De acordo com a pesquisa, os plantios de florestas de eucalipto podem armazenar grandes quantidades de carbono na biomassa da parte aérea e no solo
De acordo com uma pesquisa coordenada pela Embrapa Cerrados, no Distrito Federal, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), os plantios de florestas de eucalipto são capazes de armazenar grandes quantidades de carbono na biomassa da parte aérea e no solo, bem como as áreas de Cerrado nativo, contribuindo com a mitigação dos gases de efeito estufa (GEE), em especial o gás carbônico (CO2).
Os dados coletados revelaram elevados níveis de carbono em plantios de eucalipto e em uma área de vegetação natural analisados (acima de 183,99 toneladas por hectare – t/ha), acumulado principalmente no solo, demonstrando que a espécie pode contribuir para a fixação de mais de 674,17 t/ha de CO2.
Nesse sentido, as árvores podem atuar como drenos de carbono, fixando grande quantidade de carbono pelo processo de fotossíntese e o alocando na biomassa da parte aérea (tronco e copa), nas raízes e na adição de resíduos orgânicos ao solo. Conforme outras pesquisas já revelaram, de modo geral, as florestas têm papel fundamental não apenas no ciclo do carbono, mas também contribuem para minimizar o aquecimento global reduzindo a circulação de GEE como óxido nitroso (N2O), metano (CH4) e gás carbônico (CO2).
O estudo foi realizado na zona rural do Paranoá (DF) em áreas vizinhas com dois plantios de eucalipto, sendo uma espécie de quatro anos e a outra com seis anos, além de uma área de Cerradão – uma das formações vegetais de Cerrado. O objetivo era quantificar o estoque de carbono e a biomassa por compartimentos em plantios de eucalipto (híbrido Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis) de diferentes idades e estimar – por métodos diretos e indiretos – a biomassa e o estoque de carbono de uma área com vegetação nativa de Cerrado.
CARBONO DAS ÁRVORES
Durante a pesquisa, as espécies nativas demonstraram diferentes capacidades de armazenamento de biomassa e carbono. No eucalipto, a madeira é a parte da planta que mais acumula biomassa e carbono, enquanto nas demais partes, como a casca, folhas e galhos, o acúmulo varia de acordo com as características da área estudada.
Também foi identificado que o estoque de biomassa e o armazenamento de carbono aumentaram com a idade do plantio das árvores. No eucalipto de quatro anos, o carbono e a biomassa acumulados na parte aérea foram respectivamente de 62,1 t/ha (27,5% do total) e 141,1 t/ha, enquanto no plantio com seis anos foram de 81,7 t/ha (37,78% do total) e 189,7 t/ha.
Nas três áreas estudadas, a principal reserva de carbono foi encontrada no solo, que fixou cerca de 68% nas áreas de eucalipto de quatro anos, 58% eucalipto de seis anos e 84% do carbono total de Cerrado nativo. Observou-se ainda que a concentração total de carbono no solo diminui exponencialmente com a profundidade.
Já as raízes tiveram menor contribuição para o armazenamento total de carbono – 4,9 t/ha na área com eucalipto de quatro anos, 1,9 t/ha no eucalipto de seis anos e 3,1 t/ha no Cerrado nativo, considerando uma profundidade de 0 a 60 cm de profundidade, o que representa, respectivamente, 2,16%, 0,88% e 1,68% do carbono total nas áreas analisadas.
A publicação do estudo na íntegra está disponível neste link.
Informações: Portal da Celulose.