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Alerta: oito cidades do estado de São Paulo apresentam focos ativos de incêndio nesta segunda (9)

Defesa Civil decretou estado de atenção para altas temperaturas

O estado de São Paulo tem oito cidades com focos ativos de incêndio nesta segunda-feira (9). No entanto, todo o estado está em situação de emergência devido ao alto risco de incêndios.

Veja a lista abaixo:

  • Pedregulho;
  • Dois Córregos;
  • Mairiporã;
  • Itirapuã;
  • Elias Fausto;
  • Santo Antônio do Aracanguá;
  • São João da Boa Vista;
  • General Salgado.

A cidade de São Paulo registrou a maior temperatura do inverno nesse domingo (8). Os termômetros das estações meteorológicas automáticas do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) registraram uma média de 33,9°C, sendo que a máxima absoluta foi marcada na Freguesia do Ó, com 35,2°C.

Ao longo da semana, o calor permanece e ganha força. Um novo recorde pode ser batido na sexta-feira (13), segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A Defesa Civil, inclusive, decretou estado de atenção para altas temperaturas.

A população deve se manter hidratada, proteger-se do sol, dar preferência a ambientes internos úmidos por meio de vaporizadores, toalhas molhadas e recipientes com água, além de evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 17 horas.

Informações: Uol/TV Cultura.

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Recorde no mês: expedição de papelão ondulado totaliza 371.389 toneladas em julho de 2024

O Boletim Estatístico Mensal da EMPAPEL aponta que o Índice Brasileiro de Papelão
Ondulado (IBPO) subiu 8,0% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano anterior,
para 165,4 pontos (2005=100).

Em termos de volume, a expedição de caixas, acessórios e chapas de papelão ondulado
alcançou de 371.389 toneladas no mês. Na série iniciada em 2005, este é o maior volume
expedido em toda a série histórica.

Por dia útil, o volume de expedição foi de 13.755 toneladas, uma alta de 4,0% na comparação
interanual, em que julho de 2024 registrou um dia útil a mais do que em 2023 (27 x 26 dias
úteis).

Expedição de Papelão Ondulado
(dados originais em toneladas e variação interanual)

Nos dados livres de influência sazonal, o Boletim Mensal de julho registrou avanço de 2,2% no
IBPO, para 158,1 pontos, equivalentes a 354.179 toneladas. Na mesma métrica, a expedição
por dia útil foi de 13.118, uma queda de 5,4% em relação ao mês anterior. O resultado de julho
devolve a queda observada no mês passado e representa a segunda maior expedição da série,
ficando atrás apenas de fevereiro de 2021 (361.553 toneladas).

Expedição de Papelão Ondulado
(dados dessazonalizados em toneladas e em médias móveis trimestrais)

Para maiores informações entre em contato com empapel@empapel.org.br.

Informações: EMPAPEL / Imagem: divulgação.

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Plano de auxílio mútuo na prevenção de incêndios rurais em SP

Na noite da última terça-feira (03), a Florestar São Paulo, representada pela diretora-executiva Fernanda Abilio, participou de uma reunião do Gabinete de Crises do Governo do Estado de São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes. Com a presença do governador Tarcísio de Freitas, representantes de órgãos do governo estadual e de entidades privadas, o encontro foi para tratar dos incêndios rurais ocorridos nos últimos dias. O grande objetivo é formar um plano de auxílio mútuo para prevenir novos focos e atuar no combate de forma orquestrada.

“Foi algo que tomou uma proporão gigantesca em função da estiagem que tivemos. Foi uma combinação de fatores explosivos. Baixíssima umidade relativa do ar, altas temperaturas e ventos fortes”, lembrou o governador.

A expectativa é que a cooperação seja estruturada nos próximos dias com a integração das empresas no Plano de Contingência montado na operação SP Sem Fogo, e possa ser o início de um plano maior de cooperação de resiliência climática.

“A gente aumenta nosso potencial de trabalho. Nosso objetivo é integrar o setor público e o privado, entender as necessidades de cada área e unir a força do estado com a força da iniciativa privada para trazer boas políticas públicas que ajude a população”, disse o coordenador da Defesa Civil de São Paulo, coronel PM Henguel Ricardo Pereira.

A representante da Florestar falou sobre a atuação das empresas associadas na prevenção e combate aos incêndios e disse que o setor está pronto para colaborar. “Nossa entidade é composta por 11 empresas, dentre elas as maiores do setor em nível nacional e mundial. Estas empresas possuem uma infraestrutura de inteligência especializada para prevenção, monitoramento e combate a incêndios rurais”, afirmou Fernanda. Esta estrutura inclui centrais de monitoramento e 66 torres de vigilância equipadas com câmeras. Durante as ocorrências o setor mobilizou aproximadamente 150 caminhões pipa, 500 veículos de combate rápido e de apoio, helicóptero, e mais de 3 mil colaboradores, entre brigadistas e plantonistas.

“Cerca de 70% das ocorrências em que nosso setor atua são áreas de vizinhos, limítrofes aos plantios florestais. Isso demonstra o compromisso do setor, não só para os ativos próprios, mas também com áreas de preservação e propriedades vizinhas”, completou ela. Fazem parte das áreas do setor florestal paulista, cerca de 500 mil hectares protegidos de vegetação nativa. Isto equivale a 9% da área com vegetação natural do estado de São Paulo, que também é monitorada 24 horas por dia, sete dias por semana, pelas empresas de base florestal.

Após a reunião, a representante da Florestar São Paulo conheceu o Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil.

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Bracell é reconhecida pela primeira vez no Prêmio Expressão de Ecologia

Empresa recebeu premiação na categoria Conservação de Recursos Naturais com o Compromisso Um-Para-Um

Como reforço do seu comprometimento crescente com o pilar da sustentabilidade, a Bracell, líder global na produção de celulose solúvel, recebeu o Prêmio Expressão de Ecologia pelo seu “Compromisso Um-Para-Um”, iniciativa inédita no setor de celulose que estabelece a conservação de um hectare de mata nativa para cada um hectare de eucalipto plantado. A premiação, promovida pela Editora Expressão, é a mais antiga do Brasil no segmento ambiental, com reconhecimento do Ministério do Meio Ambiente.

Neste ano, o prêmio, que anteriormente abrangia apenas a cidades do Sul do Brasil, foi estendido para São Paulo, permitindo que a Bracell participasse e fosse premiada pela primeira vez. O projeto da companhia foi selecionado entre mais de 100 iniciativas ambientais dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A cerimônia de entrega do “Troféu Onda Verde” ocorreu no Costão do Santinho Resort, em Florianópolis (SC), e contou com a presença de diversas lideranças empresariais e especialistas do setor ambiental.

“O Compromisso Um-Para-Um é uma importante iniciativa dentro da estratégia de sustentabilidade da Bracell e está alinhado com os valores fundamentais da companhia. Esse importante reconhecimento só ressalta nossa dedicação com a preservação ambiental e o uso responsável dos recursos naturais”, afirma Marcio Nappo, vice-presidente de Sustentabilidade e Comunicação corporativa da companhia. 

Expansão para o Mato Grosso do Sul

Em julho deste ano, a Bracell ampliou a área preservada pelo Compromisso Um-Para-Um ao assinar um acordo com o governo do Mato Grosso do Sul, comprometendo-se a apoiar a conservação e proteção da biodiversidade em mais de 118 mil hectares do estado, incluindo áreas na região do Pantanal. Este passo está alinhado com o Bracell 2030, agenda de sustentabilidade lançada pela empresa em 2023, que estabelece metas ambiciosas para a conservação ambiental e a mitigação das mudanças climáticas. Até o final de 2023, a companhia já havia atingido 92% da meta estabelecida para o Compromisso Um Para Um – o objetivo é que, até 2025, a meta seja atingida 100%.

Essa expansão reforçou a atuação da Bracell na conservação da biodiversidade para além da área de produção e está totalmente integrada com a visão mais ampla do Bracell 2030. “Continuaremos a investir em iniciativas que reafirmam nosso compromisso com a sustentabilidade e a conservação ambiental, promovendo o equilíbrio entre nossas operações e a preservação dos recursos naturais. Nosso objetivo é contribuir para um futuro mais sustentável e equilibrado para as próximas gerações”, afirma Nappo.

Sobre a Bracell 

A Bracell, líder global na produção de celulose solúvel e especial, se destaca por sua expertise no cultivo sustentável do eucalipto, que é a base para a produção de matéria-prima essencial na fabricação de celulose de alta qualidade. Atualmente, a multinacional conta com mais de 11 mil colaboradores e duas principais operações no Brasil, sendo uma em Camaçari, na Bahia, e outra em Lençóis Paulista, em São Paulo. Além de suas operações no Brasil, a Bracell possui um escritório administrativo em Singapura e escritórios de vendas na Ásia, Europa e Estados Unidos. Para mais informações, acesse: www.bracell.com 

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Estudo aponta que Brasil precisa fortalecer ações de proteção de florestas para cumprir metas internacionais

Em artigo publicado em revista internacional, pesquisadores do Inpe e do Cemaden discutem desafios e soluções para a redução das emissões de CO2 do país

Sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em 2025 – a primeira a ser realizada na Amazônia –, o Brasil está em um momento crucial. Ainda tem a possibilidade de cumprir suas metas internacionais de redução de emissão de gases de efeito estufa, mas precisa ajustar as ações socioambientais e fortalecer políticas focadas na salvaguarda das florestas e na restauração dos biomas. Esse é um dos principais apontamentos de pesquisa publicada na revista Perspectives in Ecology and Conservation.

Liderado por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o estudo ressalta a necessidade de controlar o desmatamento ilegal e a degradação dos biomas, incorporando um olhar para florestas secundárias – que crescem após a remoção da cobertura original.

Sugere ainda reforçar e expandir políticas que mantenham os serviços ecossistêmicos. Esse processo deve vir acompanhado de mecanismos consistentes de atração de investimentos para financiar atividades de restauração e pagamentos por serviços ambientais em todos os biomas, incentivando iniciativas de bioeconomia e criando novas áreas de proteção ambiental.

“A pesquisa foi um trabalho conjunto visando mostrar o panorama de desmatamento, degradação e restauração dos biomas e suas relações com as metas globais do Brasil. Destacamos pontos importantes nesse processo para que o país busque o desenvolvimento sustentável”, explica a doutoranda no Inpe e primeira autora do artigo Débora Joana Dutra, bolsista da FAPESP.

Para a bióloga Liana Oighenstein Anderson, orientadora de Dutra e pesquisadora no Cemaden, mesmo quando há medidas preventivas, ainda assim elas têm sido insuficientes frente ao desafio das mudanças climáticas. “É o caso dos incêndios florestais registrados neste ano na Amazônia e no Pantanal.

A prevenção não foi suficiente para conter os números alarmantes. Quando fazemos estimativas como na pesquisa, temos a sensação de sermos extremamente conservadores frente ao que a realidade está mostrando e aos desafios enfrentados”, diz Anderson à Agência FAPESP.

O Brasil vem registrando neste ano recordes de queimadas. Entre janeiro e 4 de agosto, foram 65.325 focos de calor detectados no país, o maior número em quase 20 anos – o mais alto até então havia sido em 2005 (69.184 no mesmo período), segundo dados do Inpe. Os biomas Amazônia e Cerrado são os mais atingidos (28.396 e 22.217, respectivamente).

De janeiro a julho, o Pantanal teve 4.756 focos, o maior desde 1998, início da série histórica. Para o bioma, até o momento, 2020 teve o pior total anual de focos de queimadas.

“Em 2020, os incêndios no Pantanal chamaram a atenção do mundo e levaram a uma série de reações. O Ministério da Ciência e Tecnologia criou, por exemplo, a Rede Pantanal e, em escala local, o Estado de Mato Grosso do Sul instituiu um plano de manejo integrado do fogo. Em 2023, o governo federal lançou um plano de manejo para o bioma e, em abril, Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência. Ou seja, houve um conjunto de ações de gestão, de governança, de regulamentação para tentar evitar os incêndios, mas, infelizmente, não foi suficiente. Tivemos avanços. Porém, há necessidade de aperfeiçoamentos na governança, nas estratégias adotadas e no financiamento das ações. É preciso acelerar o passo”, completa Anderson.

Coautor do artigo e pesquisador do Inpe, Luiz Aragão diz que a pesquisa é um alerta para a sociedade sobre questões relacionadas às emissões.

“A sociedade tem de encarar o problema não só do ponto de vista ambiental, mas sim socioeconômico. Está tudo ligado. Isso porque o desmatamento, por exemplo, é indutor do fogo, que por sua vez traz problemas de saúde para a população e degrada a floresta. A floresta desmatada e degradada tem menor potencial de prover serviços ecossistêmicos, como a ciclagem de água e a biodiversidade, que garantem a qualidade de vida das populações locais e têm influência muito grande em atividades econômicas.”

As mudanças no uso e na cobertura da terra (por exemplo, o desmatamento para o uso agropecuário e a degradação florestal) são as principais fontes de emissões do Brasil. Como um dos mais de 190 signatários do Acordo de Paris, firmado em 2005, o país assumiu o compromisso de ajudar a conter o aumento da temperatura média global em até 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais (anos 1850-1900) – marca que já tem sido ultrapassada nos últimos meses.

O acordo, que deve passar por revisão na COP30, prevê que os países definam metas de redução de emissões até 2030, tendo o Brasil se comprometido a diminuir em 53% (comparado aos níveis de 2005). Apesar disso, as emissões de dióxido de carbono (CO2) líquidas (descontadas as remoções) por mudanças no uso e na cobertura da terra dobraram entre 2017 e 2022, segundo o Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg). Em relação à restauração, o Brasil tem a meta de restaurar 12 milhões de hectares de florestas nativas, o que corresponde a quase a área territorial de Portugal.

Dificuldades

A pesquisa aponta que um dos desafios é conter a alta do desmatamento em todos os biomas. Os cientistas destacam o crescimento da remoção de vegetação nativa desde que o país submeteu, em 2016, suas metas do Acordo de Paris, atingindo taxas próximas ou superiores a 2 milhões de hectares ao ano (considerando os seis biomas).

Somente em 2022, foram 2,8 milhões de hectares desmatados, a maior taxa desde 2008, impulsionada principalmente pela destruição da Amazônia e do Cerrado. Isso representaria 23% da meta de restauração do país. Aliado a isso, há um déficit de aproximadamente 16 milhões de hectares em áreas de reserva legal em propriedades rurais que precisam de restauração florestal. Desse total, mais da metade está na Amazônia e outros 25% no Cerrado.

Outro dado destacado pelo estudo é o crescimento de áreas de florestas secundárias, que têm alta capacidade de sequestrar carbono da atmosfera, mas não contam com legislação específica de proteção. De acordo com a pesquisa, 5,46 milhões de hectares de florestas secundárias cresceram no Brasil entre 2017 e 2022 fora de terras públicas – 40% na Amazônia e 36% na Mata Atlântica. Apesar de esse total representar quase metade da meta de restauração do Brasil, a manutenção do sequestro de carbono das florestas secundárias corre risco, já que elas estão suscetíveis a novos desmatamentos e incêndios.

Caminhos

No trabalho, os pesquisadores sugerem medidas a serem adotadas, entre elas o combate ao desmatamento ilegal – fortalecendo o arcabouço legal, ampliando a fiscalização e a responsabilização. Há destaque para a necessidade de medidas de prevenção e a implementação de programas para restaurar áreas de vegetação nativa em larga escala, com a criação de incentivos financeiros para proprietários rurais por meio de pagamentos por serviços ambientais.

Esses incentivos serão importantes, inclusive, para garantir que áreas passíveis de serem desmatadas legalmente permaneçam em pé. De acordo com o estudo, o Cerrado e a Caatinga têm as maiores áreas de vegetação nativa passíveis de desmatamento legal. Para garantir que as florestas secundárias consigam contribuir a longo prazo com o sequestro de carbono, a pesquisa aponta a necessidade de uma legislação nacional que aumente a proteção delas fora das áreas de reserva legal ou de preservação permanente.

“O que está sendo feito atualmente não é suficiente para que nós consigamos mudar. O clima global está diferente. Não será possível resolver problemas ambientais, pressionados pelas mudanças climáticas, usando pensamento do passado. Temos de pensar no futuro”, avalia Aragão.

Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima informou que tem adotado medidas para cumprir o compromisso de “desmatamento zero em todos os biomas até 2030”. Entre elas está o programa “União com Municípios”, lançado em abril como parte do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), com R$ 785 milhões destinados a 70 municípios prioritários (até o momento 48 assinaram o termo de adesão).

Outras ações incluem alterações de regras do Conselho Monetário Nacional – como a restrição de crédito rural para proprietários com Cadastro Ambiental Rural (CAR) suspenso, com embargos e imóveis sobrepostos a Terras Indígenas, Unidades de Conservação e florestas públicas não destinadas.

Além disso, o ministério destaca a retomada do Fundo Amazônia, com novos contratos que somam R$ 1,4 bilhão e doações anunciadas que devem chegar a R$ 3,1 bilhões. Para o Cerrado, foi lançado um Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento. Em relação à restauração de florestas, cita o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa, com o objetivo de ampliar e fortalecer políticas públicas, incentivos financeiros, mercados, tecnologias de recuperação e boas práticas agropecuárias, que deve passar por atualização neste ano.

Futuro

Segundo Dutra, os próximos passos da pesquisa estão direcionados para levantar perdas e impactos econômicos da destruição das florestas, aprofundando os dados do trabalho atual.

“Vemos com extrema relevância a valoração dos impactos. Quantificar esses valores vai demonstrar que é muito mais barato prevenir do que reconstruir. O Brasil trabalha com a resposta aos eventos extremos e desastres, mas precisa investir em prevenção”, diz Aragão.

Para Anderson, é importante aprimorar o diálogo entre instituições – federais, estaduais, municipais, do terceiro setor e comunidades locais –, além da necessidade de responsabilização frente à inação ou omissão no desenvolvimento dos planos.

“Nossa capacidade de diálogo ainda é muito limitada, esbarrando em vieses políticos que estão muito aquém do que tecnicamente poderíamos fazer para avançar rapidamente”.

O estudo recebeu apoio da FAPESP por meio de seis projetos (20/15230-5; 20/08916-8; 22/11698-8; 19/25701-8; 23/03206-0; e 20/16457-3).

O artigo Challenges for reducing carbon emissions from Land-Use and Land Cover Change in Brazil pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2530064424000245#gs0010r.

Informações: Agência FAPESP.

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Startup brasileira desenvolve robô capaz de plantar até 1800 mudas por hora em grandes áreas da silvicultura

A AutoAgroMachines, startup 100% brasileira que desenvolve máquinas autônomas e inteligentes para o agronegócio, traz ao mercado tecnologia inovadora para resolver os problemas de reflorestamento e silvicultura. Em fase final de testes, a Forest.bot “Instalação” usa inteligência artificial no plantio automatizado de mudas em grandes áreas. Construído em parceria com a Incomagri, fabricante de máquinas agrícolas,  em Itapira (interior de São Paulo), o robô já vem atraindo a atenção de grandes players, como Eldorado e Suzano, por sua capacidade de plantio, tecnologia e eficiência – a máquina  pode plantar até 1800 mudas por hora, com melhores resultados para silvicultura, como em florestas de plantio comercial onde é extraído material para a produção de papel, celulose e madeira.

Marcello Guimarães, fundador da empresa e criador da Forest.Bot, destaca que o sucesso do projeto acontece não apenas pelo potencial quantitativo de plantio, mas também pela tecnologia, já patenteada, que diferentemente de outras máquinas existentes no mercado, conta com um sistema de plantio deslizante, permitindo que o bico responsável por inserir a muda no solo não deslize na terra enquanto a máquina anda. “Esse mecanismo evita que o bico arraste a muda pelo solo, enquanto outros equipamentos costumam provocar falhas na hora de encaixar a muda perpendicularmente em relação ao céu, exigindo ajuste manual posterior. Isso acaba atrapalhando todo o desenvolvimento da árvore”, explica Guimarães.

Além disso, o sistema garante que a muda seja plantada sem exposição do substrato onde está a raiz – que não pode ficar fora da terra – e nem afogamento do coleto – que não pode ficar dentro da terra. Todo o processo é realizado automaticamente, com recursos de inteligência artificial, que verifica em tempo real a qualidade no plantio de cada muda e cria um mapa georreferenciado com as informações de cada muda para uso posterior pelos sistemas mecanizados de manejo florestal, como, irrigação ótica e inteligente, adubação ponto a ponto, combate a pragas, inventário florestal e sanidade da floresta.

De acordo com Guimarães, mecanismos de precisão são importantes para o trabalho no campo tanto por melhorar a produção em fábricas, como também por ocupar um espaço central nas estratégias de sustentabilidade das empresas. “O Brasil está entre os países que mais emitem CO₂ no mundo em decorrência do desmatamento. Parar de desmatar não é mais a única solução para o problema, é  preciso ter ações urgentes que contribuam para a recuperação de áreas degradadas. A Forest.Bot é uma solução ágil que pode auxiliar as principais organizações que atuam em prol da sustentabilidade no mundo”, destaca o fundador da AutoAgroMachines.

Para alcançar a versão atual do projeto, Guimarães desenvolveu outros nove protótipos ao longo de oito anos. Cada evolução contribuiu para aumentar a capacidade da máquina e seu lançamento já chega com expectativas por parte do mercado. Além do interesse de Suzano e Eldorado, outras grandes empresas estão se mantendo de olho, vindas da Austrália, Canadá, América Latina, África e Europa.

A Forest.Bot chega  ao mercado com o custo inicial de R$ 2,98 milhões e os planos da AutoAgroMachines são ambiciosos, com expectativa de comercializar até 6.500 máquinas nos próximos dez anos. “Estamos otimistas com as oportunidades, porque temos um sistema único no mercado. No futuro, queremos chegar a versões que tenham a capacidade de plantar mais de 3.600 mil mudas por hora. Ou seja, ela é o ponto de partida para a automação total do manejo da floresta”, conclui.

Informações: Revista Campo & Negócios.

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Suzano (SUZB3) conclui aquisição de fatia na austríaca Lenzing

Suzano reitera que operação não traz impacto material para sua alavancagem financeira

A Suzano (BVMF:SUZB3) informou, por meio de fato relevante divulgado na noite da última sexta-feira, 30, que concluiu a aquisição de participação minoritária correspondente a 15% das ações da Lenzing Aktiengesellschaft, com sede em Lenzing, Áustria, detidas pelo Grupo B&C. A operação foi finalizada após o cumprimento de condições aplicáveis.

A Lenzing opera em fibras especiais, com fábricas por todo o mundo. “Reconhecida pelas suas práticas sustentáveis, a Lenzing é especializada na produção de fibras de celulose à base de madeira (liocel, modal e viscose). Com uma capacidade de produção anual superior a 1 milhão de toneladas, lidera a indústria na produção de fibras ecologicamente sustentáveis”, detalha a Suzano no documento.

Segundo a Suzano, a aquisição está de acordo com sua estratégia de expansão para novos mercados e foco em sustentabilidade de fibras têxteis à base de madeira. Além disso, a disse que a compra não traz impacto significativo para sua alavancagem financeira ou nível de endividamento.

Informações: Investing.com

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Antes de ir a leilão, detalhes do projeto da Rota da Celulose são apresentados

Concessão abrange 870 km de rodovias, sendo as estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e trechos da BR-262 e BR-267

Nesta sexta-feira (30), foi realizada uma audiência pública virtual conduzida pela B3 (Bolsa de Valores Brasileira) para discutir o projeto de concessão das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395, além de trechos das federais BR-262 e BR-267, que formam a Rota da Celulose. O leilão para a concessão está previsto para dezembro deste ano.

O encontro teve como objetivo tornar o processo transparente e permitir a participação da sociedade e autoridades públicas. A equipe do EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas), liderada por Eliane Detoni, apresentou o estudo da concessão. A audiência contou com a presença do secretário de governo Rodrigo Perez e do novo titular da Seilog (Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística), Guilherme Alcântara.

O projeto abrange 870,4 km de rodovias, incluindo as estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e trechos das federais BR-262 e BR-267. A concessão terá um prazo de 30 anos e atenderá diversos municípios, entre eles Campo Grande, Ribas do Rio Pardo, Água Clara, Três Lagoas, Santa Rita do Pardo, Nova Andradina, Nova Alvorada do Sul, Anaurilândia e Bataguassu.  O investimento total estimado para o projeto é de R$ 8,8 bilhões.

A região tem uma economia diversificada, com destaque para a produção agropecuária e um parque industrial que inclui indústrias de celulose, papel e papelão, construção, frigoríficas e metalmecânicas. O projeto pretende reduzir o tempo de deslocamento e os custos de manutenção dos veículos, ao mesmo tempo que fomentará novas oportunidades de negócios na região.

A concessão inclui a construção de 116 km de duplicações, 457 km de acostamentos, 251 km de terceiras faixas, 12 km de vias marginais e 82 dispositivos em nível. Além disso, serão disponibilizados 49 veículos operacionais para serviços aos usuários, incluindo ambulâncias, socorro mecânico, guinchos, combate a incêndios, desobstrução de pistas, inspeção de tráfego, apreensão de animais silvestres e Postos de Atendimento ao Usuário.

A audiência pública foi estruturada e discutida em três modelagem: técnica, econômico-financeira e jurídico institucional.

A modelagem técnica apresentada pelo consultor do projeto, Saulo Horta, mostrou os estudos do sistema rodoviário, características das rodovias, condição atual do pavimento, volume de tráfego, principais investimentos, sistema de cobrança de pedágio e política tarifária, projeção de tráfego e receita e composição de investimentos.

Consultor do projeto de concessão, Saulo Horta, durante apresentação (Imagem: Reproduão)
Foram apresentadas as condições do pavimento das rodovias usando diferentes parâmetros. Os dados mostram que a rodovia MS-040 tem 22% de sua extensão com alta irregularidade, de acordo com o Índice de Irregularidade Longitudinal, e 56,4% com um Índice de Gravidade Global acima de 40, o que indica graves defeitos no pavimento. A rodovia MS-338 está em situação ainda pior, com 22,2% de alta irregularidade e 73,8% de Índice de Gravidade Global acima de 40. Em comparação, as rodovias BR-262 e BR-267 apresentam índices mais baixos nesses parâmetros. A BR-262, por exemplo, tem apenas 12,4% do Índice de Gravidade Global acima de 40, indicando que o pavimento está em melhores condições.

A análise da geração de viagens e das linhas de desejo ao longo dos eixos rodoviários do projeto revela que 17 municípios são responsáveis por 67% do total de viagens geradas. Entre os principais geradores estão Campo Grande, Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo, Bataguassu, Água Clara, e Santa Rita do Pardo, além de cidades como São Paulo (SP), Paranaguá (PR), Presidente Epitácio (SP), Nova Alvorada do Sul (MS), Presidente Prudente (SP), Dourados (MS), Cuiabá (MT), Nova Mutum (MT), Maringá (PR) e Rondonópolis (MT).

O sistema rodoviário analisado também revela que veículos com origem ou destino em nove estados passam por essas rotas, evidenciando a importância estratégica desses eixos para a movimentação regional e internacional.

“Quando a gente olha todas as viagens que passa pelo corredor, temos origens e destinos em nove estados da federação, ressaltando como esse sistema viário tem importância em nível nacional, ligando origens e destinos de diversas regiões do país”, ressaltou o consultor Saulo Hora.

O planejamento dos contornos urbanos prevê a construção de 35,7 km de novas vias em Ribas do Rio Pardo (12.165 metros), Água Clara (6.678 metros), Bataguassu (12.620 metros) e Santa Rita do Pardo (4.222 metros). As obras serão realizadas entre o 2º e o 7º ano da concessão, com o contorno de Três Lagoas sendo incorporado à concessão após a conclusão pelo DNIT, prevista para o 4º ano.

A duplicação da BR-262, que liga Ribas do Rio Pardo a Campo Grande, terá uma extensão total de 96,3 km. Deste total, 77,5 km contarão com canteiro central e 18,8 km terão barreira New Jersey, que são elementos de concreto pré-moldado utilizado como separador de fluxo. Além disso, haverá readequação de um trecho já duplicado de 3,2 km no perímetro urbano de Campo Grande, que incluirá dois dispositivos em desnível. A operação está prevista para iniciar no 4º ano de concessão.

Já a duplicação da BR-267, em Bataguassu, terá 13,5 km de extensão. Desses, 2 km contarão com barreira New Jersey e 11,5 km terão canteiro central. A obra abrangerá a área entre o distrito de Porto XV de Novembro e o contorno de Bataguassu.

Serão implantadas ou reformadas 27 edificações ao longo do sistema rodoviário, distribuídas entre os corredores MS-040/338/395, BR-262 e BR-267. No corredor MS-040/338/395, serão duas edificações. Na BR-262, serão seis, e na BR-267, também seis.

Entre os tipos de edificações, estão incluídos: três para a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), com uma implantação e duas reformas; quatro para a Polícia Rodoviária Federal (PRF), sendo uma nova e três reformadas; cinco Serviços de Atendimento ao Usuário (SAU), com quatro novas e uma reformada; três Postos de Parada e Descanso (PPD), com duas novas e uma reformada; uma nova sede; um novo Centro de Controle e Operações (CCO); e um Posto de Fiscalização (PF), com duas unidades, uma nova e uma reformada. Além disso, haverá a reforma do posto existente na BR-267 e a implantação de um novo posto na BR-262. O Escritório AGEMS, localizado no mesmo local, também será reformado.

 Rédel Neres, diretor economico financeiro do projeto, durante explicação (Imagem: Reprodução)
A modelagem econômico-financeira apresentada por Redel Neres, diretor econômico-financeiro, abrangeu os principais aspectos financeiros do projeto, incluindo condições de financiamento, diretrizes financeiras, taxa interna de retorno (TIR), tempo de retorno do investimento (Payback) e fluxo da conta centralizadora.

A concessão tem um prazo de 30 anos, com uma data-base em janeiro de 2025. O investimento inicial (Capex) é estimado em R$ 5,55 bilhões, enquanto os custos operacionais e de manutenção (Opex) somam R$ 3,24 bilhões. As receitas brutas totais previstas são de R$ 19,80 bilhões. Os impostos diretos esperados são R$ 2,9 bilhões e os impostos indiretos totalizam R$ 1,71 bilhão. A Taxa Interna de Retorno (TIR) do projeto é de 10,37% ao ano, indicando o retorno esperado sobre o investimento. O período de payback, ou tempo necessário para recuperar o investimento inicial, está estimado em 12 anos. O financiamento cobrirá 34,8% do total dos investimentos e 80,8% dos investimentos realizados nos primeiros 5 anos, sendo crucial para avaliar a viabilidade e a sustentabilidade econômica da concessão.

Os Trabalhos Iniciais, que incluem etapas preparatórias para o início do projeto, representam R$ 298,74 milhões, ou 5,38% do Capex. A Restauração Rodoviária, que se refere à recuperação e modernização das estradas existentes, está orçada em R$ 404,71 milhões (7,29% do total). A Ampliação da Capacidade das rodovias, essencial para atender ao aumento do tráfego e melhorar a eficiência das vias, constitui a maior parcela do investimento, com R$ 1,62 bilhões (29,27% do Capex). A Manutenção Rodoviária, que visa garantir a conservação contínua das estradas, absorve R$ 2,59 bilhões (46,64% do total).

Outros componentes incluem a Desapropriação, com um custo de R$ 14,69 milhões (0,26%), e a Restauração e Programas Ambientais, totalizando R$ 63,14 milhões (1,14%). O investimento em Veículos, necessários para a operação e manutenção das rodovias, é de R$ 134,22 milhões (2,42%). O desenvolvimento de Sistemas, que apoia a gestão e monitoramento das rodovias, recebe R$ 416,90 milhões (7,51%). Finalmente, o Ressarcimento EVTEA (Encargos de Valor de Terra e Equipamentos Adquiridos), referentes a possíveis desapropriações, é de R$ 7,48 milhões (0,13%). Esses valores totalizam R$ 5,55 bilhões, abrangendo todos os aspectos necessários para a implementação e operação das concessões rodoviárias.

O investimento total em Capex está concentrado principalmente nos primeiros anos do projeto, com um total de R$ 2,4 bilhões nos primeiros cinco anos, refletindo a intensidade inicial das obras e melhorias necessárias.

A modelagem jurídico-institucional abordada pelo procurador do Estado, Carlo Fabrizio, detalha o arranjo da concessão, a modalidade da licitação, condições de participação, exigência de garantia de proposta e condições para a assinatura do contrato. Também foram destacados aspectos relacionados à fiscalização, contratação de Verificador Independente (VI), garantia de execução do contrato e governança contratual.

A concessão das rodovias será realizada por meio de Concorrência Pública na B3, com julgamento baseado na combinação da menor tarifa e maior aporte financeiro. Os concorrentes devem oferecer um aporte mínimo de R$ 95.781.000,00 e poderão propor um desconto na tarifa de até 20%, com o valor do aporte ajustado proporcionalmente ao desconto oferecido.

Podem participar da licitação pessoas jurídicas brasileiras ou estrangeiras, tanto individualmente quanto em consórcio, além de entidades de previdência, instituições financeiras e fundos de investimento. Para garantir a seriedade da proposta, é exigida uma garantia de R$ 150 milhões, assegurando o comprometimento dos participantes e a integridade do processo licitatório.

Os principais riscos do contrato de concessão incluem tanto para a concessionária quanto para o poder concedente. Para a concessionária, os riscos incluem demanda inferior ao esperado, custos imprevistos com obras e serviços, variações nas taxas de câmbio, e custos associados a desocupações e desapropriações, estimados em R$ 1,6 mil e R$ 10,5 mil, respectivamente. Além disso, há a necessidade de gerenciar passivos ambientais, riscos de evasão (estimada em 95%) e eventos de força maior que não podem ser segurados. A implantação de novas rotas ou modais não previstos no contrato pode gerar custos adicionais.

Para o poder concedente, os principais riscos envolvem garantir que os contratos e investimentos estejam alinhados com as projeções e gerenciar eventuais imprevistos durante a concessão.

Secretária Especial de Parcerias Estratégicas do Estado, Eliane Detoni (Imagem: Reprodução)
Ao final das apresentações, a Secretária Especial de Parcerias Estratégicas do Estado, Eliane Detoni, lembrou que as contribuições e sugestões poderão ser enviadas até o dia 6 de setembro. Destacou que todos os aspectos do projeto, incluindo os ambientais, foram considerados.

“Temos uma preocupação na estruturação do projeto para que todos os aspectos ambientais sejam levantados e sabemos dos passivos, principalmente da MS-040. Todos os normativos foram considerados e requisitos atendidos, incluindo o programa Estrada Viva do governo, com monitoramento e intervenções importantes para a travessia de fauna. Reforçamos que todas as contribuições podem ser enviadas até 6 de setembro, e todas as perguntas e respostas da consulta pública estarão disponíveis em nosso site”, finalizou.

As sugestões e contribuições ao projeto deverão ser enviadas por meio de formulário, disponível no site, para o e-mail epe@segov.ms.gov.br devidamente identificadas e fundamentadas até o dia 6 de setembro de 2024. Os documentos de todo o processo de concessão estão disponíveis na íntegra, no site www.epe.segov.ms.gov.br.

Informações: Campo Grande News.

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Alta na celulose impulsiona investimentos bilionários e intensifica disputas empresariais

MS se firma como polo global de celulose, atraindo bilhões em investimentos e protagonizando disputas entre gigantes do setor

No primeiro semestre de 2024, Mato Grosso do Sul registrou um expressivo aumento de 45% no preço da celulose exportada em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento impulsionou o setor no estado e acirrou a disputa entre bilionários brasileiros e indonésios pelo controle da fábrica Eldorado, em Três Lagoas.

De acordo com a Carta da Conjuntura do Comércio Exterior, o valor médio da celulose exportada pelas fábricas de Três Lagoas, como Eldorado e Suzano, passou de 351 dólares por tonelada nos primeiros seis meses de 2023 para 509 dólares no mesmo período de 2024. Além disso, a valorização do dólar contribuiu para um aumento significativo no faturamento das indústrias locais.

Em 2023, Mato Grosso do Sul exportou 2,19 milhões de toneladas de celulose, gerando um faturamento de 771,66 milhões de dólares. Já em 2024, embora o volume exportado tenha caído para 2,05 milhões de toneladas, o faturamento subiu para 1,044 bilhão de dólares. Esse cenário reflete a valorização da celulose nos mercados internacionais, como Europa, Estados Unidos e China, que atingiram níveis históricos.

A alta lucratividade do setor atraiu investimentos significativos para Mato Grosso do Sul. Em julho de 2024, a Suzano inaugurou uma nova fábrica em Ribas do Rio Pardo, após um investimento de R$ 22 bilhões. Com capacidade para produzir 212 mil toneladas de celulose por mês, a unidade fortalece a posição do estado como importante produtor global.

A empresa chilena Arauco também anunciou a construção de uma fábrica em Inocência, com capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas anuais, prevista para entrar em operação até o final de 2028. Paralelamente, a Bracell, do grupo asiático RGE, planeja investir cerca de R$ 20 bilhões em uma nova fábrica em Água Clara, com capacidade para produzir 2,8 milhões de toneladas por ano. Além disso, os acionistas da Eldorado, os irmãos Joesley e Wesley Batista, junto à Paper Excellence, controlada pelo bilionário Jackson Wijaya, planejam dobrar a capacidade de produção da fábrica em Três Lagoas, que atualmente é de cerca de 2 milhões de toneladas por ano.

O setor de celulose, altamente lucrativo, tem sido palco de uma intensa disputa pelo controle da Eldorado. Desde 2018, os irmãos Batista e a Paper Excellence travam uma batalha judicial pelo controle acionário da empresa. A Paper Excellence, que opera 58 fábricas ao redor do mundo e possui uma capacidade de produção de 10 milhões de toneladas de celulose por ano, adquiriu parte da Eldorado em 2017, mas a transação completa, avaliada em R$ 15 bilhões, foi contestada pelos irmãos Batista, levando a uma prolongada disputa judicial. Enquanto isso, Mato Grosso do Sul, com suas condições climáticas favoráveis e tecnologia de ponta, continua atraindo grandes investimentos, consolidando-se como um dos principais polos globais de produção de celulose.

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Suzano compartilha em vídeo as operações da nova unidade em Ribas do Rio Pardo (MS)

O material acompanha o trajeto desde a colheita do eucalipto, a chegada das toras à fábrica, a transformação em celulose e enfardamento até o transporte dos primeiros fardos da matéria-prima com destino ao Porto de Santos (SP)

Após a conclusão da nova fábrica da Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, em Ribas do Rio Pardo (MS), a produção de celulose segue em ritmo acelerado. O funcionamento das operações industrial, florestal e de logística até o novo terminal intermodal de Inocência, de onde segue por transporte ferroviário para os terminais da companhia no Porto de Santos (SP), pode ser conferido em novo vídeo divulgado pela empresa por meio do link: https://bit.ly/video-avanco-obras.

No vídeo, além da visualização geral das estruturas da unidade, é possível acompanhar as operações florestais e industriais na nova fábrica de Ribas do Rio Pardo em pleno funcionamento. Entre os processos demonstrados, estão desde a sala do Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD), responsável pelo controle de todos os equipamentos e processos da fabricação de celulose da unidade, a operação do viveiro de mudas de Ribas do Rio Pardo até as máquinas florestais atuando tanto no plantio como na colheita do eucalipto. Também é possível notar a chegada dos hexatrens – veículos compostos por seis semirreboques, projetados para circular exclusivamente em estradas próprias da Suzano – à fábrica, passando pelas balanças e por um processo de pré-lavagem para a retirada de impurezas da matéria-prima.

Posteriormente, essas toras de eucalipto são armazenadas no pátio de madeiras, onde ficam à disposição para alimentar a área de picagem. A unidade conta com cinco linhas de processamento que reduzem a madeira em cavacos. Esses pequenos pedaços de madeira são movidos pelas esteiras inteligentes com três destinos diferentes: a formação da pilha de cavacos, uma estrutura de apoio que garante o estoque industrial da matéria-prima; os silos de biomassa, catedrais nas quais os cavacos também são armazenados; ou para a linha de fibras, onde os cavacos são processados e separam-se a lignina e a celulose da madeira.

Finalizado o cozimento, a celulose é enviada para as máquinas extratoras para remoção do excedente de água e é comprimida em folhas que são unidas em fardos. O processo de enfardamento contribui para o transporte da celulose, que será carregada em caminhões bitrens com destino ao terminal intermodal de Inocência. Chegando lá, os fardos são carregados nos vagões de trem e partem para o porto de Santos, onde os terminais portuários da Suzano foram ampliados para comportar o volume de produção da nova fábrica. O vídeo registra a transição desses fardos de celulose dos vagões para dentro do terminal portuário e para posterior carregamento nos navios. 

Unidade Ribas do Rio Pardo

Anunciado em maio de 2021 e confirmado pelo Conselho de Administração da Suzano no início de novembro do mesmo ano, o Projeto Cerrado recebeu investimento total de R$ 22,2 bilhões e, no pico da obra, gerou cerca de 10 mil empregos diretos. A nova fábrica entrou em operação no dia 21 de julho de 2024 e vai produzir 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano quando atingir sua plena capacidade de produção, empregando 3 mil pessoas, entre colaboradores próprios e terceiros, nas áreas florestal e industrial, e movimentando toda a cadeia econômica da região.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender a demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página: www.suzano.com.br

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