A companhia estima investimentos anuais de 100 milhões de euros entre 2020 e 2030 para cumprir sua ambiciosa meta de sustentabilidade
A Tetra Pak tem metas ambiciosas de sustentabilidade para suas embalagens e, para cumpri-las, estima que terá investido 100 milhões de euros por ano entre 2020 e 2030. Dentre seus objetivos, destaca-se o de produzir uma caixa longa vida 100% de celulose, considerando que hoje cerca de 91% da embalagem (em peso) pode ser renovável, mas com vistas de chegar a 100% de material renovável e/ou reciclado.
“O desafio é chegar a uma embalagem 100% de fibra, é isso que o consumidor vai olhar. Mas antes disso, temos de ter soluções para qualquer coisa que o cliente queira ou a legislação determine”, afirmou a diretora de sustentabilidade da Tetra Pak Brasil e Cone Sul, Valéria Michel.
Diante disso, a multinacional possui um grande desafio à frente. No último ano, a companhia produziu 15 bilhões de embalagens para o mercado doméstico em sua operação local, alcançando um faturamento de R$ 7,2 bilhões. Nesses produtos existem seis camadas que formam as embalagens cartonadas assépticas, ou caixa longa vida, sendo que ao menos três não podem ser substituídas por materiais de fonte renovável – a de alumínio e duas plástico.
Dessa forma, enquanto realiza aportes milionários em novas soluções, a Tetra Pak também tem investido seus esforços para reaproveitamento das embalagens. A empresa é responsável pela estruturação da cadeia de reciclagem das embalagens longa vida no Brasil e, neste ano, tem enfrentado adversidades quanto à queda dos preços das aparas de papel.
De acordo com Valéria Michel, os incentivos aos recicladores parceiros têm passado até por arcar com 100% dos custos de frete para evitar uma ruptura nessa cadeia. Nesse contexto, os desafios englobam além da questão comercial, gargalos na coleta de resíduos nos municípios e nos hábitos do consumidor – que nem sempre sabe que o produto é reciclável. Atualmente somente 32,5% das embalagens produzidas pela Tetra Pak no Brasil são recicladas, por meio de projetos como Conexões e Recicla Cidade.
Além disso, segundo a executiva, as ambições da multinacional também compreendem uma visão de economia circular de baixo carbono, abrangendo desde o uso de materiais certificados – como os cartões fornecidos pela Klabin e materiais estratégicos de outros fornecedores –, às operações industriais sustentáveis e apoio na busca por soluções de menor impacto ambiental, bem como a responsabilidade social.
A multinacional possui fábricas operando em Monte Mor (SP) e Ponta Grossa (PR) com Certificação Lixo Zero, emitida pela Zero Waste International Alliance, além de operar no país com consumo de 100% energia renovável. A unidade fabril paulista ainda possui o único centro de inovação da multinacional na América Latina e, neste ano, ganhou o prêmio máximo de eficiência industrial do Japan Institute of Plant Maintenance (JIPM), referência mundial nessa área.