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Embrapa termina primeiro ciclo do maior experimento brasileiro em sistemas ILPF

Pesquisa que demorou 12 anos aponta benefícios do ILPF na produção de gado e madeira

Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agrossilvipastoril terminaram o primeiro ciclo do que é considerado o maior experimento brasileiro em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Após 12 anos, o estudo aponta as potencialidades da adoção do sistema ILPF, especialmente, na criação de gado e produção de madeira. 

O experimento foi feito em Sinop (MT) em uma área de 72 hectares. A área foi dividida em  diferentes tipos de integração, além de uma parte só com monoculturas. A estimativa é que nesses anos de experiência o espaço gere 3,568,33 metros cúbicos de madeira, que poderão ser vendidas a um valor de R$ 514 mil.  

Quem esteve à frente dos estudos foi o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, Maurel Behling. Segundo ele, pesquisas anteriores sobre o sistema acabavam sendo contestadas por não seguirem todas as orientações dos métodos científicos. O experimento conduzido por ele e a equipe se diferencia por seguir todos esses critérios. 

“Já existiam muitas experiências com ILPF, mas elas tinham algumas limitações com relação ao respaldo científico. O experimento que tocamos foi feito dentro do rigor estatístico para poder respaldar esses resultados encontrados anteriormente”, enfatiza Behling ao Agro Estadão. 

Terminado o primeiro ciclo com a colheita das árvores, a intenção da Embrapa é continuar com os experimentos, porém com mescla de outra variedade para o cultivo florestal, a teca. Essa árvore tem mais valor no mercado devido ao uso em móveis, porém tem outros aspectos como a diminuição da sombra no período seco e o tempo de maturação, que pode ultrapassar os 20 anos.  

Ganhos para a pecuária

A pesquisa mostrou um aumento de produtividade significativo para a pecuária. Com o sombreamento, o bem estar dos animais foi elevado e isso impactou diretamente no ganho de peso. “Enquanto a média de [ganho de peso] em Mato Grosso na época em que foi concebido o experimento era de quatro arrobas por hectare ano e, nacional, em torno de cinco arrobas por hectare ano, com as integrações conseguimos chegar a até 42 arrobas por hectare ano”, conta o pesquisador. 

Além disso, outros resultados foram confirmados pela pesquisa como:

  • Precocidade no ciclo reprodutivo (quanto mais cedo as fêmeas amadurecem, mas rápido é o ciclo pecuário); 
  • Redução no consumo de água por parte dos bovinos;
  • Melhor peso dos bezerros no período de desmame;
  • Possibilidade de alcançar mercados que exigem carne de baixo carbono.

Outras vantagens

O experimento também constatou outros benefícios com a adoção do sistema ILPF. Um dos destaques que Behling aponta é a minimização dos riscos da atividade agropecuária. Além de ser um sistema de produção mais resilientes às situações cada vez mais frequentes de estiagem, essa forma permite ao produtor diferentes formas de renda. 

“Um ponto interessante é que quando a gente faz essas integrações, o produtor minimiza os riscos diante dessas incertezas, porque aí ele diversifica as suas atividades e receitas e traz uma maior segurança”, acrescentou.

Behling também elencou mais pontos de vantagem do ILPF:

  • Aumento da taxa de infiltração da água no solo;
  • Menor perda de nutrientes;
  • Aumento dos estoques de carbono, seja pela parte aérea das árvores (galhos, folhas e caule) seja pela enterrada (raízes).

Cuidados com implementação da integração lavoura-floresta

Apesar dos bons resultados para o sistema que integra pecuária e floresta, na integração lavoura-floresta o manejo pode ser o diferencial. A pesquisa confirmou o que a cartilha do sistema ILPF preconiza, no qual o momento ideal para a entrada da cultura de grãos é o período inicial, até dois a três anos. 

Porém, como observa Behling, as sombras influenciam posteriormente. “Não tem ganho [de produtividade], como a gente vê na pecuária, porque, realmente, tem o impacto da sombra, que para os grãos é mais expressivo”, afirma o pesquisador. 

Ele também cita um exemplo de quando é possível reincorporar a lavoura dentro do sistema. Quando o pasto precisa passar por algum tipo de reforma, é possível utilizar o espaço para a plantação de algum grão. Porém, para que a lavoura tenha uma produtividade dentro dos padrões normais, um manejo florestal, com a poda das copas, é necessário. 

“Na lavoura, com manejo adequado, o que a gente consegue é retomar patamares [de produtividade] semelhantes à cultura a pleno sol”, complementa.

“Não tem uma receita de bolo”

O pesquisador destaca ainda que esse sistema tem crescido no Brasil, e um reflexo disso é que já não é tão complicado encontrar profissionais com a expertise para fazer o acompanhamento técnico ou implementação do sistema ILPF. Porém, ele lembra que cada propriedade tem suas particularidades e o modelo precisa ser adaptado para essas condições.

“Não tem uma receita de bolo. É preciso ver as características da propriedade antes de fazer uma definição”, diz Behling. “Além disso, a primeira pergunta que tem que ser respondida é qual a finalidade da parte florestal, o mercado que vai ser atendido. Porque isso está atrelado a como essa madeira vai ser colhida lá no final”, orienta. 

Isso também vai impactar a escolha da espécie florestal para ser utilizada. No eucalipto, por exemplo, quando destinado para biomassa de caldeiras ou para celulose, o ciclo de corte é de seis a sete anos. Já se for para uso moveleiro, exige mais tempo, 12 anos no mínimo. Além disso, uma alternativa para pequenos produtores é o uso de algumas espécies que não sejam cortadas posteriormente, mas que gerem uma receita anual, como o pequi e o baru, no Cerrado.

Informações: Agro Estadão.

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Vizinho do Brasil é o país mais florestado no mundo todo

Suriname, um pequeno país vizinho do Brasil, destaca-se globalmente como líder na preservação de suas florestas. Com impressionantes 93% de seu território coberto por áreas arborizadas, o Suriname assume a dianteira na conservação ambiental. Esta conquista não apenas reflete seu compromisso com a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos, como também serve de exemplo para outras nações.

Ao lado do Suriname, a Micronésia também se destaca, com 91% de seu território preservado. Enquanto isso, o Brasil, um gigante sul-americano, figura na 24ª posição do ranking, com 58% de cobertura florestal. Estes números, divulgados pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), sublinham a diversidade de abordagens e desafios enfrentados na conservação das florestas ao redor do mundo.

No entanto, apesar desses exemplos positivos, a situação global das florestas permanece crítica. Desde 1990, aproximadamente 420 milhões de hectares de florestas foram perdidos globalmente, com África e América do Sul especialmente afetadas. A pressão contínua da conversão de terras para agricultura, a exploração ilegal de madeiras preciosas e a expansão urbana continuam a desafiar os esforços de conservação.

Para enfrentar esses desafios, é crucial um esforço conjunto global. Políticas nacionais robustas, regulamentações ambientais rigorosas e iniciativas de restauração de ecossistemas são essenciais para reverter a tendência de perda de florestas. A comunidade internacional precisa intensificar seus esforços para proteger e restaurar esses preciosos recursos naturais, garantindo um futuro sustentável para o planeta Terra.

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Floresta mais antiga da História encontrada num lugar inesperado

Datada há mais de 380 milhões de anos, a floresta mais antiga no mundo ficava em Cairo (Nova Iorque)

Na pequena cidade de Cairo, no estado de Nova Iorque – e não na capital do Egito –, encontra-se a floresta mais antiga do mundo, datada de há 386 milhões de anos.

A descoberta foi realizada em 2019, no fundo de uma pedreira de arenito por investigadores da Universidade de Cardiff, incluindo o paleobotânico Christopher Berry, e publicada na revista Current Biology.

Os cientistas mapearam mais de 3000 metros quadrados desta floresta do período Devoniano. Esta floresta antiga, localizada nas encostas das Montanhas Catskill, no Vale do Hudson, teria se estendido ao longo de cerca de 400 quilômetros.

A floresta era composta por dois tipos principais de árvores: os cladoxylopsida, semelhantes a fetos, e os Archaeopteris, que possuíam troncos lenhosos e folhas verdes achatadas. Uma possível terceira espécie de árvore, que se reproduzia através de esporos em vez de sementes, também pode ter existido na área.

“A descoberta, que revela espécies de plantas diversas que coexistiram no antigo delta de Catskill, desafia as suposições anteriores sobre as preferências de habitat destas plantas primitivas”, explica Christopher Berry em nota de imprensa publicada no EurekAlert.

Um dos achados mais notáveis são os sistemas de raízes complexos das árvores Archaeopteris, alguns estendendo-se por mais de 11 metros de comprimento.

O surgimento de árvores maiores com sistemas de raízes mais complexos iniciou um processo conhecido como “meteorização”, que envolveu a redução do dióxido de carbono da atmosfera.

Esta diminuição nos níveis de dióxido de carbono facilitou um aumento do oxigênio, promovendo a evolução de animais e insetos maiores dentro destas florestas antigas.

Estes são alguns dos primeiros exemplos de uma arquitetura de raiz sofisticada, representando uma evolução significativa em relação às raízes mais simples e não ramificadas de plantas anteriores.

O local também revelou inúmeros fósseis de peixes, sugerindo que a vasta floresta pode ter sido destruída por inundações. Esta descoberta supera a idade da floresta anteriormente considerada a mais antiga, a Floresta de Gilboa, localizada a apenas 40 quilómetros de distância, por entre 2 e 3 milhões de anos.

A mesma equipe de investigação tinha descoberto anteriormente uma enorme floresta tropical fóssil na Noruega, em 2016.

Informações: ZAP.aeiou

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