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Fórum Florestal debate formas de tornar mais rentável a produção de erva-mate

A erva-mate gaúcha foi o centro dos debates do 17º Fórum Florestal, realizado na manhã desta quinta-feira (13), no Auditório Central da 25ª Expodireto Cotrijal. No evento, foram discutidas formas de valorizar o produto, geração de créditos de carbono e ainda foi lançado um concurso que premiará a maior árvore de erva-mate do Rio Grande do Sul.

O fórum teve início com a formação da mesa de autoridades, composta pelo vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder; secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Clair Kuhn; secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti; presidente da Emater/RS, Luciano Schwerz; o engenheiro agrônomo, Emiliano Santarosa, representando a Embrapa Florestas; presidente do Sindimate/RS, Álvaro Pompermayer; coordenador administrativo do Ibramate, Ismael Rosset; e pela coordenadora do Polo Ervateiro do Nordeste Gaúcho, Selia Felizari.

Enio Schroeder, em sua fala, destacou a importância do evento e a necessidade da preservação ambiental. “O Fórum Florestal tem uma grande importância porque ele mexe com tudo aquilo que nós gostamos e necessitamos. Nós precisamos tanto que as florestas e a natureza sejam preservadas, e o fórum tem esse propósito, com pessoas que trabalham muitas vezes no anonimato, mas que fazem uma diferença enorme”, disse o vice-presidente da Cotrijal.

Erva-mate Região de Machadinho

Selia Felizari, que também é presidente da Associação dos Produtores de Erva-mate de Machadinho (Apromate), anunciou no evento a concessão de Registro pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) da Indicação Geográfica “Erva-mate Região de Machadinho”.

“Esse registro foi feito em 4 de fevereiro. Trata-se da valorização da erva-mate e o reconhecimento da própria colonização daquela região, uma vez que os descendentes de imigrantes italianos chegaram até aquele local em busca do “ouro-verde”, que era a erva-mate que existia na mata-nativa junto aos pinhais”, disse Selia.

Os testes foram validados em 2014, o que proporcionou o registro no Ministério da Agricultura e Pecuária da primeira cultivar de erva-mate do Rio Grande do Sul, a Cambona 4. Segundo Selia, um dos pilares do projeto que envolve a planta é a questão ambiental.

“Não colocamos erva-mate na mata, trazemos outras espécies de plantas nativas para dentro do erval. Por exemplo, na área que se plantava soja é feito um erval com outras espécies nativas. E a produtividade é ótima porque essa terra já está pronta e é de fácil manejo e colheita. Comparada à soja, a erva-mate é mais rentável se bem manejada”, relata Selia.

Hoje, a Apromate possui 591 produtores associados e, com o novo registro no INPI, é esperado que a Erva-mate Região de Machadinho valorize o produto, amplie o turismo na região e abra novos mercados. Atualmente, os principais importadores são Uruguai, Síria, Estados Unidos e países da Europa.

Créditos de carbono

O engenheiro agrônomo, Gabriel Dedini, coordenador dos Programas de Erva-mate e Café da Fundação Solidaridad, de São Paulo, ministrou uma palestra com o tema “Geração de créditos de Carbono pela erva-mate: proposta de projeto para o Rio Grande do Sul”, cuja estrutura de trabalho é vinculada com cerca de 120 famílias do Sul do Estado.

“Essa proposta vem sendo construída ao longo dos últimos cinco anos, quando a gente começou a trabalhar aqui no Sul do Brasil com a cultura ervateira, desenvolvendo toda uma perspectiva de arranjos, vinculados ao modelo de agricultura de baixo carbono, orientado por uma agricultura mais inclusiva via assistência técnica responsável e dentro de uma perspectiva de continuidade ao longo dos anos”, disse Dedini.

O objetivo do projeto era estabelecer indicadores, parâmetros e objetivos relacionados a uma estrutura onde a geração de renda e altas taxas de produtividade pudessem ser conectadas a uma estrutura de sequestro, remoção e estoque de carbono. Ou seja, essas áreas atuam como drenos de gases causadores do efeito estufa.

Dentro dessa prerrogativa, foi construída uma articulação setorial e trabalhado com stakeholders tanto brasileiros quanto do exterior. A meta era promover a erva-mate dentro de mercado para gerar pagamentos por serviços ambientais, aliado a uma agenda positiva climática.

“Hoje, temos uma sinalização de investimento na casa de milhões de euros para estruturarmos um trabalho de nível territorial em três pólos ervateiros do Estado. Porém, isso não pode e não deve ser desenvolvido única e exclusivamente pela Solidaridad”, explica Dedini.

Conforme o engenheiro agrônomo, o projeto envolve muitas mãos, está integrado dentro de uma agenda do Programa ABC (visa reduzir a emissão de carbono na agropecuária até 2030), liderado pela Secretaria de Agricultura, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento do setor ervateiro.

A maior Ilex paraguariensis gaúcha

O professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), Jaime Martinez, graduado em Ciências Biológicas e Agronomia – e doutor em Ecologia – lançou no fórum o “Concurso Árvores Gigantes do Rio Grande do Sul – 2025: o ano da erva-mate”. O objetivo é encontrar a maior árvore de Ilex paraguariensis (nome científico da erva-mate) dentro do território gaúcho.

“O concurso busca despertar nos proprietários rurais o interesse sobre os ambientes florestais e as espécies florestais que estão dentro da sua propriedade. Então, através de uma competição fraterna, vamos buscar identificar aquilo que a gente chama de árvores gigantes, que são aquelas árvores que conseguiram viver por muito tempo e, por consequência, possuem uma carga genética resistente ao clima, doenças e pragas”, afirma Martinez.

Essas plantas estão muito bem adaptadas ao solo e seriam, naturalmente, candidatas a fornecerem sementes para o futuro, para a produção de mudas de qualidade de espécies arbóreas. Para o concurso, será usado o critério de circunferência, uma vez que é mais fácil para o produtor realizar o cálculo.

“Normalmente, as pessoas conhecem erva-mate plantada para fins de colheita, mas poucos conhecem erva-mate nativa, que está há centenas de anos dentro dos nossos remanescentes florestais”, explica o professor.

A coordenação geral do concurso ficará sob a responsabilidade do Laboratório de Manejo da Vida Silvestre (LAMVis) da UPF, com apoio operacional da Emater/RS. O concurso conta com a participação dos cinco polos ervateiros do Estado, Ibramate, Sindimate, Secretaria Estadual da Agricultura, Projeto Charão/AMA, Associações de Produtores de Erva-mate, Cotrijal, Coprel e ICMBio-Floresta Nacional de Passo Fundo.

“Esta é uma forma de nós resgatarmos a importância de uma planta natural, nativa do Sul do Brasil e que tem um potencial fantástico. Gostaríamos que não só os gaúchos tomassem chimarrão, mas que esse hábito percorresse o mundo afora para fortalecer também a atividade produtiva da erva-mate do Rio Grande do Sul”, disse Martinez.

As inscrições para o concurso poderão ser feitas nos escritórios da Emater/RS. A divulgação da árvore gigante será no dia 21 de setembro de 2025, quando se comemora o Dia da Árvore.

O 17º Fórum Florestal foi promovido por Emater/RS, Cotrijal, Programa Gaúcho para a Qualidade e Valorização da Erva-Mate, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Embrapa Florestas, Sindimate/RS, Sindimadeira/RS, Ageflor, Ibramate e Apromate.

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FASB abre inscrições para o 3º Study Tour Brasil 

O evento terá programação de seis dias visitando iniciativas de restauração florestal e uso sustentável do solo, entre Vitória e Porto Seguro, em uma das regiões mais relevantes da Mata Atlântica 

Nos dias 13 a 18 de maio o FASB realizará o 3º Study Tour, com uma programação que inclui visitas a iniciativas e projetos socioambientais, em comunidades tradicionais e propriedades privadas entre as cidades de Vitória/ES e Porto Seguro/BA, em uma região chamada de Hileia Baiana, que compõe uma das áreas com o maior número de fragmentos florestas significativas para a conservação da Mata Atlântica. As inscrições estão abertas para profissionais, instituições, lideranças e empresas que atuam e desenvolvem projetos socioambientais e têm foco na restauração de paisagens no site do FASB.

Em sua terceira edição, o evento preparou uma jornada que irá explorar como promover ações integradas para o fortalecimento da cadeia da restauração florestal na Hileia Baiana. Serão seis dias de atividades para conhecer as diferentes intervenções que estão programadas e sendo realizadas no território, além de apresentar os desafios a serem enfrentados e as oportunidades de melhorias.

Para Márcio Braga, coordenador geral do FASB, “este será um momento para refletir sobre o desenvolvimento de projetos que reestruturem a cobertura vegetal de um dos ecossistemas mais importantes do país, com destaque na aplicação de novas tecnologias, investimento de recursos financeiros, parcerias institucionais, geração de renda e eficiência.”

O evento conta com apoio do WWF-Brasil, que atua coletivamente na conservação ambiental da região da Hileia Baiana, e do Diálogo Florestal por meio do Fórum Florestal da Bahia, que é um espaço permanente de diálogo da sociedade sobre as florestas no sul e extremo sul da Bahia.

“A expansão do FASB para o Espírito Santo é uma oportunidade de fortalecer a cadeia da restauração na região e de apoiar as organizações na implementação de projetos desenvolvidos localmente”, afirma Daniel Venturi, especialista de Conservação e líder da estratégia de Mata Atlântica do WWF-Brasil.  De acordo com a Secretária Executiva do Fórum Florestal da Bahia, Erica Munaro, “o Study Tour será uma oportunidade de nos aproximar das diferentes realidades de comunidades e instituições que estão atuando na construção de soluções para uso e conservação de paisagens sustentáveis. Dessa forma, poderemos refletir sobre os desafios e oportunidades visando a conectividade da rica biodiversidade existente no Corredor Central da Mata Atlântica”.

O Study Tour dar-lhe-á a oportunidade de aprofundar questões de como reforçar a governança para que os diferentes atores possam ser integrados na tomada de decisões a nível territorial, como garantir o apoio financeiro para o fortalecimento da cadeia da restauração florestal e promover um impacto significativo na paisagem, como a construção de um corredor ecológico de 500 km.

Além da programação, o evento será o marco para o lançamento do segundo ciclo de investimentos do FASB em projetos socioambientais de origem do sul da Bahia e expandindo para o norte do Espírito Santo, divulgando o período e o processo de inscrição de novos projetos.

Nessa jornada, o participante terá uma experiência de aprendizagem, em que poderá explorar em conjunto as ações de restauração florestal mais adequadas para a construção de um corredor ecológico na Hileia Baiana e o que é necessário para colocá-las em prática.

Serviço:

Sobre o FASB

O FASB é um programa de incubação e aceleração que segue um ciclo de projeto em várias etapas, fornecendo assistência técnica desde a origem até sua implementação completa, apoiando a evolução do projeto desde os estágios iniciais até sua conclusão. O trabalho é feito com base em uma abordagem inovadora, posicionando as partes interessadas no centro do desenvolvimento dos projetos, obtendo uma grande diversidade de instituições envolvidas. Estão previstos investimentos entre 20 e 40 milhões de reais destinados a projetos para restauração da Mata Atlântica no norte do ES e no sul da Bahia.

Sobre o WWF-Brasil

O WWF-Brasil é uma ONG brasileira que há 27 anos atua coletivamente com parceiros da sociedade civil, academia, governos e empresas em todo país para combater a degradação socioambiental e defender a vida das pessoas e da natureza. Estamos conectados numa rede global interdependente que busca soluções urgentes para a emergência climática. Conheça: www.wwf.org.br

Sobre o Diálogo Florestal/FFBA

O Fórum Florestal da Bahia é um canal dialógico que tem como objetivo identificar agendas comuns entre empresas do setor florestal, organizações não governamentais, organizações sociais, instituições de pesquisas e órgãos governamentais de regulamentação e preservação para a promoção de ações efetivas, visando a conservação e restauração do meio ambiente e a geração de benefícios tangíveis, tanto para os participantes do diálogo quanto para a sociedade em geral. O Diálogo Florestal é uma iniciativa pioneira e independente que desde 2005 facilita a interação entre representantes de empresas, associações setoriais, organizações da sociedade civil, grupos comunitários, povos indígenas, associações de classe e instituições de ensino, pesquisa e extensão. Conta com 245 membros em sete Fóruns Florestais regionais e um conselho de coordenação nacional formado por representantes de empresas do setor florestal, organizações da sociedade civil e instituições de ensino e pesquisa.

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Fórum aborda controle de emissão de carbono na cadeia florestal

A dinâmica das florestas em relação ao Plano Estadual de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC RS) foi o tema central do 16º Fórum Florestal do RS, que aconteceu nesta quinta-feira, 7 de março, no auditório central da Expodireto Cotrijal 2024.

O Plano ABC RS é um programa da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) dedicado à agricultura de baixa emissão de carbono. Seu objetivo central é promover a adaptação às mudanças climáticas e o controle das emissões de gases de efeito estufa na agropecuária.

O coordenador do Plano ABC RS, Jackson Brilhante, explicou que o objetivo estratégico deste plano é implementar no Rio Grande do Sul uma agropecuária com características de viabilidade econômica, conservacionista e de baixa emissão de carbono.

O plano ABC RS é composto por oito tecnologias que são mitigadoras de emissões de carbono: o sistema de plantio direto de grãos; o plantio direto de hortaliças; florestas plantadas; sistemas de integração; bioinsumos; terminação intensiva; práticas de recuperação de pastagens degradadas e sistemas irrigados.

“Nosso compromisso é, até 2030, ampliar em 1,43 mi/ha as áreas com adoção de Práticas para Recuperação de Pastagens Degradadas (PRPD) e estender em 600 mil hectares a área com adoção de Sistema de Plantio Direto”, disse Brilhante.

Ele também falou sobre o projeto que está sendo desenvolvido pela Seapi, com a utilização de equipamentos para analisar em tempo real a emissão de gases de efeito estufa. “O estudo está sendo realizado em sistemas de erva-mate em pleno sol e sombreado e mostra quanto a cultura sequestrou de carbono por tonelada produzida”, informou.

O diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Claudinei Baldissera, destacou as ações da entidade com foco na agricultura de baixa emissão de carbono. Neste sentido, apontou o papel fundamental das Assistências Técnicas e Extensão Rural (ATERS), que trabalham junto aos produtores na capacitação e orientação técnica, na adoção de tecnologias sustentáveis, no manejo eficiente de resíduos, no manejo sustentável do solo e na integração de políticas públicas.

Melhores práticas na erva-mate

As melhores práticas para o trabalho relacionado a uma agenda climática em cima da cultura de erva-mate e a estruturação de uma calculadora de carbono foram apresentas pelo coordenador dos programas de Erva-Mate e Café da Fundação Solidaridad, Gabriel Dedini.

“Em cima dessa calculadora, a gente vem trabalhando com as melhores práticas, tentando buscar uma máxima performance entre um contexto ambiental e um contexto produtivo de valor econômico, a fim de dar sustentabilidade e viabilidade para a atividade”, pontuou.

Ele ressaltou que a calculadora é uma ferramenta que pode ser acessada de forma gratuita pelos produtores, por meio do site da Embrapa Florestas, e dá suporte para trabalhar junto com o programa ABC.

“Ela ajuda a contabilizar os estoques de carbono e faz uma interface com as práticas de manejo que são adotadas pelo agricultor. Então, a gente consegue fazer uma adequação de melhores práticas, olhando também para esse resultado do sequestro de carbono dentro dos sistemas de produção”, destacou.

O Fórum Florestal é uma promoção da Emater/RS-Ascar, Cotrijal, Embrapa Florestas, Ageflor, Sindimate/RS, Sindimadeira, Programa Gaúcho para a Qualidade e a Valorização da Erva-mate, Ibramate e Apromate.

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