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Promotoria cria reservas particulares no Cerrado para preservação ambiental

Em um importante passo para a preservação ambiental do Cerrado, a Promotoria de Justiça de São Félix do Araguaia firmou Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) com os proprietários da Fazenda Rio Manso e da Fazenda Capão Azul, localizadas no município. Através dos TACs, foram instituídas duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), com áreas de 560 hectares e 550 hectares, respectivamente.

A criação das RPPNs é resultado do “Projeto Terra Nascente”, desenvolvido pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE) em parceria com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso e a Universidade Federal de Rondonópolis. O projeto busca conjugar a compensação ecológica com a conscientização ambiental, promovendo a preservação de áreas naturais de alto valor ecológico.

As áreas das RPPNs foram cuidadosamente selecionadas, considerando as características únicas de cada propriedade. As unidades de conservação foram estabelecidas nas áreas mais úmidas das fazendas, garantindo a proteção ambiental necessária e a formação de um corredor ecológico entre as unidades. Essa conectividade entre os fragmentos verdes é fundamental para a preservação da biodiversidade local.

A criação das RPPNs traz diversos benefícios para o meio ambiente e para a sociedade:

  • Preservação da biodiversidade: As RPPNs protegem a rica fauna e flora do Cerrado, garantindo a preservação de espécies ameaçadas de extinção e o equilíbrio dos ecossistemas.
  • Conservação dos recursos hídricos: As áreas úmidas das RPPNs contribuem para a regulação do ciclo da água, protegendo as nascentes e garantindo a qualidade da água para as comunidades locais.
  • Mitigação das mudanças climáticas: As RPPNs absorvem dióxido de carbono da atmosfera, ajudando a combater o aquecimento global e seus impactos.
  • Incentivo à pesquisa científica: As RPPNs oferecem um ambiente ideal para a realização de pesquisas científicas sobre o Cerrado, contribuindo para o conhecimento e a preservação desse bioma.
  • Educação ambiental: As RPPNs podem ser utilizadas para atividades de educação ambiental, sensibilizando a população sobre a importância da preservação ambiental.

A criação das RPPNs demonstra o compromisso do Ministério Público do Estado de Mato Grosso com a preservação do meio ambiente e a promoção do desenvolvimento sustentável. A iniciativa serve como um modelo para outras regiões do país, incentivando a criação de unidades de conservação privadas e a compensação ecológica como forma de reparar danos ambientais.

O MPE continuará monitorando as RPPNs para garantir que seus objetivos de preservação ambiental sejam cumpridos. A expectativa é que a iniciativa inspire outras ações semelhantes em todo o estado, contribuindo para a conservação do Cerrado e a construção de um futuro mais sustentável.

Informações: Cenário MT.

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Cerrado pode gerar US$ 72 bi ao ano, mostra Fórum Econômico Mundial

O Fórum Econômico Mundial lançou hoje (27) um relatório que mostra como um novo modelo de crescimento no Cerrado poderia gerar US$ 72 bilhões por ano para a economia do Brasil até 2030, equilibrando as medidas de proteção ambiental e, ao mesmo tempo, impulsionando a produção sustentável de alimentos, proporcionando mais empregos e turismo e explorando as indústrias verdes.

O estudo “Cerrado: Production and Protection” foi realizado pela Tropical Forest Alliance, uma iniciativa do Fórum Econômico Mundial, baseado nas análises dos dados do Plano de Transformação Ecológica do Brasil, elaborado pela empresa Systemiq, parceira na elaboração do relatório.

Por meio de pesquisas abrangentes e entrevistas com especialistas brasileiros, o documento propõe várias soluções, incluindo a agrossilvicultura e a agricultura regenerativa, que criarão condições para a produção de alimentos de forma mais sustentável, aumentando a produtividade e gerando mais empregos.

Celeiro global

Conforme a pesquisa, o Cerrado é um celeiro global, responsável por 60% da produção agrícola do Brasil e 22% das exportações globais de soja, mas recebe muito menos atenção e proteção legal do que a floresta amazônica, o que resultou em um aumento de 43% no desmatamento no ano passado no bioma, em comparação com uma queda de 50% na Amazônia, de acordo com dados do governo.

“O desmatamento para a produção agrícola já eliminou metade da vegetação nativa do Cerrado e, se as tendências atuais continuarem, os ecossistemas dos quais dependem os negócios de soja, gado, cana-de-açúcar e milho no Brasil sofrerão, causando escassez de alimentos em todo o mundo e grandes prejuízos econômicos”, afirma o relatório.

De acordo com o relatório, além de ser uma potência na produção de alimentos, o Cerrado também tem um enorme potencial para a bioenergia – energia derivada de plantas e outros recursos naturais – e já abriga um terço das instalações de biogás do Brasil. Com a bioenergia destinada a desempenhar um papel fundamental no futuro sistema energético global, o relatório descreve como essa indústria pode ser ampliada de forma sustentável no Cerrado, o que poderia abrir oportunidades para o Brasil em mercados em crescimento, como o de combustível de aviação sustentável e hidrogênio verde.

Risco de desmatamento

No entanto, pondera o estudo, há o risco de que isso possa abrir a porta para mais desmatamento e conversão e, portanto, os investimentos devem ser acompanhados de medidas voltadas para a proteção do Cerrado. Segundo o relatório, o novo modelo exigirá maior colaboração entre os setores público e privado e ações de todo o setor de alimentos e de outros setores, incluindo formuladores de políticas, empresas, instituições financeiras e empresas de tecnologia.

“O Cerrado é a maior e mais biodiversa savana do mundo e, por isso, um dos ecossistemas mais importantes do planeta. No entanto, recebe pouca atenção e menos proteção legal do que precisa. Isso resultou em significativa degradação e uso não sustentável da terra, o que representa uma grande ameaça à segurança alimentar de bilhões de pessoas em todo o mundo.”

“Este relatório tem como objetivo iniciar uma discussão muito necessária entre os formuladores de políticas públicas do Brasil, o agronegócio e outros tomadores de decisão sobre como podemos implementar um novo modelo agrícola na região – um que simultaneamente aumente a produção, melhore a biodiversidade e os ecossistemas e proteja as comunidades indígenas e tradicionais do Cerrado”, disse Hurd.

– Jack Hurd, Diretor-Executivo da Tropical Forest Alliance

Com os olhos do mundo voltados para o Brasil, que se prepara para a COP30, o estudo mostra que o país está bem posicionado para se tornar um líder climático, adotando uma nova abordagem equilibrada que apoie o setor agrícola, fundamental para o país e, ao mesmo tempo, proteja o Cerrado.

Para Patricia Ellen da Silva, sócia e chefe do escritório da Systemiq no Brasil, “com a presidência do G20 e a COP30 se aproximando, o país tem uma oportunidade única de se posicionar como líder em ações climáticas, revolucionando a forma como a terra é usada no Cerrado – um dos biomas mais importantes do mundo. Segundo ela, “este é um aspecto central do plano de Transformação Ecológica do Brasil, incluindo alimentos, materiais e energia”.

Informações: Uol.

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