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Estados Unidos doam equipamentos a Bombeiros do Chile para combater incêndios

O governo dos EUA está mobilizando seu apoio por meio de assistência ao trabalho incansável que realizam bombeiros, brigadistas e muitos outros no combate aos incêndios que afetam o Chile

A embaixadora dos EUA no Chile, Bernadette Meehan, entregou, no início de fevereiro, um segundo lote de assistência composto por geradores elétricos, botas de bombeiros, luvas de combate florestal e palatinas, em uma cerimônia realizada no Quartel General do Corpo de Bombeiros de Quilpué, na região central de Valparaíso. Entre o Escritório de Assistência Humanitária da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID/BHA) e o Programa de Assistência Humanitária do Comando Sul (SOUTHCOM) do Departamento de Defesa, estão fornecendo US$ 114.000 e US$ 117.000, respectivamente, em equipamentos de combate a incêndios e de proteção individual para os Bombeiros do Chile.

Durante a cerimônia, a embaixadora Meehan enfatizou que “o Chile sofreu muito nesses dias e o povo dos Estados Unidos está com vocês. Meus compatriotas estão acompanhando as notícias sobre os incêndios florestais com grande preocupação e com o desejo de ajudar o Chile durante esses tempos tão difíceis”.

Além dessa assistência material entregue em Quilpué e a outros corpos de bombeiros, a embaixadora Meehan anunciou a entrega de um pacote de ajuda de US$ 100.000 através da USAID/BHA, que inclui assistência humanitária às comunidades afetadas pelos incêndios em Valparaíso.

Atualmente, a USAID/BHA conta com 13 especialistas presentes no Chile, incluindo o diretor regional para a América Latina e o Caribe e o coordenador de resposta a incêndios florestais desse escritório.

Esse apoio e a colaboração dos EUA com os Bombeiros do Chile, socorristas e comunidades afetadas remontam a décadas, graças à estreita colaboração por meio de cursos de formação, intercâmbio de experiências e desenvolvimento de capacidades, bem como o fornecimento de importantes tecnologias de vanguarda, ferramentas e equipamentos para prevenir, combater e investigar com eficácia as causas dos incêndios florestais, o que também envolve especialistas da CONAF e do SENAPRED.

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Chile teve mais de 4.200 hectares de floresta nativa queimados após incêndios

Tragédia foi a pior no país desde o terremoto de 2010; ao menos 112 morreram

Os incêndios florestais que se alastraram por cinco municípios da região de Valparaíso, no Chile, causaram a perda de 4.286 hectares de floresta nativa. A informação foi confirmada pela Fundación Terram nesta quinta-feira, 15, em um estudo financiado pela União Europeia. As chamas afetaram regiões urbanas e industriais, terras agrícolas, reservatórios e os arredores de lagos e lagoas. “Na floresta nativa danificada, havia espécies emblemáticas de alto valor ecológico. Havia grupos de palmeira chilena, grupos de belloto do norte, orquídea, alstroemeria, naranjillo, lingue e patagua”, detalha o documento. Além disso, foram queimadas espécies típicas de florestas esclerófilas, como peumos, quillayes e litres.

Essa tragédia é considerada a mais grave no Chile desde o terremoto de 2010 e pelo menos 112 pessoas morreram. De acordo com investigações iniciais, os incêndios foram criminosos e começaram em quatro focos dentro da parte natural do Lago Peñuelas até chegarem à Viña del Mar, impulsionados pelo vento e pelas temperaturas extremas. “As plantações de árvores urbanas tendem a ser construídas com espécies exóticas que requerem cuidados especiais e muitas vezes exigem mais água, além de serem consumidas mais rapidamente pelos incêndios. Cada fragmento de vegetação nativa que é preservado dentro das cidades e que resistiu às pressões humanas é extremamente valioso”, disse Flavia Liberona, diretora da Fundación Terram.

*Jovem Pan News / Com informações da EFE.

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O que é um incêndio florestal e por que ele é tão perigoso?

O incêndio florestal no Chile, de fevereiro de 2024, é um bom exemplo de como esses eventos podem evoluir rapidamente e gerar consequências danosas de grande magnitude

Os focos de calor que afetam atualmente cerca de dez regiões do Chile mostram o quanto perigoso para o ser humano e para a biodiversidade pode ser um incêndio florestalDe acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), esse tipo de evento acontece quando o fogo se torna um incêndio de queima livre  que afeta a vegetação e representa um risco significativo seja social, econômico ou ambiental. 

A  definição está no relatório “Frontiers: Noise, Flames and Imbalances” (“Fronteiras: Ruído, Chamas e Desequilíbrios”, em tradução livre, publicado pelo PNUMA edição 2022, e acrescenta que, às vezes, os incêndios florestais podem ser de curta duração, afetando uma pequena área. No entanto, alerta a agência, é mais comum que queimem por longos períodos de tempo e atinjam grandes áreas.

O PNUMA esclarece também que o comportamento de um incêndio pode ser eventualmente “benigno” em seu perímetro, mas pode se caracterizar por períodos de rápida propagação e comportamento intenso, o que significa que ações de mitigação de riscos e sua supressão podem ser ineficazes.

O que causa os incêndios florestais?

De acordo com o documento do PNUMA, o surgimento desses eventos pode ter três origens: nascer de forma acidentalnatural e intencional.

A esse respeito, o órgão internacional explica que “embora possa ocorrer naturalmente, a maioria dos incêndios é resultado de ações humanas, como limpeza de terras após o desmatamento industrial e agrícola, ou assentamento humano, além de manejo de pastagens para o gado e até mesmo negligência”.

Os incêndios naturais ocorrem quando três elementos convergem: ignição (o calor do sol ou de um raio inicia o fogo), combustível (há material suficiente para alimentar as chamas) e condições climáticas favoráveis (várias condições, como temperatura, vento ou umidade relativa, possibilitam a propagação do fogo), diz o PNUMA.

Quais são as consequências dos incêndios florestais?

Os incêndios florestais causam enormes danos ao meio ambiente, bem como à propriedade e à vida humana, pois emitem grandes quantidades de poluentes atmosféricos, como carbono negro, material particulado e gases de Efeito Estufa, informa o PNUMA

Parte da fuligem gerada por eles pode ser transportada por longas distâncias e depositada em paisagens remotas, incluindo geleiras. Como resultado, a capacidade da superfície da Terra de refletir a luz solar pode ser reduzida, levando ao aquecimento.

Por sua vez, incêndios florestais grandes e frequentes em florestas boreais e tropicais podem transformar sumidouros de carbono em fontes de gases de Efeito Estufa.

Além disso, mais incêndios podem levar a mudanças de longo prazo na composição das espécies de plantas e na estrutura dos ecossistemas florestais.

A maioria dos incêndios florestais é resultado de ações humanas. Esses incêndios causam danos ao meio ...

A maioria dos incêndios florestais é resultado de ações humanas. Esses incêndios causam danos ao meio ambiente e colocam vidas em risco.

FOTO DE MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL DO CHILE GOVERNO DO CHILE

Quais são os tipos de incêndios florestais?

O documento do PNUMA reconhece três tipos de incêndios florestais, que dependem da biomassa combustível e das condições climáticas. Deve-se observar que todos os três tipos, ou uma combinação deles, podem ocorrer em um único incêndio.

Incêndios nas copas das árvores

Nesses casos, o fogo sobe do solo até a copa das árvores e pode se espalhar por toda a copa das florestas. Como a agência internacional aponta, eles representam a forma mais intensa e perigosa de incêndio florestal e geralmente são os mais difíceis de suprimir.

Incêndios superficiais

Alimentando-se de folhas, matéria morta e vegetação rasteira, são mais comuns em florestas, savanas e campos altamente produtivos. “Os incêndios superficiais podem se espalhar verticalmente por meio da ignição de arbustos e moitas e se transformar em incêndios de copa”, enfatiza o documento do PNUMA.

Incêndios no solo

Esses incêndios queimam as camadas orgânicas decompostas do solo e geralmente não produzem chamas visíveis. Por esse motivo, é difícil suprimi-los completamente.

Incêndios florestais no Chile em 2024: qual é a situação?

Durante os primeiros dias de fevereiro de 2024, o Chile registrou incêndios florestais em várias regiões do país. Esses focos afetaram principalmente as regiões de Valparaíso, Metropolitana, O’Higgins, Maule, Biobío, Ñuble, La Araucanía, Los Lagos, Aysén e Magallanes.

A magnitude do fogo é tamanha que as autoridades locais descreveram o evento como uma “tragédia nacional” e o presidente chileno, Gabriel Boric, decretou um período de luto nacional de dois dias.

Os incêndios florestais de fevereiro de 2024 afetaram 10 regiões do Chile.  O evento já é ...

Os incêndios florestais de fevereiro de 2024 afetaram 10 regiões do Chile.  O evento já é considerado uma “tragédia nacional” no país.

FOTO DE MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL DO CHILE

De acordo com Manuel Monsalve, subsecretário do Interior do Chile, até a noite de domingo, 4 de fevereiro, um total de 165 focos de incêndio foram registrados, dos quais 19 estavam sob observação, 40 seguiam em combate, 112 haviam sido controlados e quatro foram extintos.

Além disso, o governo do país também informou que o Serviço Médico Legal (SML) chileno havia confirmado 112 mortes, até o domingo (4) em decorrência dos incêndios florestais. Além disso, estima-se que mais de 14 mil casas tenham sido afetadas (total ou parcialmente) pelos incêndios, segundo dados dos órgão governamentais do país.

No entanto, as autoridades insistem que essas são projeções iniciais que devem mudar com o passar das horas.  De acordo com o mesmo relatório, espera-se que as condições climáticas melhorem tanto na região de Valparaíso quanto no centro do Chile, o que será mais favorável para o controle dos incêndios.

Informações: National Geographic Brasil.

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Mortes provocadas por incêndios florestais no Chile superam 110

Presidente decretou estado de emergência e afirmou que expectativa é de que cifra de óbitos aumente. Alertas emitidos pelo persistente calor sufocante, estão em vigor também nesta semana que se inicia em áreas da Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil, além do Chile

Os Incêndios florestais no Chile já causaram a morte de ao menos 112 pessoas, informou o Ministério do Interior do país na noite deste domingo (04). Mais cedo, o presidente Gabriel Boric, que já havia decretado estado de emergência devido à situação, disse que o número de mortes continuaria a “crescer significativamente”.

“Estamos diante de uma tragédia de grande magnitude”, afirmou o líder em pronunciamento transmitido pela TV. “É a maior tragédia que tivemos desde o terremoto de 2010”, acrescentou, referindo-se ao terremoto de magnitude 8,8 seguido de um tsunami que, ocorrido em fevereiro daquele ano, deixou mais de 500 mortos.

Segundo relatório da Corporação Nacional Florestal (Conaf), os incêndios eram registrados em 290,3 quilômetros quadrados na manhã desta segunda, o que equivale a 19% da área do município de São Paulo. A região (equivalente a estado) de Valparaíso era a mais atingida, com 35,1% dos focos ativos.

O fogo assola a região turística de Valparaíso, no centro do país, desde a sexta-feira (2), assim como áreas no sul do território. Nos últimos três anos, o país sul-americano tem passado por catástrofes semelhantes durante o verão. Ao mesmo tempo, os incêndios desta semana já são considerados o fenômeno mais letal a acometer a nação da última década.

Há centenas de desaparecidos, e a cifra de óbitos aumenta enquanto os bombeiros se esforçam para controlar as chamas. Além das perdas humanas, estima-se que entre 3.000 e 6.000 residências tenham sido afetadas.

“Aqui não restou uma única casa”, lamentou a aposentada Lilián Rojas, 67. Ela vivia perto do Jardim Botânico de Viña del Mar, que desapareceu completamente, segundo ela contou à agência de notícias AFP entre os escombros e cinzas do bairro.

Rojas afirmou que as chamas engoliram casas em questão de minutos na sexta. Após ver um foco distante de fumaça, ela foi brevemente para o quarto assistir à televisão e, quando saiu para olhar a rua, as pessoas já estavam correndo, contou ela.

A ajudante de cozinha Rosana Avendaño, 63, estava fora de casa quando o fogo começou a devastar El Olivar, outro bairro de Viña del Mar, onde ela mora com o marido e o animal de estimação.

“Foi terrível porque eu não conseguia chegar [em casa]. O fogo veio, perdemos tudo. Meu marido estava deitado e começou a sentir o calor do incêndio que se aproximava e saiu correndo”, relatou.

Ao que tudo indica, as condições climáticas deste domingo dariam trégua aos moradores, “com um cavado costeiro que permite resfriar o incêndio”, segundo disse a ministra do Interior, Carolina Tohá, referindo-se a um fenômeno climático que produz muita nebulosidade, alta umidade e diminuição das temperaturas.

“As condições hoje são mais propícias para as tarefas de apoio às vítimas e de contenção dos incêndios”, prosseguiu ela. No terceiro dia de fogo, o foco de incêndio na vila rural de Las Tablas, o mais importante nos arredores de Valparaíso, continuava ativo, contudo, abrangendo “um perímetro de 80 km”, disse Tohá.

Em toda a região, conhecida por suas praias turísticas e produção vitivinícola, participam da contenção do fogo e do resgate da população 17 brigadas de bombeiros e 1.300 soldados e voluntários civis.

Desde a última quarta-feira (31), as temperaturas se aproximam dos 40°C na zona central do Chile, onde fica a capital, Santiago. O Ministério dos Transportes decidiu na sexta bloquear totalmente o trânsito devido à visibilidade reduzida pela fumaça na Rota 68, que vai de Santiago a Valparaíso.

O maior incêndio florestal é na Reserva Lago Peñuelas, próxima à principal rodovia que dá acesso à região, segundo a Conaf. O segundo incêndio mais amplo ocorre em La Aguada, comuna de La Estrella na região de O’Higgins, no centro do país.

Considerando toda a temporada do verão, 521 quilômetros quadrados (34% do município de São Paulo) tinham sido queimados no Chile até a manhã desta segunda. O número ainda está distante do registrado no ano passado, quando cerca de 4.000 quilômetros quadrados foram destruídos, mas as chamas se espalham de forma mais rápida neste ano.

Em dezembro de 2022, Valparaíso sofreu com fortes incêndios florestais, que costumam ser intencionais, segundo relatórios oficiais. O fogo também se espalha rapidamente devido a construções em áreas não autorizadas.

A prefeita de Viña del Mar, Macarena Ripamonti, disse ter ficado surpresa com a magnitude dos incêndios deste ano. “Estamos diante de uma catástrofe sem precedentes, uma situação dessa envergadura nunca tinha acontecido na região”, observou.

Moradores afetados pelo incêndio em Vinã del Mar
Moradores afetados pelo incêndio em Vinã del Mar . AFP/Javier Torres – 23.dez.22
Vista aérea das casas destruídas
Vista aérea das casas destruídas. AFP/Javier Torres – 23.dez.22
Mulher salva cachorro do incêndio . AFP/Javier Torres – 23.dez.22

As rotas para essas praias do Pacífico foram fechadas. As chamas queimam zonas povoadas, onde colapsaram as rotas alternativas de milhares de pessoas que tentavam deixar a área.

Uma onda de calor com temperaturas máximas assola a América do Sul, onde o El Niño é agravado pelo aquecimento global provocado pela atividade humana, segundo especialistas. Os alertas emitidos pelo persistente calor sufocante, estão em vigor também nesta semana que se inicia em áreas da Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil, além do Chile.

Informações: Folha de São Paulo.

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