PÁGINA BLOG
Featured Image

Como árvores estão mudando de lugar para fugir do calor na Mata Atlântica?

Pesquisadores analisaram 627 espécies e descobriram que plantas passam a ser identificadas com mais frequência em locais com altitude mais elevada para driblar altas temperaturas

A elevação das temperaturas globais, resultado dos efeitos causados pela crise climática, está alterando a disposição de árvores da Mata Atlântica no Brasil. Para “fugir” do calor, algumas espécies passam a predominar em regiões montanhosas mais altas, onde a temperatura é menor.

O estudo, publicado na revista científica Journal of Vegetation Science, analisou 627 espécies de árvores de 96 locais diferentes em áreas de Mata Atlântica em Santa Catarina.

Os pesquisadores identificaram aumento de 0,25ºC por década nos últimos 50 anos na região. Como resultado, 27% das espécies analisadas mostraram tendência a buscar locais onde a altitude é mais elevada.

“Nas florestas montanhosas, a maioria das espécies está se movendo para cima à medida que as temperaturas aumentam”, afirma Rodrigo Bergamin, autor principal do estudo, em comunicado divulgado pela Universidade de Birmingham (Reino Unido), instituição que integrou a pesquisa.

“Isso pode significar que espécies que precisam de temperaturas mais frias estão em risco de extinção à medida que o mundo continua a aquecer”, acrescenta o pesquisador.

Em florestas localizadas em regiões de baixa altitude, no entanto, o movimento foi inverso. “Em florestas mais baixas, as árvores estão se movendo para baixo com mais frequência, provavelmente devido a fatores além da temperatura, como competição entre espécies”, afirma Bergamin. O estudo mostra que 15% das espécies se deslocaram dessa forma.

Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, restam 24% da floresta original, mas apenas 12,4% são florestas maduras e bem preservadas. No Brasil, o bioma está concentrado nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.

De acordo com os pesquisadores, essa é a primeira evidência documentada de mudanças significativas da Mata Atlântica brasileira em consequência da crise climática. O próximo passo será expandir a análise para outras regiões da floresta.

“Este estudo mostrou o que está acontecendo no sul da Mata Atlântica, mas diferentes regiões podem mostrar outras tendências”, disse Adriane Esquivel Muelbert, uma das autoras do estudo, à Universidade de Birmingham. “Estamos agora reunindo pesquisadores de todo o bioma para criar um panorama geral sobre como essas florestas estão respondendo às mudanças globais.”

Informações: Terra.

Featured Image

Desafio oferece R$ 100 mil para criação de máquina para quebrar cacau

Hoje, no mercado, encontram-se apenas equipamentos de alto rendimento e custo elevado

Um desafio para desenvolver uma máquina para a quebra do cacau será lançado na próxima quinta-feira, 8 de agosto. O foco é encontrar startups e empresas dispostas a criar um maquinário que possa atender pequenos produtores, já que hoje, no mercado, encontram-se apenas máquinas de alto rendimento e custo elevado.

O Desafio Tecnológico do Cacau, encabeçado pelo Sebrae/BA e a Faeb/Senar em parceria com o CocoaAction Brasil e a Rede+, dará ao vencedor um aporte de R$ 100 mil para o desenvolvimento da solução. Segundo Vitor Stella, consultor técnico do CocoaAction Brasil, a premiação serve para viabilizar um protótipo do maquinário, testar no campo e, ao fim, validar a criação para ser escalado.

Hoje, 70% da cadeia produtiva do cacau no Brasil é composta por pequenos agricultores ou produtores da agricultura familiar. Stella afirma que as máquinas de quebra de cacau disponíveis não atendem às necessidades dessa maioria de cacauicultores.

“Nós estamos falando de máquinas de menor porte, mas que tenham bom rendimento, que favoreçam a separação da casca das amêndoas”, explica. O fácil transporte e a adaptação em diferentes topografias, como áreas planas e acidentadas, são outros importantes atributos que serão requisitados pela organização.

As inscrições podem ser feitas até o dia 8 de setembro. No dia 4 de outubro, as propostas aprovadas serão publicadas e as empresas selecionadas receberão mentoria de especialistas para a elaboração do plano de trabalho e modelo de negócio do projeto. Esta fase contempla visitas técnicas a fazendas de cacau para exploração, aprendizado e implementação.

A última etapa acontece em novembro com o pitch dos porta-vozes das empresas para apresentar o projeto desenvolvido aos realizadores, seguido do anúncio da empresa vencedora do desafio.

O consultor afirma que a escassez de mão de obra no setor tem dificultado o produtor a colher e beneficiar o cacau, mesmo em um ano de preços atrativos. “O grande ganho é trazer tecnologia ao pequeno produtor de maneira que seja eficiente e adaptada a sua realidade, e claro, garanta um rendimento”, finaliza.

Featured Image

Alagoas vai ganhar a primeira fábrica de beneficiamento de eucalipto

Desde que a Amaru Sustentabilidade abriu seu parque de produção na Barra Nova, em Marechal Deodoro, há 10 anos, introduzindo no mercado alagoano produtos para construções ecológicas utilizando como matéria-prima a madeira de eucalipto perfilado e pinus autoclavado, sempre buscou a promoção da sustentabilidade no setor da construção civil, empregando materiais que contribuíssem para um futuro mais verde.

À frente da empresa, os sócios-fundadores Shirlan Madeiros e Otávio Tavares, sempre compartilharam o desejo de expandir a empresa e novas parcerias. Agora chegou a oportunidade, já que o grupo mineiro Santos & Dias, um dos maiores do país em beneficiamento de madeira renovável, anunciou sua associação com a Amaru Sustentabilidade, pioneira em Alagoas na comercialização de projetos à base de eucalipto.

Segundo as primeiras notícias divulgadas, o investimento inicial será em torno de R$ 10 milhões. Mas, mais do que isso, a abertura do parque industrial de beneficiamento de eucalipto em Alagoas, prevista para iniciar a operação em setembro, faz parte da operação do grupo mineiro de abrir uma base de operação na região Nordeste, diminuindo os custos de logística e frete para atender aos clientes da região.

De acordo com os empresários Otávio Tavares e Shirlan Madeiro, a nova planta, que será instalada no antigo parque industrial da Usina Cachoeira do Meirim, no bairro Benedito Bentes, terá capacidade para beneficiar cerca de 6 mil metros cúbicos de madeira de eucalipto por mês, que virão de uma área de cerca de 3.500 hectares de floresta de eucalipto em Alagoas mesmo, com geração de 100 empregos logo nos primeiros meses de instalação, como também a transferência para Alagoas de todo o conhecimento e tecnologia do Grupo S&D de Minas Gerais.

Featured Image

“É vocação do mineiro plantar árvore”, opina presidente da Amif

Adriana Maugeri, da Associação Mineira da Indústria Florestal, fala sobre desafios ambientais, respeito à legislação e diz que setor crescerá por até 15 anos

Com uma área de 2,3 milhões de hectares de plantio, Minas Gerais é referência na chamada “indústria florestal”. Para a presidente da associação mineira do setor (Amif), Adriana Maugeri, faz parte da cultura mineira plantar árvores. “Como Minas são várias Gerais, temos presença de floresta em 94% dos municípios mineiros, e isso traz uma clareza de que é vocação do mineiro plantar árvores, cuidar de árvores. Assim como o café, o queijo, as cachaças, que são ícones da nossa cultura, do nosso plantar, a floresta também é”, afirma.

Em entrevista ao EM Minas, programa da TV Alterosa, Estado de Minas e Portal Uai, Adriana Maugeri falou sobre a área, tentou derrubar estigmas e fez um apelo à proteção ambiental. “Se temos uma vocação tão forte para florestas, como aceitamos os incêndios que trazem tanta destruição? A cada ano, Minas Gerais bate recorde de incêndios”, emendou.

Primeira mulher a presidir a Amif ela detalhou ainda o que é chamado de “economia verde”, afirmou que das árvores plantadas é possível extrair mais de 5 mil “bioprodutos”, e defendeu o setor como fundamental para a transição para uma economia de baixa emissão de carbono. Confira os principais trechos da entrevista.

Qual o conceito de economia verde?

A economia verde ficou mais evidente durante a pandemia e no pós-pandemia para grande parte da população. Como nós sofremos os efeitos da nossa degradação, o que os efeitos da natureza podem fazer com a sociedade, acho que todo mundo provavelmente pensou: “Mais uma dessas, será que a gente passa? Como a gente vai passar? O que podemos evitar?”. E o que vem agora é que vamos ter de fazer escolhas melhores dos produtos que consumimos, modos de vida. Escolhas que eu sei que não vão trazer impacto para o meio ambiente. Por exemplo, dentro de casa, por quais produtos posso optar? Produtos que são da origem do petróleo, não renováveis como o plástico, ou posso optar pelo papel? É aí que vem o encaixe da indústria florestal, porque toda produção de papel no Brasil, papel de imprimir, escrever, cadernos, livros, higiênicos, 100% são feitos com florestas renováveis. É de origem limpa, porque aquela árvore foi plantada especificamente para esse fim e ela “rebrota” três vezes em Minas Gerais, em um espaço de 21 anos.

É uma característica de Minas Gerais? É diferente em outros lugares?

Outros lugares estão aprendendo muito com Minas Gerais, e isso é motivo de orgulho, porque Minas possui a maior área de floresta plantada do Brasil. Vamos fazer uma analogia com o café, que possui aproximadamente 1,6 milhões de hectares plantados em Minas. Florestas são 2,3 milhões de hectares plantados, mais 1,3 milhões de hectares de área conservada. Somando, dá 3,6 milhões de hectares de árvores sob os cuidados da indústria florestal.

Acontece muito, quando se viaja, só se ver eucalipto por quilômetros. Provavelmente, ali havia uma floresta nativa. Como está esse balanço em Minas Gerais?

Toda atividade humana, todas as nossas culturas agrícolas, todas as instalações que o humano intervém, antes eram florestas. Nosso país era uma grande floresta, e as intervenções foram acontecendo ao longo dos séculos, décadas. Essas áreas foram sendo produzidas, por exemplo, para a pecuária. O eucalipto é mais recente, ele tem aproximadamente 60 anos aqui em Minas Gerais.

Quando falamos de floresta plantada estamos falando de eucalipto?

Não só eucalipto. Toda espécie de árvore que você plante com a finalidade de aproveitamento econômico da madeira é floresta plantada, que muitos chamam de silvicultura. Então há eucalipto, pinus, seringueira, cedro australiano, mogno africano é muito forte, açaí, o dendê, todos são florestas plantadas. Havia ali nessas áreas uma floresta nativa e o ser humano foi ocupando. Essas áreas foram ficando abandonadas por causa da degradação de muitas atividades que eram feitas sem o cuidado de hoje em dia. Há 60 anos, chegou ao Brasil o eucalipto, que apesar de não ser a única árvore das florestas plantadas, é a que a gente mais tem presença, principalmente em Minas Gerais, mais de 90%.

Ao longo do tempo, principalmente para a nossa floresta plantada, a ciência foi uma grande aliada, nós adaptamos essas espécies para os climas e solos brasileiros. Como Minas são várias Gerais, temos presença de floresta em 94% dos municípios mineiros, e isso traz pra gente uma clareza de que é vocação do mineiro plantar árvores, cuidar de árvores. Assim como o café, o queijo, as cachaças, que são ícones da nossa cultura, do nosso plantar, a floresta também é.

Existe algum compromisso da Amif em preservar as florestas nativas para fazer florestas plantadas? Como funciona isso?

As espécies florestais, arbóreas, elas conversam, literalmente. Quanto mais área conservada tiver no meio das nossas florestas plantadas melhor para a minha produtividade florestal, por essa simbiose, essa relação de alinhamento entre as espécies. Florestas plantadas, como falei, nós temos 2,3 milhões de hectares, e conservadas, 1,3 milhão. Então, a cada hectare que eu planto de floresta em Minas Gerais, eu tenho 0,7 conservado.

Isso excede a área de obrigação de conservação, justamente pela relação com a produção. Tem uma reserva legal: basicamente, em biomas de mata atlântica, cerrado, 20% você precisa ter na sua propriedade como reserva. E há as áreas de preservação permanente. Somando todas essas áreas, nós temos excedente, e não é só porque somos bonzinhos não, tem essa relação mesmo que a produção precisa.

A gente costuma dizer que do boi se aproveita tudo, menos o mugir. No caso do eucalipto se aproveita tudo? O que ele gera além da madeira?

Da floresta plantada, não só do eucalipto, é possível extrair 5 mil bioprodutos. Tudo o que se faz com petróleo, nós conseguimos fazer com a madeira. Se você pensar bem, o que é o petróleo? São as florestas de milhões de anos atrás, é carbono de alguma forma que está lá. A floresta plantada é o carbono se renovando, só que o processo químico e físico para extrair os produtos é diferente.

Cinco mil bioprodutos são gerados a partir da madeira, das folhas e dos troncos de uma árvore. Processos diferentes do petróleo, mas eu consigo fazer combustível, consigo fazer tecido. Por exemplo, os tecidos que possuem proteção antichamas que os nossos bombeiros usam são feitos com celulose solúvel, um produto das florestas plantadas que tem mais resistência às chamas do que o poliéster.

E a aplicação na construção civil?

Tem uma gama de produtos. Toda uma casa, pisos, painéis… Na época da pandemia, eram só as reuniões gravadas com o barulho da reforma, e toda reforma tinha madeira chegando. Os painéis são todos feitos com floresta plantada. Isso dá uma tranquilidade para o consumidor. O “bioproduto” vem da origem vegetal, renovável e limpa. Eu, como consumidor, tenho tranquilidade de pensar: “Estou consumindo um produto que tem uma origem renovável, que não deixou uma pegada lá atrás que não vai deixar o mundo pior”.

Por isso essa indústria faz parte da composição da economia verde. É uma economia que tenha produtos com menor pegada (de carbono). Por exemplo, quando você abastece seu carro, se você escolhe um combustível que é de fontes renováveis, isso é um comportamento seu.

Também tem um mel de eucalipto, não é isso?

O mel é uma paixão. A abelha é um bioindicador, por quê? Onde eu tenho abelhas, tenho a indicação de qualidade ambiental, a abelha não suporta inseticidas. Se você não tem abelhas na região, pode saber que a qualidade ambiental não é a melhor possível. Nos plantios ambientais, a gente tem a qualidade porque tem o misto do eucalipto e da floresta nativa. Eu consigo colocar caixas de abelha, fazer parcerias com as comunidades que ocupam os territórios onde nós possuímos florestas, e aí produzimos o mel. Dependendo de onde colocamos as caixas, temos mel só de eucalipto, que tem uma característica medicinal muito acurada, ou mel de florada mista, que é o mel da floresta nativa junto com o eucalipto.

Hoje, no Brasil, um dos produtos que têm a maior demanda de exportação é o mel de origem do eucalipto. É um mel mais clarinho, muito saboroso, e que tem esse apelo medicinal muito interessante. Você deve lembrar que na infância as crianças tinham kit de asma com eucalipto. As folhas de eucalipto têm essa propriedade. Da madeira eu consigo todos os outros produtos e da folha eu consigo essa essência.

Estamos passando por um período péssimo com a seca e incêndios. Como a Amif reage a isso? Existe alguma preparação para esse período do ano?

Esse é um ponto muito sensível. Eu sou muito indignada, porque acho que convivemos todo ano com grandes tragédias causadas pelos incêndios florestais. Há uma cultura, infelizmente, que eu não consigo compreender. Se temos uma vocação tão forte para florestas, como aceitamos os incêndios que trazem tanta destruição? A cada ano, Minas Gerais bate recorde de incêndios. É aquela cultura do “queimou, mas brota novamente”, essa é a minha indignação. Isso não é verdade. E os animais que são perdidos nesses plantios? Perdemos, infelizmente, a vida de um bombeiro no ano passado.

As empresas florestais, até por obrigações legais, possuem brigadas que acabam com os incêndios das nossas áreas, que são muito suscetíveis, por serem grandes e vastas. E ajudamos no combate por termos pessoas especializadas e equipamentos, em parceria com o estado de Minas Gerais e até com a União. Mas é muito triste, porque o esforço é sempre muito grande e a gente não vê a mudança no hábito da população.

Vê algo que precisa ser mudado nesse aspecto?

Eu conversei com o governo de Minas e acho o seguinte: a burocracia causa incêndios. Não é só o comportamento, mas, por exemplo, a pessoa tem uma propriedade rural, como todas as famílias ou alguém que ainda está em área rural, e precisa fazer uma limpeza de área. Ela pede autorização ao órgão ambiental, e às vezes demora muito mais do que aquele pequeno produtor tem capacidade de esperar, capacidade financeira de esperar. Ele precisa plantar logo a cultura que dá sobrevivência, ele não espera e ateia o fogo.

Como as ações de remoção de área verde no passado impactaram na imagem do setor?

Foram se criando vários mitos que se perpetuaram nos olhares de hoje, além das condutas inadequadas. As condutas de quatro décadas atrás seguiram a legislação da época, mas as legislações também foram atualizadas, seguiram a ciência da época, mas a ciência foi atualizada. E, qualquer cultura, não só de florestas, se você planta de uma forma errada, planta em lugares errados e inadequados, ela vai trazer um impacto negativo. Mas há o que chamamos de manejo sustentável. O setor aprendeu com os erros, evoluiu com a sua ciência, até porque se eu sou um usuário dos recursos naturais, do solo, de recursos hídricos, eu preciso da qualidade ambiental desses recursos. Se eu degradar o meu solo, eu vou afetar a minha própria produção. Isso é um mito muito forte que ainda se tem contra o agro brasileiro.

É lógico que há pessoas que fazem errado, mas essas pessoas não são produtores florestais, não são os produtores rurais de quem estamos falando. São criminosos, são outras categorias que você precisa conversar. É uma luta do setor com aliança do estado, instituições como o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público de Minas Gerais, como nós podemos aprimorar a fiscalização sem perder a mão para o estímulo do desenvolvimento sustentável.

Existe o carvão vegetal originário de área replantada, mas ainda se encontra carvão feito com árvores nativas. Como diferenciar?

Isso é um absurdo tão grande… Em 2024, com 2,3 milhões de hectares de florestas plantadas, você ainda tem criminosos que desmatam o nosso cerrado, a mata atlântica, para produzir carvão. Isso é a ganância de criminosos que não tem fim. É um mercado que oscila muito, a demanda por aço oscila muito, então você tem altas e baixas de preços no carvão. Quando se tem uma alta demanda do aço e uma maior demanda de carvão, realmente há um número de criminosos atuando, e se tem carvão de mata nativa, é porque tem gente que consome. Em Minas Gerais, desde 2018, é proibido a produção e o consumo de carvão vegetal de origem nativa para o abastecimento industrial.

E é fácil identificar? Como saber qual é qual?

É muito difícil identificar. As embalagens têm selo, mas o criminoso até consegue falsificar. A produção grande de carvão vegetal em Minas Gerais, é outro motivo de orgulho. Nós somos o maior produtor e consumidor mundial de carvão vegetal pela metalurgia, que é a produção de aço, ferro e ligas especiais. O aço verde é feito basicamente com produtos de origem renovável, em grande parte o carvão vegetal ou a sucata metálica, que é o aço sendo reciclável. Quando eu tenho a utilização da sucata ou carvão, ou os dois juntos, eu tenho o aço verde com a menor pegada de emissão de gases do efeito estufa.

Muita gente ouviu falar sobre hidrogênio verde, e também há estudos para ser uma fonte da siderurgia, mas ele ainda não tem escala e capacidade logística para abastecer todas as nossas siderúrgicas. O carvão vegetal hoje, em escala e custo, junto com a sucata, são interessantíssimos para a indústria mineira produzir o aço verde. Em Minas, já temos siderúrgicas que são carbono neutro por conta dos plantios florestais, da produção de carvão e da chegada do carvão na siderurgia.

Esse carvão vegetal de área replantada contribui para a redução da emissão de carbono?

Totalmente. Se você não utiliza o carvão vegetal, a grosso modo a empresa utiliza o carvão mineral, que não é de fonte renovável. O carvão vegetal tem emissões bem menores, neutralizadas no processo produtivo pela produção florestal. Assim como em qualquer produto no mundo, a opção pela produção sustentável não é pelo custo. É mais caro produzir o aço verde do que utilizar carvão mineral, porque no mineral eu faço a extração e já chega muito mais barato do que produzir a floresta e sete anos depois o carvão. É uma opção realmente da indústria e que também precisa ter uma adaptação tecnológica para receber o cartão vegetal.

Há indústrias que não conseguem simplesmente abastecer os seus altos-fornos com carvão. Precisam fazer um trabalho de conversão, ou nem isso seria suficiente, novos fornos precisam ser construídos. Mas se pode usar o carvão vegetal de outras formas na siderurgia. Mesmo uma grande indústria, em que o alto-forno não comporte o carvão vegetal, pode usá-lo com o que a gente chama de gestão de finos. Usar os finos de carvão para que no balanço energético, a produção contribua com o aço de baixa emissão de gases do efeito estufa.

Faz parte do processo de transição para uma economia de baixo carbono?

Dentro do recorte industrial brasileiro, quando se faz o cálculo das emissões de gases do efeito estufa – vamos lembrar que a gente tem o CO2, metano e outros tantos –, a siderurgia é um dos maiores emissores quando usa o carvão mineral. É uma pauta muito importante entre a siderurgia e o governo brasileiro: a descarbonização da siderurgia, por isso se investe muito em pesquisa com hidrogênio verde, eletrólise, carvão vegetal. É um grande desafio, mas a descarbonização é necessária. Em médio prazo, muito provavelmente, o Brasil estará instituindo o seu mercado de carbono nacional. Essas transações vão ser muito interessantes para a indústria.

Sobre o período até a produção da indústria florestal: falamos em sete anos a partir do plantio. Como funciona essa logística?

Faz parte do manejo sustentável da floresta os plantios com mosaicos. Esse planejamento de plantio e colheita começa até bem antes da época do plantio. Sete anos é o ciclo que se começa a contar do momento em que se planta a muda até a colheita, lembrando que a madeira é cortada, mas não se arranca a raiz, que vai continuar nutrindo o solo. Nesse período todo, três ou quatro anos antes de começar o plantio, eu tenho que fazer o meu planejamento florestal, (definir) onde são as áreas a plantar, qual o clone vai ser usado, qual muda é específica para aquela área, qual o espaçamento entre as árvores para que possa passar o maquinário da colheita… O dia do plantio marca, digamos assim, o aniversário de grandes passos.

A indústria florestal conseguem atender 100% da demanda, ou existe uma demanda reprimida?

Existe uma demanda reprimida, graças a Deus, por conta da bioeconomia. Cada vez mais, a sociedade está demandando produtos de origem renovável, por exemplo, embalagens. O mercado de compras on-line cresceu muito, então todo dia fica chegando uma caixinha em casa; no passado não tinha necessariamente caixas, então esse papel para embalagem é uma demanda.

A demanda por produtos feitos a partir da celulose de florestas plantadas é crescente, com tendência ainda de crescimento para os próximos 10 a 15 anos, então, tenho que plantar mais florestas. Toda vez que eu pensar em plantar mais florestas, a gente tem a certeza de que mais florestas também estão sendo conservadas

Como primeira mulher na presidência da Amif, de que forma ocorreu essa entrada em um setor tão masculino?

Papel, celulose, siderurgia, o universo da metalurgia, da engenharia, tem várias mulheres, mas o funil vai ficando apertado, a peneira estreita, e poucas chegam a posições executivas. Acredito que nos próximos anos isso vai ser bem diferente, mas até o momento eu sofro ainda, porque vejo que sou solitária em vários locais que frequento representando o setor.

Mas tenho essa tranquilidade, porque sei que minha escolha para o cargo não foi pelo fato de ser mulher. Foi pelo reconhecimento do trabalho e da minha trajetória. Quando são escolhidas, infelizmente as mulheres tendem a se comportar de forma similar aos homens para serem aceitas, em vez de impor o seu diferencial. Isso é uma armadilha cruel. Eu já conversei com várias executivas e isso não permeia a gente no início dos cargos, a gente começa a querer repetir modelos.

Quando a gente se apodera da característica do feminino, da sensibilidade, da leitura mais detalhada das situações, essa objetividade do planejamento que a mulher tem, isso somado com a alta capacidade de execução masculina faz um combo muito interessante. Os próprios homens ficam mais confortáveis de ter na liderança uma mulher. É um desafio, cada vez mais eu vejo que a gente precisa abrir essas portas.

Informações: Estado de Minas Gerais.

Featured Image

Exclusiva – 1º BioComForest lança novidades em maquinários, e se encerra pautando a biomassa; confira

Nesta primeira edição do evento, palestrantes compartilharam insights sobre os desafios, inovações e impactos nos três segmentos

O 1º Congresso e Feira Internacional de Biomassa, Compostagem e Floresta – BioComForest, que aconteceu nos dias 30, 31 de julho e 1º de agosto, no Campus FCA/UNESP, de Botucatu (SP), reuniu empresas, produtores, profissionais e estudantes, bem como representantes do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul – referência na produção de florestas plantadas e de celulose, para discutir os desafios e inovações nos segmentos. O evento já se torna um dos mais importantes fóruns sobre os setores no país.

O BioComForest é uma realização da Paulo Cardoso Comunicações e UNESP – Universidade Estadual Paulista, em parceria com a Fepaf – Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais, e reuniu em um único evento, de maneira inédita no Brasil e no mundo os três segmentos, sendo uma oportunidade ímpar para contato e troca de experiências entre empresas especializadas, fornecedores e clientes.

“Gostaria de agradecer a todos pela participação nesta primeira edição do BioComForest, esperamos que tenham gostado, e que acima de tudo tenha sido uma experiência de trocas e aprendizados. O intuito de nosso evento é justamente esse, unir os três seguimentos em um único ambiente, pautando inovação e engajamento”, destacou no último dia do evento, Paulo Cardoso, CEO da Paulo Cardoso Comunicações, e do portal Mais Floresta, que em seguida anunciou juntamente com o Prof. Carlos Frederico Wilcken – FCA/UNESP: “Nossa próxima edição será em 2026, onde traremos ainda mais novidades. Nos encontramos lá”.

“Foi uma grande satisfação receber todos aqui. O evento não teria sucesso sem a participação de todos vocês aqui, então em nome da FCA/UNESP ficam nossos agradecimentos. Também direcionamos nossos agradecimentos aos convidados, que aceitaram vir até aqui, para participarem de todas as mesas redondas, e debates, onde tivemos casa cheia nos três dias da programação”, disse o Prof. Carlos Frederico Wilcken – FCA/UNESP.

O campus da FCA/UNESP (faz. Lageado) no município, foi meticulosamente arquitetado, com estrutura completa, para explorar insights, fazer benchmarking, ampliar networking e promover conhecimentos aplicáveis às organizações, com foco nos campos da inovação e sustentabilidade.

A programação do evento contou com 30 palestras e debates para cada tema, Curso Teórico e Prático de Compostagem, além de dias de campo e feira com maquinários pesados de renomadas empresas dos três segmentos – as ‘grandes estrelas’ da feira.

Super lançamentos

Os ‘Dias de Campo’ do BioComForest, contaram com diversas demonstrações na prática de equipamentos inovadores nos segmentos. Maquinários robustos de renomadas empresas como a Vermeer, Equilíbrio Equipamentos, Máquina Solo e Madeplant, impressionaram o público, chamando atenção através da eficiência, tecnologia e inovação agregadas. Alguns equipamentos foram lançados de maneira inédita no evento, tais como a Enfardadeira Madeplant e o Caminhão Multifuncional, da Equilíbrio Equipamentos:

Enfardadeira Madeplant. Saiba mais em: https://madeplant.com.br/
Caminhão multifuncional de operações florestais incluindo combate a incêndios – Equilíbrio Equipamentos. Saiba mais em: https://equilibrioepa.com.br/

Palestras 01/08

Com casa cheia durante os três dias do BioComForest, a biomassa pautou o último dia de palestras e debates do evento. No primeiro bloco do dia, o tema central foi: ‘O futuro da biomassa como fonte de energia sustentável’, tendo como mediador José Mauro, pesquisador da Embrapa Florestas.

Murillo Galli, Diretor de Relações Institucionais da Termelétrica Cidade do Livro, iniciou o primeiro bloco das apresentações do dia. Sobre sua participação destacou: Hoje tivemos a oportunidade de abordar sobre os desafios enfrentados por empreendimentos que escolhem atuar com a biomassa, qual o futuro que vemos para a biomassa em termos de mercado, bem como particularidades da termoelétrica Cidade do Livro, que traz essa inovação da utilização de múltiplas biomassas. Então, aproveito para parabenizar Paulo Cardoso, UNESP, Fepaf, pois o BioComForest é um fórum para debates muito rico em informação, olhando o ponto de vista de vários players, sobre qual o comportamento esperado para a biomassa e sobre os outros segmentos também abordados aqui no evento”.

Marcelo Schmid, CSO do Grupo Index, que também integrou o primeiro bloco de apresentações, pontuou: “Hoje tive a satisfação de falar sobre o futuro da biomassa com foco especial na biomassa florestal, e entre vários tópicos interessantes de discussão, a gente chegou uma conclusão que não estamos mais falando do futuro, e sim do presente, uma vez que já existe um mercado pujante no Brasil. E um evento maravilhoso como o BioComForest organizada pelo mais Paulo Cardoso Comunicações e UNESP, Fepaf, ajudam a engajar ainda mais esse negócio, trazendo ainda mais conhecimento e inovação para esses segmentos trabalhados aqui”.

Robinson Cannaval, Diretor do Grupo Innovatech, se posicionou da seguinte forma sobre seu tema abordado: A gente fez uma retrospectiva de um passado recente da dinâmica do mercado de biomassa. Falamos um pouco do presente tal e qual a situação se encontra e traçamos algumas coisas que dizem respeito ao futuro, tendências e perspectivas, bem como quais são os desafios que nos são impostos, né? Mas independente dos desafios e das oportunidades a única certeza que a gente sai daqui, talvez a mais importante desse evento é que a biomassa ela foi importante para a humanidade, a madeira deu nome ao nosso país, ela é importante e vai ser mais importante do que nunca, então não se trata de algo passageiro é algo que faz parte da história humana, e vai continuar fazendo parte da história tanto do ponto de vista da necessidade de energia, que é cada vez mais presente na humanidade, e no Brasil não é diferente”.

Sobre o seu tema, Misael Pierre, Coordenador de Engenharia da Ecogen Brasil, informou que: “Em minha participação, tive a oportunidade de abordar sobre o futuro da biomassa, como uma fonte de combustível renovável. Acreditamos muito na biomassa como uma fonte de combustível renovável, não só pela mitigação da emissão de carbono, mas também pela redução de custos.  Empresas nacionais e multinacionais vêm procurando a Ecogen para gerar utilidades, como vapor e energia elétrica dentro das suas plantas tendo uma redução em custos devido a eficiência da Ecogen, e também o a mitigação do carbono tendo metas zero nos próximos anos”.

‘Os desafios na produção de biomassa no Brasil’, pautou o segundo bloco de palestras, tendo como mediador Carlos Borba, diretor de Marketing e Vendas da Komatsu Forest.

Leonardo Pacheco deu início aos debates do segundo período, destacando em sua participação: “Em minha participação, pude falar principalmente da demanda de biomassa no Mato Grosso, bem como sobre a cadeia produtiva do milho, com crescimento exponencial, entre outras, com necessidades urgentes de fontes de biomassa para geração térmica/vapor para os processos industriais existentes já instalados. Então isso para nós gera demanda, e também gera oportunidades para todos por meio de uma cadeia circular, desde o produtor milho, ao pecuarista, para o produtor de florestas plantas, e também para outras fontes de geração de energia, no caso o bambu, e outras existentes, como o caroço de açaí, de algodão, entre outras. Agradeço pela oportunidade de estar presente neste grande evento, carro chefe para nosso negócio, e com certeza, ótima oportunidade em conhecimento e de oportunidades múltiplas para todos os presentes”.

Já Guilherme Korte, Presidente da Abrafibras/Aprobambu, frisou que: “Abordamos aqui no BioComForest a disponibilidade de uma grande inovação no mercado florestal brasileiro utilizando o bambu como matéria-prima para a biomassa. É uma floresta perene. Você planta uma só vez, a formiga não come, e é um grande produtor de biomassa. Hoje já há equipamentos em evolução, mas a grande inovação é que o bambu ainda está na sua faze zero, né? Estamos num ponto zero para o início no setor florestal brasileiro. Você pega as áreas degradadas, áreas de baixo rendimento econômico das propriedades, não há competição com eucalipto, com as lavouras ou com a pecuária, você pega 10% da sua propriedade e planta floresta de bambu. Hoje você tem maquinário disponível. E hoje a gente pode afirmar que qualquer produtor florestal sem uma máquina adequada vira uma ‘belíssima paisagem’. Temos atualmente 7 milhões e meio de propriedades rurais no Brasil e que necessitam máquinas e equipamentos para captar essa biomassa, e quase toda propriedade rural brasileira tem uma touceira de bambu que não tem o maquinário adequado. Então, aqui no BioComForest é uma grande oportunidade que reúne produtores, demanda e fornecedores, em um único evento. O agronegócio sem biomassa não vai funcionar.”

Dennis Bernardi, Fundador da Field Eyes e Sócio na Forlidar, informou: “Em minha participação no BioComForest, pude abordar sobre a digitalização das informações do campo. Nas palestras falou-se muito em falta de mão de obra, então com a digitalização a gente consegue eliminar essa demanda por mão de obra e automatizar os processos ganhando repetibilidade e sequência dos processos. E a proposta em unir os três segmentos em um único evento foi excelente, e que bom que já lançou o próximo para 2026, dando sequência nas palestras, pois vemos que tais assuntos se tratam de demandas crescentes e cada vez mais atuais.  Então que bom que está avançando. Agradeço pela oportunidade em participar”

Encerrando a mesa redonda de debates do último dia do evento, Renan Simões, Diretor da Madeplant ressaltou sobre sua participação no evento que: “Nessa oportunidade, pude falar sobre os desafios do segmento de biomassa, dentro da conjuntura do mercado do momento que a gente vive no Brasil em três níveis, falando um pouco das oportunidades e desafios desse setor.  Existe hoje uma necessidade eminente, em alguns lugares ou microrregiões, e que pode gerar alguma crise e dentro disso, eu entendo que a solução é um trabalho em conjunto de todo o segmento, de todo o negócio, seja ele na oferta, na demanda, seja ele no serviço ou lá na parte de comercial e fornecimento de máquina e de equipamentos. As oportunidades são imensuráveis dentro disso tudo. E eu entendo que aproveitar um pouco dessas oportunidades, você precisa trazer soluções, já as empresas que tem aquela visão de que precisa se manter no mercado dentro de uma estrutura ou de uma posição que já existe, acho que ela tá fadada ao fracasso. O mercado é muito dinâmico, além de tudo, ele tem sazonalidades então, precisa de soluções com fator tecnológico muito forte. E dentro disso é o que é a Madeplant busca, faz parte da nossa essência. A agora a gente tá trazendo para o Brasil para América do Sul, uma solução que entendemos que realmente pode agregar com ainda mais inovação para todo o setor florestal, favorecendo ainda mais no segmento de biomassa.  Gostaria também agradecer mais uma vez pela oportunidade, e voltar a parabenizar aos organizadores do BioComForest, é uma iniciativa que pode romper barreiras e trazer estes segmentos para o protagonismo que merecem”.

Confira alguns registros do encerramento do dia do BioComForest:

Prof. Carlos Frederico Wilcken e Paulo Cardoso, no momento do anúncio do 2º BioComForest.

Para mais informações sobre o BioComForest siga @biocomforest no Instagram, acesse: www.biocomforest.com.br, ou envie mensagem via Whatsapp (67) 99227-8719.

Escrito por: redação Mais Floresta.

Featured Image

Suzano conclui compra de 70 mil hectares em MS por R$ 2,12 bilhões

Do total, mais de 50 mil hectares são considerados úteis, já com plantação de eucalipto

A Suzano concluiu a compra de 70 mil hectares de terra em Mato Grosso do Sul pelo valor de R$ 2,1 bilhões. Parte da área já é ocupada por plantação de eucalipto.

A gigante da celulose celebrou a aquisição da totalidade da participação societária das empresas Timber VII SPE S.A. e Timber XX SPE S.A, sob gestão do BTG Pactual Timberland Investment Group, no Estado.

O contrato de compra e venda foi fechado em dezembro do ano passado, mas a conclusão das transações foi comunicada em fato relevante nessa quarta-feira (31), após o cumprimento de todas as condições precedentes e todos os atos de fechamento conforme estabelecidos no contrato.

As chamadas companhias alvo são detentora de aproximadamente 70 mil hectares de terras em Mato Grosso do Sul, na região de abrangência das operações da Suzano no Estado.

Deste total, 50 mil hectares são úteis, com parte das terras já plantadas com eucalipto em idades variadas.

“A Companhia reitera que a operação está alinhada a sua estratégia de criar opcionalidade em seu negócio e ampliar a sua autossuficiência no suprimento de madeira”, diz a empresa no documento.

Não há confirmação pela empres do município onde fica a propriedade adquirida. O valor inicial informado era de R$ 1,83 bilhão, mas houve aumento de quase R$ 300 milhões.

“Em contraprestação às ações das Companhias Alvo e considerando correção e ajustes previstos nos contratos, a Operação foi liquidada, na presente data, ao preço de R$ 2.122.859.858,01 (dois bilhões, cento e vinte e dois milhões, oitocentos e cinquenta e nove mil, oitocentos e cinquenta e oito reais e um centavo), o qual está sujeito a ajustes não-materiais pós-fechamento para refletir a posição das Companhias Alvo na data de fechamento, no que se refere aos aspectos econômicos e operacionais usuais neste tipo de Operação”, diz o fato relevante.

Operações em MS

No dia 21 de julho deste ano, a Suzano iniciou as operações da maior fábrica de linha única de produção de celulose do mundo, em Ribas do Rio Pardo. Além da nova unidade, em Três Lagoas a Suzano já tem uma fábrica com capacidade para 3,25 milhões de toneladas anuais.

Em Ribas, com capacidade para produzir 2,55 milhões de toneladas por ano, o empreendimento teve investimento de R$ 22,2 bilhões, dos quais R$ 15,9 bilhões destinados à construção da fábrica e R$ 6,3 bilhões para formação da base de plantio e a estrutura logística para escoamento da celulose.

Toda a produção será despachada por rodovia até o município de Inocência, onde a empresa está terminando a construção de um terminal intermodal às margens da Ferronorte. De lá, será transportada por ferrovia até o porto de Santos. 

Inicialmente a Suzano chegou a informar a intenção de construir um ramal ferroviário de 231 quilômetros até Inocência, mas o projeto, que demandaria investimento da ordem de R$ 3,5 bilhões, está engavetado.

Com o início das operações da nova unidade, a capacidade instalada de produção de celulose da Suzano salta de 10,9 milhões para 13,5 milhões de toneladas anuais, o que representa um aumento de mais de 20% na produção atual da companhia. 

Informações: Correio do Estado.

Featured Image

Eldorado Brasil abre inscrições para o Programa Semear, voltado para recém-formados no setor florestal

As inscrições vão até o dia 09 de agosto de 2024 e os interessados têm a oportunidade de assumir uma posição de liderança em uma das maiores e mais inovadoras empresas do setor de celulose

A Eldorado Brasil Celulose, reconhecida por seu compromisso com o desenvolvimento de carreiras, valorização de talentos e inovação no setor florestal, anuncia a abertura das inscrições para a terceira edição do Programa Semear. Os interessados têm até o dia 09 de agosto de 2024 para se inscreverem.

Lançado em 2022, o Programa Semear visa transformar recém-formados dos cursos de Engenharia Florestal e Agronômica em supervisores ou supervisoras, dentro de um período de seis meses. Os selecionados ingressam como analistas florestais, e durante o programa, passam por um desenvolvimento teórico e prático, atuando em áreas estratégicas da operação. Ao final do treinamento, apresentam um projeto com sugestões para os setores envolvidos, com a possibilidade de se tornarem supervisores de operações florestais nas regiões de atuação da Eldorado.

Para Maria Cecília Felipe, Business Partner de Recursos Humanos, da Eldorado Brasil, o programa é uma oportunidade única para adquirir experiência e assumir uma posição de liderança em uma das maiores e mais inovadoras empresas do setor de celulose, contando com todo o suporte técnico e prático oferecido pela companhia. “São mais de duas mil horas de treinamento, onde esses recém-formados vão aprender na teoria e conciliar na prática todos os processos da nossa operação florestal. O programa é um marco para o desenvolvimento pessoal e profissional, garantindo a formação completa dos nossos futuros líderes”, explica.

Semeando líderes: as histórias de quem participou do programa

Lucas Miranda de Paula, natural de Curitiba (PR), participante da primeira turma em 2022 e atualmente supervisor de operações florestais com foco em silvicultura, compartilhou um pouco da sua experiência:

“O Semear me trouxe uma experiência muito rica, permitindo-me vivenciar todas as etapas de uma robusta operação florestal, conhecer áreas de apoio e enfrentar desafios constantes. Foi por meio das atividades e ações propostas no programa que eu me vi em situações complexas, que me estimularam a estudar e apresentar soluções, como nos casos focados em gestão de pessoas, um desafio que se tornou mais fácil de superar após o treinamento. Todos esses cases me motivam a continuar meu desenvolvimento, para que eu tenha a competência de apoiar o crescimento de outras pessoas. Como profissional da área florestal, vejo que o programa me abriu portas para atuar em uma das principais empresas do setor e isso é gratificante e motivador.”

Lucas Miranda de Paula, supervisor de operações florestais Eldorado Brasil.

André Luiz Soinski também participou do Semear e hoje atua como supervisor de manutenção mecânica nas operações da Eldorado. Natural de Itapeva (SP), ele conta que o que mais o surpreendeu no programa foi a oportunidade de conhecer todas as áreas do setor florestal e a importância de cada uma no processo como um todo, um aprendizado que facilitou a adaptação na função e tornou o trabalho muito mais claro e assertivo.

“O programa foi uma alavanca para o meu desenvolvimento profissional e pessoal. Hoje, vejo que a área de gestão é um aprendizado diário, sempre somado a desafios, mas é recompensador quando entregamos o resultado e notamos a felicidade da equipe. Eu me sinto orgulhoso em fazer parte de uma empresa que valoriza a igualdade e a equidade, o que gera um sentimento recíproco entre os colaboradores, que passam a enxergar a empresa com o espírito de dono, um pilar fundamental aqui na Eldorado.”

André Luiz Soinski, supervisor de manutenção mecânica na Eldorado.

Posso me inscrever?

Para fazer parte do Programa Semear, os candidatos devem ser recém-formados em Engenharia Florestal ou Agronômica, é desejável experiência em silvicultura, inglês intermediário, pacote office e CNH B. É necessário ter disponibilidade para carga horária integral e mudança para as cidades onde a Eldorado Brasil opera, como Água Clara, Selvíria, Bataguassu ou Inocência, todas localizadas no Estado de Mato Grosso do Sul.

Os interessados podem se inscrever por meio do link: Página da Vaga | Analista Operações Florestais | Diretoria Florestal (gupy.io).As inscrições estão abertas até o dia 09 de agosto de 2024.

SOBRE A ELDORADO BRASIL

A Eldorado Brasil Celulose é reconhecida globalmente por sua excelência operacional e seu compromisso com a sustentabilidade, resultado do trabalho de uma equipe qualificada de mais de 5 mil colaboradores. Inovadora no manejo florestal e na fabricação de celulose, produz, em média, 1,8 milhão de toneladas de celulose de alta qualidade por ano, atendendo aos mais exigentes padrões e certificações do mercado internacional. Seu complexo industrial em Três Lagoas (MS) também tem capacidade para gerar energia renovável para abastecer uma cidade de 1,4 milhão de habitantes. Em Santos (SP), opera a EBLog, um dos mais modernos terminais portuários da América Latina, exportando o produto para mais de 40 países. A companhia mantém um forte compromisso com a sustentabilidade, inovação, competitividade e valorização das pessoas.

Featured Image

ABAF promove palestra de Paulo Hartung paralideranças empresariais na FIEB

O presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) Paulo Hartung esteve nesta segunda-feira (29/07) na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), onde foi recebido pelo presidente Carlos Henrique Passos para palestrar a empresários de diversos setores. O encontro foi organizado pela Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) e mediado pelo seu diretor executivo, Wilson Andrade. 

Aos executivos, Hartung compartilhou ao longo de mais de duas horas de conversa e debate sua visão do Brasil atual, jogando luz para o futuro. “É fato que o Brasil não é para principiantes, como dizia o maestro Tom Jobim, mas nós temos a mania de ver o copo vazio e dificuldade de vê-lo meio cheio. Vivemos hoje um cenário complexo, mas que apresenta inúmeras oportunidades”, disse. 

O encontro, organizado pela ABAF, reuniu presidentes de entidades empresariais, vice-presidentes e presidentes dos sindicatos da FIEB, diretores de empresas do setor florestal e lideranças empresariais de todos os segmentos da Bahia. A mesa foi composta por Benedito Carneiro, vice-presidente da FIEB; Caio Zanardo, presidente da Veracel; Décio Barros, presidente da Fetrabase (Federação das Empresas de Transporte dos Estados da Bahia e Sergipe); Paulo Cavalcanti, presidente da ACB (Associação Comercial da Bahia) e Eduardo Salles, deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar da Indústria. 

“O economista Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo, senador, deputado e atual presidente da Ibá, tem experiência e visão política, desenvolvimentista que interessa a quem acredita que o país pode e deve voltar a crescer. Os caminhos por ele indicados incluem educação, formação profissional, busca de investidores, financiamentos e tecnologias no exterior, onde os recursos são abundantes, notadamente para os setores que neutralizam as emissões de carbono, favorecem a economia circular e a inovação. Agradecemos ao presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos que foi o anfitrião, as lideranças empresariais que compareceram e contribuíram com as discussões e a Paulo Hartung que aceitou nosso convite”, declarou Wilson Andrade que é também Presidente do Conselho de Comércio Exterior e Relações Internacionais (COMEX) da FIEB.

Desafios e exemplos

Hartung elencou os principais desafios que enxerga hoje tanto no país como no cenário global, como a disputa pela hegemonia entre Estados Unidos e China, duas guerras, desconexão das cadeias globais de suprimento e principalmente a emergência climática, o maior problema a ser enfrentado nos tempos atuais. No cenário nacional, destacou a necessidade urgente de investimentos em educação, em particular para a formação de mão de obra, além do desenvolvimento de novas lideranças. 

“As máquinas não nos substituem, precisamos de gente. Estamos aqui hoje em uma casa de lideranças e conclamo que tenhamos esse papel de levar o país na direção certa seguindo os bons exemplos”, disse. Nesse sentido, citou os investimentos da indústria de árvores cultivadas em ciência e inovação e o consequente desenvolvimento que levou para as regiões em que se instalou. 

“Nos últimos 50 anos, o setor formou profissionais e teve um salto de produtividade de 10 m³/ha/ano para 33 m³/ha/ano. Temos no Brasil muitos potenciais. Nossa energia já é majoritariamente renovável, somos sede da maior floresta tropical do mundo, temos 12% das reservas de água doce e 20% de biodiversidade. Temos vento, sol e um enorme desenvolvimento com biomassa, inclusive com a biomassa florestal. A bola está na cara do gol e sem goleiro. Não podemos chutar mais uma vez para fora.”

Na sequência, Hartung respondeu a perguntas dos presentes, que abrangeram temas como a situação econômica de países vizinhos, acesso a crédito, segurança pública, a abertura de fronteiras para investimentos externos, a retenção e atração de cérebros, infraestrutura e os exemplos do Espírito Santo para o resto do Brasil. 

ABAF – Desde 2004, a ABAF representa as empresas e os produtores (grandes, médios ou pequenos) de base florestal do estado, assim como os seus fornecedores. Contribui para que o setor florestal se desenvolva sobre bases sustentáveis, seja do ponto de vista econômico, ambiental ou social. Trabalha por mais florestas, mais empresas, mais fornecedores, mais serviços e produtos. Este trabalho é feito em parceria com os associados, autoridades, governos, academia e demais parceiros em nível local, estadual e nacional. A indústria de base florestal usa madeira como matéria-prima, com destaque para a produção de celulose, papel, ferro liga, madeira tratada e para energia. Nossa missão está alicerçada na certeza de que a árvore plantada é o futuro das matérias-primas renováveis, recicláveis e amigáveis ao ambiente, à biodiversidade e à vida humana.

Informações: Ascom ABAF.

Featured Image

Empresas do setor florestal em MS investem em tecnologia para evitar queimadas

Câmeras em torres, brigadas e aeronaves estão entre medidas; MS tem cerca de 1,5 milhão de ha de eucalipto

Enquanto o Pantanal e trechos de Cerrado ardem em chamas nessa época seca do ano, muitos devem se perguntar porque isso não ocorre com as florestas de eucalipto. Com a madeira super valorizada, como matéria-prima para a produção da celulose, atividade em franca expansão no Estado, as indústrias do setor e empresas que cultivam florestas investem pesado no monitoramento e prevenção, para que incêndios florestais não produzam prejuízos gigantescos, em um verdadeiro “Big Brother” da área cultivada, que deve chegar a 1,5 milhão de hectares. Fazer aceiros e manter as áreas limpas são só uma ponta das medidas adotadas.

Nas áreas há torres com câmeras de longo alcance, existem centrais de observação permanente das imagens, estações meteorológicas atentas às condições climáticas e aos ventos, brigadas com equipamentos e até aviões de sobreaviso nessa época do ano.

A maior produtora mundial de celulose, a Suzano, que acabou de ativar uma unidade em Ribas do Rio Pardo (ela já mantém uma fabrica em Três Lagoas), tem equipe de 700 brigadistas. As florestas, cerca de 600 mil hectares para atender suas unidades, são monitoradas por 30 torres, com altura entre 54 e 72 metros, e auxílio de satélites, para identificar focos de fumaça calor em um raio de 15 quilômetros. Essa é uma das estruturas mais modernas do País, segundo divulgou a empresa.

O aparato ainda conta com caminhões com capacidade de 18 mil litros de água e mantém dois aviões contratados de sobreaviso para eventuais incêndios, o que não tinha sido registrado, segundo o diretor de Engenharia, Maurício Miranda, revelou, em entrevista ao Campo Grande News.

“Combater foco de incêndios vai muito além de proteger o nosso negócio, é contribuir para a preservação de matas nativas, da nossa fauna e para a qualidade de vida das comunidades no nosso entorno”, destaca Douglas Guedes de Oliveira, gerente Executivo de Inteligência Patrimonial da Suzano em Mato Grosso do Sul, revelando que as ações são intensificadas nessa época, de estiagem. Em meio às florestas de eucalipto, nas áreas de preservação, há muitos animais, como felinos e aves.

A Eldorado, que mantém fábrica em Três Lagoas e conta com área de cultivo de eucalipto de  400 mil hectares, mantém equipes capacitadas para a prevenção e combate. No ano passado, a empresa capacitou 1.088. Foi elaborado um Plano de Manejo Florestal, que inclui câmeras controladas por inteligência artificial e via satélite com alto alcance de cobertura e uma estação meteorológica para ser possível antecipar os efeitos climáticos.

Segundo a empresa, foi possível reduzir em 2023 em 88% as áreas atingidas por incêndios. Para garantir ação rápida, a empresa com mais de 70 caminhões pipa e 26 torres com câmeras.

A chilena Arauco, que vai começar a construir sua unidade em Inocência no ano que vem, já cultiva florestas em Mato Grosso do Sul, com 182 mil hectares, sendo 130 mil de florestas plantadas, 46 mil de área natural e 6 mil de outros usos, em dez cidades da região leste.

O uso de monitoramento permanente também é adotado pela empresa para não ser pega de surpresa com queimadas. Caminhões e caminhonetes são preparados com material para ir a campo combater focos e também aposta em capacitação. No próximo mês, Gerente de Proteção Florestal – Incêndios do Chile, Ramon Figueroa, virá ao estado para repassar experiências sobre combates a incêndios de grandes proporções. No Chile, a empresa utiliza o pinus para a produção de celulose, madeira que leva mais tempo que o eucalipto para poder ser usada no processo industrial. O evento vai reunir associados da Reflore.

Fogo não respeita cerca – Essa máxima veio do presidente da Reflore, entidade que reúne o setor florestal, Júnior Ramires. Ele apontou a necessidade de produtores agirem de forma coordenada entre si e com o poder público e proprietários rurais de outras atividades. Os pequenos precisam ter recursos para atuar, defende, como abafadores, brigadistas e adotar as medidas de prevenção.

A Arauco informou manter um programa chamado Bom Vizinho, de olho nessa parceria. Já a Suzano mantém o Programa Guardiões da Floresta, de comunicação com propriedades rurais vizinhas e também um canal para receber informações sobre queimadas – 0800 203 0000, com atendimento 24 horas.

Ramires admite que acabar com o risco do fogo é impossível, mencionando condutas criminosas, como bitucas de cigarro em rodovia, fogo pra limpeza de área ou mesmo o abandono de materiais que podem desencadear fogo se muito aquecidos, como alumínio e vidro, ou ainda há a queda de raios.

Segundo ele, há 12 anos a entidade aposta em preparação, um planejamento que começa ainda no ano anterior, assim que começa o período de chuvas. Os plantadores de eucalipto atendem as indústrias de celulose, mas também fornecem madeira para siderurgia e outros setores.

Para evitar riscos ocasionados pelas linhas de transmissão de energia elétrica, Ramires informou que há contato constante com as concessionárias, com pedido de atendimento em situações vulneráveis. O diálogo também se estende ao DNIT, responsável pela limpeza das margens da rodovia.

A logística das empresas envolve também a contratação de aeronaves para que fiquem de sobreaviso. Ele estima que cerca de dez estariam destinadas a essa demanda. É uma estrutura que Ramires acredita superar a disponibilidade do poder público para combater o incêndio em outras áreas, como o Pantanal.

A Reflore reúne 19 empresas que cultivam florestas ou utilizam a madeira. A expansão da produção da celulose no Estado, concentrando-se no lado leste, atraiu até fundos de investimento para o plantio. O foco é arrendar ou adquirir áreas antes utilizadas para a pecuária e que reduziram a produtividade diante da degradação e falta de renovação de pastagens, situação já relatada por produtores ao Campo Grande News.

Informações: Campo Grande News.

Featured Image

Potenciais econômicos de MS são apresentados em feira de biomassa, compostagem e floresta

Mato Grosso do Sul está representado por uma equipe técnica da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) na BioComForest, feira voltada para temas relacionados à biomassa, compostagem e floresta que começou ontem (30) e vai até quinta-feira (1°), no campus da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu (SP).

O evento reúne empresários do setor e profissionais ligados à área e tem uma programação intensa de palestras e dias de campo.

O secretário executivo de Meio Ambiente da Semadesc, Artur Falcette, representou o secretário Jaime Verruck no evento e proferiu palestra no primeiro dia de programação. Ele falou sobre as potencialidades do Estado, que é o 1º em produção de madeira em tora para papel e celulose; responde por 24% da produção nacional de celulose (aproximadamente 5,5 milhões de toneladas ao ano), tem a 2ª maior área cultivada de eucalipto do País com 1,4 milhão de hectares e exibe outros números grandiosos na produção agropecuária em geral.

“A participação da Semadesc nesse evento é de fundamental importância pois trata de bioenergia, compostagem e florestas. Quando a gente olha para essas temáticas a gente olha para o que acontece no Estado de Mato Grosso do Sul em termos de suas cadeias de produção e naquilo que a gente projeta que vai acontecer nos próximos anos. Essas temáticas são totalmente presentes e fundamentais para nosso Estado. Mato Grosso do Sul vive num processo de crescimento acelerado e de atração de investimentos e muito acontece na produção de bioenergia, seja relacionada à cadeia da cana-de-açúcar, do milho ou de outras biomassas também”, ponderou Falcette.

Mato Grosso do Sul foi o Estado que apresentou o maior crescimento em área de floresta plantada nos últimos 10 anos e a tendência é se manter nesse ritmo pelo menos por mais uma década. Sendo assim, Falcette lembrou que esses setores têm impacto positivo na transição energética para o Estado, tema muito discutido no momento.

“Tem um Plano Estadual de Transição Energética em construção que passa, obrigatoriamente, por essas cadeias produtivas. São cadeias que têm seu histórico e nos ajudam no atingimento de nossas metas de neutralização do balanço de carbono nos próximos anos”, pontuou.

Já o setor de cana-de-açúcar – continuou o secretário executivo – está bastante adiantado no mercado de carbono, inclusive comercializando os CBios (créditos de biocombustíveis). São essas particularidades que chamam a atenção do Estado para esses setores, num momento em que Mato Grosso do Sul se esforça para se tornar Estado Carbono Neutro até 2030.

“O setor de floresta mantém em sua reserva produtiva mais do que o dobro da reserva legal pedida para o bioma Cerrado. É um setor que, onde há eucalipto plantado, tem 44% de reserva legal, ao invés de 20% como determina o Código Florestal”, concluiu.

Informações: assessoria da Semadesc.

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S