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UFV elabora zoneamento para implantação de florestas na Colômbia

A UFV entregou ao Ministério da Agricultura da Colômbia um projeto de zoneamento florestal para desenvolver a economia da região denominada Orinoquia, na fronteira com a Venezuela. O projeto prevê a substituição de pecuária extensiva por espécies florestais e frutíferas, que, segundo os coordenadores, geram mais emprego, renda e estão de acordo com a exigência mundial de promoção de sequestro de carbono da atmosfera, reduzindo os impactos das mudanças climáticas. O trabalho na Colômbia deve-se ao resultado de uma concorrência internacional vencida pela Universidade.

O zoneamento da região do Orinoquia é parte do Biocarbono, um grande projeto de desenvolvimento patrocinado pelo Banco Mundial com recursos internacionais. O documento foi apresentado à vice-ministra da Agricultura da Colômbia, Aura Maria Rojas, durante um seminário realizado na capital, Bogotá, no dia 21 de novembro.

O projeto é coordenado pelo professor Gleison dos Santos, do Departamento de Engenharia Florestal (DEF), e diretor científico da Sociedade de Investigações Florestais (SIF), que gerencia a parceria da UFV com o governo da Colômbia. Há cerca de um ano, ele e os professores Sebastião Valverde, também do DEF; Júlio Neves e João Carlos Ker, do Departamento de Solos (DPS), e André Luiz Lopes de Faria, do Departamento de Geografia, além de Gabriel Braune, da Universidade Federal do Espírito Santo, trabalharam na elaboração do zoneamento da região. Os especialistas avaliaram as condições de solo e clima para adaptação e implantação de árvores frutíferas, como os cajueiros, e de gêneros florestais já bastante conhecidos e com potencial econômico para a região, como o eucalipto, pinus, bambu e corymbia.

Logo após o seminário, os professores Gleison e André seguiram para uma viagem de campo pela bacia do rio Orinoco, com empresários e técnicos de diversas empresas do setor florestal no Brasil, interessados em conhecer o potencial de negócios na região. Além da implantação de plantios florestais, o projeto de zoneamento prevê a possibilidade de compra, parcerias, arrendamento e fomentos para pequenos produtores colombianos e, futuramente, plantas industriais para a produção de celulose.

Várias pessoas, na maioria homens, posam para a foto em meio ao duas longas fileiras de eucaliptos.

De acordo com o professor Gleison, a Orinoquia é uma região de planícies, com solo e clima muito semelhantes aos do Cerrado brasileiro, o que facilita a adaptação das espécies florestais. Atualmente, a pecuária extensiva é a principal atividade econômica da região, com 0,1 cabeça por hectare; ou seja, é muito pouco produtiva. A bacia do rio Orinoco é formada por três grandes rios, o que favorece ainda o escoamento da produção para exportação. “Tem sido uma experiência para todos nós colaborar com o governo de outro país em uma área na qual a UFV já tem muita experiência e expertise, que é a de florestas plantadas. Temos certeza de que o trabalho também irá ajudar no desenvolvimento econômico daquele país”, disse o professor.

Uma pequena embarcação branca e azul navega por um rio largo de águas calmas. Ao longe, a margem formada por morros baixos.

Defesa internacional

Na mesma expedição à Colômbia, a mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal da UFV Juliana Neves defendeu sua dissertação em Bogotá, com banca formada pelos professores André Faria e César Polanco, da Colômbia. O trabalho teve como tema Zoneamento da área produtiva e recomendação de espécies para plantio florestal comercial na Orinoquia Colombiana .

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FSC®️: aliado na preservação dos biomas brasileiros

Por Paulo Bertolini, diretor-geral da APCER Brasil.

Dados divulgados esse ano pelo MapBiomas, mostram que o desmatamento no Brasil atingiu números alarmantes em 2022, com um crescimento de 22,3%, representando um desafio para a preservação ambiental e a sustentabilidade dos recursos naturais. Os biomas mais afetados são a Amazônia e o Cerrado, que juntos somam mais de 347 mil hectares de área desmatada. Diante desse cenário preocupante, é crucial adotar medidas efetivas para conter esse avanço de destruição.

Uma das ferramentas disponíveis para enfrentar esse desafio é a norma FSC®️ Cadeia de Custódia, criada pela organização sem fins lucrativos Forest Stewardship Council. Esta norma certifica que os produtos adquiridos provêm de florestas geridas com responsabilidade, respeitando a fauna, flora e os povos nativos locais. É um importante instrumento para garantir que cada etapa do processo seja cuidadosamente monitorada, assegurando que a origem sustentável do material e que respeite os direitos das comunidades originárias e dos trabalhadores envolvidos.

Uma das inovações introduzidas pelo FSC®️ é o chamado Direito ao Consentimento Livre, Prévio e Informado (DCLPI), que dá às comunidades indígenas e tradicionais o poder de participarem das decisões referentes ao manejo de suas terras. Isso significa que essas comunidades têm o direito de retirar a concessão de manejo desses territórios, se assim desejarem. Essa medida representa um avanço significativo na proteção dos direitos dessas comunidades e na promoção de práticas sustentáveis.

A adoção da norma FSC®️ não é apenas uma exigência mercadológica, mas também uma questão de ética e honestidade com os consumidores, que estão cada vez mais conscientes da importância de conhecer a origem dos produtos que consomem. A norma não apenas contribui para a preservação dos biomas brasileiros, mas também promove a transparência e a responsabilidade na cadeia produtiva.

Além disso, o FSC®️ trabalha ativamente para prevenir a participação em atividades ilegais e promover a rastreabilidade dos produtos florestais. Isso contribui para evitar a comercialização de madeira proveniente de fontes ilegais, reduzindo os impactos negativos do desmatamento.

Para as organizações interessadas em conquistar a certificação FSC, o processo envolve entrar em contato com um organismo certificador acreditado, que por meio de auditorias, avaliará se a organização cumpre os requisitos estabelecidos. Uma vez certificada, a organização deve manter anualmente as boas práticas para garantir a validade do certificado, que tem uma duração de cinco anos.

Diante da urgência de conter o desmatamento e preservar nossos biomas, a adoção das normas FSC®️, como Cadeia de Custódia e Manejo Florestal, se apresentam como medidas essenciais e eficazes. Ao garantir a origem responsável dos produtos, estamos não apenas protegendo o meio ambiente, mas também promovendo a justiça social e a sustentabilidade econômica. Cabe a todos nós, consumidores e empresas, assumir esse compromisso e contribuir para um futuro mais sustentável para o nosso país e para o planeta como um todo.

*Paulo Bertolini é diretor-geral da APCER Brasil, uma empresa de origem portuguesa, reconhecida mundialmente como um dos principais prestadores de serviços de certificação, auditoria a fornecedores, auditoria interna e treinamento. A organização oferece soluções de valor a instituições de qualquer setor de atividade, permitindo que se diferenciem em um mercado cada vez mais complexo e em constante mudança. Conheça mais sobre os serviços oferecidos em: https://apcergroup.com/pt-br/ 

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