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Fim do desmatamento ilegal diminuiria pela metade as emissões de carbono no Brasil, afirma André Guimarães, da Coalizão Brasil

Membro de rede de empresas e ONGs destacou que mudanças climáticas impõem desafios à produção de alimentos no país

Para liderar as discussões na Conferência do Clima (COP 30), que ocorrerá em novembro em Belém, o Brasil precisa ser exemplar no cumprimento de seus compromissos climáticos — entre, eles o combate efetivo ao desmatamento ilegal. A avaliação foi feita por André Guimarães, membro do Grupo Estratégico da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, durante o evento “COP 30 Amazônia”, realizado pelos jornais “O Globo” e “Valor Econômico” e pela rádio CBN.

O painel “COP 30 – Momento decisivo para o enfrentamento da crise climática global”, realizado nesta quinta-feira, reuniu Guimarães, o governador do Pará, Helder Barbalho, o pesquisador da USP Paulo Artaxo e Rafaela Guedes, senior fellow no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).  

“Noventa por cento do desmatamento (no Brasil) é ilegal. Então, se combatermos o crime, resolvemos quase metade do problema das emissões brasileiras”, destacou Guimarães, que também é diretor executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

O especialista abordou, ainda, os desafios que a mudança do clima impõe à produção de alimentos no país. “Historicamente, temos uma distribuição correta de chuva. Chove quando tem que germinar o grão, e para de chover quando tem que colher. Mas a atual desorganização do ciclo natural de chuvas, consequência do desmatamento, coloca a segurança alimentar do planeta em risco. Nesse cenário, a floresta, a vegetação nativa, passa a ser um fator de produção, e não um obstáculo a ser vencido para fazer agricultura.”

Brasil sem desmatamento

Em março, a Coalizão Brasil lançou o documento “Brasil sem desmatamento: 12 propostas integradas para a conservação e o desenvolvimento sustentável”, em que elencou uma série de medidas para zerar o desmatamento ilegal e outras seis medidas para desestimular o desmatamento legal. Entre as ações recomendadas estão a  implementação efetiva do Código Florestal, a promoção da rastreabilidade nas cadeias produtivas, o controle das queimadas e o combate ao crime organizado na Amazônia. Conheça o documento aqui.

Sobre a Coalizão

Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura é um movimento composto por mais de 400 organizações, entre entidades do agronegócio, empresas, organizações da sociedade civil, setor financeiro e academia. A rede atua por meio de debates, análises de políticas públicas, articulação entre diferentes setores e promoção de iniciativas que contribuam para a conservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.

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“Brasil pode ser o primeiro país carbono negativo”, diz Capobianco 

Ministro substituto da pasta do Meio Ambiente afirma que país pode atingir níveis otimistas para o equilíbrio ambiental

O ministro substituto do Meio Ambiente e Mudanças ClimáticasJoão Paulo Ribeiro Capobianco, afirmou que o Brasil pode ser o primeiro país a se tornar “carbono negativo” a partir dos recursos ambientais dispostos.

“O Brasil não apenas pode se tornar o primeiro país a se tornar carbono neutro, como ele pode se tornar o primeiro país a ser carbono negativo. Se nós soubermos utilizar o nosso potencial de reduzir emissões que está ao nosso alcance, nós temos a matriz elétrica mais limpa do mundo, temos a matriz energética entre as mais limpas do mundo. Ou seja, nós já fizemos muito da nossa agenda. Todo o nosso etanol, o nosso biocombustível, toda a nossa geração de renováveis”, analisou.

A fala foi dirigida a todos os presentes no evento COP30 Business Forum, promovido pela Amcham Brasil, em São Paulo, na sexta-feira (28/03).

Atingir a meta de carbono negativo é uma ação que se refere a remoção de mais carbono da atmosfera do que é emitido pelo país. É uma meta que contribui para a redução dos gases do efeito estufa e praticada por grandes corporações no mundo.

Capobianco ainda fez um paralelo de que os investimentos governamentais são importantes, mas é necessário que o setor privado “tenha interesse” para que as mudanças necessárias sejam aplicadas, principalmente em 2025, ano da COP30 no Brasil.Play Video

“Nós não temos como movimentar a economia rumo à neutralidade de emissões sem que o setor privado, de fato, embarque definitivamente, estruturalmente, agressivamente nesse campo (sustentabilidade)”, disse.

“São transformações complexas, o setor privado para fazer as mudanças necessárias precisa de recursos para investir, mas não basta recurso. É necessário, antes de tudo, um compromisso, um interesse”.

Informações: CNN Brasil.

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Pesquisa revela 60 novas espécies de insetos no Brasil

Os psilídeos, conhecidos popularmente como “piolhos-de-planta saltadores”, desempenham papéis importantes nos ecossistemas

Uma pesquisa recente realizada pela Embrapa, em parceria com cientistas internacionais, identificou 60 novas espécies de insetos em diversos biomas do Brasil, como a Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado.

O estudo, publicado na revista Zootaxa, amplia o conhecimento sobre esse grupo de insetos e destaca a importância de ações voltadas à conservação da biodiversidade.

Novas espécies de insetos

Novas espécies de insetos
Foto: Divulgação/Embrapa

Os psilídeos, conhecidos popularmente como “piolhos-de-planta saltadores”, desempenham papéis importantes nos ecossistemas. Algumas espécies são utilizadas para o controle de plantas invasoras, enquanto outras podem servir como indicadores da qualidade ambiental ou até serem incluídas em listas de espécies ameaçadas.

Com as novas descobertas, o Brasil se consolida como um dos principais focos de diversidade dessa família de insetos na América do Sul.

O estudo, que se estendeu por mais de dez anos, envolveu a coleta de amostras em cerca de 50 unidades de conservação espalhadas por 15 estados brasileiros, entre 2011 e 2021.

A pesquisa utilizou técnicas avançadas de identificação, como sequenciamento genético e análise detalhada da morfologia dos insetos. A equipe conseguiu identificar uma nova espécie de Klyveria e 59 novas espécies de Melanastera, o que revela uma biodiversidade muito mais rica do que se imaginava.

Insetos no Brasil
Foto: Divulgação/Embrapa

Os psilídeos são insetos pertencentes à superfamília Psylloidea (Hemiptera), que inclui sete famílias e mais de 4.000 espécies descritas mundialmente. Muitas vezes confundidos com pulgões, os psilídeos se diferenciam por suas patas adaptadas para saltar e pelo exoesqueleto mais robusto, rico em quitina, o que lhes confere maior resistência.

Algumas espécies desses insetos, como o psilídeo da erva-mate (Gyropsylla spegazziniana), são pragas nativas, enquanto outras, como Diaphorina citri e Ctenarytaina spatulata, foram introduzidas no país nos últimos anos.

A descoberta dessas novas espécies sublinha o potencial ainda pouco explorado da biodiversidade brasileira e ressalta a necessidade de investimentos em pesquisa e conservação.

A pesquisadora Dalva Queiroz, da Embrapa Florestas, destaca que cada nova espécie descoberta contribui para uma compreensão mais aprofundada dos ecossistemas e da importância de proteger o patrimônio natural do Brasil.

Informações: AGRO2.

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Mercado de carbono no Brasil: uma nova era para o agronegócio

*Artigo de Ivan Pinheiro.

A recente aprovação da Lei de nº 15.042/2024, que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, representa um marco significativo para a sustentabilidade no país. Com a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), o Brasil se posiciona como protagonista no cenário global de combate às mudanças climáticas, promovendo um ambiente propício para a inovação e a geração de novas fontes de receita.

Um dos pilares dessa nova legislação é a Lei do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), sancionada em 2021, que permite aos proprietários rurais serem remunerados por manter áreas de preservação em suas propriedades. O Código Florestal Brasileiro já estabelece que os produtores rurais devem manter uma porcentagem de suas terras como áreas de preservação permanente e reservas legais, variando de 20% a 80% da propriedade, dependendo da região. Com a implementação da PSA, essas áreas, antes vistas apenas como passivos ambientais, podem se transformar em ativos financeiros por meio da comercialização de créditos de carbono.

Com essas duas legislações – SBCE e PSA -, o Brasil estabelece um mercado regulado onde as emissões de gases de efeito estufa (GEE) podem ser monitoradas e comercializadas. Isso significa que, produtores rurais que mantêm suas reservas legais e geram créditos de carbono, podem vender esses créditos a empresas que buscam compensar suas emissões. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 61% das propriedades rurais no Brasil possuem áreas destinadas à preservação, o que representa um potencial significativo para a geração de créditos de carbono.

A monetização das reservas legais e áreas de preservação permanente não apenas recompensa os produtores por seus esforços de conservação, mas também incentiva a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis. Isso contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa e fortalece a imagem do agronegócio brasileiro como líder em sustentabilidade. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que o mercado de carbono tem o potencial de gerar R$ 50 bilhões de receita adicional para os produtores até 2030.

Além disso, há empresas especializadas imprescindíveis nesse processo, auxiliando os produtores na quantificação do estoque de carbono em suas propriedades, na certificação desses créditos e na intermediação da venda no mercado. São plataformas desenvolvidas para oferecer suporte na implementação de estratégias que promovem a sustentabilidade nas fazendas, como a recuperação de áreas degradadas, o plantio de florestas comerciais e a adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).

A regulamentação do mercado de carbono no Brasil é uma resposta às exigências globais por ações climáticas e uma oportunidade para o agronegócio brasileiro. Com a implementação da SBCE e o fortalecimento da lei do PSA, o país tem a chance de liderar um movimento em direção à sustentabilidade econômica e ambiental.

A combinação das reservas legais com a possibilidade de comercialização dos créditos de carbono cria um ciclo onde todos ganham: o meio ambiente é protegido, os agricultores são recompensados por suas práticas sustentáveis e o Brasil se posiciona como um líder em soluções climáticas inovadoras. O futuro do agronegócio brasileiro está intrinsecamente ligado à sua capacidade de se adaptar e prosperar dentro desse novo paradigma econômico sustentável.


*Ivan Pinheiro é diretor da RDG Ecofinance e criador do aplicativo Carbono Neutro.

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Ibá e Arapyaú firmam parceria em prol da restauração florestal no Brasil

Entidades assinam termo de cooperação para fomentar a nascente economia da restauração e reflorestamento de espécies nativas

São Paulo, março de 2025 – A Ibá, entidade que representa a indústria de árvores cultivadas, e o Arapyaú, instituto de fomento de iniciativas que promovam o desenvolvimento inclusivo e sustentável, assinaram termo de cooperação para atuar em prol da nascente economia da restauração e silvicultura de nativas no país.

O Brasil pretende reduzir suas emissões líquidas de gases de efeito estufa em até 67% até 2035, tomando como referência os níveis de 2005. Ademais, o país reforçou em sua NDC (compromissos assumidos no Acordo de Paris, em 2015) a meta do Planaveg (Plano Nacional de Vegetação Nativa) de restaurar 12 milhões de hectares de terra. Para atingir esse objetivo, o Brasil precisará investir R$ 228 bilhões, segundo estimativa do Instituto Escolhas. Mas esse investimento pode ter como retorno a geração de R$ 776,5 bilhões em receita líquida considerando a venda de créditos de carbono e produtos florestais.

A parceria entre Ibá e Arapyaú tem por objetivo o desenvolvimento de ações conjuntas destinadas à aceleração dessa agenda. Entre as ações estratégicas previstas, estão a mobilização do setor privado pela construção de mercados de carbono, de produtos madeireiros e produtos não madeireiros, o compartilhamento de conhecimentos e desafios operacionais e o fomento às discussões e ações para destravar recursos e incentivos.

O Instituto Arapyaú acumula anos de experiência promovendo a agenda pró-natureza a partir de uma perspectiva integrada entre pessoas, economia e clima, atuando em temáticas emergentes que conectem esses pontos — entre elas, a de restauração florestal. “Atuamos com atores da sociedade civil, da filantropia, da academia e dos setores público e privado pelo fomento de redes transformadoras e pela implementação de iniciativas estruturantes que promovam soluções sistêmicas e escaláveis. Será um enorme prazer exercer essa expertise em parceria com a Ibá para impulsionar a agenda de restauração florestal no país”, diz Renata Piazzon, diretora-geral do Instituto Arapyaú.

Representando há mais de uma década o setor de árvores cultivadas para fins industriais, a Ibá, por sua vez, foi procurada em 2024 por empresas dedicadas à restauração de nativas que buscavam somar forças a um setor que já possui notável trajetória de preservação, assim como de manejo florestal sustentável, modelo para o mundo quando se pensa em cultivo com responsabilidade ambiental.

“A indústria de árvores cultivadas está pautada em um modelo de bioeconomia em larga escala, atuando em uma lógica integradora, sistêmica e circular, da árvore ao pós-uso do produto, gerando uma gama de benefícios climáticos. Hoje o setor planta 1,8 milhões de árvores por dia, além de preservar 6,9 milhões de hectares de mata nativa, uma extensão superior ao estado do Rio de Janeiro”, diz Paulo Hartung, presidente da Ibá. “Essa parceria surge em momento oportuno. Existe hoje um crescente interesse da sociedade em valorizar produtos nativos e nacionais provenientes de uma produção sustentável. Ao mesmo tempo, as economias do mundo se comprometem, entre avanços e retrocessos, com metas para reduzir emissões de carbono.”

O termo prevê um diálogo aberto entre as entidades para alinhamento e complementação das ações, mantendo as melhores práticas de parceria para o desenvolvimento de uma economia próspera e sustentável.

Sobre o Arapyaú

O Instituto Arapyaú é uma organização filantrópica brasileira que fomenta e incuba redes e iniciativas estruturantes para promover o desenvolvimento justo, inclusivo e de baixo carbono do país.  Visamos a promoção de uma agenda de natureza a partir de uma perspectiva integrada entre pessoas, economia e clima, atuando em temáticas emergentes que conectem esses pontos, como a bioeconomia e a restauração florestal.

Site: https://arapyau.org.br/

Instagram: @instituto_arapyaú

LinkedIn: Instituto Arapyaú

Sobre a Ibá

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) é a associação responsável pela representação institucional da cadeia produtiva de árvores plantadas, do campo à indústria, junto a seus principais públicos de interesse. Lançada em abril de 2014, representa 48 empresas e 10 entidades estaduais de produtos originários do cultivo de árvores plantadas – painéis de madeira, pisos laminados, celulose, papel, florestas energéticas e biomassa -, além dos produtores independentes de árvores plantadas e investidores institucionais.

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Fórum Internacional de Florestas acontece em São José dos Campos

São José dos Campos sedia o Fórum Internacional de Florestas, evento com palestras e debates sobre arborização e sustentabilidade urbana

São José dos Campos é palco do Fórum Internacional de Florestas, evento que reúne especialistas e autoridades entre os dias 25 e 29 de novembro para debater soluções inovadoras em arborização urbana. Realizado pela FAO, SBAU, USP, UFSCar, Univap e Prefeitura, o fórum reforça a importância da gestão sustentável das árvores urbanas para o desenvolvimento das cidades do futuro.

A programação inclui palestras, apresentações e discussões colaborativas, com o objetivo de promover a troca de conhecimentos e práticas bem-sucedidas na preservação do patrimônio arbóreo. A abertura oficial acontece nesta terça-feira (26), às 9h, no Cefe, em Santana, com a presença de autoridades e convidados.

Além do fórum, a cidade realiza a 9ª Mostra de Vídeos Ambientais, com trabalhos de 19 escolas municipais sobre o tema “Água, Vida e Mudanças Climáticas”. Essa iniciativa é parte do Programa de Revitalização de Nascentes, que ao longo do ano capacita professores e engaja alunos em ações práticas de educação ambiental.

Reconhecida internacionalmente, São José dos Campos é uma das 167 cidades que receberam o selo Tree Cities of the World por cinco anos consecutivos. O título “Cidade Amiga das Árvores” também foi concedido à cidade pela SBAU em 2023, destacando as iniciativas do programa Arboriza São José, como plantio de mudas, diagnósticos de árvores urbanas, educação ambiental e a digitalização de dados arbóreos no portal Geosanja.

Veja a programação completa do Fórum aqui!

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Estudo aponta que Brasil precisa fortalecer ações de proteção de florestas para cumprir metas internacionais

Em artigo publicado em revista internacional, pesquisadores do Inpe e do Cemaden discutem desafios e soluções para a redução das emissões de CO2 do país

Sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em 2025 – a primeira a ser realizada na Amazônia –, o Brasil está em um momento crucial. Ainda tem a possibilidade de cumprir suas metas internacionais de redução de emissão de gases de efeito estufa, mas precisa ajustar as ações socioambientais e fortalecer políticas focadas na salvaguarda das florestas e na restauração dos biomas. Esse é um dos principais apontamentos de pesquisa publicada na revista Perspectives in Ecology and Conservation.

Liderado por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o estudo ressalta a necessidade de controlar o desmatamento ilegal e a degradação dos biomas, incorporando um olhar para florestas secundárias – que crescem após a remoção da cobertura original.

Sugere ainda reforçar e expandir políticas que mantenham os serviços ecossistêmicos. Esse processo deve vir acompanhado de mecanismos consistentes de atração de investimentos para financiar atividades de restauração e pagamentos por serviços ambientais em todos os biomas, incentivando iniciativas de bioeconomia e criando novas áreas de proteção ambiental.

“A pesquisa foi um trabalho conjunto visando mostrar o panorama de desmatamento, degradação e restauração dos biomas e suas relações com as metas globais do Brasil. Destacamos pontos importantes nesse processo para que o país busque o desenvolvimento sustentável”, explica a doutoranda no Inpe e primeira autora do artigo Débora Joana Dutra, bolsista da FAPESP.

Para a bióloga Liana Oighenstein Anderson, orientadora de Dutra e pesquisadora no Cemaden, mesmo quando há medidas preventivas, ainda assim elas têm sido insuficientes frente ao desafio das mudanças climáticas. “É o caso dos incêndios florestais registrados neste ano na Amazônia e no Pantanal.

A prevenção não foi suficiente para conter os números alarmantes. Quando fazemos estimativas como na pesquisa, temos a sensação de sermos extremamente conservadores frente ao que a realidade está mostrando e aos desafios enfrentados”, diz Anderson à Agência FAPESP.

O Brasil vem registrando neste ano recordes de queimadas. Entre janeiro e 4 de agosto, foram 65.325 focos de calor detectados no país, o maior número em quase 20 anos – o mais alto até então havia sido em 2005 (69.184 no mesmo período), segundo dados do Inpe. Os biomas Amazônia e Cerrado são os mais atingidos (28.396 e 22.217, respectivamente).

De janeiro a julho, o Pantanal teve 4.756 focos, o maior desde 1998, início da série histórica. Para o bioma, até o momento, 2020 teve o pior total anual de focos de queimadas.

“Em 2020, os incêndios no Pantanal chamaram a atenção do mundo e levaram a uma série de reações. O Ministério da Ciência e Tecnologia criou, por exemplo, a Rede Pantanal e, em escala local, o Estado de Mato Grosso do Sul instituiu um plano de manejo integrado do fogo. Em 2023, o governo federal lançou um plano de manejo para o bioma e, em abril, Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência. Ou seja, houve um conjunto de ações de gestão, de governança, de regulamentação para tentar evitar os incêndios, mas, infelizmente, não foi suficiente. Tivemos avanços. Porém, há necessidade de aperfeiçoamentos na governança, nas estratégias adotadas e no financiamento das ações. É preciso acelerar o passo”, completa Anderson.

Coautor do artigo e pesquisador do Inpe, Luiz Aragão diz que a pesquisa é um alerta para a sociedade sobre questões relacionadas às emissões.

“A sociedade tem de encarar o problema não só do ponto de vista ambiental, mas sim socioeconômico. Está tudo ligado. Isso porque o desmatamento, por exemplo, é indutor do fogo, que por sua vez traz problemas de saúde para a população e degrada a floresta. A floresta desmatada e degradada tem menor potencial de prover serviços ecossistêmicos, como a ciclagem de água e a biodiversidade, que garantem a qualidade de vida das populações locais e têm influência muito grande em atividades econômicas.”

As mudanças no uso e na cobertura da terra (por exemplo, o desmatamento para o uso agropecuário e a degradação florestal) são as principais fontes de emissões do Brasil. Como um dos mais de 190 signatários do Acordo de Paris, firmado em 2005, o país assumiu o compromisso de ajudar a conter o aumento da temperatura média global em até 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais (anos 1850-1900) – marca que já tem sido ultrapassada nos últimos meses.

O acordo, que deve passar por revisão na COP30, prevê que os países definam metas de redução de emissões até 2030, tendo o Brasil se comprometido a diminuir em 53% (comparado aos níveis de 2005). Apesar disso, as emissões de dióxido de carbono (CO2) líquidas (descontadas as remoções) por mudanças no uso e na cobertura da terra dobraram entre 2017 e 2022, segundo o Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg). Em relação à restauração, o Brasil tem a meta de restaurar 12 milhões de hectares de florestas nativas, o que corresponde a quase a área territorial de Portugal.

Dificuldades

A pesquisa aponta que um dos desafios é conter a alta do desmatamento em todos os biomas. Os cientistas destacam o crescimento da remoção de vegetação nativa desde que o país submeteu, em 2016, suas metas do Acordo de Paris, atingindo taxas próximas ou superiores a 2 milhões de hectares ao ano (considerando os seis biomas).

Somente em 2022, foram 2,8 milhões de hectares desmatados, a maior taxa desde 2008, impulsionada principalmente pela destruição da Amazônia e do Cerrado. Isso representaria 23% da meta de restauração do país. Aliado a isso, há um déficit de aproximadamente 16 milhões de hectares em áreas de reserva legal em propriedades rurais que precisam de restauração florestal. Desse total, mais da metade está na Amazônia e outros 25% no Cerrado.

Outro dado destacado pelo estudo é o crescimento de áreas de florestas secundárias, que têm alta capacidade de sequestrar carbono da atmosfera, mas não contam com legislação específica de proteção. De acordo com a pesquisa, 5,46 milhões de hectares de florestas secundárias cresceram no Brasil entre 2017 e 2022 fora de terras públicas – 40% na Amazônia e 36% na Mata Atlântica. Apesar de esse total representar quase metade da meta de restauração do Brasil, a manutenção do sequestro de carbono das florestas secundárias corre risco, já que elas estão suscetíveis a novos desmatamentos e incêndios.

Caminhos

No trabalho, os pesquisadores sugerem medidas a serem adotadas, entre elas o combate ao desmatamento ilegal – fortalecendo o arcabouço legal, ampliando a fiscalização e a responsabilização. Há destaque para a necessidade de medidas de prevenção e a implementação de programas para restaurar áreas de vegetação nativa em larga escala, com a criação de incentivos financeiros para proprietários rurais por meio de pagamentos por serviços ambientais.

Esses incentivos serão importantes, inclusive, para garantir que áreas passíveis de serem desmatadas legalmente permaneçam em pé. De acordo com o estudo, o Cerrado e a Caatinga têm as maiores áreas de vegetação nativa passíveis de desmatamento legal. Para garantir que as florestas secundárias consigam contribuir a longo prazo com o sequestro de carbono, a pesquisa aponta a necessidade de uma legislação nacional que aumente a proteção delas fora das áreas de reserva legal ou de preservação permanente.

“O que está sendo feito atualmente não é suficiente para que nós consigamos mudar. O clima global está diferente. Não será possível resolver problemas ambientais, pressionados pelas mudanças climáticas, usando pensamento do passado. Temos de pensar no futuro”, avalia Aragão.

Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima informou que tem adotado medidas para cumprir o compromisso de “desmatamento zero em todos os biomas até 2030”. Entre elas está o programa “União com Municípios”, lançado em abril como parte do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), com R$ 785 milhões destinados a 70 municípios prioritários (até o momento 48 assinaram o termo de adesão).

Outras ações incluem alterações de regras do Conselho Monetário Nacional – como a restrição de crédito rural para proprietários com Cadastro Ambiental Rural (CAR) suspenso, com embargos e imóveis sobrepostos a Terras Indígenas, Unidades de Conservação e florestas públicas não destinadas.

Além disso, o ministério destaca a retomada do Fundo Amazônia, com novos contratos que somam R$ 1,4 bilhão e doações anunciadas que devem chegar a R$ 3,1 bilhões. Para o Cerrado, foi lançado um Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento. Em relação à restauração de florestas, cita o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa, com o objetivo de ampliar e fortalecer políticas públicas, incentivos financeiros, mercados, tecnologias de recuperação e boas práticas agropecuárias, que deve passar por atualização neste ano.

Futuro

Segundo Dutra, os próximos passos da pesquisa estão direcionados para levantar perdas e impactos econômicos da destruição das florestas, aprofundando os dados do trabalho atual.

“Vemos com extrema relevância a valoração dos impactos. Quantificar esses valores vai demonstrar que é muito mais barato prevenir do que reconstruir. O Brasil trabalha com a resposta aos eventos extremos e desastres, mas precisa investir em prevenção”, diz Aragão.

Para Anderson, é importante aprimorar o diálogo entre instituições – federais, estaduais, municipais, do terceiro setor e comunidades locais –, além da necessidade de responsabilização frente à inação ou omissão no desenvolvimento dos planos.

“Nossa capacidade de diálogo ainda é muito limitada, esbarrando em vieses políticos que estão muito aquém do que tecnicamente poderíamos fazer para avançar rapidamente”.

O estudo recebeu apoio da FAPESP por meio de seis projetos (20/15230-5; 20/08916-8; 22/11698-8; 19/25701-8; 23/03206-0; e 20/16457-3).

O artigo Challenges for reducing carbon emissions from Land-Use and Land Cover Change in Brazil pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2530064424000245#gs0010r.

Informações: Agência FAPESP.

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Exclusiva – Forest Carbon abordará os principais desafios e tendências do mercado de carbono; valores especiais para inscrições vão até 15/08

Atualmente existem diversas iniciativas globais que visam a proteção e restauração de florestas e ecossistemas para promover o armazenamento de carbono e mitigar as mudanças climáticas. E é com esse intuito, que o Forest Carbon Brasil – 1º Congresso Internacional sobre o Mercado de Carbono (https://forestcarbon.com.br/), traz para debate os principais desafios e tendências do segmento. O evento será realizado no dia 04 de setembro, no Salão Nobre da Sala São Paulo, em São Paulo (SP). Clique aqui para adquirir seu ingresso com valor especial (até 15/08).

O evento contará com a participação de profissionais das principais instituições do mercado para debater os aspectos técnicos, legais e tecnológicos que certamente vão impactar positivamente o setor. No total serão 16 debatedores, quatro mediadores e dois convidados especiais, que irão compor a bancada de especialistas no evento.

As palestras do Forest Carbon Brasil foram especialmente pensadas para abranger os principais temas, iniciativas, projetos e negócios de carbono que estão movimentando as florestas brasileiras.

O que encontrar no Forest Carbon?

1º Congresso Internacional sobre o Mercado de Carbono é um evento 100% focado e específico sobre o segmento. E as principais vantagens é que no Forest Carbon os participantes irão encontrar:

  • Um dos principais encontros executivos do mercado de carbono;
  • Networking em debates e bate-papos durante coffee break;
  • Palestras focadas com temas atuais, direcionadas ao segmento (+10);
  • Profissionais e público seletos, com interesse direto no assunto;
  • Apoio das principais empresas e instituições do segmento no Brasil e no exterior;
  • Evento presencial, propiciando maior e melhor experiência e ganhos em conhecimentos.

O Forest Carbon é uma oportunidade única para contato e troca de experiências entre empresas especializadas, instituições, fornecedores e clientes. O evento já nasce como um dos maiores e mais inovadores no segmento, sendo uma realização da Paulo Cardoso Comunicações em parceria com a SIF -Sociedade de Investigações Florestais e organização técnica do sócio diretor do Grupo Index, Marcelo Schmid.

Marcelo Schmid e Paulo Cardoso.

Seja um patrocinador Forest Carbon! Entre em contato com: comercial@forestcarbon.com.br, e esteja entre as principais empresas e instituições no segmento apoiadoras do evento.

Para saber mais acesse https://forestcarbon.com.br/, envie e-mail para contato@forestcarbon.com.br , ou envie mensagem para o Whatsapp (67) 9227-8719.

Siga Forest Carbon nas redes sociais:

@forestcarbon (Facebook) / @forestcarbonbrasil (Instagram)

Escrito por: redação Mais Floresta.

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Amazônia é mais destruída pelo consumo nacional do que pelas exportações

Consumo e economias das grandes cidades do centro-sul são o principal acelerador do desmatamento da floresta equatorial

A destruição direta da floresta amazônica brasileira foi contida novamente pelo governo, mas segue acima dos menores níveis atingidos em meados dos anos 2000. Ao mesmo tempo, garimpo, corte seletivo de árvores, ataques a populações indígenas e tradicionais e outros crimes seguem firmes e fortes.

Tais pressões são alimentadas mais por demandas brasileiras do que de exportações, no caso agropecuárias. É o que evidencia um estudo publicado na revista científica Nature Sustainability por cientistas das universidades de São Paulo (USP), Federal de Juiz de Fora (UFJF) e World Resources Institute.

A investigação mostrou que 83,17% do desmate é provocado por consumo fora da Amazônia e apenas 16,83% por demandas da região. E dos 83,17%, 59,68% abasteceram o restante do Brasil e 23,49% o comércio internacional, detalha Eduardo Haddad, um dos autores do estudo e professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da USP.

Essa destruição amazônica alimenta especialmente economias no centro-sul, região com as maiores cidades do país. Esse recorte é estratégico para o desenho de melhores políticas e ações de conservação e restauração de ambientes naturais e de enfrentamento da crise climática.

Segundo Haddad (USP), os resultados foram possíveis mudando a lógica tradicional de avaliação do desmate, comumente pensado a partir da oferta, de quais setores promovem a substituição das florestas por outros usos da terra, como agricultura, pecuária e mineração. 

“A metodologia que adotamos permite ver o fenômeno do desmatamento também a partir da perspectiva da demanda, identificando as fontes de estímulos econômicos para que os setores produtivos se envolvam no desmatamento”, explica Haddad.

A Amazônia se espraia por nove estados e mais de 5 milhões de quilômetros quadrados (km2), cobrindo cerca de 60% do território nacional. Quase ¼ dela já foi desmatado e mais de 1 milhão de km2 estão degradados, aproximando o bioma do “ponto de não retorno”, quando pode colapsar e liberar bilhões de toneladas de carbono na atmosfera planetária.

Informações: O Eco.

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‘Pantanal está sufocando’: queimadas já consumiram área equivalente a 680 mil campos de futebol

Animais são encontrados carbonizados, desnutridos e assustados com incêndios na região

Desnutridos, assustados e até mesmo carbonizados. É assim que muitos animais estão sendo encontrados durante os incêndios que atingem o Pantanal em um dos períodos mais desafiadores para a região. “Estamos vendo o Pantanal sufocando”, descreve ao Terra o biólogo Sérgio Barreto, do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), que atua diretamente na linha de frente contra essas queimadas. 

Desde 2019, o Pantanal, que é considerado um dos biomas mais importantes e preservados do Brasil, sofre com grandes incêndios, fora de controle e de intensidade devastadora. De acordo com o Ministério Público do Estado do Mato Grosso, neste ano, uma área equivalente a 680 mil campos de futebol já foi consumida pelo fogo no bioma que é conhecido pelas áreas alagáveis –que também estão secando. 

“O fogo chegou antecipado este ano”, relata Barreto. Embora o fogo seja parte dos ciclos naturais do Pantanal, a intensidade e a frequência dos incêndios aumentou significativamente nos últimos anos.

Esses incêndios afetam não apenas a biodiversidade, mas também a população local, incluindo comunidades tradicionais e ribeirinhas. Barreto descreve um cenário onde “a cidade de Corumbá ficou encoberta por semanas de fumaça”, trazendo problemas respiratórios para os moradores e causando um impacto profundo na fauna pantaneira.

O IHP, junto com outras organizações, realiza um monitoramento rigoroso na região da Serra do Amolar, uma área de aproximadamente 300 mil hectares. Barreto explica que o monitoramento é feito por meio de câmeras 360 graus, operando 24 horas por dia. “Esse monitormante nos dão uma resposta em até três minutos sobre a origem de um incêndio, permitindo uma resposta rápida e eficaz. Graças a esse sistema, a Serra do Amolar tem conseguido evitar focos de incêndio, embora outras áreas, como o entorno de Corumbá, tenham sido severamente afetadas.”

Após a passagem do fogo, equipes de resgate entram em ação. “Temos uma janela de 24 horas para realizar um levantamento da área e buscar animais feridos ou necessitados de auxílio”, conta Barreto.

Bombeiros voluntários, membros da Brigada do Alto Pantanal andam por área queimada enquanto trabalham para extinguir o fogo no Pantanal, em Corumbá (MS) – 14/06/2024. Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino.

Essas equipes são compostas por biólogos, veterinários e técnicos de campo, que avaliam se os animais precisam de captura para tratamento ou apenas de suporte nutricional no local. “Muitas vezes, o fogo consome todo o recurso alimentar dos animais, deixando um solo arenoso e esfarelado, coberto de cinzas”, explica ele.

A fauna local sofre imensamente com os incêndios. Barreto descreve cenas trágicas onde répteis como jacarés e lagartos são encontrados carbonizados. Famílias de primatas, como bugios e macacos da noite, perdem seu habitat e recursos alimentares, necessitando de suporte nutricional diário para sobreviver. “Esses animais não têm queimaduras, mas morrem de fome se não receberem ajuda”, lamenta o biólogo.

Neste período, o biólogo destaca que o Pantanal deveria estar repleto de vida e sons vibrantes das aves migratórias em reprodução.

“Essa época agora, pelo Pantanal, é a época da reprodução das aves migratórias. A gente tá num período de vazante que era pra ser um dos períodos mais ricos do Pantanal de observação de aves”, explica. No entanto, o cenário atual é bem diferente. “Quando chega agora no Pantanal, você escuta somente o som de aviões e helicópteros jogando água. O Pantanal está um silêncio, um silêncio estontecedor, parece um cemitério”, lamenta.

Barreto ainda descreve a devastação que encontrou: “Além de um cemitério de carcaças de animais mortos que a gente acaba encontrando, é aquele silêncio de cemitério. Um Pantanal mudo, um Pantanal sem voz, sem som, sem a música do Pantanal que são os sons das aves”.

Equipe do IHP atua na linha de frente para salvar fauna ameaçada pelo fogo no Pantanal. Foto: Divulgação/IHP

Essa ausência de vida traz uma sensação profunda de impotência, segundo ele. “Isso nos traz uma sensação às vezes de impotência mesmo. Será que o que eu tô fazendo é o suficiente? Será que o que eu tô fazendo faz resultado? E isso realmente dói. Os animais tentam respirar e só aspiram fumaça e fuligem, e esses animais acabam se chocando contra a parede por desorientação e por problemas respiratórios”, relata o biólogo.

Barreto compartilha a tristeza ao encontrar famílias de macacos carbonizadas, todas em posição fetal: “Eles entram na posição fetal e morrem carbonizados. Normalmente, você encontra o bando inteiro, todos juntos, carbonizados e em posição fetal”. Essas cenas, segundo ele, não saem da mente de sua equipe, que frequentemente precisa de apoio psicológico após atuar em áreas de desastre.

Para amenizar a devastação ambiental, o biólogo enfatiza a importância da cooperação entre bombeiros, instituições federais e estaduais, e a comunidade local. “Precisamos que todos os atores falem a mesma língua para respostas mais rápidas e assertivas”, afirma. De acordo com o profissional, há urgente uma necessidade de educação ambiental para ensinar a população local sobre o uso controlado do fogo: “100% dos incêndios recentes foram causados por ação humana. Precisamos educar as pessoas sobre os riscos e como evitar essas situações.”

Na última terça-feira, 16, a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, afirmou que 56% dos focos foram extintos.

Fogo é ameaça às espécies animais que vivem na região. Foto: Divulgação/IHP

Instituto Homem Pantaneiro

O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, criada em 2002 em Corumbá (MS). Sua missão é proteger e conservar o bioma Pantanal e preservar a cultura local.

A atuação do IHP inclui a gestão de áreas protegidas, apoio e desenvolvimento de pesquisas científicas, além de promover o diálogo entre diversos interessados na preservação do Pantanal.

O Instituto desenvolve programas permanentes, como a Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Essas iniciativas visam prevenir incêndios, criar corredores de biodiversidade e apoiar o desenvolvimento das comunidades locais.

Informações: Terra.

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