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Vinci compra Lacan e entra em ativos florestais

A Vinci Partners acaba de comprar a Lacan Ativos Reais, uma gestora com R$ 1,5 bilhão sob gestão focada em florestas, um nicho do mercado de investimentos alternativos ainda pequeno no Brasil. 

Essas gestoras — conhecidas como Timberland Investment Management Organization (TIMO) — são comuns no exterior, especialmente nos Estados Unidos e Europa, mas ainda escassas no Brasil.

Além da Lacan, há apenas a Claritas, que gere alguns fundos florestais entre outros ativos, e o BTG Pactual, que adquiriu uma TIMO global em 2013. 

A transação está sendo paga em dinheiro, com uma parcela desembolsada agora e o restante num earnout ao longo dos próximos quatro anos, dependendo do cumprimento de metas de captação e incremento das receitas com taxas. 

O valor da aquisição não foi revelado, mas é pequeno para o tamanho da Vinci — que depois da fusão com a Compass tem US$ 52 bilhões sob gestão. 

“Achamos que esse ativo é bastante interessante para compor uma terceira vertical na nossa área de real assets, que já tem o mercado imobiliário e infraestrutura,” o CEO Alessandro Horta disse ao Brazil Journal. “Nessa área de timber o Brasil tem uma vantagem natural importante, e o mercado deve crescer muito nos próximos anos.”

Segundo Horta, a ideia com o investimento na Lacan é expandir o negócio também para outros países da América Latina, aproveitando as conexões que a Compass tem em mercados como Uruguai, Chile, Peru e Colômbia. 

“Todos esses países têm uma capacidade muito grande de absorver novos investimentos,” disse Horta. 

Fundada em 2009 pelo ex-diretor do Banco Central Luis Augusto Candiota, a Lacan hoje gere três fundos. 

O primeiro, levantado em 2012, tem R$ 400 milhões em ativos. O segundo, captado em 2016, tem R$ 450 milhões. E o terceiro, levantado em 2020, tem R$ 500 milhões.

Agora a gestora está finalizando a captação de um quarto fundo, e a expectativa é levantar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão — potencialmente elevando o AUM para perto de R$ 2,5 bilhões. 

Nessa captação — que já está contando com o envolvimento da Vinci — a Lacan está buscando aumentar a exposição dos investidores internacionais. Hoje ela tem em sua base um total de 40 investidores, a grande maioria fundos de pensão brasileiros. 

Como forma de atrair os investidores internacionais, a Lacan está adicionando um novo componente à sua tese de investimento.

Até agora, a gestora comprava florestas basicamente com o objetivo de fazer o plantio e vender a madeira, principalmente para empresas do setor de papel e celulose. 

Agora, além do plantio para a venda, a gestora está adicionando um componente de crédito de carbono, criando um novo pool de receita em cima do mesmo ativo. “Isso pode mudar o perfil dos investidores, porque tem muitos fundos europeus que têm interesse nesse mercado de carbono. Vai ser uma demanda adicional,” disse Horta.

O CEO da Vinci disse ainda que a adição do crédito de carbono permite criar um pool de ativos com receitas em real e dólar, mitigando o risco cambial que costuma ser um inibidor para o investidor estrangeiro alocar no Brasil. 

Segundo ele, a meta da Vinci é que a vertical de ativos florestais atinja US$ 1 bilhão em AUM nos próximos anos, o equivalente a R$ 5,8 bilhões no câmbio Lula.  

Outro atrativo da Lacan é que os fees de seus fundos são maiores que a média da Vinci. Segundo Horta, os fees são parecidos com os de seus fundos de real estate e infraestrutura, que tipicamente cobram uma taxa de administração de 1% a 1,5%, e 20% de performance.

Informações: Brazil Journal.

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Exclusivo – Suzano compra cerca de 70 mil hectares de terras no MS por R$ 1,8 bilhão; saiba detalhes

Com acordo, a empresa visa maior opcionalidade em seu negócio e autossuficiência no suprimento de madeira

A Suzano anunciou a assinatura de contrato para aquisição de ativos florestais geridos pelo BTG Pactual Timberland Investment Group no Mato Grosso do Sul. A transação foi avaliada em R$ 1,83 bilhão, e ainda está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e demais condições precedentes habituais deste tipo de operação, informou a produtora de papel e celulose em fato relevante na noite de sábado (23/12).

Cerca de 50 mil hectares da terra adquirida são considerados “úteis”, disse a Suzano, acrescentando que parte da área tem plantios de eucaliptos em idades variadas. A empresa disse que a operação “está alinhada a sua estratégia de criar opcionalidade em seu negócio e ampliar a sua autossuficiência no suprimento de madeira no estado”, onde opera um complexo industrial no município de Três Lagoas e avança com a construção de uma fábrica de celulose no município de Ribas do Rio Pardo (MS).

Maior linha única de produção de celulose do mundo, o Projeto Cerrado terá capacidade anual de 2,55 milhões de toneladas e tem início de operação previsto para até junho de 2024. “Essa transação consolida a autonomia da Suzano em sua estratégia de suprimento de madeira para o abastecimento no Mato Grosso do Sul, ampliando a competividade de suas operações, incluindo a nova fábrica, que terá o menor custo de produção de celulose do mundo”, afirma Carlos Aníbal, diretor executivo das áreas Florestal e de Suprimentos da Suzano.

Competitividade de mercado

A transação ocorre poucos dias após a Klabin anunciar uma aquisição de terras e florestas da chilena Arauco no Paraná, por US$ 1,16 bilhão. Essa aquisição surpreendeu o mercado e tem como objetivo também reduzir a dependência de madeira de terceiros.

Segundo a Suzano, a operação prevê que o pagamento será realizado à vista, na data de fechamento da transação, e que o preço de aquisição poderá ser ajustado para refletir a posição das empresas a serem adquiridas na data de conclusão. Caso o acordo seja finalizado após o dia 31 de março de 2024, está previsto que o valor da transação será convertido para o dólar.

Revisão de investimento (Capex)

Como há expectativa de que a transação ocorra ao longo do próximo ano, a Suzano também anuncia hoje a revisão do investimento de capital (Capex) previsto para 2024. O valor estimado foi elevado de R$ 14,6 bilhões para cerca de R$ 16,5 bilhões.

Escrito por: redação Mais Floresta.

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