PÁGINA BLOG
Featured Image

Vivi para contar: ‘A fumaça funde a terra, as pessoas, a vegetação’, narra repórter que cruza o Pantanal de MS

Jornalista mostra a devastação causada pelo fogo que encontrou nos dois lados da estrada em que viaja pela região

“A chegada ao Pantanal do Mato Grosso do Sul na terça-feira para cobrir os efeitos da queimada que assola o bioma desde junho acabou antecipada para nós pela fumaça. O voo da Azul que levava a mim e a fotojornalista Márcia Foletto para Corumbá teve de aterrissar em Bonito, devido às colunas de fuligem que estão prejudicando o tráfego aéreo. Tivemos de continuar nossa jornada até Corumbá, conhecida como capital do Pantanal, pela BR-262.

Só o que cai do céu no Pantanal são cinzas. Nem uma gota d’água. A fumaça funde a terra, as pessoas, as casas, a vegetação, numa única paisagem ocre, da cor das brasas. O fogo que se intensificou há uma semana na região dos municípios de Miranda e de Aquidauana se alastrou, levado pelo vento forte e temperatura à beira dos 40°C.

Em Salobra, um incêndio bloqueou os dois lados da única estrada. Uma longa fila de caminhões, ônibus e carros aguardava a Polícia Rodoviária Federal liberar a estrada noite adentro.

As colunas de muitos focos de fogo se unem numa só nuvem, que se ergue do solo e engole o sol. A fumaça onipresente consome a paisagem e cria um cenário como os que se vê em filmes apocalípticos.

Onça carbonizada

Aos animais, as maiores vítimas, só resta fugir. Tucanos-do-bico-amarelo se refugiam nos galhos secos de uma piúva, o nome pantaneiro do ipê rosa. Moradores contam que uma onça pintada não teve tanta sorte. Cercada pelas chamas, morreu carbonizada.

A intensificação do fogo levou ao desespero no fim de semana a bióloga Neiva Guedes, conhecida mundialmente por salvar as araras-azuis da beira da extinção. Guedes precisou retirar sua equipe de campo porque já não havia mais condições de segurança. Ela não sabia se as araras poderiam escapar. Segundo ela, em alguns lugares a situação já está pior do que em 2020.

Na raiz de todos os males está o calor seco que não cede. A esperança é que a frente fria prevista para a madrugada de quinta-feira traga alívio e apague focos, não deixando outros se espalharem.”

Informações: O Globo.

Featured Image

Corpo de Bombeiros enfrenta dois incêndios após fogo da Bolívia invadir o Pantanal de MS

Incêndio identificado próximo da fronteira entre Bolívia e MS adentrou o território brasileiro

Os combates aos incêndios no Pantanal de Mato Grosso do Sul chegaram a marca dos 110 dias nesta terça-feira (30) com combate de quatro focos de incêndios ativos, segundo boletim da Operação Pantanal, divulgado nesta manhã.

O documento traz informações sobre os combates direcionados do Corpo de Bombeiros, que atuam em dois incêndios que tem difícil acesso. Ao sudoeste do Pantanal, na região da Nhecolândia, próximo à fazenda Tupaceretã, as equipes combatem um extenso foco de incêndio que afeta a região.

Outro local onde está sendo realizado o combate direto é próximo à fazenda Santa Sofia, com focos ativos e de difícil acesso. A área próxima a Rio Verde voltou a enfrentar focos de incêndio. A equipe realiza a avaliação da região e as condições locais para iniciar imediatamente as ações de combate.

O foco de incêndio identificado nas proximidades da fronteira entre Bolívia e Mato Grosso do Sul continua em estado de alerta. Em razão das fortes rajadas de vento dos últimos dias, o foco adentrou o território brasileiro.

Na segunda-feira (29) uma aeronave de asa rotativa levou uma equipe de bombeiros para dar apoio aos brigadistas no local. Além dessas regiões, quatro áreas de alerta permanecem sob monitoramento: nas regiões do Forte Coimbra, Porto Murtinho, Rabicho e Porto da Manga.

Em Corumbá, foram identificados diversos focos de incêndio na área de morraria, porém, a dificuldade de acesso e a dispersão dos morros prejudicam o combate. Para enfrentar a situação complexa, uma equipe especializada foi deslocada exclusivamente para essa região, para coordenar um ataque mais eficaz e rápido.

Informações: MídiaMax.

Featured Image

Operação “Pantanal II”: Marinha reforça apoio logístico no combate aos incêndios no Pantanal

Força emprega pessoal, meios navais e aeronavais

Sem registros de chuvas há mais de 70 dias e com o nível do rio muito abaixo da média, a região pantaneira enfrenta diversos focos de queimadas. Diante da situação, a Marinha do Brasil (MB), por meio do Comando do 6º Distrito Naval (Com6ºDN), soma esforços junto a instituições de Defesa Civil nas ações de combate aos incêndios no Pantanal de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, com o emprego de pessoal e meios navais e aeronavais. 

Desde 5 de junho, a Marinha tem atuado nas áreas afetadas e, desde o dia 27, a MB integra o Comando Operacional Conjunto Pantanal II como Força Naval Componente (FNC). Na operação,incluem apoios de reconhecimento terrestre, fluvial e aéreo, de transporte de brigadistas, de alojamento e alimentação, de atendimento médico e de combate direto ao fogo. 

A MB já realizou 131 ações de apoio e combate, 31 horas de voo, percorreu cerca de 2.800 quilômetros no Rio Paraguai e transportou 456 agentes do Prevfogo-Ibama, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) e de Mato Grosso do Sul (CBMMS) e da Força Nacional. Os apoios foram nas regiões do Tamengo, da Área de Proteção Ambiental Baía Negra, do Rabicho, da Ilha do Formigueiro, do Paraguai Mirim e de Maracangalha, em MS, e de Porto Conceição e do Parque Nacional do Pantanal Matogrossense (MT).

Foram empregados, até o momento, 2 aeronaves (UH-12 e UH-15), 2 navios (Navio-Patrulha “Poti” e Navio-Patrulha “Penedo”), 7 embarcações (Agência Escola Flutuante “Esperança do Pantanal”, Aviso de Apoio Fluvial “Barão de Melgaço”, 2 embarcações de casco rígido, 1 Lancha de Apoio a Ensino e Patrulha, 1 Lancha de Operações Ribeirinhas e a Lancha de Combate “Aruanã”), 5 viaturas Atego, 1 caminhão-pipa e 1 empilhadeira 5 toneladas, os dois últimos utilizados em apoio à aeronave KC390.

Em prontidão, a MB mantém quatro Brigadas de Combate a Incêndios, cada uma composta por 10 militares do Com6ºDN. Além das brigadas, o Com6ºDN possui cerca de 250 Fuzileiros Navais e Marinheiros capacitados no curso de combate a incêndios florestais, realizado em 2021 com brigadistas do Prevfogo-Ibama. 

“O Pantanal possui áreas de difícil acesso por terra e o apoio logístico prestado auxilia as instituições a chegarem aos focos de forma mais eficiente e rápida, contribuindo, assim, para a diminuição dos incêndios”, ressaltou o Comandante do 6ºDN, Contra-Almirante Alexandre Amendoeira Nunes. 

Ações atuais 

Nesta semana, as ações em Mato Grosso concentram-se às margens do Rio Paraguai na região de Porto Conceição, a cerca de 50 km do município de Poconé. O apoio logístico ao CBMMT ocorre por meio da Agência Escola Flutuante “Esperança do Pantanal”, com assistência no transporte de equipes de combate a incêndio, por via fluvial, estrutura de alojamento e alimentação. 

Em Mato Grosso do Sul, as ações de combate estão sendo realizadas nas regiões da Ilha do Formigueiro e de Maracangalha, a cerca de 25 e 30 km, respectivamente, de Corumbá. O Navio-Patrulha “Poti” apoia o CBMMS e o Prevfogo-Ibama com o transporte fluvial de brigadistas e militares até os focos de incêndios. No local, presta, ainda, apoio logístico de comunicação, fornecendo contato dos brigadistas com a base do Prevfogo-Ibama, de alojamento e alimentação e de atendimento médico. 

Comando Conjunto

O Comando Operacional Conjunto Pantanal II foi ativado no dia 27 de junho, por meio da portaria 3.179, assinada pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Com essa medida, as Forças Armadas, Marinha, Exército e Aeronáutica, somam esforços para combater os incêndios na região do Pantanal, pelo período de quatro meses. As atividades do Comando Conjunto estarão sob a responsabilidade do General de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha. As ações são desencadeadas nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, contando com seis helicópteros, dois aviões, embarcações e viaturas para transporte de militares, brigadistas e equipamentos, além de meios que garantam suporte a todos os envolvidos.

Featured Image

‘Pantanal está sufocando’: queimadas já consumiram área equivalente a 680 mil campos de futebol

Animais são encontrados carbonizados, desnutridos e assustados com incêndios na região

Desnutridos, assustados e até mesmo carbonizados. É assim que muitos animais estão sendo encontrados durante os incêndios que atingem o Pantanal em um dos períodos mais desafiadores para a região. “Estamos vendo o Pantanal sufocando”, descreve ao Terra o biólogo Sérgio Barreto, do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), que atua diretamente na linha de frente contra essas queimadas. 

Desde 2019, o Pantanal, que é considerado um dos biomas mais importantes e preservados do Brasil, sofre com grandes incêndios, fora de controle e de intensidade devastadora. De acordo com o Ministério Público do Estado do Mato Grosso, neste ano, uma área equivalente a 680 mil campos de futebol já foi consumida pelo fogo no bioma que é conhecido pelas áreas alagáveis –que também estão secando. 

“O fogo chegou antecipado este ano”, relata Barreto. Embora o fogo seja parte dos ciclos naturais do Pantanal, a intensidade e a frequência dos incêndios aumentou significativamente nos últimos anos.

Esses incêndios afetam não apenas a biodiversidade, mas também a população local, incluindo comunidades tradicionais e ribeirinhas. Barreto descreve um cenário onde “a cidade de Corumbá ficou encoberta por semanas de fumaça”, trazendo problemas respiratórios para os moradores e causando um impacto profundo na fauna pantaneira.

O IHP, junto com outras organizações, realiza um monitoramento rigoroso na região da Serra do Amolar, uma área de aproximadamente 300 mil hectares. Barreto explica que o monitoramento é feito por meio de câmeras 360 graus, operando 24 horas por dia. “Esse monitormante nos dão uma resposta em até três minutos sobre a origem de um incêndio, permitindo uma resposta rápida e eficaz. Graças a esse sistema, a Serra do Amolar tem conseguido evitar focos de incêndio, embora outras áreas, como o entorno de Corumbá, tenham sido severamente afetadas.”

Após a passagem do fogo, equipes de resgate entram em ação. “Temos uma janela de 24 horas para realizar um levantamento da área e buscar animais feridos ou necessitados de auxílio”, conta Barreto.

Bombeiros voluntários, membros da Brigada do Alto Pantanal andam por área queimada enquanto trabalham para extinguir o fogo no Pantanal, em Corumbá (MS) – 14/06/2024. Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino.

Essas equipes são compostas por biólogos, veterinários e técnicos de campo, que avaliam se os animais precisam de captura para tratamento ou apenas de suporte nutricional no local. “Muitas vezes, o fogo consome todo o recurso alimentar dos animais, deixando um solo arenoso e esfarelado, coberto de cinzas”, explica ele.

A fauna local sofre imensamente com os incêndios. Barreto descreve cenas trágicas onde répteis como jacarés e lagartos são encontrados carbonizados. Famílias de primatas, como bugios e macacos da noite, perdem seu habitat e recursos alimentares, necessitando de suporte nutricional diário para sobreviver. “Esses animais não têm queimaduras, mas morrem de fome se não receberem ajuda”, lamenta o biólogo.

Neste período, o biólogo destaca que o Pantanal deveria estar repleto de vida e sons vibrantes das aves migratórias em reprodução.

“Essa época agora, pelo Pantanal, é a época da reprodução das aves migratórias. A gente tá num período de vazante que era pra ser um dos períodos mais ricos do Pantanal de observação de aves”, explica. No entanto, o cenário atual é bem diferente. “Quando chega agora no Pantanal, você escuta somente o som de aviões e helicópteros jogando água. O Pantanal está um silêncio, um silêncio estontecedor, parece um cemitério”, lamenta.

Barreto ainda descreve a devastação que encontrou: “Além de um cemitério de carcaças de animais mortos que a gente acaba encontrando, é aquele silêncio de cemitério. Um Pantanal mudo, um Pantanal sem voz, sem som, sem a música do Pantanal que são os sons das aves”.

Equipe do IHP atua na linha de frente para salvar fauna ameaçada pelo fogo no Pantanal. Foto: Divulgação/IHP

Essa ausência de vida traz uma sensação profunda de impotência, segundo ele. “Isso nos traz uma sensação às vezes de impotência mesmo. Será que o que eu tô fazendo é o suficiente? Será que o que eu tô fazendo faz resultado? E isso realmente dói. Os animais tentam respirar e só aspiram fumaça e fuligem, e esses animais acabam se chocando contra a parede por desorientação e por problemas respiratórios”, relata o biólogo.

Barreto compartilha a tristeza ao encontrar famílias de macacos carbonizadas, todas em posição fetal: “Eles entram na posição fetal e morrem carbonizados. Normalmente, você encontra o bando inteiro, todos juntos, carbonizados e em posição fetal”. Essas cenas, segundo ele, não saem da mente de sua equipe, que frequentemente precisa de apoio psicológico após atuar em áreas de desastre.

Para amenizar a devastação ambiental, o biólogo enfatiza a importância da cooperação entre bombeiros, instituições federais e estaduais, e a comunidade local. “Precisamos que todos os atores falem a mesma língua para respostas mais rápidas e assertivas”, afirma. De acordo com o profissional, há urgente uma necessidade de educação ambiental para ensinar a população local sobre o uso controlado do fogo: “100% dos incêndios recentes foram causados por ação humana. Precisamos educar as pessoas sobre os riscos e como evitar essas situações.”

Na última terça-feira, 16, a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, afirmou que 56% dos focos foram extintos.

Fogo é ameaça às espécies animais que vivem na região. Foto: Divulgação/IHP

Instituto Homem Pantaneiro

O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, criada em 2002 em Corumbá (MS). Sua missão é proteger e conservar o bioma Pantanal e preservar a cultura local.

A atuação do IHP inclui a gestão de áreas protegidas, apoio e desenvolvimento de pesquisas científicas, além de promover o diálogo entre diversos interessados na preservação do Pantanal.

O Instituto desenvolve programas permanentes, como a Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Essas iniciativas visam prevenir incêndios, criar corredores de biodiversidade e apoiar o desenvolvimento das comunidades locais.

Informações: Terra.

Featured Image

União libera R$ 137 milhões para ações conjuntas contra incêndios florestais no Pantanal

O Pantanal contará com mais R$ 137,6 milhões para as ações de prevenção e combate aos incêndios florestais que atingem o bioma. Em Mato Grosso do Sul, o trabalho é realizado em parceria entre Governo do Estado e Governo Federal na Operação Pantanal 2024, que completou 100 dias na quarta-feira (10) e agora vai receber recursos federais extras.

Medida provisória editada pelo Governo Federal nesta sexta-feira (12) liberou o recurso para as atividades, que envolvem o combate direto ao fogo por terra e ar, aquisição de equipamentos e suprimentos, transporte e logística, entre outros trabalhos de apoio.

Publicados no Diário Oficial da União, os R$ 137,6 milhões liberados em crédito extraordinário se somam aos R$ 100 milhões em crédito ordinário destinados em junho. Ambos os valores são gerenciados pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática), MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) e Ministério da Defesa.

Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet se reuniu nesta manhã com o Governo de Mato Grosso do Sul e anunciou o reforço financeiro para o combate ao fogo no Pantanal. O encontro contou com a presença dos secretários Jaime Verruck (Meio Ambiente e Desenvolvimento), Flávio César de Oliveira (Fazenda) e Ana Ali (Procuradoria-Geral).

“Esse foi o compromisso que assumimos, liberar o recurso que fosse necessário”, frisa a ministra Simone durante a reunião. Conforme a medida federal, R$ 72,3 milhões serão alocados no Meio Ambiente, R$ 59,7 milhões na Defesa e R$ 5,7 milhões na Segurança.

As ações de prevenção e combate aos incêndios florestais no Pantanal continuam em Mato Grosso do Sul mesmo com a queda dos focos ativos na porção do bioma localizada no Estado. Atividades de campo para evitar reignições – rescaldos, corte de árvores já atingidas e geradoras de fagulhas, por exemplo – e expansão dos focos ainda presentes são realizadas.

Fora isso, as iniciativas de retaguarda e planejamento prosseguem. Apesar do ‘respiro climático’ dos últimos dias, existe a previsão de que nas próximas semanas o forte calor retorno à região pantaneira, junto ao tempo seco, condições favoráveis à ignição e propagação do fogo. Diante disso, todas as equipes seguem em alerta.

“É com esse recurso aprovado na medida provisória que serão mantidas as operações federais, fundamentais para a gente. Toda estrutura prossegue em função dessa medida provisória, então é uma notícia extremamente importante e fundamental para que continue toda a estruturação da Operação Pantanal 2024”, explica o secretário Jaime Verruck.

Desde o começo do ano até 9 de julho, 594 mil hectares foram queimados no Pantanal Sul-mato-grossense, o que corresponde a 6% do total de 9 milhões de hectares da região pantaneira no Estado. Os números são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Diante desse cenário, a Operação Pantanal 2024 já contou com a atuação de 516 bombeiros militares de Mato Grosso do Sul, fora a mobilização do Ibama, ICMbio, PrevFogo, Força Nacional e Forças Armadas, com mais de 400 integrantes se revezando no combate.

Além disso, os esforços contam com 11 aeronaves de combate ao fogo, incluindo aviões modelo Air Tractors e helicópteros estaduais e federais, e o cargueiro KC-390 da Força Aérea. A estrutura ainda conta com 39 veículos, entre caminhonetes, caminhões e lanchas, usados conforme a demanda diária e planejamento logístico da operação.

Informações: Comunicação Gov/MS.

Featured Image

Incêndios no Pantanal só são controlados com chegada do frio

Mesmo com mais de 500 pessoas, entre militares e brigadistas, e aeronaves atuando contra o fogo, mudança do tempo foi o que fez zerar fogos no bioma

O maior esforço com intervenção humana e de equipamento para combate aos incêndios florestais no Pantanal, em Mato Grosso do Sul, completou 10 dias de emprego, mas o controle total das chamas, de fato, não conseguiu ser feito por ação humana. São mais de 500 pessoas envolvidas diretamente, além de mais de 20 aeronaves, embarcações e veículos. 

A redução drástica do fogo foi registrada ontem depois que as condições climáticas passaram a ser favoráveis – redução da temperatura mínima na região de Corumbá para 14°C e máxima para cerca de 20°C, umidade do ar ficando entre 90% e 40% e velocidade do vento para cerca de 10 km/h.

Dados do programa BD Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicaram que não houve registro de focos ontem, quando o frio chegou com força na região de Corumbá. Até o sábado (6), quando as baixas temperaturas ainda não estavam fixadas, o Inpe indicou 21 focos para o território.

A maior estrutura para enfrentamento da situação começou em 28 de junho, quando houve a visita das ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudanças Climáticas) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), além do governador Eduardo Riedel (PSDB) a Corumbá, município que concentra disparado a porcentagem dos focos de calor em todo o Brasil, desde começo de junho (37%), conforme o programa BD Queimadas, do Inpe. 

O segundo município nesse ranking é Porto Murtinho, também em MS, que registrou 6% dos focos no país. 

A chegada de toda essa estrutura para Corumbá ocorreu mais de 20 dias depois que os incêndios no Pantanal já estavam instalados. Entre os dias 1 e 6 de junho, o município já registrava a maior concentração de focos no Brasil, com 12% das identificações em mais de 4 mil cidades, observando dados do BD Queimadas. 

Somente em aeronaves diretas para operação, existe 9 do governo federal, além de outras 5 das Forças Armadas usadas para transporte de pessoas e equipamentos. Há ainda 8 embarcações em operação que pertencem a Marinha, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováseis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

Sem contar a estrutura do governo do Estado, com Bombeiros e Polícia Militar Ambiental. 

Em termos de estrutura de recursos humanos, desde o dia 28 de junho chegou a Corumbá o maior efetivo para atuação nos incêndios florestais no Pantanal. 

Tanto para as operações de campo, como agentes mobilizados, há profissionais e brigadistas do Ibama, técnicos do ICBMBio, militares do 6º Comando do Distrito Naval (Marinha), bombeiros do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, além de integrantes da Força Nacional.

Nessa estrutura, são 501 pessoas empenhadas diretamente por parte do governo federal.

Com todo esse aparelhamento, o fogo no bioma acabou consumindo até este dia 7 de julho pouco mais de 5% da área total do Pantanal, o que equivale a 763, 7 mil hectares, ou 30 vezes o tamanho de Campo Grande. 

MONITORAMENTO

O monitoramento de área queimada vem sendo atualizado pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Inclusive, os dados históricos medidos desde 2012 mostraram que o mês de junho de 2024 foi o mais devastador em termos de área queimada pelos incêndios, com 406.750 hectares atingidos.

E mesmo com todo esse cenário de danos por conta do fogo e o empenho em combater os incêndios, não houve indicativo que as chamas ficaram controladas no Pantanal empregando somente o aparelhamento humano. 

O coordenador do Prevfogo/Ibama no Mato Grosso do Sul, Márcio Yule, reconhece que a complexidade de combate torna a “guerra” contra os incêndios desafiadora. 

“A grande dificuldade no Pantanal é a logística para o combate. Chegar na linha do fogo, permanecer na linha do fogo, ter um local para os combatentes possam se alimentar, possam pernoitar, possam descansar minimamente. O cenário de alta temperatura, baixa umidade do ar, dificuldade de acesso complica todo o trabalho. E cada fogo é um cenário diferente. Tudo isso exige que os recursos estejam muito bem organizados para que a gente tenha a efetividade no combate do incêndio”, afirmou Yule.

O presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Angelo Rabelo, completa que as condições climáticas, de fato, tornam-se complicadoras ou um “reforço” importante para ganhar do fogo após ele sair de controle no Pantanal.

O Instituto mantém uma brigada permanente para atuar na prevenção em uma região que forma um corredor de biodiversidade de quase 300 mil hectares e que compreende parte da Serra do Amolar, ao norte de Corumbá. 

“O fator climático pode ser um complicador, com ventos norte (norte-sul) que ajudaram a espalhar o fogo. Já o vento sul (sul-norte) faz as temperaturas abaixarem. Além disso, toda a estrutura que chegou (em 28/6) permite haver o controle (dos incêndios). Mas temos que ficar prontos, pois historicamente temos meses mais críticos a partir de agosto. O que está sendo mostrado é que o município de Corumbá precisa ter uma estrutura, com sala de situação, aeronaves para enfrentamento”, ponderou.

PANTANAL – Estrutura de combate a incêndios (a partir de 28/06/24)

  • 193 profissionais do Ibama e ICBMBio para o campo
  • 92 militares da Marinha (6º Comando do Distrito Naval)
  • 80 bombeiros de MS com diárias pagas pelo Ministério da Justiça
  • 134 brigadistas do Ibama
  • 82 integrantes da Força Nacional
  • 4 aviões lançadores de água Ibama e ICMBio
  • 3 helicópteros do Ibama e ICBMBio
  • 1 avião da FAB lançador de 12 mil litros de água (KC-390)
  • 2 helicópteros do Exército
  • 1 helicóptero da Marinha
  • 1 helicóptero da FAB
  • 1 avião FAB transporte brigadistas (Caravan C-98)
  • 8 embarcações da Marinha, Ibama e ICMBio
  • 466 bombeiros de Mato Grosso do Sul
  • 39 veículos estaduais (caminhonetes, caminhões, lanchas); apoios diferentes de fazendeiros atingidos

Informações: Correio do Estado.

Featured Image

Brasil arde em queimadas: fogo avança na Amazônia, Cerrado e Pantanal

Primeiro semestre registrou números alarmantes de focos de queimadas nos três principais biomas do Brasil

O Brasil registrou 13.489 focos de incêndios na Amazônia no primeiro semestre, o pior número em duas décadas e um aumento de 61% com relação ao ano passado, segundo dados de satélite divulgados pelo Inpe. A situação é crítica na Amazônia, Cerrado e Pantanal.

Desde que esses dados começaram a ser compilados em 1998 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em apenas dois anos foram registrados mais incêndios na Amazônia no primeiro semestre: 2003 (17.143) e 2004 (17.340). O total de incêndios ocorridos nos seis primeiros meses de 2024 está muito acima do mesmo período do ano passado (8.344).

De acordo com o Inpe, de 1º de janeiro a 21 de junho (última data disponível) foram desmatados 1.525 km², em comparação com 2.649 km² no primeiro semestre de 2023, uma redução de 42%. No ano passado, o desmatamento já havia diminuído pela metade com relação a 2022.

Segundo Romulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil, as mudanças climáticas contribuem para este aumento de incêndios florestais, causados particularmente por uma seca excepcional que afetou a Amazônia no ano passado. Infelizmente boa parte dos biomas naturais brasileiros estão sob um estresse hídrico, por falta de chuva”, explicou à AFP. “A vegetação mais seca é mais favorável à questão de queimadas”, disse.

O especialista apontou, no entanto, que “a maioria do fogo que a gente vê não surge de forma espontânea ou é causada por raios”, mas sim por “ação humana”, sobretudo para a limpeza de terras visando expandir atividades agrícolas.

Os incêndios florestais atingiram também níveis recordes no primeiro semestre no Pantanal e no Cerrado, ambos biomas ao sul da Amazônia. No Pantanal, que enfrenta momentos dramáticos com vastas áreas cobertas de fumaça e céus vermelhos devido ao fogo, foram identificados 3.538 focos desde o início do ano, um aumento de 2.018% em relação aos primeiros seis meses de 2023.

Isso também representa um crescimento de cerca de 40% em comparação com 2020, quando todos os recordes foram quebrados e 30% do bioma foi afetado pelo fogo. Só no mês de junho, foram registrados 2.639 focos de incêndio, seis vezes mais do que o recorde anterior para este mês, que remonta a 2005.

A situação é ainda mais preocupante considerando que o pico de incêndios geralmente ocorre na segunda metade do ano, especialmente em setembro, durante a estação seca. O estado de Mato Grosso, onde está localizada grande parte do Pantanal, declarou estado de emergência na semana passada, e o governo anunciou o envio de reforços de bombeiros de outras regiões para combater as chamas.

O Cerrado, por sua vez, registrou quase tantos focos de incêndio quanto a Amazônia no primeiro semestre (13.229), batendo o recorde anterior de 2007 (13.214), conforme os números divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Informações: METSUL.

Featured Image

Exclusiva – Proposta de norma para Plano de Proteção Contra Incêndios Florestais está disponível para votação no site ABNT

O PPCIF/PROJETO ABNT NBR 17190 estará disponível para consulta e votação no site oficial da ABNT até dia 27 de julho; saiba mais

Está disponível para consulta e votação no site oficial da ABNT, até 27 de julho, a proposta de norma para elaboração do Plano de Proteção Contra Incêndios Florestais – PPCIF/PROJETO ABNT NBR 17190. O texto foi desenvolvido pela Comissão de Estudo de Segurança Contra Incêndio Florestal, do Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndios (ABNT/CB-024), o projeto visa atender uma ‘lacuna’ existente no país possibilitando aos gestores ambientais, dos setores público e privado, estruturar preventivos para proteger as áreas rurais e naturais contra incêndios florestais.

O PROJETO ABNT NBR 17190 especifica os requisitos que permitem que uma organização alcance os resultados pretendidos e definidos para sua proteção contra incêndios.

“A incidência de incêndios florestais, assim como sua magnitude e severidade, aumenta a cada ano no Brasil, atingindo todos os biomas, causando danos e prejuízos sociais, econômicos e ambientais. No entanto, até o momento não foi estabelecido quais os elementos necessários para a elaboração de planos de proteção contra os incêndios florestais, e é esta lacuna que a Norma pretende preencher”, a informação é mencionada em um trecho do texto do projeto, bem como a quantidade limitada de equipamentos, recursos financeiros e humanos.

Ainda de acordo com o texto, “o Plano de Proteção Contra Incêndios Florestais – PPCIF permite reconhecer que “problemas acontecem” e que são oportunidades para o desenvolvimento do aprendizado, servindo para prevenir outros problemas semelhantes que podem acontecer no futuro,  para evitar o enfoque do conceito “o que acontece” e buscar o “porquê acontece”, e ser dinâmico, simples, prático e com a devida flexibilidade para adaptar-se mais rapidamente às novas condições com as quais  a organização pode se deparar”.

A base para a abordagem que sustenta um plano de proteção contra incêndios florestais é fundamentada no conceito Plan (Planejar) – Do (Implementar) – Check (Verificar) – Act (Corrigir). O ciclo PDCA fornece um processo interativo utilizado pelas organizações para alcançar a melhoria contínua. O ciclo PDCA pode ser aplicado a um plano de proteção contra incêndios florestais e a cada um dos seus elementos individuais.

Incêndio em área florestal atingindo estrada. Imagem: divulgação.

Em uma rotina frente a frente de combate aos incêndios frequentes que têm assolado o Pantanal de Mato Grosso, o Engenheiro Florestal e Coronel da reserva do Corpo de Bombeiros/MT, Paulo Barroso, contou exclusivamente ao Mais Floresta (www.maisfloresta.com.br), sobre as dificuldades no dia a dia de combate às chamas e a importância da votação no projeto.

Mais Floresta – Quais são as expectativas para a aprovação do ‘Plano de proteção contra incêndios florestais’?

Cel. Barroso – Nossas expectativas são as melhores possíveis. Coordenamos esse projeto integrado por mais de 50 especialistas da área, incluindo universidades, plantadores de florestas, bombeiros militares e civis, brigadistas florestais do Prevfogo e do ICMBio, Ministério do Meio Ambiente, organizações estaduais do Meio Ambiente, entidades de classe, empresas privadas que trabalham com equipamentos de combate, entre outros. Logo, pudemos contar com a experiência de profissionais de todo o território nacional na construção da norma.

Foi um trabalho incansável, que perdurou por mais de dois anos e que agora está disponível para consulta nacional e votação no site ABNT. Destaca-se a importância da participação de todos, na leitura e votação do documento, pois consiste na primeira norma brasileira na área de segurança contra incêndios florestais.

A proposta normativa é de extrema relevância, principalmente neste momento em que incêndios de grandes proporções assolam florestas do nosso país, como ocorre desde 2020 no Pantanal.

Precisamos prover a estruturação de preventivos, pois somente a rápida resposta não garante sucesso no enfrentamento aos incêndios. Sem preventivos adequados fica bastante difícil a atuação das equipes de combate.

Como tem sido atuar sem uma norma como o do Projeto em votação ABNT NBR 17190?

Cel. Barroso – Em razão da minha profissão, desde 1996 combato incêndios florestais nos três biomas mato grossense: Amazônia, cerrado e pantanal, percebemos nos últimos anos, um aumento dos incêndios de 6ª geração – aqueles que são altamente severos que podem mudar o clima e provocar e até gerar novos focos. E tem sido realmente muito difícil controlar e extinguir esta categoria de incêndios. E entendemos que atuar numa área que tenha um PPCIF (ABNT NBR 17190), que propõe a estruturação de preventivos, será menos difícil.

Analisemos a seguinte situação como um exemplo: um grande shopping center, sem toda a estrutura de segurança contra incêndio e pânico (PSCIP), que prevê estruturas preventivas e brigada contra incêndios capacitada e equipada. Se irrompe um incêndio e o shopping não possui um PSCIP. Os bombeiros são chamados. Deslocam-se até o shopping. O prédio não possui preventivos. Será extremamente difícil controlar de forma mais efetiva essa ocorrência, até mesmo evacuar o público no interior da edificação. Por esta razão a ABNT elaborou normas técnicas que recomendam a estruturação de preventivos em edificações urbanas. No caso da área urbana, para que uma edificação obtenha o habite-se, faz-se necessário o alvará emitido pelos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil que exige os respectivos preventivos para a segurança das edificações contra incêndio e pânico. 

E como no exemplo citado, podemos apontar a também a grande dificuldade de combater os incêndios florestais para a equipe envolvida sem os devidos preventivos. Por este motivo, entendemos que a publicação dessa norma, trará mais ‘luz’, e abrirá possibilidades de obtermos mais sucesso no enfrentamento desses eventos que estão cada vez mais frequentes, extremos e com grande magnitude.

Mais Floresta – O que representa esse Projeto nesse momento, ao qual o país enfrenta de incêndios florestais com marcos históricos?

Cel. Barroso – A proposta de norma representa informação técnica para o setor público e privado nesta temática, pois sabemos que 98% dos incêndios são antropogênicos (ações provocadas pelo homem), e com a estruturação de preventivos teremos mais efetividade na resposta.

O Plano de Proteção Contra Incêndios Florestais será um importante instrumento para mitigar a ocorrência e os impactos deste evento adverso que representa uma das principais causas de degradação dos nossos biomas, mormente naqueles onde o fogo prescrito não pode ser empregado.

PLANO DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS FLORESTAIS | ABNT NBR 17190                                     

CLIQUE NO LINK PARA CONSULTA E VOTO: https://www.abntonline.com.br/consultanacional/pdfview/viewer.aspx?Q=S2d3cStUUkVWenhKZ3ZxdVRldUFnQT09

Escrito: por redação Mais Floresta.

Featured Image

Prevfogo terá mais 2 bases de suporte para combate a incêndios no Pantanal

Uma unidade ficará no sul de Corumbá e outra no KM 10 da MT-060, conhecida como Transpantaneira

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, confirmou a criação de duas bases interagências do Prevfogo, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais). Uma está sendo montada ao sul de Corumbá, onde já está a base Pantanal e a outra no KM 10 da Transpantaneira (MT-060).

“Essas bases irão dar suporte logístico, para os brigadistas ficarem corretamente alojados e também a partir dali é feito todo planejamento estratégico que consiste em consolidação de informações que são feitas todos os dias, às 7h, que orientam as nossas ações”, explicou.

Durante a entrevista coletiva, realizada ontem (1º), em Brasília (DF), a ministra reforçou que todas as pastas do governo federal estão autorizadas a destinar recursos que forem necessários para exterminar o fogo.

“Os ministros também estão em fase de planejar uma presença mais efetiva e constante nos locais”, pontuou, sem revelar as próximas agendas de visita ao bioma.

Fogo consumindo biomassa no Pantanal (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Marina também acrescentou que a Polícia Federal está com a investigação em curso para identificar os autores do fogo criminoso. Dezoito frentes de incêndio estão sob investigação. “A PF está fazendo a investigação, a maioria está localizada em propriedade privada. O que tem de concreto é que sabemos de onde saiu a propagação, trabalhamos com tecnologia avançada”, afirmou Marina.

Prevfogo – Até o momento, cerca de 500 funcionários do governo federal atuam em campo, apoiados por nove aeronaves, incluindo quatro aviões lançadores de água air tractors de Ibama e ICMBio e um KC-390 da FAB, com capacidade para carregar 12 mil litros de água. Outras aeronaves estão em mobilização.

De acordo com nota técnica do Lasa (Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), todos os focos de calor no bioma em maio e junho foram causados por ação humana. Não há registros de incêndios causados por raios no período. Cerca de 85% dos focos de incêndio no bioma estão localizados em áreas privadas.

Base do Prevfogo Pantanal, em Corumbá (Foto: Arquivo/Alex Machado)
Situação de emergência – O Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, afirmou que 12 municípios do Mato Grosso do Sul tiveram situação de emergência reconhecida pelo governo federal.

“Na semana passada, 12 municípios decretaram situação de emergência. Nós fizemos reconhecimento sumário pelo governo federal. E agora estamos auxiliando, junto com o estado, esses municípios nos seus planos de trabalho porque pode ser que alguns precisem de água, alimentação e combustível”, afirmou o ministro.

Ele ainda revelou que o governador Eduardo Riedel (PSDB) já manifestou a “possibilidade de apresentar um plano de trabalho para alugar alguns equipamentos”.

Proibições – Em dezembro do ano passado, Riedel sancionou a lei estadual elaborada em parceria com MMA, Ibama e ICMBio. Em março, o governo federal reforçou a articulação com os Corpos de Bombeiros estaduais, que resultou em 5 de junho na assinatura de pacto pela prevenção e controle de incêndios no Pantanal e na Amazônia entre o presidente Lula e governadores dos dois biomas.

O uso de fogo no Pantanal está proibido até o fim do ano, e quem descumprir a lei poderá ser punido com multa, apreensão de bens e prisão.

Informações: Campo Grande News.

Featured Image

Incêndios na Amazônia brasileira batem recorde para primeiro semestre em 20 anos

Incêndios florestais também atingiram níveis recordes no primeiro semestre na região do Pantanal, a maior área úmida do mundo, e do cerrado

O Brasil registou 13.489 focos de incêndio na Amazônia no primeiro semestre, o pior número em duas décadas e um aumento de 61% em comparação com o ano passado, segundo dados de satélite publicados nesta segunda-feira. Desde que esses dados começaram a ser compilados em 1998 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a maior floresta tropical do mundo sofreu mais incêndios no primeiro semestre apenas em 2003 (17.143) e 2004 (17.340).

O número total de incêndios ocorridos no primeiro semestre do ano é muito superior ao mesmo período do ano passado (8.344). Esta é uma má notícia para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve enfrentar este aumento dos incêndios enquanto o desmatamento continua a diminuir na Amazônia.

Segundo dados do INPE, de 1º de janeiro a 21 de junho (última data disponível) foram desmatados 1.525 km², ante 2.649 km² no primeiro semestre de 2023, uma redução de 42%. No ano passado, o desmatamento já havia sido reduzido pela metade em relação a 2022.

Amazônia e o crônico mal das queimadas

Membro da brigada de incêndio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tenta controlar um incêndio em uma área da floresta amazônica, em Apuí, no AmazonasREUTERS
Moradores e bombeiros no noroeste do Brasil estão lutando contra os incêndios que assolam a Amazônia, destruindo terras agrícolas e ameaçando suas casas, em Porto VelhoREUTERS
Rosalino de Oliveira joga água tentando proteger sua casa enquanto o fogo se aproxima em uma área da floresta amazônica, perto de Porto Velho, RondôniaREUTERS

Lula prometeu acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, que havia aumentado durante o governo de seu antecessor, Jair Bolsonaro. Segundo Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil, “as mudanças climáticas contribuem” para este aumento dos incêndios florestais, causados ​​principalmente por uma seca excepcional que afetou a Amazônia no ano passado.

“Infelizmente, boa parte dos biomas brasileiros está sob estresse hídrico por falta de chuvas”, explicou à AFP. “O ambiente fica mais seco e a vegetação mais seca é mais propícia a incêndios”, disse.

O especialista estimou, no entanto, que “a maioria destes incêndios não ocorre espontaneamente ou devido à queda de raios”, mas sim devido à “ação humana”, especialmente para limpar terrenos para expandir as atividades agrícolas.

Recorde do Pantanal

Os incêndios florestais também atingiram níveis recordes no primeiro semestre na região do Pantanal, a maior área úmida do mundo, e do cerrado, ambas no sul da Amazônia. No Pantanal, que vive momentos dramáticos com vastas áreas cobertas de fumaça e céu vermelho de fogo, foram identificados 3.538 focos desde o início do ano, um aumento de 2.018% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

Bombeiros tentam conter as chamas em uma área rural de Corumbá, em Mato Grosso do Sul — Foto: Florian PLAUCHEUR / AFP
Focos de calor no bioma bateram recorde no primeiro semestre do ano.

Isso representa também um aumento de cerca de 40% em relação a 2020, quando todos os recordes foram quebrados e 30% do bioma foi afetado pelo fogo. Só no mês de junho foram identificados 2.639 focos de incêndio, seis vezes mais que o anterior recorde deste mês do ano, que remonta a 2005.

A situação é mais preocupante se tivermos em conta que o pico dos incêndios é normalmente atingido no segundo semestre do ano, especialmente em setembro, em plena estação seca. O estado de Mato Grosso (centro-oeste), onde fica grande parte do Pantanal, declarou estado de emergência na semana passada, e o governo anunciou o envio de reforços de bombeiros de outras regiões para combater as chamas.

O Cerrado, por sua vez, registrou quase tantos focos de incêndio quanto a Amazônia no primeiro semestre (13.229), batendo o recorde anterior, de 2007 (13.214).

Informações: O Globo.

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S