua segunda fase, essas ferramentas foram aperfeiçoadas e adaptadas para outras linguagens computacionais. O projeto realizou inúmeras capacitações junto a empresas madeireiras, profissionais da área florestal e em comunidades da Resex Verde para Sempre para a disseminação de boas práticas de manejo, coletas de dados e uso das ferramentas.

Foto: Jaime Souzza

Fortalecimento do manejo comunitário

Um dos passos em direção ao fortalecimento do manejo florestal comunitário, segundo Milton Kanashiro, da Embrapa, foi a instituição, em março deste ano, de um Grupo de Trabalho (Portaria GM/MMA nº 1.019, de 21/3.2024) para coordenar a elaboração do Programa Federal de Manejo Florestal Comunitário e Familiar, a ser estabelecido no âmbito do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e do Serviço Florestal Brasileiro – SFB. “A portaria representa a retomada em nível federal do programa e certamente dará um grande impulso na atividade junto as comunidades”, avalia o pesquisador.

“O manejo florestal veio para organizar nossa atividade, o nosso planejamento dentro da floresta, considerando nossa economia, o nosso bem-viver e o meio que a gente vive”, afirma Margarida Ribeiro, moradora da Resex.

“Quando todos se coordenam, é possível articular melhor as ações, programas e políticas públicas em prol do uso e conservação da floresta. Manter a floresta viva e em pé é um compromisso do Brasil com o planeta e com as populações da Amazônia”, finaliza Luciana Valadares, da Secretaria de Biodiversidade, do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA).

Informações: Embrapa Amazônia Oriental.

Featured Image

Nova metodologia projeta crescimento de árvores nativas, elevando rentabilidade de restauração florestal

Pesquisa usou como base dados de 13 áreas de recuperação ecológica na Mata Atlântica e dez espécies de interesse da indústria madeireira; resultado é publicado em meio à Década da Restauração da ONU

O tema da restauração florestal tem ganhado destaque nos últimos anos tanto na iniciativa privada e no mercado financeiro como na academia e entre governos, principalmente no caso do Brasil, que assumiu o compromisso, desde o Acordo de Paris, em 2015, de recuperar com floresta nativa 12 milhões de hectares, ou seja, praticamente o equivalente ao território da Coreia do Norte. No entanto, as iniciativas ainda dependem do caro processo de plantio de árvores e padecem com a falta de dados sobre o crescimento das espécies e do total de áreas recuperadas.

Pesquisa publicada na revista científica Perspectives in Ecology and Conservation contribui com o avanço do setor. Mostra que a aplicação de métodos silviculturais em projetos de restauração florestal em larga escala pode aumentar a produtividade e a rentabilidade, viabilizando o abastecimento da indústria madeireira e reduzindo a pressão sobre os biomas naturais, como a Amazônia.

Os cientistas concluíram que, para alcançar alta produtividade, as cadeias de valor da restauração devem incorporar critérios específicos envolvendo uma combinação de espécies nativas; modelos de crescimento das árvores que permitam montar os planos de manejo e colheita com prazos mais curtos; bem como aliar o desenvolvimento de pesquisa e inovação a tratamentos silviculturais.

Liderado pelo engenheiro florestal Pedro Medrado Krainovic, o estudo criou um modelo que projeta o tempo de crescimento de espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica até que elas obtenham “maturidade” necessária para atender à indústria madeireira. Normalmente, as taxas de crescimento para comercialização são definidas de acordo com o tempo que a árvore leva até atingir 35 centímetros de diâmetro.

Com o novo método, os pesquisadores obtiveram uma redução de 25% no tempo de colheita e um aumento de 38% da área basal das árvores. Isso representou uma antecipação média de 13 anos na idade ideal do corte.

“Identificamos os padrões de produtividade versus tempo, o que fornece o indicativo de quando uma dada espécie pode ser manejada para obtenção de madeira para o mercado. Isso ajuda a dar viabilidade à restauração florestal em larga escala, melhorando sua atratividade para proprietários de terra e indo ao encontro dos acordos globais pró-clima. Com base nos nossos dados, projetamos um cenário em que o conhecimento silvicultural estaria melhorado, proporcionando uma restauração mais atrativa para as múltiplas partes interessadas“, diz Krainovic, que desenvolveu o trabalho durante seu pós-doutorado no Laboratório de Silvicultura Tropical (Lastrop) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, vinculada à Universidade de São Paulo (Esalq-USP).

projeto foi conduzido no âmbito do Programa BIOTA-FAPESP. Também recebeu apoio por meio de outros quatro projetos, entre eles o Temático “Compreendendo florestas restauradas para o benefício das pessoas e da natureza – NewFor“ e as bolsas de estudo concedidas aos pesquisadores Danilo Roberti de Almeida (18/21338-3), Catherine Torres de Almeida (20/06734-0) e Angélica Faria de Resende (19/24049-5), coautores do artigo.

O trabalho foi supervisionado pelos pesquisadores Ricardo Ribeiro Rodrigues, do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal (Lerf), e Pedro Brancalion, vinculado ao Lastrop e ao projeto BIOTA Síntese.

Contexto

Mesmo tendo sido eleita pelas Nações Unidas (ONU) em 2022 como uma das dez referências mundiais em restauração, a Mata Atlântica é o bioma brasileiro que mais perdeu área florestal até hoje. Dos cerca de 140 milhões de hectares no Brasil, restam 24% de cobertura florestal. Desse total, somente 12% correspondem a florestas bem conservadas (cerca de 16,3 milhões de hectares), segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica.

Porém, os esforços para conter o desmatamento vêm conseguindo resultados positivos – queda de 42% entre janeiro e maio de 2023 em relação a 2022 (de 12.166 hectares devastados para 7.088 hectares) –, além de as ações de restauração terem surtido efeito. Em 2021, a ONU estabeleceu até 2030 a Década da Restauração de Ecossistemas, um apelo para a proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo, para o benefício das pessoas e da natureza.

“A restauração precisa ter mais dados que tragam horizontes favoráveis de uso do solo. Para uma política pública, é preciso ter mais informações que suportem as tomadas de decisão. E esse artigo serve de várias formas, inclusive com uma lista de espécies que pode oferecer subsídios para o proprietário de terra. Abre uma porta para o enriquecimento de restauração florestal com finalidade econômica, mais atrativa e atingindo múltiplos objetivos, como devolver serviços ecossistêmicos a determinadas áreas”, explica Krainovic.

Os resultados do estudo devem alimentar o programa Refloresta-SP, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado, que tem, entre seus objetivos, a restauração ecológica, a recuperação de áreas degradadas e a implantação de florestas multifuncionais e de sistemas agroflorestais.

Krainovic morou por 12 anos na Amazônia e trabalhou não só em projetos de recuperação de áreas degradadas usando espécies arbóreas com potencial econômico como em cadeias produtivas de produtos florestais não madeireiros que abastecem a indústria de cosméticos, como sementes, óleos essenciais e manteigas. “Um diferencial da minha trajetória é não ter ficado somente na academia. Conheço como são as empresas, a interface com os povos tradicionais nessas cadeias produtivas e a área acadêmica”, completa.

Passo a passo

O estudo analisou uma cronossequência de 13 áreas de restauração florestal não manejada distribuídas pelo Estado de São Paulo, que se encontravam em diferentes estágios – entre seis e 96 anos de plantio. Essas regiões têm uma mistura diversificada de espécies nativas – entre 30 e 100 –, o que contribui para a promoção de serviços ecossistêmicos com características semelhantes às da floresta espontânea.

Os cientistas escolheram dez espécies arbóreas nativas comerciais, com diferentes densidades de madeira e historicamente exploradas pelo mercado. São elas: guatambu (Balfourodendron riedelianum); jequitibá-rosa (Cariniana legalis); cedro-rosa (Cedrela fissilis); araribá (Centrolobium tomentosum); guarantã (Esenbeckia leiocarpa); jatobá (Hymenaea courbaril); acácia-amarela (Peltophorum dubium); ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus); aroeira (Astronium graveolens) e pau-vermelho ou cabreúva (Myroxylon peruiferum).

Atualmente, a maioria dessas espécies é protegida por lei e não pode ser vendida legalmente porque são endêmicas da Mata Atlântica e do Cerrado e estão ameaçadas de extinção. No entanto, algumas, como jatobá e ipê-roxo, ainda são exploradas na Amazônia.

Para cada uma delas foram desenvolvidos modelos de crescimento, com base nos dados coletados nos plantios. Com as curvas de crescimento foi aplicado o método GOL (sigla em inglês para Growth-Oriented Logging), para determinação de critérios técnicos de manejo, incluindo um cenário otimizado focado na produção de madeira.

Após testes iniciais, os pesquisadores modelaram o crescimento do diâmetro e da área basal de cada espécie selecionada ao longo da cronossequência. Foram construídos cenários de produtividade usando os 30% maiores valores de diâmetro encontrados para cada espécie por local e idade, o “cenário otimizado”, que representa a aplicação de tratos silviculturais, proporcionando maior produtividade.

As espécies foram classificadas usando o tempo necessário para atingir os 35 centímetros de diâmetro para a colheita em três faixas: crescimento rápido (menos de 50 anos), intermediário (50-70 anos) e lento (maior que 70 anos). Ao aplicar a abordagem GOL, foram agrupadas em taxa de crescimento rápida (menor que 25 anos); intermediária (25-50 anos); lenta (50-75 anos) e superlenta (75-100 anos).

O cenário otimizado teve o tempo de colheita reduzido em 25%, representando uma antecipação média de 13 anos na idade ideal de colheita.

As exceções foram o jequitibá-rosa e o jatobá, que apresentaram seu período ideal de colheita prolongado, mas a área basal aumentou mais de 50%. Por outro lado, o cedro-rosa teve redução de 36,6% na área basal de colheita (646,6 cm2/árvore), mas uma antecipação de 47 anos em tempo de colheita (51% mais rápido que o GOL).

No total, nove das dez espécies atingiram diâmetro de 35 cm antes dos 60 anos – a exceção foi o guarantã, com alta densidade de madeira.

O estudo Potential native timber production in tropical forest restoration plantations pode ser encontrado em: www.perspectecolconserv.com/en-potential-native-timber-production-in-avance-S2530064423000640.

Informações: Agência FAPESP.

Featured Image

Microsoft compra 1,5 milhão de créditos de remoção de carbono de startup brasileira

Aquisição deve ser feita até 2032 e incentiva projeto que pretende reflorestar parte da Amazônia

Microsoft está investindo no mercado voluntário de carbono do Brasil com um acordo para comprar créditos de um projeto em grande escala para reflorestar partes degradadas da Amazônia.

gigante de tecnologia concordou em comprar até 1,5 milhão de créditos de remoção de carbono até 2032 da startup brasileira Mombak Gestora de Recursos, que está plantando mais de 100 espécies de árvores nativas em terras desmatadas na floresta.

Os valores não foram divulgados, mas a Microsoft passou os últimos dois anos fazendo uma diligência e aconselhando sobre o projeto antes de concordar em comprar créditos, e é o maior acordo da empresa até o momento para créditos de carbono baseados na natureza.

“Tentamos construir os mercados dos quais compramos”, disse Brian Marrs, diretor sênior de energia e remoção de carbono da Microsoft. “Esperamos que este seja um modelo para o futuro. Queremos vê-lo em jurisdições no Brasil e além.”

A Mombak está aproveitando uma mudança nos mercados voluntários de carbono, onde os compradores estão dispostos a pagar mais por projetos que realmente removem carbono, em vez de compensações, que geram créditos mantendo as árvores existentes em pé.

A empresa sediada em São Paulo espera que o Brasil se torne o maior exportador mundial de créditos de remoção de carbono devido à vasta quantidade de terras desmatadas disponíveis na Amazônia, onde as árvores crescem mais rápido do que em climas mais frios. Cada crédito representa uma tonelada de carbono removida da atmosfera.

O acordo da Microsoft faz parte de um projeto para plantar mais de 30 milhões de árvores no estado do Pará. As florestas cobrirão cerca de 70 mil acres, ou cinco vezes o tamanho de Manhattan.

A companhia também planeja fazer parte do plano de se tornar carbono negativa até 2030. O anúncio coincide com as negociações climáticas da COP28 em Dubai, evento no qual a Microsoft e a Mombak estão participando.

Em um mercado que ganhou uma reputação negativa devido a projetos que não eram cientificamente defensáveis, ou até fraudulentos, o acordo com a Microsoft dá à Mombak um selo de aprovação importante que ajudará a levantar dinheiro para mais projetos de reflorestamento no Brasil, de acordo com o principal executivo da startup de remoção de carbono.

“Temos uma das cinco empresas mais valiosas obtendo seu maior suprimento baseado na remoção de carbono no Brasil”, disse o CEO da Mombak, Peter Fernandez, em uma entrevista. “Isso será estratégico para o nosso negócio. Isso nos permitirá levantar mais dinheiro para o reflorestamento.”

A Mombak atraiu investidores, incluindo o Canada Pension Plan Investment Board e a Capital Partnership Strategies, para um fundo de reflorestamento. São os compradores finais dos créditos —neste caso, a Microsoft— e não os investidores que os usam para compensar emissões.

Para a Microsoft, o uso da tecnologia em nuvem, aprendizado de máquina e drones pela startup para selecionar os locais mais adequados para o reflorestamento foi particularmente atraente.

“A Mombak desvendou o código das soluções baseadas na natureza de uma maneira que muitos outros provedores não conseguem”, disse Marrs.

Featured Image

Projeto Aloy’s Forest: PlayStation anuncia 600 mil árvores plantadas

A PlayStation compartilhou uma atualização sobre o projeto Aloy’s Forest, parte do compromisso da empresa com a Aliança das Nações Unidas Playing for the Planet. A iniciativa visa aumentar a conscientização sobre a biodiversidade e plantar 1 milhão de árvores com a indústria de jogos, em parceria com a ONU-REDD.

A Guerrilla Games e a Sony Interactive Entertainment, junto com a comunidade PlayStation e parceiros selecionados, apoiaram projetos de reflorestamento em todo o mundo. Até agora, mais de 600.000 árvores foram plantadas globalmente, e cerca de 1.800 acres de terras indígenas e habitats de vida selvagem foram restaurados.

No Brasil, 333 mil árvores estão em processo de plantio para ajudar a restaurar 946 hectares de terras indígenas na Amazônia. Essas iniciativas visam melhorar a segurança alimentar e as alternativas de renda para os povos indígenas, além de contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.

Aproveite para conferir o vídeo que retrata o progresso da PlayStation e seus parceiros:

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S