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Pantanal em chamas: MS decreta emergência após incêndios florestais

Principais focos das chamas são áreas do Pantanal. Estado enfrenta seca excepcional em bacias hidrológicas e sofre com queimadas

O governo do Mato Grosso do Sul (MS) decretou, nesta segunda-feira (24/6), situação de emergência nos municípios atingidos por incêndios florestais, principalmente na região do Pantanal. O decreto, publicado no Diário Oficial do estado, tem prazo de 180 dias.

O objetivo do documento de emergência é promover um combate mais rápido e eficaz contra as chamas. Em caso de risco iminente, os agentes poderão adentrar as casas para prestar socorro, determinar a evacuação e usar propriedade particular.

O Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indica que as bacias afluentes às estações de medições fluviométricas dos municípios de Ladário e de Porto Murtinho – banhados pelo Rio Paraguai – estão em condições de seca hidrológica excepcional.

Segundo o governo do estado, o período de seca que o Mato Grosso do Sul enfrenta, com estiagem prolongada em grande parte do território, acarretou aumento exponencial dos focos de calor. Além disso, as queimadas para agropecuária pantaneira causaram prejuízos expressivos, tanto nas perdas econômicas, como na questão ambiental, seja em relação à vegetação, ao solo, à fauna, aos bens materiais ou, ainda, à segurança da vida humana.

Informações: Metrópoles.

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Incêndios se espalham pelo Pantanal e somam mais de 5 mil hectares consumidos pelas chamas

Equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul seguem em combate direto aos incêndios florestais na região

Em Corumbá, a área afetada pelo incêndio florestal detectado na madrugada do último domingo (2) segue crescente. Nas últimas 24h, mais 1.409 hectares foram consumidos pelas chamas.

O incêndio florestal na Cidade Branca acontece próximo à captação de água do município. No local, a guarnição de combate a incêndio florestal segue monitorando e realizando combate direto.

Há também uma equipe do PrevFogo, dividida em duas frentes de combate: uma próxima à captação de água e a outra, próxima à Ilha Tagiloma.

No período da manhã, um planejamento de sobrevoo na região está sendo executado. A operação conta com três militares que irão traçar novas estratégias de combate ao incêndio na região. A área afetada no local é de 2.323 hectares. Na manhã de terça-feira (4), a área atingida era de 914 hectares.

Paraguai Mirim

Na região do Paraguai Mirim, a 140 km de Corumbá, uma equipe de militares também segue reforçando o ataque aos incêndios florestais, com utilização de equipamentos como sopradores. Na região, a área queimada é de 3.311 hectares.

Assim, se somados estes dados, aos números de queimadas na região de Corumbá, 5.634 hectares já foram afetados na região.

Este é o dia 65 da Operação Pantanal. Desde 2 de abril, o Corpo de Bombeiros Militar realiza monitoramento de todo o território de Mato Grosso do Sul por meio da sala de situação na Diretoria de Proteção Ambiental.

Além do combate direto, as equipes seguem atuando em atividades de prevenção e educação ambiental.

A situação acende alerta entre os especialistas que realizam o monitoramento da região, já que em 2024 é prevista uma seca histórica que pode superar a vivida em 1964 no Estado.

Confira vídeos gravados no domingo:

Crédito: Mídiamax.

Com incêndios florestais, aulas foram suspensas na Bolívia

Os incêndios florestais que atingem Corumbá interferiram nas aulas de quatro escolas da cidade boliviana de Puerto Quijarro, na fronteira com Mato Grosso do Sul.

As aulas foram suspensas na segunda (3) e terça-feira (4) devido à fumaça causada pelo incêndio que atinge a região do Canal do Tamengo, na fronteira Brasil/Bolívia.

Informações: Mídiamax.

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Pantanal teve aumento de 362% na perda de floresta primária em 2023

Segundo dados da Global Forest Watch, apenas em MS, a perda de floresta primária foi de 94% entre 2022 e 2023

Em 2023, tanto o Pantanal quanto o Cerrado apresentaram um aumento na perda de floresta primária. No Pantanal, esse aumento foi de 362%, enquanto o Cerrado registrou um aumento de 6% na perda de cobertura arbórea de 2022 a 2023. Esses dados são provenientes da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, e da análise do observatório internacional GFW (Global Forest Watch).

Segundo o GFW, apenas em Mato Grosso do Sul, a perda de floresta primária foi de 94% entre 2022 e 2023, englobando todos os biomas do Estado. Grande parte desse declínio está relacionada à expansão da produção de soja no Cerrado, enquanto o Pantanal, a maior área úmida tropical do mundo, enfrentou um aumento significativo na perda florestal em 2023 devido a incêndios.

No entanto, essa tendência de perda de floresta primária vem se mantendo ao longo dos anos. O Painel da GFW indica que, entre 2013 e 2023, 97% da perda de cobertura arbórea em Mato Grosso do Sul ocorreu dentro de florestas naturais. Além disso, entre 2002 e 2023, o Estado perdeu 232 mil hectares de floresta primária.

Entre 2001 e 2023, os municípios sul-mato-grossenses que mais sofreram perda de cobertura arbórea foram Corumbá, com 317 mil hectares, e Aquidauana, com 134 mil hectares.

O observatório ressalta que o Cerrado é o epicentro da produção agrícola no país, e a expansão da produção de soja nessa região contribuiu significativamente para a perda de floresta primária.

Quanto ao Pantanal, apesar de os incêndios serem uma ocorrência natural na região, uma seca prolongada – causada em parte pelas mudanças climáticas – tem contribuído para incêndios mais intensos e frequentes, comprometendo a capacidade de recuperação do ecossistema.

Em 2023, o Pantanal sul-mato-grossense foi um dos locais que mais sofreu com as queimadas. Segundo dados do BD Queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de 1º de novembro a 31 de dezembro do ano passado, foram registrados 113.764 focos de incêndio.

Amazônia – Por outro lado, a Amazônia brasileira registrou uma redução de 39% na perda de floresta primária em 2023, o nível mais baixo desde 2015. Essa queda resultou em uma diminuição considerável na parcela do Brasil na perda total de floresta primária global – de 43% em 2022 para 30% em 2023.

Informações: Campo Grande News.

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Engenharia Preventiva: caso Pantanal

*Artigo de Cícero Ramos.

O Pantanal é a maior área úmida continental do planeta. Ele ocupa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e estende-se pela Bolívia e Paraguai. Aproximadamente 65% de todo o território ocupado pelo Pantanal encontra-se no estado de Mato Grosso do Sul (Aquidauana, Bodoquena, Corumbá, Coxim, Ladário, Miranda, Sonora, Porto Murtinho e Rio Verde de MT e o restante 35% no Mato Grosso (Barão de Melgaço, Cáceres, Curvelândia, Itiquira, Nossa Senhora do Livramento, Poconé e Santo Antônio do Leverger)

A região concentra uma rica biodiversidade onde foram registradas pelo menos 4.700 espécies, incluindo plantas e vertebrados. Desse total, entre as quais estão 3.500 espécies de plantas (árvores e vegetações aquáticas e terrestres), 325 peixes, 53 anfíbios, 98 répteis, 656 aves e 159 mamíferos. Devido a sua importância ambiental, o bioma foi decretado Patrimônio Nacional, pela Constituição de 1988, e Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera, pelas Nações Unidas, em 2000.

A economia em torno do bioma Pantanal se baseia no gado de corte, criado em grandes propriedades ricas em pastagens nativas de maneira extensiva. Toda essa riqueza vem sofrendo com o fogo, os incêndios florestais tem causado perda da biodiversidade e ainda causando problemas de saúde e risco de vida as populações locais. No ano de 2023 foi destruído mais de 1 milhão de hectares do Pantanal, o triplo do que foi registrado em 2022.

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, resultou na criação de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), todos importantes, no entanto, destaco aqui os itens 13 e 15.

ODS13 – Tomar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos;

ODS 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir as florestas de forma sustentável, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e estancar a perda de biodiversidade.

No estado de Mato Grosso, existe a Lei nº. 11.861, de 8 de março de 2022, a Lei do Pantanal permitirá a manutenção da atividade de pecuária extensiva, a conciliação da produção com o meio ambiente e a permanência dos pantaneiros no bioma Pantanal e e foi promulgada a Lei nº 11.606, de 09 de dezembro de 2021 que instituiu a Política Estadual de Promoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) como diretriz de políticas públicas no âmbito do Estado de Mato Grosso e tem como plano de ação entre outras a Redução do risco de incêndio florestal.

No Estado de Mato Grosso do Sul foi sancionada a Lei Nº 6.160, de 18 De Dezembro de 2023 que dispõe sobre a conservação, a proteção, a restauração e a exploração ecologicamente sustentável da Área de Uso Restrito da Planície Pantaneira (AUR-Pantanal), no âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul, e cria o Fundo Estadual de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Pantanal.

Nesse contexto, a Engenharia é a profissão na qual o conhecimento das ciências matemáticas e naturais, obtido através do estudo, experiência e prática, é aplicado com julgamento no desenvolvimento de novos meios de utilizar, economicamente, os materiais e forças da natureza para o benefício da humanidade.

Umas das alternativas preventivas do combate ao fogo no pantanal seria a aplicação de uma Engenharia Preventiva, adotando um Plano de Controle, Combate a Incêndios Florestais tanto no licenciamento das propriedades rurais como nos parques geridos pelo Estado e União.

Esse Plano de Controle, Combate a Incêndios Florestais oferecerá ferramentas que subsidiam diversas demandas do planejamento e gestão combate a incêndios florestal, como informações  relevo, áreas cobertura vegetal, identificação dos aceiros que servem para contenção da propagação do fogo e mobilização equipamentos no combate incêndios florestais, bem como os cursos d’agua ou reservatórios para abastecimento caminhões pipa, ainda estradas e pistas de pouso na região para decolagem dos aviões dos bombeiros e ainda os aviões agrícolas empregados.

Destaque especial para as tecnologias de monitoramento climático nas áreas pantaneiras, com implantação de estações meteorológicas, utilização de técnicas de sensoriamento remoto, redes de comunicação entre produtores por meio de canais específicos entre eles e autoridades governamentais.

Caso ocorra incêndio florestal nas propriedades rurais ou nos parques geridos pelo Estado e União todas as ações de combate serão tomadas a partir das informações que consta nesse Plano de Controle, Combate a Incêndios Florestais associado aos fatores variáveis, como a umidade do material combustível, condições climáticas como a velocidade e direção do vento, a umidade relativa, a temperatura, o ponto de orvalho e precipitação.

Ainda implementação brigadas nas propriedades rurais, que podem atuar em consorcio entre os produtores rurais auxiliando o corpo de bombeiros. Em função de que ocorre uma grande concentração de queimadas em assentamentos rurais, é importante as práticas de extensão rural e orientação aos assentadas, promovendo a educação ambiental como instrumento de racionalização do uso do fogo no campo.

O fogo desde quando manejado pode ser útil, o problema é quando isso sai do controle e não tem um planejamento ordenado. Desse modo investir na prevenção de incêndios florestais é fundamental, pois diminui as despesas relativas às operações de combate.

A situação exposta não pretende esgotar o assunto, nem introduzir novos procedimentos no combate aos incêndios florestais, a função da engenharia é trazer para a discussão contributiva, aprimorando os aspectos que parecem importantes para uma abordagem compreensível do tema.

*Cícero Ramos é Engenheiro Florestal, vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais (AMEF), Coordenador da Câmara Nacional de Engenharia Florestal, possui especialização em Geoprocessamento e Prevenção, Controle, Combate à Incêndios Florestais. Consultor autônomo. E-mail: icaraima@gmail.com

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Tecnologia é aliada contra mudanças climáticas no Pantanal

Enquanto as interferências climáticas afetam parte do bioma, a pecuária de corte, especialmente na fase de cria, tem sido uma fonte crucial

O Pantanal passa por transformações impulsionadas pela tecnologia, resultando em aumento na produção. Em novembro de 2020, incêndios devastaram 26% do bioma, afetando 4,6 bilhões de animais. Nos anos seguintes, as queimadas aumentaram na região, algumas ligadas a ações humanas e outras a fenômenos naturais, como a autocombustão do cerrado.

Os extremos climáticos no Pantanal, caracterizados por períodos de chuvas com inundações e secas com queimadas, impactam significativamente a produção e a região. Enquanto as interferências climáticas afetam parte do bioma, a pecuária de corte, especialmente na fase de cria, tem sido uma fonte crucial de produtividade, com os bezerros sendo a principal ênfase da produção, sendo levados para regiões periféricas para recria e engorda, conforme indicado pela Embrapa Pantanal.

Ainda assim, de acordo com a coordenadora do projeto Viva Pantanal, Tatiana Scaff Teles, as interferências no clima foram decisivas para as alterações da produção no local. “No Pantanal, os produtores sofrem com os extremos, como a seca vivenciada nos últimos anos, bem como a falta de água, tendo impactado a queda na produção. Sendo assim, muitos produtores tiveram a sua produção afetada pelo encarecimento do preço dos produtos”, enfatiza a coordenadora.

A especialista destaca a importância da mecanização no campo para reduzir a dependência das ações humanas, especialmente em operações de limpeza e manutenção de pastagens. No entanto, a implementação desses mecanismos na região do Pantanal ainda é lenta, enfrentando desafios como a especialização da mão de obra. Apesar dos obstáculos, a introdução de novas tecnologias na região tem impulsionado produções eficientes, tornando o Pantanal competitivo em relação ao Planalto. A especialista ressalta os benefícios, incluindo a diversificação de raças na pecuária e a possibilidade de práticas mais intensivas e seletivas na criação de animais.
 

Informações: AGROLINK.

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Área queimada no Brasil aumentou 248% em janeiro de 2024, estima pesquisa

O Monitor do Fogo, do MapBiomas, calculou o aumento em relação ao mesmo mês de 2023; o bioma mais afetado foi a Amazônia, seguido pelo Pantanal

Em janeiro de 2024, foram queimados 1,03 milhão de hectares no Brasil — um aumento de 248% em relação ao mesmo mês do ano passado, que contabilizou 287 mil hectares queimados. Os dados são da plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas.

O Monitor do Fogo é um mapeamento mensal com dados a partir de 2019 que mostra a extensão e a localização de áreas queimadas. Ele se baseia em mosaicos mensais de imagens multiespectrais do satélite Sentinel-2.

Embora janeiro de 2023 tenha apresentado uma diminuição das queimadas em relação a 2022, o problema voltou a aumentar no primeiro mês de 2024, quando o tamanho do total queimado foi comparável a 10 estados do Sergipe — um aumento de 266% em relação a dezembro do ano passado.

Amazônia em chamas

Do total de área queimada no Brasil em janeiro de 2024, 91% está localizado no bioma amazônico, que foi o bioma mais afetado pelo fogo no período. O segundo bioma mais atingido foi o Pantanal, com 40.626 hectares.

“É normal que a Amazônia lidere em disparada a área queimada no início do ano por conta da estação seca de Roraima acontecer justamente nesse período”, conta Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Fogo, em comunicado. A proximidade de Roraima com a Linha do Equador resulta em uma estação seca que dura de dezembro a abril.

Estados e vegetação mais atingidos

Os três estados com maior área queimada em janeiro de 2024 foram Roraima (representando 40% do total), Pará (30%) e Amazonas. Em Roraima, o aumento de áreas queimadas foi de 250% em comparação a janeiro do ano anterior.

Já os tipos de vegetação mais afetados pelo fogo foram formações campestres, que representam 95% do total queimado em Roraima; e florestas e pastagens (41% e 49%, respectivamente, das queimadas no Pará).

Neste ano de 2024, a região de Roraima ficou “ainda mais inflamável”, segundo Alencar, devido ao agravante da seca extrema, que retardou e diminuiu a quantidade de chuva.

Informações: Revista Galileu.

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Com incêndios no Pantanal, governador revoga decretos de situação de emergência

Decretos foram feitos em épocas de fortes chuvas e alagamentos

Nesta quarta-feira (31), o governador Eduardo Riedel (PSDB) publicou no Diário Oficial do Estado um decreto especial, que revoga as situações de emergência declaradas em municípios na região do Pantanal. A área enfrenta nos últimos dias um incêndio, na região da Serra do Amolar.

Conforme a publicação, fica revogado o decreto de 14 de novembro de 2023, que declarava situação de emergência em Corumbá, Ladário, MirandaAquidauana e Porto Murtinho.

O decreto tem data de 30 de janeiro. Esses municípios na região do Pantanal enfrentaram tempestades e situações de alagamento e quedas de árvores no fim de 2023. Já em novembro, a situação era de focos de incêndio.

Agora, em janeiro, o Corpo de Bombeiros acompanha incêndio ainda não controlado na região da Serra do Amolar. São ao menos 5 dias de incêndios em uma área de difícil acesso, que fica a aproximadamente 700 quilômetros de Campo Grande.

Mesmo assim, o governador revogou o decreto, que declarava situação de emergência por 90 dias. “Declara-se “Situação de Emergência”, pelo prazo de 90 (noventa) dias, nos Municípios de Corumbá, Ladário, Miranda, Aquidauana e Porto Murtinho, afetados por desastre, classificado e codificado como Incêndio Florestal – Incêndios em Parques, Áreas de Proteção Ambiental e áreas de Preservação Permanente Nacionais, Estaduais ou Municipais”, diz o texto.

Informações: MídiaMax.

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2023, um ano devastador de incêndios florestais

Os incêndios florestais em 2023 destruíram quase 400 milhões de hectares, ceifaram 250 vidas e liberaram 6,5 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera.

O continente americano viveu este ano uma temporada recorde de incêndios florestais com cerca de 80 milhões de hectares queimados até 23 de dezembro, e 10 milhões de hectares a mais do que a média anual entre 2012 e 2022, segundo o Sistema Global de Informação sobre Incêndios Florestais (GWIS, na sigla em inglês).

Somente no Canadá, 18 milhões de hectares foram devastados.

No Brasil, a área de hectares queimados este ano era de 27,5 milhões até 23 de dezembro, abaixo da média da década 2012-2022 (31,5 milhões), de acordo com dados do GWIS.

O Pantanal, a maior área úmida do mundo, foi atingido por incêndios recordes em novembro, com cerca de 4.000 focos, nove vezes a média histórica para este mês, segundo imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Estes incêndios, muitos deles alimentados pelo tempo seco e quente causado pela mudança climática, revelaram-se “incontroláveis” e “a política de extinção foi ineficaz”, disse à AFP Pauline Vilain-Carlotti, doutora em geografia e especialista na questão.

“Não temos mais condições de enfrentá-los com nossos meios humanos de luta. Daí a importância de atuarmos na prevenção”, acrescenta.

Sobremortalidade

Noventa e sete mortos e 31 desaparecidos nos incêndios no Havaí em agosto, 34 mortos na Argélia, pelo menos 26 na Grécia. Este foi o ano mais mortal do século XXI, com mais de 250 mortes, de acordo com a Emergency Events Database (EM-DAT) da Universidade católica de Leuven, na Bélgica.

“Uma sobremortalidade que corre o risco de aumentar nos próximos anos”, com incêndios “que estão perigosamente próximos dos espaços urbanizados”, afirma Vilain-Carlotti.

Este ano, além das áreas comumente expostas como a bacia do Mediterrâneo, a América do Norte e a Austrália, outros locais, até agora mais bem preservados — como o Havaí ou Tenerife — sofreram danos significativos.

6,5 bilhões de toneladas de CO2

Quanto mais os incêndios se multiplicam, menos tempo a vegetação terá para voltar a crescer, e mais florestas podem perder sua capacidade de absorver dióxido de carbono (CO2).

“Estudos recentes estimam que os incêndios reduzem o armazenamento de carbono em aproximadamente 10%”, explica Solène Turquety, pesquisadora do Laboratório de Atmosferas,Mídia e Observações Espaciais (Latmos, na sigla em francês).

Ao ser atingida pelo fogo, as árvores liberam na atmosfera todo o CO2 que armazenaram.

Desde o início do ano, os incêndios florestais emitiram quase 6,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, de acordo com o GWIS, frente aos 36,8 bilhões da utilização de combustíveis fósseis e de cimento.

Ao todo, cerca de 80% do carbono gerado pelos incêndio florestais é absorvido pela vegetação que volta a crescer na estação seguinte. Os 20% restantes contribuem para o aumento da acumulação de CO2 na atmosfera, alimentando o aquecimento global em uma espécie de ciclo.

Efeito imediato na saúde

Além do dióxido de carbono, os incêndios florestais e da vegetação liberam partículas nocivas, desde o monóxido de carbono até uma série de gases ou aerossóis (cinzas, fuligem, carbono orgânico, entre outros).

“Estas emissões alteram a qualidade do ar em centenas de quilômetros em caso de incêndios intensos”, explica Turquety, destacando um “efeito imediato na saúde” que se soma à “destruição de ecossistemas, bens e infraestruturas”.

De acordo com um estudo publicado em setembro na revista Nature, as populações dos países mais pobres, principalmente da África Central, estão muito mais expostas à poluição atmosférica causada por estes incêndios do que as dos países desenvolvidos.

O caso africano

A África é o continente com mais hectares de queimadas desde o início do ano (cerca de 212 milhões), mas para Vilain-Carlotti não se deve “dar muito peso a estes incêndios africanos”, pois tal número não reflete “grandes incêndios florestais”.

A especialista explica que a maioria destes focos são em áreas agrícolas, uma prática que “não é particularmente prejudicial para os espaços florestais porque é feita de forma controlada” e rotativa.

Embora afetem a fauna e flora locais, em médio prazo “as árvores voltam a crescer novamente, permitindo o rejuvenescimento da vegetação e um aumento da diversidade da flora”, acrescenta.

O potencial de regeneração das superfícies queimadas depende da frequência dos incêndios em uma mesma área e da intensidade dos mesmos.

Informações: IstoÉ.

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SOS Pantanal lança campanha de doações para as Brigadas Pantaneiras 

Com a repetição sistemática dos incêndios no bioma, ONG faz campanha visando aumento no efetivo de combatentes às chamas e mais horas de treinamento junto às comunidades locais

A proteção e a reconstrução do Pantanal dependem de iniciativas urgentes. Os últimos anos mostraram-se extremamente severos ao bioma, que abriga uma das maiores biodiversidades do planeta. É preciso unir forças, em todas as esferas, para que seja possível salvar fauna e flora da maior área alagável do planeta e, diante deste desafio, a sociedade civil tem papel imprescindível. É essa consciência que o SOS Pantanal lança uma campanha de doações para ampliação e desenvolvimento do projeto Brigadas Pantaneiras, que, desde 2020, está à frente nas linhas de combate ao fogo na região.

Em novembro deste ano, o fogo devorou mais uma vez o coração do Pantanal, deixando para trás uma paisagem de destruição e desolação. A atuação de forças combinadas entre Brigadas Pantaneiras, governos estadual e federal e outras organizações foi essencial para que não fossem repetidos cenários como o de 2020, quando quase 30% de todo bioma foram varridos por queimadas. Nesta época, mais de 4 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas, o que equivale a 26 cidades do tamanho da capital paulista.

As Brigadas Pantaneiras têm um propósito claro: prevenir e responder aos focos de incêndio. Além disso, busca estruturar fazendas e comunidades para desempenhar papéis cruciais em operações coordenadas pelas instituições competentes. A formação de uma rede de brigadas rurais é a chave para a eficácia desse trabalho. Nesta nova fase de atuação, o SOS Pantanal unirá forças para fortalecer o projeto, visando a consolidar uma rede de 59 brigadas atuantes.

Até outubro deste ano as brigadas foram responsáveis pela diminuição em 94,5% de área queimada em suas locações, com redução de 96,2% dos focos de calor. Esses números podem se tornar ainda mais expressivos com a expansão planejada. Para isso, cada doação contribuirá diretamente para cobrir custos de logística e operação dos brigadistas, que enfrentam riscos diários para proteger fauna, flora e o equilíbrio ecológico do Pantanal.

Como Sua Doação Faz a Diferença:

– Treinamentos essenciais: a contribuição financia treinamentos contínuos para as Brigadas Pantaneiras, capacitando-as a agir com eficácia e segurança.

– Equipamentos vitais: cada real doado significa a garantia de que os brigadistas terão os equipamentos necessários para enfrentar as chamas e proteger o ecossistema.

– Planos de manejo integrado do fogo: as doações apoiam a implementação de estratégias eficientes de manejo do fogo, visando à prevenção de futuros desastres.

– Monitoramento remoto: a tecnologia é uma aliada na proteção do Pantanal. Seu apoio sustenta o monitoramento remoto, proporcionando uma resposta rápida a novos focos de incêndio.

– Assessoria técnica: os brigadistas precisam de suporte contínuo, e a doação contribuirá para a assessoria técnica, garantindo a manutenção de equipamentos e ações preventivas.

MEIO DE DOAÇÃO:

Pix SOS Pantanal: contato@sospantanal.org.br

No site www.sospantanal.org.br/ é possível apoiar e realizar doações.

Sobre o Instituto SOS Pantanal

Fundado em 2009, o Instituto SOS Pantanal é uma instituição sem fins lucrativos que promove a conservação e o desenvolvimento sustentável do bioma Pantanal por meio da gestão do conhecimento e da disseminação de informações sobre o ecossistema para governos, formadores de opinião, comunidades, fazendeiros e pequenos proprietários de terra da região, assim como à população em geral. Tem por missão, ainda, atuar permanentemente em prol da conservação da biodiversidade e dos recursos naturais.

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