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Este é mais um ano de recordes para o setor de árvores cultivadas!

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) lança o Relatório Anual 2023, com algumas das principais conquistas nos pilares ambiental, social e econômico.

São plantadas 1,8 milhão de árvores para fins industriais todos os dias. Além de ser o quarto maior contribuinte da balança comercial do agro brasileiro, foram produzidas 25 milhões de toneladas de celulose, seguido de outro desempenho histórico, de 11 milhões de toneladas de papel, e ainda 1,5 milhão de m³ de painéis de madeira de exportação.

O setor apresentou uma exportação recorde de US$ 14,3 bilhões e gerou 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos, segundo dados RAIS & ESG Tech.

O setor planta, colhe e replanta em uma área de 9,94 milhões de hectares, geralmente, em áreas previamente degradadas. Além disso, conserva outros 6,73 milhões de hectares de mata nativa, o que equivale ao Estado do Rio de Janeiro.

O uso inteligente da terra, o respeito à natureza e o cuidado das pessoas possibilitam a construção de um futuro sustentável.

Confira o Relatório Anual da Ibá no link: https://bit.ly/3Gmuffn

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Três Lagoas é o maior produtor de eucalipto do Brasil, diz IBGE

Mato Grosso do Sul tem os quatro maiores municípios produtores de eucalipto do Brasil, segundo levantamento do IBGE

Mato Grosso do Sul tem os quatro maiores municípios produtores de Eucalipto do Brasil. Entre os cinco municípios com as maiores áreas de florestas plantadas do Brasil, quatro estão em Mato Grosso do Sul: Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo, Brasilândia e Água Clara. O município de Selvíria aparece em 7º lugar em área de floresta plantada. A espécie cultivada é o eucalipto seguido por pinus – madeira resultante do reflorestamento.

A área destinada a eucaliptos aumentou de 1.045.765 ha para 1.181.536 ha em 2022, o que faz com que 99,5% da área destinada à silvicultura em Mato Grosso do Sul tenha eucalipto como produção florestal. Isso se deve a demanda das fábricas de celulose instaladas e operando em Três Lagoas, e, em breve, a de Ribas do Rio Pardo, em fase de construção, bem como para atender a demanda da fábrica de celulose que será construída em Inocência. Além disso, parte do eucalipto plantado em Mato Grosso do Sul também abastece uma fábrica de celulose no interior do Estado de São Paulo. 

Juntos, eucalipto e pinus foram responsáveis pela cobertura total das áreas cultivadas em florestas plantadas para fins comerciais no Estado. As áreas de eucalipto somaram 1,18 milhão de hectares. Na indústria de papel e celulose, enquanto o eucalipto serve de matéria-prima para a produção de celulose de fibra curta, utilizada principalmente na fabricação de papéis, como os de imprimir, escrever e para fins sanitários, a madeira do pinus é destinada à produção de celulose de fibra longa, utilizada na fabricação de papel de qualidade superior, que demanda maior resistência.

Área

A área plantada de silvicultura no Estado subiu cerca de 13,2% de 2021 (1.048.485 ha) para 2022 (1.186.894 ha). Mato Grosso do Sul abriga 12,5% da área destinada a silvicultura do país e ocupa a 3ª posição na comparação entre os estados, ficando atrás de Minas Gerais (2.089.969 ha) e São Paulo (1.230.671 ha).

Valor

O Valor da produção florestal de Mato Grosso do Sul atingiu o recorde de R$ 2 bilhões, com alta de 45,1% e produção em 79 municípios. O valor da produção da silvicultura (florestas plantadas) continua superando o da extração vegetal, o que ocorre desde o ano 1998. Verificou-se, em 2022, aumento do valor da produção da silvicultura em Mato Grosso do Sul, que atingiu R$ 1,9 bilhão, o que representa um crescimento de 46,3% em relação ao ano anterior, confirmando a tendência de ampliação no setor que, em 2021, registrou um aumento de 20,3% em relação a 2020.

Produção

No nível municipal, cinco municípios sul-mato-grossenses estão entre os 15 do Brasil com maiores valores de produção na silvicultura. O destaque foi para o município de Três Lagoas, que ocupa a 6ª posição no ranking nacional (em 2021 ocupava a 4ª posição). Em seguida, vem Ribas do Rio Pardo (8º), Brasilândia (9º). Os outros dois municípios estrearam o top 15 em 2022: Selvíria (11º) e Água Clara (13º). Os dados fazem parte de uma pesquisa sobre produção da extração vegetal e da silvicultura, divulgados pelo IBGE, referente ao ano de 2022.

Fonte: RCN67

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Florestas plantadas garantem sustentabilidade e bioeconomia

Um quarto da madeira produzida no Brasil vem de florestas plantadas no Paraná

Em um mundo cada vez mais preocupado com o desenvolvimento aliado à preservação do meio-ambiente, as chamadas florestas plantadas são a parte do setor madeireiro que gera sustentabilidade. As protagonistas da bioeconomia ocupam nove milhões de hectares em todo o país, segundo um levantamento da Indústria Brasileira da Árvore.

As florestas plantadas são cultivadas exclusivamente para a produção dos derivados da madeira. Elas transformam áreas de degradação em polos sustentáveis. O engenheiro florestal e professor universitário, Pablo de Souza, aponta outro fator: as florestas plantadas impactam diretamente no desenvolvimento de uma região.

A estimativa é que para cada dois hectares de florestas plantadas, um hectare de floresta nativa é preservado. Na análise do especialista, falta atenção ao setor florestal dentro da bioeconomia.

Um quarto da madeira produzida no Brasil vem de florestas plantadas no Paraná. Elas estão nas regiões de Guarapuava, União da Vitória, Palmas, General Carneiro, Telêmaco Borba e Ortigueira. Elas são destinadas para o uso comercial. De cada 100 empregos no setor florestal, 16 estão no Paraná. O presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal, Zaid Ahmad Nasser, destaca que os produtos que vêm das florestas plantadas estão mais presentes na rotina do que se percebe.

Além dos produtos, as árvores de florestas plantadas diminuem a dependência do uso de madeira nativa. O presidente aponta que as florestas plantadas podem ser um mecanismo de combate ao aquecimento global.

As empresas associadas à APRE participam de planos, reconhecidos internacionalmente, de monitoramento e prevenção contra incêndios florestais. Nas regiões de florestas plantadas, as estradas rurais são mantidas e dão acesso às equipes de combate às chamas. Outro ponto de atenção é a preservação de fauna e flora.

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As “pedras” edificantes da silvicultura brasileira

Artigo de: Sebastião Renato Valverde[i], Aléxia Penna Barbosa Diniz[ii] e Felipe Corrêa Ribeiro[iii]

Neste pouco mais de meio milênio do Descobrimento, só agora, após 35 anos das políticas de incentivos do período de 1966 a 1988, o Brasil se tornou a potência silvicultural. Apesar da maior floresta tropical do mundo, o país, de florestal mesmo, tinha só o nome oriundo do Pau-Brasil, pois o setor primário produtivo predominante sempre foi a agricultura. Embora hoje o florestal já contribua com parcela mais significativa nos macros indicadores sociais e econômicos do país.

Salta aos olhos ver que o Brasil, outrora detentor de pequenas, poluidoras e ineficientes fábricas de celulose e importador de papel, se tornou, em pouco mais de 60 anos, o segundo maior produtor e primeiro exportador de celulose de fibras curtas e que, em breve, será seguido pelo Mato Grosso do Sul que desbancará países tipicamente florestais (Finlândia e Suécia) que, até a primeira década deste século, foram players neste mercado.

Nesta mesma toada da indústria de celulose, mas não em quantidade e, sim, em qualidade ambiental, o carvão vegetal usado nas siderúrgicas para a termorredução do minério de ferro, que antes da década de 1970, advinha da Mata Atlântica e do Cerrado, a partir deste milênio, praticamente, vem todo de florestas plantadas, tornando o Brasil, orgulhosamente, único país do mundo a produzir ferrogusa, ferroligas e silício metálico com biorredutor renovável e, sabe lá Deus como, a custo competitivo com seus concorrentes internacionais que queimam diariamente milhões de toneladas de carvão mineral.

Além desta diferenciação das siderúrgicas e metalúrgicas brasileiras a carvão vegetal, boa parte das indústrias do país já utiliza biomassa florestal (lenha e cavaco) como insumo energético, propiciando uma produção limpa e sustentável a custo operacional equivalente a um terço do custo quando se usa o mais barato dos derivados do petróleo (óleo BPF).

Assim, enquanto nos países ricos a preocupação com as mudanças climáticas continua no campo da retórica, tendo inclusive aumentado o consumo de carvão mineral e petróleo, no Brasil florestal a descarbonização acontece de fato e de forma consciente e competitiva.

Esta mesma evolução tecnológica e competitiva que ocorreu na produção de celulose, de carvão vegetal e da biomassa energética, também ocorreu para a madeira serrada, para os painéis reconstituídos e para os laminados e compensados que passaram a processar madeira oriunda de plantações florestais.

Apesar de toda esta inigualável e sustentável evolução florestal, a silvicultura brasileira é refém dos excessos burocráticos de regramentos e instrumentos de comando e controle, alguma das vezes fundamentados em críticas mais evasivas do que contundentes, quando não embasados em mitos e crendices. Mesmo reconhecendo que eles, embora tenham dificultado o setor florestal, também foram, por tabela e como efeito colateral, responsáveis pela silvicultura mais evoluída e sustentável do mundo, quando comparado com o que ela foi no início dos incentivos, mesmo tendo seguido o que preconizava a legislação da época.

Sob este aspecto, é fundamental considerar o momento histórico em que a atividade começou seu período de consolidação no Brasil até atingir o patamar atual. Investiu-se não apenas em um projeto florestal, mas sim em um de nação florestal, visando desenvolver a ideia de um País como potência também em reflorestamento, além da vastidão de suas florestas naturais. 

Desta forma, o que de fato aconteceu e que alavancou a silvicultura foi a criação da Política de Incentivos Fiscais ao Florestamento e Reflorestamento (Fiset- FR), em 1966 visando evitar a pressão sobre as matas naturais utilizadas inicialmente para produção de carvão e de madeira serrada. Além desta política, implantou-se o Programa Nacional de Desenvolvimento (PND) na década de 1970, para a formação das grandes siderúrgicas e indústrias de celulose para concorrer com as dos países escandinavos, do Canadá e dos EUA.

Praticamente, o setor florestal brasileiro (SFB) se metamorfoseou com a política do Fiset-FR e do PND. Os poucos reflorestamentos de antes visavam atender a demanda de dormentes e energia para o transporte ferroviário, de taninos para os curtumes e de borracha para as indústrias de pneumáticos.

Os gêneros florestais que mais se destacaram com a política foram Pinus e Eucalyptus, devido a taxa de crescimento, a boa qualidade da madeira e a adaptabilidade ao clima e ao solo das regiões sul e sudeste. Mesmo assim, os reflorestamentos implantados neste período apresentavam baixas produtividades comparadas com as atuais, decorrência da falta de conhecimento e pesquisa sobre a cultura, na escolha das espécies e nas técnicas de implantação, além de falhas na política, na legislação, na fiscalização etc. Mesmo assim, felizmente, estes gêneros se adaptaram tão bem no Brasil e, graças ao avanço tecnológico, apresentam produtividades até dez vezes maiores que as dos competidores internacionais.

Este rápido crescimento das plantações florestais confere ao país uma vantagem competitiva invejável devida, além da tecnologia silvicultural e condições edafoclimáticas, mas também a vasta extensão territorial, mão-de-obra, infraestrutura e capacidade gerencial produtiva. Isso transformou o país em uma potência produtiva apta a exportar, não apenas os produtos da silvicultura, mas a atividade intelectual por trás dela.

Apesar destas virtudes, no entanto, naturalmente alguns erros ocorreram. Dado o desconhecimento com relação à atividade de silvicultura da época, tiveram-se algumas falhas perdoáveis. Plantaram-se espécies florestais incompatíveis com as condições edafoclimáticas da região e para a destinação da madeira. Além disso, do ponto de vista da produção florestal, dada a sua natureza de longo prazo, baixa rentabilidade, limitada atratividade financeira, baixa relação entre preço e peso específico da madeira, bem como a necessidade de um investimento inicial substancial, as empresas se viram obrigadas a estabelecer grandes extensões de áreas florestais, como reflexo legal do autossuprimento.

Além destes problemas técnicos e econômicos, a partir da década de 1980 as questões ambientais e sociais ganharam força, impactando o setor primário. Nos aspectos ambientais associaram ao reflorestamento, principalmente com o gênero Eucalyptus, o consumo exagerado de água e consequente redução do nível do lençol freático, o empobrecimento do solo, o afugentamento da fauna e a contaminação do ambiente pelo uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos.

Nos sociais, os maciços florestais dificultavam a coexistência e proximidade de outros produtores e consumidores de madeira, eliminando as possibilidades de concorrência e ajustes nos preços dado o monopólio natural das empresas nas suas regiões de atuação, tornando a atividade menos valorizada e eliminando o interesse dos produtores rurais em investir nos projetos de reflorestamento. 

Embora inevitáveis, dado o obscurantismo da época, com o avanço tecnológico e o domínio da ciência e das práticas silviculturais, tais problemas e impactos do passado foram solucionados ou, no mínimo, minimizados. Agora, com o know-how adquirido é possível replicar em outras regiões ou países a política de incentivos ao reflorestamento de forma sustentável, sem as consequências apontadas no passado.

Hoje, há quase seis décadas de avanços das pesquisas pós Fiset-FR e PND, conhece-se não só as melhores espécies florestais para cada situação edafoclimática e destinação da madeira, mas também “cria-se” clones para dadas circunstâncias ou objetivos.

Aparentes problemas ambientais atrelados ao reflorestamento, sobretudo na relação solo-água-planta, embora controversos, já são contornados por técnicas de manejo. Atualmente as empresas buscam minimizar e tornar o uso de defensivos e fertilizantes cada vez mais eficientes, além de ter os seus maciços florestais ladeados de áreas protegidas com matas naturais, seja de Reserva Legal (RL), de Preservação Permanente (APP) e as de corredores ecológicos. Há também o monitoramento constante das bacias hidrográficas, a construção de barraginhas nas propriedades visando aumentar a infiltração das águas de chuvas e preservar as nascentes e o nível do lençol freático.

Os avanços da ciência do solo possibilitam as operações da implantação e manutenção florestal de mínimo impacto e a redução no consumo de fertilizantes com o aumento na produtividade das florestas. Isso porque a gestão florestal por meio dos programas nutricionais leva em consideração as condições dos sites, a expectativa de produtividade e a espécie a ser plantada.

Além dos mosaicos de paisagens das áreas de plantio junto das de proteção, o ordenamento territorial, a regulação e a definição da rotação florestal permitem a melhor condução da floresta.  As operações florestais, principalmente a implantação e a colheita/transporte, que outrora ocorriam intensivamente em curto espaço de tempo, agora é diluída ao longo dos anos da rotação/ciclo florestal.

O retorno da fauna é mais um aspecto positivo associado ao reflorestamento. Por se estender por um longo período, durante a fase de manutenção florestal, que ocorre após o plantio e antes da colheita/transporte, as áreas em questão vivenciam uma reduzida movimentação de máquinas e pessoas. Isso faz com que essas áreas, juntamente com as protegidas (APP e RL) e corredores ecológicos integrados ao reflorestamento, tornem-se verdadeiros refúgios para a fauna.

Outras críticas ferrenhas associadas aos reflorestamentos referem-se à contaminação dos solos e da água devido ao uso excessivo e indiscriminado de defensivos químicos. Acontece que avanços tecnológicos e de manejo do controle e do combate a pragas, doenças e matocompetição foram marcantes e hoje, inclusive, algumas pragas são eliminadas pela técnica do controle biológico.

A proteção contra pragas, doenças e plantas daninhas são preocupações monitoradas constantemente dado que comprometem o investimento florestal. Quando inevitável, o uso dos agrotóxicos é a opção que resta para os reflorestamentos, considerando a segurança em sua aplicação e os cuidados com a água, solo e comunidades do entorno. A aplicação deles segue orientações técnicas e legislação específica, além de serem considerados sua seletividade, efeito residual e mecanismos de ação. As embalagens dos defensivos, a limpeza e manutenção de aplicadores e a proteção da equipe são preocupações rigorosas nas empresas. Outro ponto positivo é, novamente, o mosaico de plantações com as áreas protegidas que garantem uma faixa de proteção ao defensivo aplicado.

Do ponto de vista dos impactos sociais, o problema está mais relacionado com à dificuldade de inclusão do produtor rural na atividade florestal do que à geração de empregos. A atividade florestal, por sua própria natureza e mais que a agricultura, é intensiva em trabalho mesmo quando praticada em áreas planas onde é possível mecanizar quase todas as grandes operações, exceto a fase do plantio.

Até o Fiset-FR, poucos empregos eram gerados. Além disso, não havia interesse por parte dos produtores rurais de investir em projetos de reflorestamento, devido ao hiato sobre a economia e o mercado de madeira, a possível baixa rentabilidade, ao longo prazo de maturação e aos riscos e incertezas inerentes a quaisquer atividades de longo prazo.

Devido à inexistência de um mercado de madeira sob competição perfeita, circunstancialmente o setor florestal brasileiro (SFB) cresceu-se de forma concentrada e verticalizada. Ele se resumia em poucas e grandes indústrias de celulose e painéis que se responsabilizaram pelo plantio de suas próprias matérias primas florestais. Mas, independentemente a tudo isso, graças a esta política, o Brasil é respeitado mundialmente no mercado florestal e, praticamente, único que se dá ao luxo de ter a madeira de plantações na matriz energética industrial.

Assim, considerando que o SFB é referência no mundo por suas empresas certificadas por padrões internacionais ISOs e FSC, além de terem internalizados os conceitos de ESG e mostrando uma alta dedicação com o dever de casa da sustentabilidade social, econômica e ambiental, é inegável que as críticas são recebidas com sabor amargo. Ainda assim, os técnicos, os pesquisadores e professores, quando informados delas, jamais se eximiram de buscar entendê-las, debruçando sobre elas até desvendá-las e solucioná-las.

Em que pese certa revolta com as críticas, não tem dúvidas de que o SFB cresceu e ficou melhor, mas cabe questionar que, se elas fossem menos ácidas e mais moderadas, o setor seria ainda mais forte? Principalmente para as siderúrgicas e metalúrgicas a carvão vegetal. Talvez a sustentabilidade da produção já teria ganhado os devidos créditos. Afinal, que país do mundo tem condições de produzir ferrogusa, ferroligas e silício metálico sustentável?

De qualquer forma, justas ou não, elas não podem travar o progresso, sobretudo num país carente como o Brasil. Há gente esperando uma mínima oportunidade de emprego que poderia ser criada caso não houvesse tanto obstáculo ao progresso florestal. Por todos os defeitos que o nascedouro da silvicultura possa ter, foi fundamental ela ter nascido. Nenhuma cidade e região ficou pior com a silvicultura. Que o diga as regiões carentes e que tinham os piores IDHs antes dela, como no norte do Espírito Santo, no sul da Bahia, no Jequitinhonha e Norte de Minas, em Imperatriz no Maranhão, e no leste do Mato Grosso do Sul.

Tudo isso explica uma certa indignação contra a criação e promulgação de leis municipais que pipocam no Brasil proibindo indiretamente o plantio de eucalipto e embargando às suas colheitas via ações civis públicas embasadas em críticas sanadas pelo setor, mas ainda abraçadas pela Justiça.

Há de saber que, assim como os plantios de soja, milho, feijão e arroz são para produzir grãos e a cana-de-açúcar para etanol e açúcar sob “pivô central”, o pinus e o eucalipto são para produzir fibras sob “balde d´água”. Entretanto, sem demérito e hipocrisia à agricultura, a questão é saber se tais grãos e a cana-de-açúcar produziriam viavelmente nas condições de solo e clima adversos em que estas espécies florestais sobrevivem e produzem eficientemente.

Óbvio que culturas agrícolas são indispensáveis, mas não há como ignorar a necessidade das florestais em nossa vida. Não queira imaginá-la sem os papéis tissues, principalmente o higiênico (famoso PH) que tiveram suas demandas e as das embalagens alavancadas com a pandemia do covid.

As políticas direcionadas ao setor de floresta plantada ainda não lograram em pacificar a relação setor florestal com populações e grupos locais, o que gera a judicialização das pautas associadas ao setor, sem que haja a resolução de conflito de modo a equilibrar o interesse das partes. O conflito e a judicialização do mesmo mostram-se barreiras ao avanço da atividade florestal no Brasil e trazem desafios para os profissionais da área além dos problemas cotidianos impostos pela atividade. Questões legais e políticas passam assim a ter a mesma importância que os problemas técnicos e operacionais.

Não se trata de endeusar a silvicultura ou tratá-la como grande vilã, mas sim sobre saber que ela é derradeira para regiões montanhosas e áreas degradadas preteridas pela agricultura, gerando emprego e renda sem concorrer com a produção de alimentos. Tem-se a consciência de que as plantações florestais mal manejadas são tão ruins quanto as pastagens degradadas que elas substituíram, mas aí o problema não é com as plantas e, sim, com o homem.

Enfim, as plantações florestais foram introduzidas no Brasil para diminuir o consumo da madeira nativa e para potencializar o desenvolvimento da celulose e das regiões carentes da época. O eucalipto não veio para cá com vontade própria e nem veio direto da Oceania. Fez conexão em Portugal em meados do séc. XIX onde foi experimentado antes de vir para cá no início do séc. XX. E aqui, foi plantado para produzir madeira e, não para produzir água, nem alimentos ou enriquecer o solo, embora, se bem manejado, pode aumentar o nível do lençol freático, virar refúgio de fauna e melhorar as condições físicas e químicas do solo.

É paradoxal saber que muitos dos que criticam às plantações das exóticas sugerindo plantio de espécies nativas, são os que apoiam a criação de leis tornando imunes de corte as espécies nativas potenciais, tal como a araucária que poderia, guardada as devidas proporções de crescimento, substituir o pinus.

Finalmente, não que o setor florestal brasileiro seja masoquista, mas há que reconhecer que as “pedradas” que recebeu no caminho e as políticas do Fiset-FR e do PND os fizeram pujante.


[i] Professor Titular do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa (DEF/UFV), valverde@ufv.br.

[ii] Alexia Penna Barbosa Diniz, Bacharela em direito pela Universidade Federal de Viçosa e mestranda no DEF/UFV, alexia.diniz@ufv.br

[iii]Felipe Corrêa Ribeiro, Engenheiro Florestal, Mestre e Doutorando em Ciências Florestais na Universidade Federal de Viçosa.  felipe.c.ribeiro@ufv.br

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Navigator quer mais área para plantação de eucalipto em Portugal

António Redondo apela à ajuda de todos neste desígnio de “valorizar uma espécie única de que Portugal se pode e deve orgulhar”.

O presidente executivo (CEO) da Navigator, António Redondo, defendeu esta segunda-feira o aumento da área para a plantação de eucalipto em Portugal, de forma a garantir a sustentabilidade da empresa.

“Para continuarmos a ser sustentáveis precisamos de ter mais floresta plantada de eucalipto”, disse o gestor, durante as comemorações dos 70 anos da fábrica da Navigator em Cacia, Aveiro.

No seu discurso, António Redondo disse que é preciso “desmistificar aquilo que as pessoas pensam acerca da espécie, condenando-a por desconhecimento”. E apelou à ajuda de todos neste desígnio de “valorizar uma espécie única de que Portugal se pode e deve orgulhar”.

Questionado pela Lusa sobre este assunto, o gestor não quis alongar-se, mas fonte da empresa disse que, atualmente, há um défice de matérias-primas florestais como o eucalipto, pinheiro e sobreiro, que no futuro vai ter consequências na indústria da celulose.

A expansão de eucaliptais tem sido vista pelos ambientalistas e alguns partidos políticos como um dos problemas que tem contribuído para os incêndios florestais em Portugal, levando o Governo a criar condicionantes à plantação ou replantação de eucaliptos.

O presidente executivo da Navigator anunciou ainda para o primeiro semestre de 2024 a entrada em funcionamento de uma unidade, na fábrica de Cacia, para a produção integrada de peças de celulose moldada de eucalipto para a indústria alimentar.

“Vamos contribuir por isso para a desplastificação”, referiu o mesmo responsável, acrescentando que esta unidade vai produzir 100 milhões de embalagens por ano destinadas a substituir embalagens de plástico no mercado do ‘food service’ e ‘food packaging’.

Em 23 de julho de 1953 iniciou-se a produção na fábrica de Cacia da então Companhia Portuguesa de Celulose (CPC), antecessora da The Navigator Company.

Atualmente, o complexo industrial de Cacia integra uma central de cogeração a biomassa associada à fábrica de pasta e uma central termoelétrica de biomassa para a produção de energia renovável.

De acordo com dados da empresa, em 2022 saíram deste complexo industrial perto de 200 mil toneladas de pasta de papel e cerca de 50 mil toneladas de ’tissue’ (utilizado em papel higiénico, lenços de papel ou papel de cozinha) para mais de 40 países em todo o mundo.

A Navigator é a terceira maior exportadora em Portugal e a maior geradora de Valor Acrescentado Nacional, representando aproximadamente 1% do Produto Interno Bruto nacional, cerca de 3% das exportações nacionais de bens, e mais de 30 mil empregos diretos, indiretos e induzidos.

Em 2022, a The Navigator Company teve um volume de negócios de 2,465 mil milhões de euros. Mais de 80% dos produtos do grupo são vendidos para fora de Portugal e têm por destino aproximadamente 130 países.

Fonte: Diário de Notícias

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Programa Aliança da Veracel oferece rentabilidade e segurança aos produtores rurais

Programa de parcerias da Veracel Celulose oferece apoio técnico e financeiro no plantio de eucalipto

Aliar competitividade a boas práticas socioambientais é uma questão de extrema importância para o agronegócio. Para a Veracel Celulose, conquistar esse equilíbrio é motivo de orgulho. O programa de parcerias florestais da companhia, chamado Programa Aliança, gera valor para o Sul da Bahia, território onde a empresa está instalada há 32 anos, oferendo uma oportunidade de negócio segura aos produtores rurais da região, com alta expertise técnica e práticas de manejo pautadas por sustentabilidade, ética e integridade.

Por ser realizado por uma empresa que já possui uma trajetória de três décadas de atuação e uma estrutura robusta na região da Costa do Descobrimento (BA), com operação em 11 municípios, além de parcerias no Vale do Jequitinhonha (MG), o Programa Aliança é uma opção de negócio segura para os produtores rurais que desejam produzir eucalipto e diversificar seus negócios.

Apenas em 2022, o investimento da Veracel na região Sul da Bahia e no Vale do Jequitinhonha (MG) no Aliança foi de R$ 72 milhões. A meta da empresa é fechar este ano de 2023 com um investimento aproximado de R$ 136 milhões no território.

Atualmente, cerca da metade da madeira utilizada como matéria prima pela Veracel é proveniente de parceiros florestais da empresa. Além da renda por um longo período e da compra garantida da produção do eucalipto, o programa Aliança da Veracel promove rigor no manejo e alta tecnologia, ações aliadas ao cuidado com a terra, as pessoas, o meio ambiente e a preservação do patrimônio. São 111 produtores rurais, distribuídos entre 11 municípios da região sul da Bahia e do Vale do Jequitinhonha (MG), que vendem eucalipto para Veracel, sendo que alguns já são parceiros há mais de 20 anos, ou seja, três ciclos de plantio.

José Henrique do Nascimento Junior, gerente de Negócios e Administração de Terras da Veracel, ressalta que o programa é uma via de mão dupla, com impactos positivos tanto para a empresa como para produtores rurais com propriedades de diferentes dimensões. “Para quem é nosso parceiro, a participação no Programa Aliança garante liquidez, rentabilidade e segurança, com renda por um longo período e compra garantida da produção. Tudo isso aliado ao cuidado com a terra, o meio ambiente e a preservação do patrimônio, além de assistência técnica especializada para o produtor parceiro”, destaca.

O programa disponibiliza hoje cinco modalidades de negócio para atender aos diferentes perfis de produtores: Arrendamento de Terra; Fomento; Compra de Terra; Compra Futura da Madeira de Eucalipto; e a modalidade mais recente de todas, o modelo de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Abaixo, você pode conhecê-los melhor:

• Arrendamento de terra: arrendamento total ou parcial da sua terra. A Veracel se responsabiliza por todas as operações – do plantio de eucalipto à colheita. O produtor receberá mensal ou anualmente o valor combinado, em um período previamente acordado e por, no mínimo, sete anos.

• Fomento: plantio de eucalipto na terra do produtor, com o fornecimento de mudas e adiantamento financeiro para o plantio ao longo do ciclo. Garantia de renda intermediária, apoio técnico e compra da madeira ao fim do contrato.

• Compra de terra: avaliação da possibilidade de comprar a terra do produtor, caso ele queira se dedicar a outra atividade.

• Compra futura da madeira de eucalipto: compra do plantio de eucalipto do produtor. Essa modalidade é para quem quer cultivar eucalipto com os próprios recursos e a própria tecnologia, tendo a garantia de venda da madeira no futuro.

• Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): Permite a produção de eucalipto em sinergia com outras culturas. Essa modalidade pode ser realizada tanto pelo modelo de arrendamento, quanto pelo modelo de fomento. Na modalidade ILPF, durante um ano, enquanto o eucalipto está em fase de crescimento inicial e o gado não pode circular pela plantação, a Veracel arca com o arrendamento de 100% da propriedade.

Os interessados podem entrar em contato com a Veracel Celulose para o levantamento das informações sobre sua propriedade rural e para verificar se ela está apta ao plantio de eucalipto. A propriedade deve estar localizada nos municípios do Sul da Bahia (De Vitória da Conquista a Teixeira de Freitas).

A Veracel oferece um canal específico para esse atendimento pelo WhatsApp (73) 99818-9999 ou pela página do Programa Aliança, localizada no site da companhia, espaço onde estão também mais informações e detalhes do programa.

Sobre a Veracel

A Veracel Celulose é uma empresa de bioeconomia brasileira que integra operações florestais, industriais e de logística, que resultam em uma produção anual média de 1,1 milhão de toneladas de celulose, gerando mais de 3,2 mil empregos próprios e de terceiros, na região da Costa do Descobrimento, sul da Bahia e no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Além da geração de empregos, renda e tributos, a Veracel é protagonista em iniciativas socioambientais no território. O ranking Great Place to Work (GPTW) validou a Veracel como uma das melhores empresas para trabalhar do Brasil pelo 5º ano consecutivo.

Além dos mais de 100 mil hectares de área protegida ambientalmente, é guardiã da maior Reserva Particular do Patrimônio Natural de Mata Atlântica do Nordeste brasileiro.

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