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Incêndios florestais colocam Bahia em alerta

Os incêndios florestais de médias e grandes proporções atingem diversas cidades da Bahia há meses. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA), os incêndios florestais atingem as regiões Norte, Sudoeste, Sul, o interior do estado e a Chapada Diamantina. As chamas estão destruindo a vegetação nativa e têm causado problemas na flora e também na fauna, como a morte de espécies. Além disso, áreas particulares, tanto de grandes empresas quanto de pequenos produtores, também estão sofrendo com as queimadas.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, as principais causas de incêndios dessa natureza são provocadas pela ação humana: queima para limpeza de terrenos baldios, queima para a preparação do solo para o plantio em propriedades agrícolas e queima de lixo nas proximidades de áreas de vegetação. Além desses hábitos perigosos, existem ainda os incêndios intencionais, ou criminosos, que, muitas vezes, são praticados por indivíduos interessados em invadir propriedades particulares para ocupação dos terrenos.

Floresta em fogo é problema de todos nós

Para contribuir com os demais esforços – das empresas associadas e instituições públicas – na prevenção e combate aos incêndios florestais no estado, a Associação Baiana de Empresas de Base Florestal (ABAF) lançou a campanha “Floresta em fogo é problema de todos nós” que apresenta os danos causados pelo fogo sem controle, os cuidados a serem tomados, além de informar o que se deve fazer em caso de ocorrências.

“O objetivo principal é sensibilizar a população em geral sobre a importância da prevenção e combate aos incêndios florestais, promovendo uma mudança de atitude. Queremos contribuir para a conscientização da sociedade sobre os impactos negativos ao meio ambiente e à sociedade; além de promover o engajamento social para preservação das florestas”, explica Mariana Lisbôa, presidente da ABAF.

Esta é uma iniciativa da ABAF que conta com o apoio de diversas instituições, como Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, Federação da Agricultura da Bahia (Faeb), Associação dos Produtores Irrigantes da Bahia (Aiba) e Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia (Sema) que lidera o “Programa Bahia Sem Fogo” (BSF).

Empresas mantém iniciativas permanentemente e em parceria com a comunidade

Suzano – Dados fornecidos pelo 18º Batalhão de Bombeiros Militar, que atende a 13 municípios do Sul da Bahia, indicam que em dezembro foram registrados 79 atendimentos a ocorrências de incêndios florestais. De acordo com o coordenador de prevenção e combate a incêndios florestais da Suzano, Luiz Bueno, apenas entre 23 e 27/12, foram registradas 130 ocorrências de incêndio em áreas de plantio ou de preservação pertencentes à empresa. Com as investigações, identificou-se que a maior parte destas ocorrências foram causadas por ações criminosas.

O sistema de monitoramento das áreas florestais da Suzano permite a rápida identificação e combate aos incêndios no sul da Bahia, reduzindo o alcance do fogo. A empresa conta com equipes de brigadistas treinadas segundo rigorosas normas internacionais, Central de Operações Integradas, que monitora através de câmeras e via satélite, em tempo real, 24 horas por dia, as florestas nativas, plantios de eucalipto e pilhas com madeira.

Além de atuar em suas áreas próprias, as brigadas da Suzano também apoiam o combate a incêndios em áreas vizinhas. A empresa conta ainda com tecnologia de identificação a partir das câmeras e monitoramento por satélite a partir da identificação de fontes de calor, assim como diversos equipamentos, como sopradores, bombas em geral, drones, caminhões e caminhonetes equipados com kit de combate a incêndio.

A Suzano reforça que a comunidade tem papel fundamental no combate a incêndios na região e que, além de notificar ao Corpo de Bombeiros, pode informar sobre ocorrências de incêndios em florestas de eucalipto ou nativas nas áreas da empresa por meio de ligação gratuita para a Central de Operações Integradas (COI) por ligação ou mensagem Whatsapp para (73) 9987-8996, com atendimento 24 horas.

Veracel – A Veracel Celulose destaca algumas de suas ações para a conscientização quanto ao cuidado com as florestas e para a conservação de áreas de proteção ambiental. São quase 100 mil hectares monitorados pela companhia entre áreas de eucalipto e mata nativa. Entre essas iniciativas, uma das principais é a “Rede de Percepção de Fogo” da empresa, criada para combater e prevenir incêndios florestais por meio da parceria com comunidades, vizinhos, municípios e pessoas que passam pela região.

“É muito importante o apoio das comunidades e vizinhos para a identificação e informação de possíveis focos para que, juntamente com as tecnologias de câmeras, sensores e monitoramento que já possuímos, possamos atuar de forma rápida e evitar incêndios de grandes proporções, tanto em nossas plantações quanto em áreas nativas, pastos e outras culturas da região”, diz Flávio Luiz de Souza, coordenador de Inteligência Patrimonial da Veracel.

Para que a comunidade possa notificar possíveis focos de fogo, a Veracel tem o número 0800 799 9802, que pode ser gratuitamente acessado por qualquer pessoa e de qualquer aparelho telefônico. O canal faz parte do Plano de Controle a Emergências da empresa e traz ainda mais agilidade à atuação de sua Brigada de Incêndio Florestal.

Bracell – Lançado em 2016, o Programa Amigos da Floresta, realizado pela Bracell, envolve ações de prevenção e controle de incêndios, desmatamento ilegal, caça e captura de animais silvestres. O trabalho, realizado em parceria com o Governo da Bahia, Corpo de Bombeiros e Programa Bahia Sem Fogo, baseia-se na articulação com moradores, associações comunitárias, poder público e autoridades policiais, bem como no uso da tecnologia e no trabalho de inteligência para tratar as questões de forma estratégica. O acompanhamento histórico das estatísticas mostra a efetividade das ações.

Para se ter uma ideia, em 2015, ano anterior ao lançamento do programa, foram afetados pelo fogo nada menos do que 734, hectares. Já no ano seguinte, com as iniciativas em andamento, a área queimada foi reduzida para 182 hectares. Em 2020, a área queimada foi a menor desde o início do programa, com 61 hectares. Já em 2023, teve um aumento considerável de área afetada desde 2015, com 389 hectares, sendo 290 em áreas de plantio e 99 em áreas de preservação ambiental. Neste último ano, foram registrados 95 focos de incêndio nas áreas próprias e 689 em áreas vizinhas nas quais os brigadistas agiram para debelar o fogo. Segundo Douglas Pithon, gerente sênior de Segurança Patrimonial, em 99% dos casos de incêndios a causa é humana. “Há ocorrências provocadas intencionalmente e também há originadas no uso de queimadas para limpar e manejo da terra em que os proprietários perdem o controle do fogo, que se alastra para áreas de preservação e de plantios de eucalipto”.

“Este aumento considerável dos eventos se deveu às questões climáticas onde tivemos uma grande incidência triplo 30: muitos dias com temperaturas acima de 30°, velocidade do vento acima de 30 km/h e umidade do ar abaixo de 30%. Apesar de não termos tido um grande número de ocorrências, foram incêndios de maiores proporções, inclusive ocorrências provocadas intencionalmente”, destaca Pithon.

A capacidade de agir rapidamente no combate às ocorrências e o envolvimento direto das comunidades nas ações de prevenção são fundamentais para minimizar as perdas provocadas pelo fogo. Isso porque as ações de relacionamento com as comunidades, inclusive para divulgação do número 0800 284 4747, contribuem para o sucesso nas ações. “A população tem uma participação muito forte e positiva neste processo, o que amplia as possibilidades de chegar mais rápido aos focos de incêndio, aumentando a efetividade do combate”, observa Pithon. Somente em 2023, moradores acionaram a brigada 149 vezes para informar sobre ocorrências de incêndio.

Ferbasa – A atenção da Ferbasa para a preservação das florestas vai além da questão ambiental, pois entende que essa responsabilidade compartilhada visa garantir um futuro habitável para as gerações presentes e futuras. Nesse sentido, a empresa monitora e combate os focos de incêndio em suas áreas, sejam elas em plantios florestais, vegetação natural ou em pilhas de madeira. Em caso de ocorrências em áreas florestais, estas são avaliadas e inseridas em seu Programa de Recuperação Ambiental.

De acordo com o coordenador segurança do Trabalho, Tácito Melo, atualmente a Ferbasa possui 76 brigadistas voluntários entre os seus colaboradores, que são treinados para atuar no controle de acidentes ambientais, com todos seguindo rigorosamente o fluxo de acionamento em caso de emergência. O tema também é desenvolvido e comunicado aos colaboradores, bem como nas comunidades, através do Programa de Educação Ambiental, como atuação preventiva. Todas as áreas florestais possuem kits de combate a incêndio e dispõem de caminhão pipa para apoio à equipe da brigada de incêndio. Adicionalmente, a Patrulha Florestal da Companhia realiza rondas nas áreas protegidas, com o objetivo de inibir incêndios criminosos.

Informações: ABAF – Associação Baiana das Empresas de Base Florestal.

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2023, um ano devastador de incêndios florestais

Os incêndios florestais em 2023 destruíram quase 400 milhões de hectares, ceifaram 250 vidas e liberaram 6,5 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera.

O continente americano viveu este ano uma temporada recorde de incêndios florestais com cerca de 80 milhões de hectares queimados até 23 de dezembro, e 10 milhões de hectares a mais do que a média anual entre 2012 e 2022, segundo o Sistema Global de Informação sobre Incêndios Florestais (GWIS, na sigla em inglês).

Somente no Canadá, 18 milhões de hectares foram devastados.

No Brasil, a área de hectares queimados este ano era de 27,5 milhões até 23 de dezembro, abaixo da média da década 2012-2022 (31,5 milhões), de acordo com dados do GWIS.

O Pantanal, a maior área úmida do mundo, foi atingido por incêndios recordes em novembro, com cerca de 4.000 focos, nove vezes a média histórica para este mês, segundo imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Estes incêndios, muitos deles alimentados pelo tempo seco e quente causado pela mudança climática, revelaram-se “incontroláveis” e “a política de extinção foi ineficaz”, disse à AFP Pauline Vilain-Carlotti, doutora em geografia e especialista na questão.

“Não temos mais condições de enfrentá-los com nossos meios humanos de luta. Daí a importância de atuarmos na prevenção”, acrescenta.

Sobremortalidade

Noventa e sete mortos e 31 desaparecidos nos incêndios no Havaí em agosto, 34 mortos na Argélia, pelo menos 26 na Grécia. Este foi o ano mais mortal do século XXI, com mais de 250 mortes, de acordo com a Emergency Events Database (EM-DAT) da Universidade católica de Leuven, na Bélgica.

“Uma sobremortalidade que corre o risco de aumentar nos próximos anos”, com incêndios “que estão perigosamente próximos dos espaços urbanizados”, afirma Vilain-Carlotti.

Este ano, além das áreas comumente expostas como a bacia do Mediterrâneo, a América do Norte e a Austrália, outros locais, até agora mais bem preservados — como o Havaí ou Tenerife — sofreram danos significativos.

6,5 bilhões de toneladas de CO2

Quanto mais os incêndios se multiplicam, menos tempo a vegetação terá para voltar a crescer, e mais florestas podem perder sua capacidade de absorver dióxido de carbono (CO2).

“Estudos recentes estimam que os incêndios reduzem o armazenamento de carbono em aproximadamente 10%”, explica Solène Turquety, pesquisadora do Laboratório de Atmosferas,Mídia e Observações Espaciais (Latmos, na sigla em francês).

Ao ser atingida pelo fogo, as árvores liberam na atmosfera todo o CO2 que armazenaram.

Desde o início do ano, os incêndios florestais emitiram quase 6,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, de acordo com o GWIS, frente aos 36,8 bilhões da utilização de combustíveis fósseis e de cimento.

Ao todo, cerca de 80% do carbono gerado pelos incêndio florestais é absorvido pela vegetação que volta a crescer na estação seguinte. Os 20% restantes contribuem para o aumento da acumulação de CO2 na atmosfera, alimentando o aquecimento global em uma espécie de ciclo.

Efeito imediato na saúde

Além do dióxido de carbono, os incêndios florestais e da vegetação liberam partículas nocivas, desde o monóxido de carbono até uma série de gases ou aerossóis (cinzas, fuligem, carbono orgânico, entre outros).

“Estas emissões alteram a qualidade do ar em centenas de quilômetros em caso de incêndios intensos”, explica Turquety, destacando um “efeito imediato na saúde” que se soma à “destruição de ecossistemas, bens e infraestruturas”.

De acordo com um estudo publicado em setembro na revista Nature, as populações dos países mais pobres, principalmente da África Central, estão muito mais expostas à poluição atmosférica causada por estes incêndios do que as dos países desenvolvidos.

O caso africano

A África é o continente com mais hectares de queimadas desde o início do ano (cerca de 212 milhões), mas para Vilain-Carlotti não se deve “dar muito peso a estes incêndios africanos”, pois tal número não reflete “grandes incêndios florestais”.

A especialista explica que a maioria destes focos são em áreas agrícolas, uma prática que “não é particularmente prejudicial para os espaços florestais porque é feita de forma controlada” e rotativa.

Embora afetem a fauna e flora locais, em médio prazo “as árvores voltam a crescer novamente, permitindo o rejuvenescimento da vegetação e um aumento da diversidade da flora”, acrescenta.

O potencial de regeneração das superfícies queimadas depende da frequência dos incêndios em uma mesma área e da intensidade dos mesmos.

Informações: IstoÉ.

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Em parceria com a Bracell, Governo da Bahia realiza 3º Seminário Internacional sobre Prevenção, Monitoramento e Combate aos Incêndios Florestais

O Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), e os órgãos integrantes do programa Bahia Sem Fogo, promoveram, nesta quarta-feira, 20, o 3º Seminário Internacional sobre Prevenção, Monitoramento e Combate aos Incêndios Florestais do Estado da Bahia, em colaboração com a Bracell Bahia.

Realizado desde 2019, o encontro aborda temas que vão desde ações e experiências de prevenção em outros estados até inovações e tecnologias utilizadas no monitoramento e combate aos incêndios florestais no Brasil e em Portugal.

O evento, que ocorreu das 8h às 17h30, foi realizado no auditório da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) com o intuito de fortalecer a conscientização e o debate sobre prevenção, estimulando o senso crítico dos participantes e o compartilhamento de estudos e experiências sobre o manejo integrado do fogo.

Durante a abertura do seminário, o titular da Sema, o secretário Eduardo Sodré, destacou a atuação do Grupo de Trabalho (GT) do Bahia Sem Fogo ao longo deste ano e a continuidade das iniciativas em 2024. “Esse evento aqui é para continuar, dar seguimento às ações que foram feitas. A gente estruturou o Bahia Sem Fogo de uma maneira mais robusta para unir toda a equipe e conseguimos trazer para bem próximo às áreas do governo que têm ligação direta com o programa”, disse.

Também presente no encontro, o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM-BA), Cel BM Adson Marchesini, salientou a importância que a presença da corporação tem para aprofundar os debates e a atuação das brigadas, que atuam em muitos locais onde o CBM-BA não está presente ou tem muita dificuldade de acesso. “Essa parceria somou muito para conquistar os objetivos e discutir a situação dos brigadistas. É importante para que a gente possa entender a peculiaridade de cada um deles e fazer um plano de ação para que a gente possa melhorar, profissionalizar e equipar melhor essas brigadas”, destacou.

O Gerente de Relações Institucionais e Responsabilidade da Bracell Bahia, Fábio Góis, ressaltou em sua fala a atuação da brigada da empresa em 38 municípios baianos espalhados pelas regiões do Litoral Norte e Agreste, assim como a importância de estreitar os laços com a Sema e os integrantes do Bahia Sem Fogo. “Trabalhamos com o plantio de árvores e conservação das áreas nativas dessa região, mas o principal trabalho que temos envolve os elementos da natureza. A gente está falando de água, de chuva, de vento, de elementos que constantemente estão interferindo, de alguma maneira, com a atividade industrial que nós temos”, disse.

Parcerias

Juntamente com a Bracell Bahia, a Accessing Comunicação e o Programa Arboretum (voltado para conservação e restauração da diversidade florestal), a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) também é uma das entidades que ofereceram apoio ao seminário. Recentemente, a empresa lançou a Campanha de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais 2023, que conta com o apoio da pasta ambiental e do CBM-BA.

Destacando que a maioria dos incêndios é causada por irresponsabilidade humana, a campanha visa sensibilizar a população sobre a importância da prevenção, abordando danos ao meio ambiente e fornecendo informações sobre ações a serem tomadas.

“Essa iniciativa faz parte do Acordo de Cooperação Técnica, renovado em 2023, entre a Sema e a Bracell, que busca ações conjuntas para prevenir incêndios florestais em áreas públicas e particulares na Bahia e reconhecer as boas práticas de combate a incêndios e preservação ambiental realizadas no estado. Assim, cumprimos nosso propósito de compartilhar conhecimentos, apoiar e atuar em rede colaborativa com todos os setores da sociedade em favor do desenvolvimento sustentável”, afirma Fernanda Rodriguez, especialista de Relações Institucionais da Bracell na Bahia.

Ela destaca que a empresa realiza, na Bahia e em São Paulo, a campanha Amigos da Floresta, criada para conscientizar a população das áreas de influência da empresa sobre os riscos dos incêndios florestais, caça e captura de animais silvestres e furto de madeira nativa. Este ano, nas regiões do litoral norte e agreste baiano, por exemplo, foram realizadas 954 abordagens com o objetivo de conscientizar, inibir ações ilegais e identificar suspeitos de violações. Com este trabalho, alcançamos 1.433 pessoas e reduzimos o número de incêndios florestais e pontos de calor em áreas vizinhas.

Durante a tarde do evento, foram realizadas palestras abordando temas relevantes, como restauração de paisagens e regeneração natural pós-incêndio, MapBiomas e os incêndios, com análises sobre a dinâmica dos incêndios na Bahia e os dados mensais de queimadas no estado. Além disso, foram discutidos o manejo integrado do fogo e os efeitos tanto negativos quanto positivos do fogo na conservação ambiental. Essas palestras proporcionaram uma oportunidade valiosa para aprofundar o conhecimento sobre esses assuntos e promover uma reflexão sobre práticas eficientes de manejo e prevenção de incêndios.

Incêndios Florestais

Os incêndios florestais são desafios ambientais significativos no Brasil, contribuindo para o aumento dos gases de efeito estufa. Além dos impactos no aquecimento global, as queimadas prejudicam a atmosfera, causam danos econômicos e sociais, e aceleram processos como desertificação, desflorestamento e perda de biodiversidade.

O Programa Bahia Sem Fogo intensifica ações integradas para minimizar os efeitos prejudiciais dos incêndios florestais em todo o território baiano, por meio de campanhas anuais de prevenção, palestras, seminários e participação em eventos de grande porte.

Coordenado pela Sema, o programa conta com a colaboração de várias agências, como Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Casa Militar do Governador (CMG), Secretaria da Segurança Pública (SSP), Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), CBM-BA, Sesab e Casa Civil, além da parceria ativa com o PrevFogo e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

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São Paulo Sem Fogo: área total atingida por incêndios florestais diminui 86%

Operação do Governo do Estado ampliou número de municípios participantes em 11%, com 38 cidades a mais do que no ano anterior

Dados do balanço da Operação SP Sem Fogo 2023 indicam que, entre janeiro e outubro deste ano, a área total atingida por incêndios florestais foi de 1.030 hectares, contra 7.181 hectares no comparativo com igual intervalo de 2022, de acordo com o Painel Geoestatístico dos Incêndios Florestais em Unidades de Conservação e Áreas Protegidas, plataforma da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) que compila informações dos registros de incêndios florestais no Estado de São Paulo.

A redução de 86% é verificada no período que fecha a fase vermelha da iniciativa (que compreende o período de junho a outubro), na qual há maior atenção de resposta e intensifica-se a fiscalização. Por isto, foi comemorada. “É um resultado muito positivo”, comenta o subsecretário de Meio Ambiente, Jônatas Trindade. “Trata-se de um esforço coletivo, com a participação dos órgãos envolvidos. A ideia é de manter o aperfeiçoamento ao longo do tempo, apesar das intempéries do clima, que dificultam o árduo trabalho, principalmente de quem está na ponta do combate ao incêndio”, afirmou.

O ano de 2023 também marca o maior número de adesões ao São Paulo Sem Fogo, na comparação com todos os anos desde que a operação foi criada, em 2014. São 378 municípios que participam da iniciativa, ou seja, 59% de todos no Estado de São Paulo – em 2022, o número era de 340, o que significa um aumento de 11%. Neste último ciclo, a pasta investiu R$ 3,5 milhões na compra de 100 motobombas e tanques rígidos para equipar municípios conveniados.

A operação é uma parceria entre Semil, por meio da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade (CFB), Segurança Pública (SSP) e Defesa Civil do Estado. Além disso, conta também com ações e investimentos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, Cetesb, DER, Fundação Florestal (FF), Secretaria de Saúde (SES-SP) e Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA).

Segundo o monitoramento do satélite Aqua m-t, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os 1.546 focos de incêndios florestais identificados até outubro de 2023 mantiveram o patamar de excelência verificado em 2022, quando foram registrados 1.516. Os resultados são os dois melhores já registrados na série histórica do Instituto, que teve início em 1998, e demonstram ampla melhora com relação aos anos de 2020 e 2021, que foram de 5.993 e 5.387.

O desafio é continuar com o trabalho de divulgação e conscientização para aumentar ainda mais o número de cidades aderentes. Houve um salto desde que a inserção ao São Paulo Sem Fogo passou a valer pontos para o Programa Município VerdeAzul, em 2017. “Nossa missão é mostrar que a diminuição dos focos de incêndio é uma responsabilidade conjunta e não apenas do Estado”, disse o coordenador de Incêndios da Fundação Florestal, Vladimir Arrais de Almeida.

Neste ciclo de 2023, a Fundação Florestal investiu R$ 7,6 milhões na contratação de 86 bombeiros civis, para atuar em 81 áreas de conservação, e organizou 64 eventos, entre treinamentos para formação de brigadas e ações educacionais, que movimentaram 4,2 mil pessoas. Além disso, 1,6 mil km em manutenções de estradas e aceiros foram realizadas pela FF.

De acordo com Arrais e Sergio Murilo, representante da CFB, uma ferramenta muito útil e que passou por melhorias em 2023 foi o Sistema de Monitoramento e Alerta da Climatempo (SMAC), da Defesa Civil. A partir de informações colhidas por quatro satélites, um fixo e três orbitais, o sistema gera um mapa a partir do qual é possível identificar focos de incêndio já em andamento. Desta forma, há mais celeridade na comunicação com gestores responsáveis pela pronta-resposta a um foco de incêndio.

Por parte da Polícia Militar Ambiental, foram emitidos 327 autos de infração por focos de incêndios criminosos, entre janeiro e outubro, com valor inicial em multas avaliado em cerca de R$ 6,3 milhões. Queimas controladas podem ser solicitadas junto à Cetesb, que até outubro deste ano emitiu 1.686 autorizações.

Comunicação e prevenção

Para que a campanha atingisse o maior número de pessoas, diversos atores, públicos e privados, apoiaram a causa, como, por exemplo, a Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM), com a divulgação dos cartazes nas estações do Metrô, CPTM e EMTU. Todas as Unidades do Poupatempo também receberam a comunicação visual.

Já a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) tem ações que envolvem a veiculação de mensagens educativas e de alerta inseridas nos painéis eletrônicos das rodovias, além dos materiais inseridos nas cancelas de pedágio.

Neste ano, a SP Sem Fogo conta também com o apoio da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (SPObras) da cidade de São Paulo, para a divulgação da campanha que alerta sobre os perigos causados por esse tipo de desastre ambiental. A comunicação esteve presente em mil relógios de rua e pontos de ônibus espalhados pela capital paulista.

A participação direta da população é fundamental para impedir e mitigar a propagação descontrolada de incêndios em áreas verdes durante a estiagem. É importante que as pessoas não queimem lixo e não joguem bitucas de cigarro em vias públicas ou terrenos. Aqueles que soltam balões cometem crime ambiental, ficando sujeitos à pena de um a três anos de detenção e pagamento de multas. As denúncias podem ser feitas diretamente à Polícia Militar Ambiental pelo telefone 190 ou, para o combate aos incêndios ativos, ao Corpo de Bombeiros no 193.

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Campanha da ABAF é destaque no Prêmio Fieb 2023 – Indústria Baiana Sustentável

A campanha de prevenção e combate aos incêndios florestais “Floresta em Fogo é Problema de Todos Nós”, da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) – desenvolvida pela Accessing Comunicação -, foi premiada na categoria “Práticas de Gestão Sustentável e Responsabilidade Socioambiental” do Prêmio Fieb 2023 – Indústria Baiana Sustentável. A cerimônia aconteceu nessa quarta-feira (6/12) na sede da Fieb, em Salvador (BA).

Esta é uma iniciativa da ABAF que conta com o apoio de diversas instituições, como Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, Federação da Agricultura da Bahia (Faeb), Associação dos Produtores Irrigantes da Bahia (Aiba) e Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia (Sema) que lidera o “Programa Bahia Sem Fogo” (BSF) e o Comitê Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais da Bahia.

A 14ª edição do Prêmio FIEB Indústria Baiana Sustentável reuniu 94 projetos, um número 36% superior ao registrado na última edição do prêmio, realizado em 2021. A premiação destacou projetos em quatro modalidades: Micro/Pequenas empresas; Práticas de Gestão Sustentável e Responsabilidade Socioambiental; Tecnologias Sustentáveis; e Trabalhos da Academia (pós-graduação) e de Centros de Pesquisas Aplicadas com foco em inovações tecnológicas sustentáveis na indústria.

Na categoria “Práticas de Gestão Sustentável e Responsabilidade Socioambiental” o primeiro lugar foi para a Bracell, com um projeto que estimula a apicultura em comunidades rurais, tradicionais e quilombolas, dos municípios Alagoinhas, Entre Rios, Esplanada, Rio Real, Inhambupe, Araçás e Jandaíra. Desde 2021, mais de 1500 pessoas foram beneficiadas pelo projeto, que criou dois núcleos de produção de abelhas rainhas e dois núcleos de produção de cera de abelha, gerando mais de R$ 1 milhão em renda para os apicultores participantes.

Já na modalidade “Trabalhos da Academia (pós-graduação) e de Centros de Pesquisas Aplicadas”, o primeiro lugar foi para Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), que em parceria com o programa Desenvolvimento Socioambiental para a Agricultura Familiar (DSAF) e a Veracel Celulose, identificou a presença da Varronia curassavica, planta nativa da Mata Atlântica também conhecida como maria-preta, em áreas agricultáveis da agricultura familiar na região sul do estado. O óleo essencial da Varronia curassavica será insumo para a produção do primeiro fitoterápico totalmente desenvolvido no Brasil, um anti-inflamatório de uso tópico, gerando renda para agricultores familiares da região.

A campanha – Criada pela agência Accessing Comunicação, a campanha foi dividida em duas fases: uma onde são indicados os impactos de um incêndio florestal para a biodiversidade, saúde das pessoas, economia (produtividade das colheitas, emprego e renda), abastecimento de água e preservação de mananciais hídricos.

Na outra são trabalhadas as atitudes que são as principais causas de incêndios florestais (e suas consequências): queima de lixo (pode se alastrar queimando florestas e destruindo casas); fogueiras em áreas florestais (uma pequena fogueira pode ser foco de um grande desastre); limpeza de áreas rurais com fogo (pode se alastrar queimando florestas e áreas urbanas); e bitucas acesas de cigarros (pode ser foco de um grande desastre).

Também traz um reforço na mensagem que “fogo não se controla sozinho, precisamos de sua ajuda para evitar grandes tragédias”.Em toda a campanha também são informados os principais canais dedenúncia e/ou ajuda: 193 ou 0800 071 1400. Fazem parte da campanha peças gráficas em diversos formatos (outdoor, cartaz, cards para redes sociais etc.), spot de rádio, VT e panfleto informativo.  

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