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Professor Laércio Couto, uma grande perda para a silvicultura

Dr. Laércio Couto é um dos grandes nomes da área de silvicultura, agrossilvicultura e plantações de eucaliptos para produção de biomassa energética no Brasil. É reconhecido nacional e internacionalmente por seus trabalhos de ensino, pesquisa e consultoria nas áreas acima citadas.

Professor Laércio, como gosta de ser chamado, nasceu em abril de 1945 em uma pequena cidade da Zona da Mata de Minas Gerais, Tocantins. Descende de portugueses por parte do pai, Argemiro Couto e dos índios Coroados por parte da mãe, Maria Soares Queiroz Couto. Esse primogênito de uma família de sete filhos e duas filhas, herdou do pai que era carpinteiro e marceneiro, o gosto pelo trabalho com a madeira e o respeito pelas árvores nativas que a produziam. De sua mãe herdou o gosto pela natureza e a atração herdada de seus antepassados pelas florestas, pela flora e pela fauna silvestre.

A perda de Laércio Couto causou grande comoção em seus colegas, ex-alunos, profissionais atuantes e entusiastas da silvicultura.

Passou toda sua infância e juventude em Tocantins, entre irmãos, parentes e amigos, estudando e se divertindo naqueles folguedos comuns em uma cidade pequena do interior de Minas, antes do advento da televisão, computadores e vídeo games. Pescaria, religião e futebol eram suas atividades preferidas e tinha como hobby, colecionar selos, figurinhas, tampinhas de garrafas, maços vazios de cigarros, papéis de balas, etc…

Em 1964, ingressou na Escola Superior de Florestas da Universidade Rural do Estado de Minas Gerais, ao lado de mais 20 colegas, primeira turma daquela nova escola dirigida na época pelo saudoso Dr. Arlindo de Paula Gonçalves, que pode ser considerado um dos ícones da Engenharia Florestal no Brasil. Graduou-se em 1967, tendo sido o primeiro colocado de sua turma que naquela época tinha sido reduzida para onze formandos. Recebeu na época duas propostas de emprego, uma para trabalhar na CEPLAC, Bahia, com o Dr. Paulo Alvim e outra para trabalhar na Prado & Cunha Ltda no município de Buri em São Paulo. Optou pelo trabalho em Buri, pois desejava colocar em prática os conhecimentos adquiridos na escola, na área de silvicultura. Naquela cidade, implantou viveiros e plantações de Pinus que posteriormente foram utilizados pela PLANEBRAS para a produção de resina e de madeira serrada. Em Buri fez grandes amizades com a população local, tornando-se bastante popular na cidade por ter-se tornado um zagueiro do time local de futebol, o Bandeirantes Futebol Clube. Em 1970, casou-se com Maria José Margarido Fonseca, a Fia, com quem teve um filho e duas filhas.

Em 1972, deixou Buri e se mudou para Itararé, ainda no estado de São Paulo, onde foi trabalhar na PLANTAR, que tinha reflorestamentos com Pinus em Itapeva, Itaberá, Sengés e Ibaiti no Paraná. Em 1974, mudou-se para a Praia do Forte na Bahia onde foi implantar um reflorestamento com Pinus e administrar uma plantação de côco onde hoje está localizado o Ecoresort Praia do Forte. Uma vez terminado o projeto da PLANTAR na Bahia, foi trabalhar na Jari em Almeirim no Pará onde atuou no reflorestamento com Pinus e Gmelina arborea. Logo a seguir, foi convidado pelo Presidente da SIF – Sociedade de Investigações Florestais, Professor Mauro Silva Reis, para ir atuar como assistente de pesquisa na entidade, no atual Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa, no inicio de 1975.

Ainda no mesmo ano, 1975, foi aceito para fazer o mestrado em Ciência Florestal no DEF/UFV e convidado para ser professor auxiliar de ensino na área de manejo florestal pelo Professor Antônio Bartolomeu do Vale, que se tornou seu orientador. Em 1977, terminou o mestrado, quando estudou a influência do espaçamento inicial no crescimento de Eucalyptus em plantações florestais no Vale do Rio Doce, Minas Gerais. Seguiu então para o Canadá, onde foi fazer o doutorado na Universidade de Toronto sob a orientação do Professor Jagdish Chandra Nautiyal, um economista florestal de renome internacional. O tema de sua tese, defendida em dezembro de 1982 foi sobre “the timber production function of Eucalyptus grandis in Brazil”. Desta maneira, os primeiros contatos do Professor Laércio com o Eucalyptus foram realizados a partir de 1975 por ocasião de suas atividades como assistente da SIF, estudante de mestrado na UFV, como professor no DEF e posteriormente como estudante de doutorado na Universidade de Toronto, no Canadá.

Ao retornar para o Brasil, após o termino do seu doutorado no Canadá, o Professor Laércio Couto se dedicou a implementar no DEF três áreas principais: a agrossilvicultura, a silvicultura e o planejamento florestal com a utilização de simulação em microcomputadores. Assumiu o ensino da silvicultura em nível de graduação no DEF, criou a disciplina em nível de pós-graduação na área de agrossilvicultura e iniciou a orientação de uma série de estudantes de mestrado e doutorado nas áreas acima mencionadas. Durante toda a sua vida acadêmica, orientou 26 teses de mestrado e doutorado, a maior parte na área de agrossilvicultura com Eucalyptus.

Em 1989, assumiu a Chefia do Departamento de Engenharia Florestal da UFV e a Diretoria Administrativa da Sociedade de Investigações Florestais (www.sif.org.br), quando procurou aumentar o número de empresas associadas da entidade e expandiu os contatos internacionais do DEF e da SIF. Em 1993, deixou a UFV para um período de 18 meses de treinamento em nível de pós doutorado na Colorado State University, tendo como contraparte o Professor David Ray Betters com o qual implementou um projeto de cooperação internacional na área florestal e ambiental, patrocinado pela USIA, que levou aos Estados Unidos vários professores da UFV e à UFV vários professores da CSU. Publicou na época mais de 20 trabalhos relacionados com o seu treinamento na CSU, na área de silvicultura e agrossilvicultura com plantações de curta rotação, principalmente Eucalyptus. Proferiu varias palestras nos Estados Unidos e no México tratando desse assunto, com o apoio da pesquisadora Lynn L. Wright do Oak Ridge National Laboratory – ORNL que tinha o suporte financeiro do Department of Energy – DOE, dos Estados Unidos da América do Norte. O seu trabalho mais importante na época foi uma publicação sobre os impactos técnicos, sociais e ambientais das florestas de curta rotação de Eucalyptus no Brazil.

Em 1994, iniciou um trabalho de suporte técnico para a Gutchess International Incorporated – GII, visando implantar no Brasil uma serraria que utilizasse o Eucalyptus como matéria prima para produção de madeira serrada de alto valor agregado. Este trabalho culminou com a parceria entre a GII e a Aracruz Celulose para o surgimento da empresa Aracruz Produtos Sólidos de Madeira, resultando na instalação da serraria hoje existente no município de Posto da Mata ao sul da Bahia. Hoje, esta serraria pertence à Weyerhaeuser e à Aracruz e produz madeira serrada de Eucalyptus, conhecida como LYPTUS, um novo conceito de madeira nobre, que é comercializada dentro do Brasil e também exportada para os Estados Unidos e Europa.

Em 1996, assumiu a Diretoria Científica da SIF que na época contava com 10 associadas, instituindo um trabalho de expansão e consolidação da entidade, deixando-a em 2002 com mais de 80 empresas participantes e co-participantes. Paralelamente, assumiu a Presidência do Centro Mineiro para Conservação da Natureza – CMCN cooperando na expansão para se tornar o Centro Brasileiro para Conservação da Natureza e Desenvolvimento Sustentável – CBCN (www.cbcn.org.br) com trabalhos executados na área florestal e ambiental para empresas privadas e prefeituras municipais.

Laércio tem sido um dos principais pesquisadores, orientadores de alunos de mestrado e doutorado e professores da agrossilvicultura no Brasil a partir da década de 80. Por essas razões, dedicou-se para a criação, a partir de 2001, da Sociedade Brasileira de Agrossilvicultura (www.sbag.org.br), da qual é o atual presidente, visando agregar e difundir os conhecimentos e o estado da arte existentes no Brasil nesta importante área do conhecimento.

Em 2002, foi indicado como Brazilian Team Leader do Task 30 da IEA Bioenergy (www.iea.org), pelo Ministério de Minas e Energia, quando promoveu um evento conjunto na cidade de Belo Horizonte na área de energia a partir da biomassa florestal
(http://www.fao.org/forestry/webview/media?mediaId=4581&langId=1). Foi ainda solicitado a criar e ser o presidente da Rede Nacional de Biomassa para Energia – RENABIO pelos Engenheiros do MME, Marcelo Khaled Poppe e Manoel Nogueira. A RENABIO (www.renabio.org.br), com sede em Viçosa, Minas Gerais é hoje uma referencia nacional e internacional na área de biomassa para energia, principalmente na área florestal.

Aposentou-se como Professor Titular na área e Silvicultura pelo Departamento de Engenharia Florestal da UFV, terminou a orientação dos seus últimos estudantes de pós graduação, como Professor Voluntário da UFV. Uma vez terminados sua missão e seu contrato, mudou-se para a cidade de Itu, São Paulo onde também residem o seu filho Luciano e sua família. Seu filho Luciano, bem como suas outras duas filhas, Juliana e Michelle são todos formados em engenharia florestal pela Universidade Federal de Viçosa. Ao contrário do que a maior parte dos amigos pode pensar, nunca houve qualquer pressão por parte do Professor Laércio para que seus filhos seguissem a carreira do pai. Foi uma coisa que aconteceu naturalmente. Afinal de contas na família ainda existem vários outros membros que são Engenheiros Florestais, uma carreira intimamente associada à família Couto.

Hoje, o Dr. Laércio Couto é Professor Adjunto da Faculdade de Florestas da Universidade de Toronto e Professor Associado da Universidade Federal do Mato Grosso e da Universidade Federal Rural do Pará, Consultor adhoc do CNPq, Embrapa, Finep e Capes, membro do Conselho Consultivo do CAMESA – Consortium for the Advancing of the Sustainability of Ecosystems in the Americas, presidente do CBCN, da RENABIO, da SBAG, e consultor florestal de diversas empresas que atuam nas suas áreas de especialidade.

De todas as suas atividades, o Professor Laércio tem um grande orgulho de ter dado sua contribuição para o estabelecimento da serraria da Aracruz no Sul da Bahia, que constituiu um marco no uso da madeira do Eucalyptus para produtos sólidos de madeira. Alem disso, ele tem um grande orgulho por ter introduzido muito fortemente no Brasil o ensino formal da Agrossilvicultura, em nível de graduação e pós-graduação e de ter escolhido principalmente o Eucalyptus como o componente florestal do sistema agro-florestal, na maioria dos seus estudos.

Atualmente, o Professor Laércio Couto, procura aliar estudos sobre florestas adensadas de Eucalyptus com agrossilvicultura e com produção de biomassa energética renovável no Brasil, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do País. Culturas como mandioca, mamona, soja, girassol, milho, sorgo, capim elefante e outras, fazem parte do elenco de componentes agrícolas e forrageiras que o Professor Laércio procura combinar com o Eucalyptus na busca de soluções socioeconômicas e ambientalmente corretas para suprir o Brasil e o mundo com energia renovável e alimentos.

O Professor Laércio orgulha-se também não só de ter sido um formador de Engenheiros Florestais, mas principalmente um formador de entusiasmados cidadãos e cidadãs, a quem procurou transmitir não só os conhecimentos técnicos, mas também os conceitos de cidadania e de compartilhamento para que nossa sociedade possa ter um desenvolvimento mais harmonioso e integrado. Laércio sempre valoriza bastante o seu networking com ex-alunos, ex-colegas, amigos de empresas e instituições nacionais e internacionais. Prova evidente de seu network é a ampla cooperação que possui com inúmeros acadêmicos e pessoal da iniciativa privada. Seus inúmeros trabalhos de pesquisa com diversificado número de co-autores é uma demonstração dessa grande rede de geração e difusão de conhecimentos que ele ajudou a criar.

Suas principais áreas de “expertise” são portanto as seguintes:
• agrossilvicultura;
• biomassa energética;
• conservação da natureza e desenvolvimento sustentável;
• silvicultura geral.


Publicação original em: https://www.eucalyptus.com.br/newspt_set07.html#nove / Os Amigos dos Eucalyptus – Por: Celso Foelkel.

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Área de florestas plantadas em MS é a que mais cresce no país

De acordo com levantamento do IBGE, Mato Grosso do Sul abriga os quatro maiores municípios produtores de eucalipto do país: Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo, Brasilândia e Água Clara; o Estado alcança 1,5 milhão de hectares de florestas plantadas

Mato Grosso do Sul está crescendo economicamente em vários ramos. Antigamente quando se comentavam do Estado todos pensavam exclusivamente em agropecuária e agricultura, mas com a chegada das gigantes da celulose o cenário mudou e MS já é conhecido mundialmente por ser um grande exportador do setor e ocupando o segundo lugar nacional no ranking quando o assunto é floresta plantada. Atualmente o Estado possui uma área de 1,5 milhão de florestas plantadas, com previsão de considerável expansão para os próximos anos para atender novos megaempreendimentos do setor.

MUNICÍPIO PIONEIRO

No estado, Três Lagoas foi a pioneira em floresta plantada de eucalipto a empresa, Chamflora Três Lagoas Agroflorestal Ltda, subsidiária da IP chegou ao município em 1988, onde investiu em vastas extensões de área para plantio de eucalipto. Decorridos alguns anos a empresa tornou-se referência em tecnologia, modelo de gestão, inovadora em desenvolvimento operacional, qualidade de florestas e mão-de-obra especializada

Em 2006, a Chanflora já possuía cerca de 100 mil hectares, sendo aproximadamente 75 mil hectares plantáveis e 25 mil hectares destinados às áreas de reserva legal e de preservação permanente. Em 2005, a empresa plantou mais de 20 mil hectares na região, sendo 7 mil hectares em parcerias com proprietários rurais. Para atender essa demanda, a empresa tinha um quadro de 1.288 colaboradores diretos, entre próprios e terceirizados, que trabalham nas florestas e escritórios da subsidiária da International Paper.

INSTALAÇÃO DA VCP

Foi esse ativo florestal, a matéria prima da celulose, além das isenções de impostos e a logística que atraíram os diretores do grupo Votorantim que em fevereiro de 2007 investiram na construção da VCP (Votorantim Celulose e Papel).  Decorridos alguns anos, a VCP comprou a empresa Aracruz Celulose e nessa negociação foi criada a Fibria Celulose e em janeiro de 2019, foi anunciada e fusão da Fibria com a Suzano que construiu a segunda linha da fábrica.

Diante da boa logística, estrutura e incentivos fiscais que Três Lagoas e o Estado ofereciam, em 15 de junho de 2010, foi lançada a pedra fundamental da Eldorado Brasil e em 12 de dezembro de 2012, a fábrica foi inaugurada com uma linha e existindo a possibilidade de ter a segunda linha.

REFERÊNCIA MUNDIAL

Devido a esses investimentos o Mato Grosso do Sul tornou-se exemplo mundial quando o assunto é celulose. Com já dito acima, Três Lagoas, pioneira no setor no Estado, abriga duas indústrias e acabou se tornando ‘a professora’ de Ribas do Rio Pardo e Inocência que, em breve, também terão fábricas operando. Agora, mais uma fábrica vai se instalar na região já conhecida como ‘Vale da Celulose’. Uma da Bracell também será construída em Água Clara aumentando ainda mais a economia do Estado.

RANKING

A produção de celulose representa 1,3% do PIB Nacional e 6,9% do PIB Industrial. Com receitas acima de US$ 100 bilhões, é uma das maiores fontes de exportação do Brasil, o qual é o maior exportador global de celulose e tem a sua produção baseada em áreas de florestas plantadas.

Embora o Brasil seja o maior exportador de celulose do mundo, ele ocupa a segunda posição em termos de produção global, ficando atrás dos Estados Unidos. Nessa jornada, a indústria de árvores cultivadas, que se pauta em um modelo de bioeconomia em larga escala, atua em uma lógica integradora, sistêmica e circular, da árvore ao pós-uso do produto, gerando uma gama de benefícios climáticos.

Este setor inaugura uma fábrica a cada ano e meio, na contramão da precoce e acelerada desindustrialização nacional. Com isso, amplia consistentemente a oferta de empregos diretos e indiretos em diversas localidades no Brasil, a maioria delas com baixo dinamismo econômico antes da chegada das empresas desse segmento.

POSTOS DE TRABALHO

Em 2023, foram criados 33,4 mil novos postos de trabalho, somando um total de 2,69 milhões empregos diretos e indiretos gerados pelo setor. Já em 2024, ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 10 milhões de hectares de árvores cultivadas, um crescimento de 3% em comparação ao ano anterior.

O principal eixo de ampliação de áreas de cultivo foi no estado do Mato Grosso do Sul, em terras já antropizadas, transformadas em plantações florestais. Com isso, o setor recupera pastos de baixa produtividade com uma nova ocupação, que remove carbono da atmosfera e é manejada de forma sustentável, entregando benefícios para o ambiente e valor compartilhado para a sociedade.

MS EM SEGUNDO LUGAR

De acordo com o IBA (Instituto Brasileiro de Atuária) os plantios de eucalipto estão localizados, principalmente, nas regiões sudeste e centro-oeste do país, com destaque para Minas Gerais (29%), Mato Grosso do Sul (15%) e São Paulo (13%). A indústria de árvores cultivadas brasileira tem um comércio internacional de US$ 12,7 bilhões e segue como a maior exportadora de celulose do mundo, ficando no patamar acima de 18 milhões de toneladas enviadas ao exterior.

O setor planta 1,8 milhão de árvores por dia, dando origem a uma crescente gama de produtos de fonte renovável, como livros, cadernos, roupas, celulose, papéis, embalagens, papel higiênico, fraldas, painéis de madeira, pisos laminados, entre muitos outros. Esses produtos estão presentes na rotina de todos os brasileiros e substituem, com muitas vantagens, aqueles feitos a partir de fontes fósseis.

IMPACTO POSITIVO

A sustentação e continuidade dos negócios no setor de árvores cultivadas são fortemente influenciadas pelas partes interessadas e comunidades impactadas por suas operações.

O setor trabalha em conjunto com a comunidade em prol de um impacto positivo e da geração de valor compartilhado, repercutindo em desenvolvimento para os cidadãos. Para isso, estabelece relacionamentos, dialoga para escutar demandas e percepções, mapeia oportunidades de melhoria; e investe em projetos de desenvolvimento socioeconômico.

Em 2023, 88% das empresas pesquisadas pela Ibá indicaram possuir projetos ou programas voltados para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais. Os investimentos nesses projetos totalizaram aproximadamente R$ 39,5 milhões e impactaram diretamente 918 mil pessoas, englobando diversas áreas, como educação, ecoturismo, cultura, apicultura, qualidade de vida e bem-estar, saúde, preservação e recuperação ambiental, empreendedorismo, diversidade e inclusão, reciclagem e esportes.

Com informações: Perfil News | Imagem: divulgação.

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Balança comercial de árvores cultivadas tem alta de 22% nos nove primeiros meses de 2024

Vendas externas de painel de madeira (+41%) e celulose (+29,5%) são destaques no período

São Paulo, novembro de 2024 – As exportações do setor brasileiro de árvores cultivadas registraram um crescimento de 20,7% em valor de janeiro a setembro de 2024, em comparação ao mesmo período no ano passado. Destaque para alta de 47,2% nas vendas para a Europa e de 32,7% para a Ásia/Oceania, de acordo com o Boletim Mosaico, produzido pela Ibá (Indústria Brasileira de Árvores). A China, principal compradora dos produtos florestais brasileiros, teve alta de 12,5%. A balança comercial no período fechou com saldo positivo de US$ 10,7 bilhões, alta de 22,2%.

As exportações de painéis de madeira foram destaque no período, com alta de 41% (US$ 316,6 milhões) frente aos nove primeiros meses do ano passado. Líder na cesta de produtos florestais, a celulose teve crescimento de 29,5% (US$ 7,8 bilhões). Houve ainda incremento nas vendas para o exterior de compensados (+18,4% – US$ 594,5 milhões) e papel (+5,9% – US$ 1,885 bilhão) —este último puxado pelos papeis para embalagem.

Em termos de produção, o Brasil registrou 18,7 milhões de toneladas de celulose entre janeiro e setembro de 2024, alta de 3,6% na comparação sazonal. No mesmo período de comparação, a produção de papel chegou em 8,6 milhões de toneladas ao final de setembro, alta de 6,1% puxada também por embalagens.

O setor de árvores cultivadas é, atualmente, relevante item da pauta de exportação brasileira, com 3,8% de participação no total de exportações do país nos noves primeiros meses de 2024, além de ser o quarto item de exportações do pujante agro brasileiro. No período, sua participação foi de 7,7% do total vendido ao exterior pelo agronegócio.

Mercados

O principal mercado comprador de produtos florestais brasileiros segue sendo a China, o maior destino da celulose nacional, à frente de Europa e América do Norte. O gigante asiático comprou US$ 3,3 bilhões (+12,5%), sendo 95,7% do montante em celulose. Nos nove primeiros meses de 2024, a China aumentou a compra dos dois principais produtos da pauta de exportação na comparação sazonal: celulose (+12,8%) e papel (+137,3%).

Mas a Europa, segundo maior destino, teve a maior variação no período, com crescimento de 47,2% nas exportações do setor (US$ 2,9 bilhões). As vendas de celulose para o continente tiveram forte alta de 60,1% na comparação com 2023. Já a América do Norte (US$ 2,6 bilhões) incrementou em 19% suas compras.

“A Europa está com um grande apetite pelos produtos florestais brasileiros, com crescimento próximo de 50% neste ano. Essa força nas vendas mostra que o compromisso histórico com a sustentabilidade do setor no Brasil atende aos requisitos mais exigentes do mundo de sustentabilidade. Somos um exemplo de bioeconomia em larga escala”, afirma Paulo Hartung, presidente da Ibá. O boletim Mosaico também destaca crescimento acima de dois dígitos da China e América do Norte, dois mercados consolidados para nossos produtos, mas que também aumentam cada vez mais suas compras.

Sobre a Ibá

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) é a associação responsável pela representação institucional da cadeia produtiva de árvores plantadas, do campo à indústria, junto a seus principais públicos de interesse. Lançada em abril de 2014, representa 49 empresas e nove entidades estaduais de produtos originários do cultivo de árvores plantadas – painéis de madeira, pisos laminados, celulose, papel, florestas energéticas e biomassa -, além dos produtores independentes de árvores plantadas e investidores institucionais. Saiba mais em www.iba.org

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Pesquisa financiada pela Fundect avalia contribuição das florestas plantadas na redução das emissões de CO2

A engenheira agrônoma Larissa Pereira Ribeiro Teodoro participa de uma pesquisa inédita financiada pela Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) e que revela a contribuição que florestas plantadas de eucalipto podem dar para que Mato Grosso do Sul alcance a meta de ser carbono neutro até 2030. O estudo  também confirma que a diversidade microbiológica do solo não é afetada pela cultura.

Este resultado gerou um artigo, que projetou o Mato Grosso do Sul em uma das revistas científicas mais importantes da Europa.

“Após dois anos de estudo, novamente se comprovou que a cultura de eucalipto emitiu menos CO2, quando comparado aos outros usos também avaliados e de forma similar à mata nativa. Isto é um resultado muito importante quando a gente pensa em termos de estratégias econômicas, que aliam economia e sustentabilidade para o Estado”, afirma a pesquisadora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), campus de Chapadão do Sul.

Outra informação importante indicada pelo estudo que a doutora em Genética e Melhoramento participa diz respeito à diversidade microbiológica do solo.

“Muitos defendem que culturas agrícolas podem afetar e diminuir a diversidade microbiológica do solo. O que seria algo extremamente maléfico para o meio ambiente, até porque os microrganismos fazem parte de todo esse balanço de carbono. Porém, foi observado [na cultura de eucaliptos] que a diversidade é muito similar a áreas que nunca sofreram antropização como a uma mata nativa. Ou seja, sem ação humana sobre a natureza”.

A pesquisadora ainda enfatiza a importância da preservação de áreas nativas.

“A vegetação nativa é de extrema relevância para a biodiversidade e também para alcançarmos as metas de neutralidade de carbono. Nossos resultados visam contribuir para criar estratégias mais sustentáveis dentro do setor agropecuário e florestal, substituindo sistemas de produção com maior emissão de carbono, como pastagens degradadas, ou aumentar as áreas em sistemas de integração pecuária-floresta ou lavoura-pecuária-floresta. Todos caminhos promissores”.

O projeto

O projeto, financiado pela Fundect é liderado pelos professores Paulo Teodoro, da UFMS, e Carlos Antonio Silva Junior, da Unemat/Sinop (Universidade do Estado de Mato Grosso).

Muito elogiado por especialistas, o estudo foi divulgado no periódico Journal of Cleaner Production, que é publicado pela editora holandesa Elsevier, especializada em conteúdo científico e sustentável, técnico e médico. O artigo científico na revista projetou Mato Grosso do Sul como sendo pioneiro em elaboração de estratégias de mitigação de gases de efeito estufa.

Recentemente, Larissa Ribeiro recebeu um prêmio Fundação Bunge, considerado um dos mais prestigiados reconhecimentos de mérito científico do Brasil na área de agropecuária. Ela venceu na categoria Juventude. A premiação foi conquistada pelo trabalho da pesquisadora em diversos projetos, incluindo o intitulado ‘Predição do fluxo de CO2 e desempenho fisiológico de soja utilizando aprendizagem de máquina e sensor hiperespectral’, desenvolvido com o apoio da Fundect.

Veja neste link o artigo (em inglês) publicado na revista científica.

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Primeira colhedora de erva-mate no Brasil e os desafios no Rio Grande do Sul

Foi demonstrado nesta terça, 19, em Espumoso/RS, em Tarde de Campo na propriedade “Ervais do Futuro” de Ilo dos Santos, com a presença de parcerias, técnicos e produtores rurais. A região do Alto Uruguai também se fez presente através do Engº Agrº Valdir Zonin, supervisor regional da EMATER/RS-Ascar que também representou a ASPEMATE e do empresário Loreni Galon da Associação INDUMATE.

Projeto esse, com a finalidade de atender aos mercados do chá-mate e erva-mate para chimarrão, conta com as parcerias técnicas da Embrapa Florestas, Emater e Equipe Técnica da propriedade, além das parcerias do município. A produção própria é cultivada com 10 materiais genéticos da Embrapa, em sistemas adensados 0,50 m x 0,30m (para chás) e no sistema convencional 3,0m x 1,5m para o mercado convencional. Todo o cultivo possui irrigação por gotejamento.

Essa inovação tecnológica da colheita mecanizada já é bem difundida nos ervais da Argentina, no entanto é a primeira máquina a colher erva-mate em território brasileiro. “Traz benefícios como a rapidez na colheita, redução da mão de obra (tarefa) que hoje é escassa e de elevado custo em nossa região do Alto Uruguai. Por outro lado, são máquinas de alto custo, já que são importadas e com taxas e impostos de importação bastante elevados. Ainda não temos tecnologia gaúcha ou brasileira para colhedoras de erva-mate”, pontua Valdir Zonin.

Para o futuro da erva-mate gaúcha e no Alto Uruguai tem três grandes desafios:

1º – melhorar a organização do sistema da colheita, fazendo com que aumente a oferta de equipes de tarefa, as quais estejam organizadas no sentido de atender a demanda dos produtores, bem como as demandas legais sociais, trabalhistas, etc.;

2º – em caso de não atendermos a este primeiro desafio, nos resta o segundo, que é aperfeiçoar tecnologias gaúchas, ou de SC e PR, no sentido de adaptarmos tratores agrícolas traçados com plataformas de colheita de erva-mate, reduzindo seus custos, principalmente o de importação;

3º – na região, a colheita predominante é terceirizada, ou seja, o produtor vende a erva-mate não para a indústria, mas sim para o “atravessador”, o qual possui transporte e suas equipes de tarefa. Porém, em muitos casos, a margem de intermediação acaba sendo grande demais e o produtor recebendo muito pouco. Isto faz com que muitos ervais sejam erradicados e substituídos por culturas como a soja.  Isso não é bom para a cadeia produtiva, nem para as economias locais, reduzindo um ciclo importante que envolve: semente, mudas, plantios, tratos culturais, tarefa de colheita, transporte, indústria e comércio.

Informações: Jornal Bom Dia.

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Ibá lança na COP16 estudo com compromissos do setor de árvores cultivadas para biodiversidade

Documento “Biodiversidade: um compromisso do setor brasileiro de árvores cultivadas” apresenta ações concretas, já em prática, que convergem com as metas do Marco Global de Kunming-Montreal

São Paulo, outubro de 2024 – Nesta última segunda-feira (21), que marca o início da COP16 (Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica), a Ibá lançou o estudo “Biodiversidade: um compromisso do setor brasileiro de árvores cultivadas”. O documento de 55 páginas traz ações efetivas e em andamento das empresas associadas à entidade e que estão em linha com as 23 metas do Marco Global de Kunming Montreal.

O marco, assinado na última edição do evento por 196 nações, é um robusto plano que estabeleceu metas a serem atingidas até 2030 para conservação e uso sustentável da biodiversidade, além de acesso e repartição justa e equitativa dos benefícios oriundos da utilização dos recursos genéticos e do conhecimento tradicional associado a eles.

Há décadas o setor de árvores cultivadas zela pela biodiversidade presente em suas áreas de cultivo e de preservação. Foram registradas mais de 8.310 espécies nessas áreas, incluindo da flora, mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, invertebrados e fungos. Essas espécies estão distribuídas em cinco biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa. Dentre elas, 335 foram consideradas ameaçadas de extinção. Nos biomas Cerrado e Mata Atlântica, 26 (incluindo aves, mamíferos e flora) foram classificadas como bioindicadores, termo utilizado para espécies muito sensíveis às modificações no ambiente e que, por isso, são consideradas indicadores de qualidade ambiental. Nesses mesmos biomas, sete espécies da flora e 14 da fauna foram classificadas como raras. A publicação recém-lançada evidencia justamente os esforços do setor para zelar por essa diversidade e garantir o futuro do planeta.

O documento mostra, por exemplo, como há 25 anos a Veracel conserva a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Estação Veracel, localizada no sul da Bahia. A reserva tem mais de 6 mil hectares de Mata Atlântica e está entre as 20 áreas de conservação do mundo com maior número de espécies arbóreas, além de registrar 300 espécies de aves e mamíferos, entre elas a harpia, também conhecida como gavião-real, uma das maiores aves de rapina do mundo e considerada em risco de extinção. A conservação da Estação Veracel está alinhada à Meta 3, sobre áreas protegidas e outras medidas eficazes de conservação.

Outro exemplo do caderno é o Projeto Indaiá, localizado em Minas Gerais, que desde 2005 é apoiado pela Cenibra e contribui na geração de emprego e renda para a comunidade local. A empresa permite o acesso às suas áreas de manejo florestal para coleta da palha da palmeira indaiá, além de oferecer capacitação, treinamentos e patrocínio para participação em feiras e exposições regionais e nacionais. A iniciativa visa a comercialização e a promoção do artesanato, prática tricentenária no município de Antônio Dias. A ação dialoga com a Meta 5, que trata da coleta e comércio sustentável de espécies silvestres.

A própria Ibá está presente e, junto com as empresas brasileiras do setor de árvores cultivadas, participa ativamente das discussões promovidas pelo governo, a partir de consultas públicas, reuniões e diferentes iniciativas, como estabelecido pela Meta 14, que visa a integração das ações governamentais com o reconhecimento e a inserção da diversidade biológica no processo de tomada de decisão. Um bom exemplo disso é o processo de atualização da EPANB (Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade), uma ferramenta de gestão integrada das ações nacionais que visam conservar a biodiversidade e um instrumento de monitoramento do progresso das ações brasileiras que constam no Plano de Ação para a Biodiversidade.

Esses são apenas alguns dos registros da publicação, que traz também ações em prol da biodiversidade da Veracel, CMPC, TTG Brasil, Bracell, Melhoramentos, Suzano, Klabin, Eldorado Brasil, Eucatex, Norflor, Irani, TRC, Sylvamo e Gerdau. Vale ressaltar que os esforços de cada companhia não se limitam às ações e aos projetos apresentados de maneira mais detalhada — a própria publicação cita as outras metas para as quais cada empresa contribui diretamente.

“Os maiores desafios da caminhada humana atualmente passam pela crise do clima e da biodiversidade. O setor inova ao lançar o caderno de biodiversidade com cases concretos e que transformam metas em ações. É disso que o mundo precisa”, explica o presidente da Ibá, Paulo Hartung.

“Esse caderno é um marco na trajetória do setor de árvores cultivadas, mostrando que as ações de cuidado com a biodiversidade estão profundamente integradas ao propósito corporativo. O futuro está em jogo, e o tempo para agir é agora”, completa a gerente de Políticas Florestais e Bioeconomia da entidade, Patrícia Machado.

O documento será apresentado durante a COP16 em um evento paralelo organizado pela Ibá em parceria com o PEFC Internacional e o WBCSD (World Business Council for Sustainable Development). O painel jogará luz sobre projetos inovadores que contribuem para a agenda da biodiversidade, tendo como ponto central o manejo florestal sustentável. Vale destacar também que o setor de árvores cultivadas está presente de forma recorde nesta COP, com representantes de 13 empresas.

“Biodiversidade: um compromisso do setor brasileiro de árvores cultivadas” pode ser acessado no site da Ibá (iba.org).

Sobre a Ibá

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) é a associação responsável pela representação institucional da cadeia produtiva de árvores plantadas, do campo à indústria, junto a seus principais públicos de interesse. Lançada em abril de 2014, representa 48 empresas e 10 entidades estaduais de produtos originários do cultivo de árvores plantadas – painéis de madeira, pisos laminados, celulose, papel, florestas energéticas e biomassa -, além dos produtores independentes de árvores plantadas e investidores institucionais.

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Exclusiva – Primeiro Congresso Florestal Online do Brasil chega em sua 9ª edição abordando insights, inovações e desafios no setor

Uma programação robusta foi pensada para atualizar e enriquecer em conhecimento os participantes do congresso; as inscrições são gratuitas no site oficial

Florestas Online – Primeiro Congresso Florestal Online do Brasil estará imperdível para quem busca se atualizar com temas relevantes e atuais sobre o setor. O evento pauta e promove o setor já há nove anos, através de informação, atualizando profissionais, estudantes e entusiastas. O congresso acontecerá entre os dias 14 a 18 de outubro, ao vivo no Canal Youtube https://www.youtube.com/@FlorestasOnlineClique aqui e garanta sua inscrição gratuita!

O Florestas Online é uma realização da Paulo Cardoso Comunicações (https://www.paulocardosocom.com.br/), e conta com parceria institucional da Embrapa Florestas (https://www.embrapa.br/florestas).

Para sua programação, o Florestas Online traz mais de 20 palestrantes de destaque, atuantes nas principais instituições e empresas do setor, que abordarão temas 100% direcionados e atuais. O evento, que acontece na modalidade online e ao vivo, proporciona mais praticidade e liberdade aos participantes. Será transmitido para os inscritos no congresso, no canal oficial do YouTube Florestas Online, sendo uma oportunidade única, para ampliar conhecimentos, sobre um dos setores que mais crescem no país, e que vem se tornando protagonista em inovação e tecnologias, na economia e ações em ESG. Todos os participantes do Florestas Online receberão certificado.

Programação Florestas Online 2024

Dia 14:

8h – 8h45 | Marcos Leandro Kazmierczak – Incêndios florestais e mudanças climáticas: onde e quando? – Kaz Tech

8h45 – 9h30 | Eimi Arikawa – Combata incêndios com inteligência e tecnologia: PANTERA na prática – umgrauemeio

9h30 – 10h15 | Pedro Galvêas – Diagnóstico e plano de desenvolvimento florestal no estado do ES – Embrapa Florestas/INCAPER

10h15 – 11h | Jéssica Santana Comério – Uma experiência de inovação aberta – Innovatech

Dia 15:

8h – 8h45 | Márcio Veiga – Gestão colaborativa: fator chave para impulsionar a competitividade – Veracel Celulose

8h45 – 9h30 | Adalberto Brito – Controle de qualidade de mudas florestais – UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia)

9h30 – 10h15 | Sandra Bos Mikich – Interdependência entre restauração florestal, biodiversidade, dispersão de sementes e polinização – Embrapa Florestas

10h15 – 11h | Humberto Eufrade Junior – A qualidade da madeira e suas interações com a silvicultura, indústria e produtos – ESALQ/USP

Dia 16:

8h – 8h45 | Mário Grassi – Operação florestal em projetos de carbono de alta integridade – MOMBAK

8h45 – 9h30 | Milton Frank – A realidade do mogno africano no Brasil – ABPMA: Associação Brasileira dos Produtores de Mogno Africano

9h30 – 10h15 | Fausto Takizawa – Transformando a silvicultura de teca: inovações sustentáveis do plantio à colheita – AREFLORESTA

10h15 – 11h | Evaldo Muñoz – Manejo de florestas naturais: o único uso sustentável para áreas florestais – Embrapa Florestas

Dia 17:

8h – 8h45 | Marina Moura Morales – Biomassas para geração de energia – Embrapa Florestas

8h45 – 9h30 | Paolo A.R. Sartorelli – Floresta de sementes: semeadura direta que reduz custos da restauração florestal – Baobá Florestal

9h30 – 10h15 | Gilson Santos – A inteligência de dados aplicada a manutenção de máquinas móveis – GSantos Engenharia

10h15 – 11h | Anderson Bobko – O continuum da inteligência na Colheita Florestal – Eldorado Brasil Celulose

11h – 11h45 | Pedro Francio Filho – Alta produtividade florestal: silvicultura aplicada, a ciência na prática – Francio Soluções Florestais

Dia 18:

8h – 8h45 | Leonardo Ippolito Rodrigues – O papel das novas tecnologias na gestão florestal: LiDAR e Algorítimos Inteligentes – CENIBRA

8h45 – 9h30 | Richard Respondovesk – Como a Maxitree vem transformando a prospecção de terras e florestas em oportunidades de valor – Maxitree

9h30 – 10h15 | Lais Madaschi – Cenário atual e futuro do mercado de mudas de eucalipto no Mato Grosso – Arborgen

10h15 – 11h | Rodrigo Hakamada – Ciências florestais: qual o nível de envolvimento da academia nas pesquisas florestais em ligadas às mudanças climáticas? – ESALQ/USP

11h – 11h45 | Deodato Costa – Plantios adensados de eucaliptos para produção de biomassa para energia em curta rotação – Florest

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Escrito por: redação Mais Floresta.

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Breaking news exclusiva – Bracell protocola Termo de Referência no Imasul para nova fábrica de celulose em Água Clara (MS)

Inicialmente, o empreendimento terá capacidade de produção de 2,8 milhões de toneladas de celulose

Mato Grosso do Sul segue nos holofotes para as grandes indústrias do setor florestal. Nesta sexta-feira (23), a redação do Mais Floresta (www.maisfloresta.com.br) obteve a informação em primeira mão de mais um projeto que visa o estado como berço para instalação de uma nova fábrica de celulose. A Bracell protocolou no Imasul, um Termo de Referência para fazer o Estudo de Impacto Ambiental para instalação para do megaempreendimento em Água Clara (MS), com capacidade estimada de produção de 2,8 milhões de toneladas de celulose.

Nos bastidores do segmento, o assunto já circulava, e nesta data, foi formalizado, conforme informou com exclusividade ao Mais Floresta, Jaime Verruck, Secretário de Estado de Meio Ambiente Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc/MS): “Tivemos nas duas últimas semanas reuniões com a diretoria do Bracell, inclusive juntamente com o Governador Eduardo Riedel, e na data de hoje a Bracell protocolou no Imasul, o Termo de Referência para fazer o estudo EIA/RIMA para instalação de fábrica, à 15km de Água Clara, com capacidade estimada de 2,8 milhões de toneladas de celulose.”

Secretário de Estado – Jaime Verruck

“Havíamos já há um tempo conversado com a diretoria da Bracell, mas foi nesta sexta, que nos foi permitido que fizessémos a comunicação, e, inclusive que ela protocolou. Agora a gente entra no processo de EIA/RIMA. Então esse processo tem a duração de no mínimo 12 meses, até um pouquinho mais, para a autorização da licença ambiental. Então o foco nesse momento é o licenciamento ambiental. Já fizemos a primeira reunião hoje cedo com a equipe, para emitir o Temo de Referência, e a partir dessa primeira etapa,  a empresa poder proceder com todos outros estudos necessários para instalação no município de Água Clara, no Mato Grosso do Sul”, finalizou Verruck.  

Secretário Jaime Verruck – SEMADESC, faz anúncio oficial sobre a nova fábrica, em Água Clara.

Investimentos recentes

A multinacional asiática é uma das gigantes do mercado global de papel e celulose e investiu R$ 2,5 bilhões em uma nova planta em Lençóis Paulista (SP), empregando mais de 2 mil pessoas durante as obras, e gerando mais de 500 vagas permanentes ao longo da operação. A fábrica entrou em operação no início deste ano.

A Bracell tem ainda outros investimentos anunciados, como a construção de uma fábrica de Clorato de Sódio e Peroxido de Hidrogênio, componentes químicos utilizados no processo produtivo de celulose, uma fábrica de óleo de palma e a linha férrea até Pederneiras.

Nova fábrica opera com energia 100% renovável por meio de painéis fotovoltaicos.

Vale da Celulose

Em 2024, o Mato Grosso do Sul (MS) deve atingir uma produção de quase 6 milhões de toneladas de celulose. A nova fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, que entrou em operação em 21 de julho de 2024, deve produzir cerca de 900 mil toneladas até o final do ano. A fábrica tem a maior linha única de produção de celulose do mundo e foi construída com um investimento de R$ 22,2 bilhões. Com o início das operações, a capacidade instalada de produção da empresa saltou de 10,9 milhões para 13,5 milhões de toneladas anuais, o que representa um aumento de mais de 20% na produção atual da companhia.

O MS também está a construir outras fábricas de celulose, como o Projeto Sucuriú, que terá capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose branqueada ao ano. O investimento industrial previsto para o projeto, que estará localizado a 50km do centro urbano de Inocência, é de aproximadamente R$ 15 bilhões.

O novo investimento da Bracell vem de encontro para elevar ainda mais as potencialidades do setor florestal do Mato Grosso do Sul, prospectando-o como um pólo em destaque a nível internacional, colaborando diretamente para o desenvolvimento do estado, e geração de renda.

Setor de base florestal no Brasil

Recentemente a Ibá – Ibá – Indústria Brasileira de Árvores, divulgou o dinamismo e a potencialidade da indústria de árvores cultivadas brasileira, apontando ser a mais sustentável do mundo. O setor planta 1,8 milhão de árvores por dia. Confira no quadro abaixo, os investimentos previstos e anunciados para os próximos anos:

Fonte: Ibá.

Escrito por: redação Mais Floresta.

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Exclusiva – 1º Forest Carbon Brasil acontecerá em setembro, na capital de SP; inscrições já podem ser realizadas no site oficial

Evento abordará os principais desafios e potencialidades do mercado de carbono florestal no país; primeiro lote de inscrições no site www.forestcarbon.com.br vai até 15/08

No dia 04 de setembro, no Salão Nobre da Sala São Paulo, em São Paulo (SP), será realizado o Forest Carbon Brasil (https://forestcarbon.com.br/), que destacará em sua primeira edição os desafios, e oportunidades econômicas do Brasil em mercados de carbono, a partir de uma ótica que pauta o setor florestal. No evento estarão reunidos as principais empresas, instituições e profissionais do segmento, sendo uma oportunidade ímpar para trocas e experiências, networking e benchmarking, com ambiente propício focado nos temas.

O Forest Carbon Brasil é uma realização da Paulo Cardoso Comunicações (https://www.paulocardosocom.com.br/) em parceria com a SIF – Sociedade de Investigações Florestais (https://sif.org.br/) e organização técnica do sócio diretor do Grupo Index (https://indexgrupo.com.br/), Marcelo Schmid.

“O congresso Forest Carbon foi idealizado há três anos, mas ainda não tínhamos a legislação para que possibilitasse o início das negociações e da segurança que o setor esperava. Agora sim. Mas ainda há muitas dúvidas e falta de informações para o comércio de carbono florestal. E esse é o grande motivo do nosso evento: esclarecer e informar. Por isso convidamos o Marcelo Schmid, com todo seu conhecimento sobre esse mercado, para poder nos ajudar a formar esse dream team de palestrantes para o Forest Carbon. Realmente a programação está imperdível”, destaca Paulo Cardoso, CEO da Paulo Cardoso Comunicações, e do portal Mais Floresta.

“As palestras do Forest Carbon Brasil foram especialmente pensadas para abranger os principais temas, iniciativas, projetos e negócios de carbono que estão movimentando as florestas brasileiras. Selecionamos profissionais de instituições de destaque nesse mercado para debater aspectos técnicos, legais e tecnológicos que certamente vão impactar positivamente o nosso setor”, informa Marcelo Schmid, CSO do Grupo Index.

Marcelo (Grupo Index) e Paulo (Paulo Cardoso Comunicações).

“O Forest Carbon será um momento crucial para o setor florestal brasileiro, falar de carbono é urgente. O evento tem potencial de desmistificar muitas falácias e disseminar conceitos fundamentais amparados pelo que há de mais robusto na ciência, isso promoverá um entendimento mais profundo e abrangente sobre o mercado de carbono. Reunindo profissionais altamente qualificados, o debate enriquecedor que nós gostamos está garantido. Um evento como o Forest Carbon é um grande passo para o fortalecimento e expansão do mercado de carbono florestal no Brasil, impulsionando o setor rumo a um futuro ainda mais sustentável”, frisa Wilton Ribeiro, gerente executivo na SIF – Sociedade de Investigações Florestais.

Wilton (SIF).

Programação & networking

As palestras do Forest Carbon Brasil foram especialmente pensadas para abranger os principais temas, iniciativas, projetos e negócios de carbono que estão movimentando as florestas brasileiras. Foram selecionados profissionais de instituições de destaque nesse mercado para debater aspectos técnicos, legais e tecnológicos que certamente vão impactar positivamente o nosso setor. Confira a programação completa no site oficial do evento.

Mercado de Carbono – Status no Brasil   

Em dezembro de 2023, a Câmara aprovou por meio do PL 2148/15, que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, com o objetivo de criar incentivos para frear emissões de gases do efeito estufa e reduzir impactos das empresas sobre o clima. O mercado voluntário de carbono representa uma oportunidade estratégica para o Brasil. Ao adotar e promover este mercado, o país não apenas contribui para a luta global contra as mudanças climáticas, mas também impulsiona seu próprio desenvolvimento econômico, ambiental e social. É essencial que o governo, as empresas e a sociedade civil trabalhem juntos para aproveitar ao máximo esta oportunidade, transformando desafios ambientais em alavancas para o crescimento sustentável.

Clique aqui e garanta sua inscrição para o Forest Carbon Brasil

Seja um patrocinador Forest Carbon! Entre em contato com: comercial@forestcarbon.com.br, e esteja entre as principais empresas e instituições no segmento apoiadoras do evento.

Para saber mais acesse https://forestcarbon.com.br/, envie e-mail para contato@forestcarbon.com.br, ou envie mensagem para o Whatsapp (67) 9227-8719.

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Escrito por: redação Mais Floresta.

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“É vocação do mineiro plantar árvore”, opina presidente da Amif

Adriana Maugeri, da Associação Mineira da Indústria Florestal, fala sobre desafios ambientais, respeito à legislação e diz que setor crescerá por até 15 anos

Com uma área de 2,3 milhões de hectares de plantio, Minas Gerais é referência na chamada “indústria florestal”. Para a presidente da associação mineira do setor (Amif), Adriana Maugeri, faz parte da cultura mineira plantar árvores. “Como Minas são várias Gerais, temos presença de floresta em 94% dos municípios mineiros, e isso traz uma clareza de que é vocação do mineiro plantar árvores, cuidar de árvores. Assim como o café, o queijo, as cachaças, que são ícones da nossa cultura, do nosso plantar, a floresta também é”, afirma.

Em entrevista ao EM Minas, programa da TV Alterosa, Estado de Minas e Portal Uai, Adriana Maugeri falou sobre a área, tentou derrubar estigmas e fez um apelo à proteção ambiental. “Se temos uma vocação tão forte para florestas, como aceitamos os incêndios que trazem tanta destruição? A cada ano, Minas Gerais bate recorde de incêndios”, emendou.

Primeira mulher a presidir a Amif ela detalhou ainda o que é chamado de “economia verde”, afirmou que das árvores plantadas é possível extrair mais de 5 mil “bioprodutos”, e defendeu o setor como fundamental para a transição para uma economia de baixa emissão de carbono. Confira os principais trechos da entrevista.

Qual o conceito de economia verde?

A economia verde ficou mais evidente durante a pandemia e no pós-pandemia para grande parte da população. Como nós sofremos os efeitos da nossa degradação, o que os efeitos da natureza podem fazer com a sociedade, acho que todo mundo provavelmente pensou: “Mais uma dessas, será que a gente passa? Como a gente vai passar? O que podemos evitar?”. E o que vem agora é que vamos ter de fazer escolhas melhores dos produtos que consumimos, modos de vida. Escolhas que eu sei que não vão trazer impacto para o meio ambiente. Por exemplo, dentro de casa, por quais produtos posso optar? Produtos que são da origem do petróleo, não renováveis como o plástico, ou posso optar pelo papel? É aí que vem o encaixe da indústria florestal, porque toda produção de papel no Brasil, papel de imprimir, escrever, cadernos, livros, higiênicos, 100% são feitos com florestas renováveis. É de origem limpa, porque aquela árvore foi plantada especificamente para esse fim e ela “rebrota” três vezes em Minas Gerais, em um espaço de 21 anos.

É uma característica de Minas Gerais? É diferente em outros lugares?

Outros lugares estão aprendendo muito com Minas Gerais, e isso é motivo de orgulho, porque Minas possui a maior área de floresta plantada do Brasil. Vamos fazer uma analogia com o café, que possui aproximadamente 1,6 milhões de hectares plantados em Minas. Florestas são 2,3 milhões de hectares plantados, mais 1,3 milhões de hectares de área conservada. Somando, dá 3,6 milhões de hectares de árvores sob os cuidados da indústria florestal.

Acontece muito, quando se viaja, só se ver eucalipto por quilômetros. Provavelmente, ali havia uma floresta nativa. Como está esse balanço em Minas Gerais?

Toda atividade humana, todas as nossas culturas agrícolas, todas as instalações que o humano intervém, antes eram florestas. Nosso país era uma grande floresta, e as intervenções foram acontecendo ao longo dos séculos, décadas. Essas áreas foram sendo produzidas, por exemplo, para a pecuária. O eucalipto é mais recente, ele tem aproximadamente 60 anos aqui em Minas Gerais.

Quando falamos de floresta plantada estamos falando de eucalipto?

Não só eucalipto. Toda espécie de árvore que você plante com a finalidade de aproveitamento econômico da madeira é floresta plantada, que muitos chamam de silvicultura. Então há eucalipto, pinus, seringueira, cedro australiano, mogno africano é muito forte, açaí, o dendê, todos são florestas plantadas. Havia ali nessas áreas uma floresta nativa e o ser humano foi ocupando. Essas áreas foram ficando abandonadas por causa da degradação de muitas atividades que eram feitas sem o cuidado de hoje em dia. Há 60 anos, chegou ao Brasil o eucalipto, que apesar de não ser a única árvore das florestas plantadas, é a que a gente mais tem presença, principalmente em Minas Gerais, mais de 90%.

Ao longo do tempo, principalmente para a nossa floresta plantada, a ciência foi uma grande aliada, nós adaptamos essas espécies para os climas e solos brasileiros. Como Minas são várias Gerais, temos presença de floresta em 94% dos municípios mineiros, e isso traz pra gente uma clareza de que é vocação do mineiro plantar árvores, cuidar de árvores. Assim como o café, o queijo, as cachaças, que são ícones da nossa cultura, do nosso plantar, a floresta também é.

Existe algum compromisso da Amif em preservar as florestas nativas para fazer florestas plantadas? Como funciona isso?

As espécies florestais, arbóreas, elas conversam, literalmente. Quanto mais área conservada tiver no meio das nossas florestas plantadas melhor para a minha produtividade florestal, por essa simbiose, essa relação de alinhamento entre as espécies. Florestas plantadas, como falei, nós temos 2,3 milhões de hectares, e conservadas, 1,3 milhão. Então, a cada hectare que eu planto de floresta em Minas Gerais, eu tenho 0,7 conservado.

Isso excede a área de obrigação de conservação, justamente pela relação com a produção. Tem uma reserva legal: basicamente, em biomas de mata atlântica, cerrado, 20% você precisa ter na sua propriedade como reserva. E há as áreas de preservação permanente. Somando todas essas áreas, nós temos excedente, e não é só porque somos bonzinhos não, tem essa relação mesmo que a produção precisa.

A gente costuma dizer que do boi se aproveita tudo, menos o mugir. No caso do eucalipto se aproveita tudo? O que ele gera além da madeira?

Da floresta plantada, não só do eucalipto, é possível extrair 5 mil bioprodutos. Tudo o que se faz com petróleo, nós conseguimos fazer com a madeira. Se você pensar bem, o que é o petróleo? São as florestas de milhões de anos atrás, é carbono de alguma forma que está lá. A floresta plantada é o carbono se renovando, só que o processo químico e físico para extrair os produtos é diferente.

Cinco mil bioprodutos são gerados a partir da madeira, das folhas e dos troncos de uma árvore. Processos diferentes do petróleo, mas eu consigo fazer combustível, consigo fazer tecido. Por exemplo, os tecidos que possuem proteção antichamas que os nossos bombeiros usam são feitos com celulose solúvel, um produto das florestas plantadas que tem mais resistência às chamas do que o poliéster.

E a aplicação na construção civil?

Tem uma gama de produtos. Toda uma casa, pisos, painéis… Na época da pandemia, eram só as reuniões gravadas com o barulho da reforma, e toda reforma tinha madeira chegando. Os painéis são todos feitos com floresta plantada. Isso dá uma tranquilidade para o consumidor. O “bioproduto” vem da origem vegetal, renovável e limpa. Eu, como consumidor, tenho tranquilidade de pensar: “Estou consumindo um produto que tem uma origem renovável, que não deixou uma pegada lá atrás que não vai deixar o mundo pior”.

Por isso essa indústria faz parte da composição da economia verde. É uma economia que tenha produtos com menor pegada (de carbono). Por exemplo, quando você abastece seu carro, se você escolhe um combustível que é de fontes renováveis, isso é um comportamento seu.

Também tem um mel de eucalipto, não é isso?

O mel é uma paixão. A abelha é um bioindicador, por quê? Onde eu tenho abelhas, tenho a indicação de qualidade ambiental, a abelha não suporta inseticidas. Se você não tem abelhas na região, pode saber que a qualidade ambiental não é a melhor possível. Nos plantios ambientais, a gente tem a qualidade porque tem o misto do eucalipto e da floresta nativa. Eu consigo colocar caixas de abelha, fazer parcerias com as comunidades que ocupam os territórios onde nós possuímos florestas, e aí produzimos o mel. Dependendo de onde colocamos as caixas, temos mel só de eucalipto, que tem uma característica medicinal muito acurada, ou mel de florada mista, que é o mel da floresta nativa junto com o eucalipto.

Hoje, no Brasil, um dos produtos que têm a maior demanda de exportação é o mel de origem do eucalipto. É um mel mais clarinho, muito saboroso, e que tem esse apelo medicinal muito interessante. Você deve lembrar que na infância as crianças tinham kit de asma com eucalipto. As folhas de eucalipto têm essa propriedade. Da madeira eu consigo todos os outros produtos e da folha eu consigo essa essência.

Estamos passando por um período péssimo com a seca e incêndios. Como a Amif reage a isso? Existe alguma preparação para esse período do ano?

Esse é um ponto muito sensível. Eu sou muito indignada, porque acho que convivemos todo ano com grandes tragédias causadas pelos incêndios florestais. Há uma cultura, infelizmente, que eu não consigo compreender. Se temos uma vocação tão forte para florestas, como aceitamos os incêndios que trazem tanta destruição? A cada ano, Minas Gerais bate recorde de incêndios. É aquela cultura do “queimou, mas brota novamente”, essa é a minha indignação. Isso não é verdade. E os animais que são perdidos nesses plantios? Perdemos, infelizmente, a vida de um bombeiro no ano passado.

As empresas florestais, até por obrigações legais, possuem brigadas que acabam com os incêndios das nossas áreas, que são muito suscetíveis, por serem grandes e vastas. E ajudamos no combate por termos pessoas especializadas e equipamentos, em parceria com o estado de Minas Gerais e até com a União. Mas é muito triste, porque o esforço é sempre muito grande e a gente não vê a mudança no hábito da população.

Vê algo que precisa ser mudado nesse aspecto?

Eu conversei com o governo de Minas e acho o seguinte: a burocracia causa incêndios. Não é só o comportamento, mas, por exemplo, a pessoa tem uma propriedade rural, como todas as famílias ou alguém que ainda está em área rural, e precisa fazer uma limpeza de área. Ela pede autorização ao órgão ambiental, e às vezes demora muito mais do que aquele pequeno produtor tem capacidade de esperar, capacidade financeira de esperar. Ele precisa plantar logo a cultura que dá sobrevivência, ele não espera e ateia o fogo.

Como as ações de remoção de área verde no passado impactaram na imagem do setor?

Foram se criando vários mitos que se perpetuaram nos olhares de hoje, além das condutas inadequadas. As condutas de quatro décadas atrás seguiram a legislação da época, mas as legislações também foram atualizadas, seguiram a ciência da época, mas a ciência foi atualizada. E, qualquer cultura, não só de florestas, se você planta de uma forma errada, planta em lugares errados e inadequados, ela vai trazer um impacto negativo. Mas há o que chamamos de manejo sustentável. O setor aprendeu com os erros, evoluiu com a sua ciência, até porque se eu sou um usuário dos recursos naturais, do solo, de recursos hídricos, eu preciso da qualidade ambiental desses recursos. Se eu degradar o meu solo, eu vou afetar a minha própria produção. Isso é um mito muito forte que ainda se tem contra o agro brasileiro.

É lógico que há pessoas que fazem errado, mas essas pessoas não são produtores florestais, não são os produtores rurais de quem estamos falando. São criminosos, são outras categorias que você precisa conversar. É uma luta do setor com aliança do estado, instituições como o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público de Minas Gerais, como nós podemos aprimorar a fiscalização sem perder a mão para o estímulo do desenvolvimento sustentável.

Existe o carvão vegetal originário de área replantada, mas ainda se encontra carvão feito com árvores nativas. Como diferenciar?

Isso é um absurdo tão grande… Em 2024, com 2,3 milhões de hectares de florestas plantadas, você ainda tem criminosos que desmatam o nosso cerrado, a mata atlântica, para produzir carvão. Isso é a ganância de criminosos que não tem fim. É um mercado que oscila muito, a demanda por aço oscila muito, então você tem altas e baixas de preços no carvão. Quando se tem uma alta demanda do aço e uma maior demanda de carvão, realmente há um número de criminosos atuando, e se tem carvão de mata nativa, é porque tem gente que consome. Em Minas Gerais, desde 2018, é proibido a produção e o consumo de carvão vegetal de origem nativa para o abastecimento industrial.

E é fácil identificar? Como saber qual é qual?

É muito difícil identificar. As embalagens têm selo, mas o criminoso até consegue falsificar. A produção grande de carvão vegetal em Minas Gerais, é outro motivo de orgulho. Nós somos o maior produtor e consumidor mundial de carvão vegetal pela metalurgia, que é a produção de aço, ferro e ligas especiais. O aço verde é feito basicamente com produtos de origem renovável, em grande parte o carvão vegetal ou a sucata metálica, que é o aço sendo reciclável. Quando eu tenho a utilização da sucata ou carvão, ou os dois juntos, eu tenho o aço verde com a menor pegada de emissão de gases do efeito estufa.

Muita gente ouviu falar sobre hidrogênio verde, e também há estudos para ser uma fonte da siderurgia, mas ele ainda não tem escala e capacidade logística para abastecer todas as nossas siderúrgicas. O carvão vegetal hoje, em escala e custo, junto com a sucata, são interessantíssimos para a indústria mineira produzir o aço verde. Em Minas, já temos siderúrgicas que são carbono neutro por conta dos plantios florestais, da produção de carvão e da chegada do carvão na siderurgia.

Esse carvão vegetal de área replantada contribui para a redução da emissão de carbono?

Totalmente. Se você não utiliza o carvão vegetal, a grosso modo a empresa utiliza o carvão mineral, que não é de fonte renovável. O carvão vegetal tem emissões bem menores, neutralizadas no processo produtivo pela produção florestal. Assim como em qualquer produto no mundo, a opção pela produção sustentável não é pelo custo. É mais caro produzir o aço verde do que utilizar carvão mineral, porque no mineral eu faço a extração e já chega muito mais barato do que produzir a floresta e sete anos depois o carvão. É uma opção realmente da indústria e que também precisa ter uma adaptação tecnológica para receber o cartão vegetal.

Há indústrias que não conseguem simplesmente abastecer os seus altos-fornos com carvão. Precisam fazer um trabalho de conversão, ou nem isso seria suficiente, novos fornos precisam ser construídos. Mas se pode usar o carvão vegetal de outras formas na siderurgia. Mesmo uma grande indústria, em que o alto-forno não comporte o carvão vegetal, pode usá-lo com o que a gente chama de gestão de finos. Usar os finos de carvão para que no balanço energético, a produção contribua com o aço de baixa emissão de gases do efeito estufa.

Faz parte do processo de transição para uma economia de baixo carbono?

Dentro do recorte industrial brasileiro, quando se faz o cálculo das emissões de gases do efeito estufa – vamos lembrar que a gente tem o CO2, metano e outros tantos –, a siderurgia é um dos maiores emissores quando usa o carvão mineral. É uma pauta muito importante entre a siderurgia e o governo brasileiro: a descarbonização da siderurgia, por isso se investe muito em pesquisa com hidrogênio verde, eletrólise, carvão vegetal. É um grande desafio, mas a descarbonização é necessária. Em médio prazo, muito provavelmente, o Brasil estará instituindo o seu mercado de carbono nacional. Essas transações vão ser muito interessantes para a indústria.

Sobre o período até a produção da indústria florestal: falamos em sete anos a partir do plantio. Como funciona essa logística?

Faz parte do manejo sustentável da floresta os plantios com mosaicos. Esse planejamento de plantio e colheita começa até bem antes da época do plantio. Sete anos é o ciclo que se começa a contar do momento em que se planta a muda até a colheita, lembrando que a madeira é cortada, mas não se arranca a raiz, que vai continuar nutrindo o solo. Nesse período todo, três ou quatro anos antes de começar o plantio, eu tenho que fazer o meu planejamento florestal, (definir) onde são as áreas a plantar, qual o clone vai ser usado, qual muda é específica para aquela área, qual o espaçamento entre as árvores para que possa passar o maquinário da colheita… O dia do plantio marca, digamos assim, o aniversário de grandes passos.

A indústria florestal conseguem atender 100% da demanda, ou existe uma demanda reprimida?

Existe uma demanda reprimida, graças a Deus, por conta da bioeconomia. Cada vez mais, a sociedade está demandando produtos de origem renovável, por exemplo, embalagens. O mercado de compras on-line cresceu muito, então todo dia fica chegando uma caixinha em casa; no passado não tinha necessariamente caixas, então esse papel para embalagem é uma demanda.

A demanda por produtos feitos a partir da celulose de florestas plantadas é crescente, com tendência ainda de crescimento para os próximos 10 a 15 anos, então, tenho que plantar mais florestas. Toda vez que eu pensar em plantar mais florestas, a gente tem a certeza de que mais florestas também estão sendo conservadas

Como primeira mulher na presidência da Amif, de que forma ocorreu essa entrada em um setor tão masculino?

Papel, celulose, siderurgia, o universo da metalurgia, da engenharia, tem várias mulheres, mas o funil vai ficando apertado, a peneira estreita, e poucas chegam a posições executivas. Acredito que nos próximos anos isso vai ser bem diferente, mas até o momento eu sofro ainda, porque vejo que sou solitária em vários locais que frequento representando o setor.

Mas tenho essa tranquilidade, porque sei que minha escolha para o cargo não foi pelo fato de ser mulher. Foi pelo reconhecimento do trabalho e da minha trajetória. Quando são escolhidas, infelizmente as mulheres tendem a se comportar de forma similar aos homens para serem aceitas, em vez de impor o seu diferencial. Isso é uma armadilha cruel. Eu já conversei com várias executivas e isso não permeia a gente no início dos cargos, a gente começa a querer repetir modelos.

Quando a gente se apodera da característica do feminino, da sensibilidade, da leitura mais detalhada das situações, essa objetividade do planejamento que a mulher tem, isso somado com a alta capacidade de execução masculina faz um combo muito interessante. Os próprios homens ficam mais confortáveis de ter na liderança uma mulher. É um desafio, cada vez mais eu vejo que a gente precisa abrir essas portas.

Informações: Estado de Minas Gerais.

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